domingo, 27 de abril de 2014

Um Novo Exame de Consciência

Um novo exame de consciência

É preciso entender que o exame de consciência que se faz diante da Lei de Deus é muito diverso daquele que se faz diante das leis humanas. Estas golpeiam quando o indivíduo executou o delito. A Lei golpeia também mesmo que não tenha passado de pensamento ou desejo, porque, com isso, ele demonstrou-se capaz de fazê-lo, ainda que não o tenha realizado porque os fatos o impediram.

O exame de consciência é uma análise inicial para tomar conhecimento das nossas qualidades. A finalidade é prever as conseqüências que daí derivarão, a direção em que lançaremos as forças de um acontecimento, a trajetória que essas forças seguirão e o ponto ao qual elas devem chegar. Trata-se de um exame preventivo para tomar conhecimento das causas que, segundo sua natureza, o nosso eu nos leva a movimentar na fase inicial de um fato, permitindo a previsão de seu desenvolvimento como conseqüência daquelas causas, até o resultado final com o qual aquele fato se conclui. A finalidade deste exame, pois, é de saber, dado aquilo que colocamos em órbita, como dirigir e corrigir o fenômeno em fase de desenvolvimento, para levá-lo a bom termo.
Diferentemente do exame de consciência comum, neste não interessam as apreciações sobre o valor das próprias qualidades, o que leva a estabelecer uma comparação com os outros indivíduos, tornando-se como modelo. O julgar não serve para quem usa a técnica da intervenção. É necessário olhar somente para si mesmo, porque o objetivo do exame é estabelecer uma trajetória justa, e não vencer o próximo no cômputo de virtudes.

Se possuímos boas qualidades, ninguém pode impedir que elas produzam seus bons frutos. Mas não devemos lutar por isto, porque automaticamente acontecerá. Nossa luta deve deslocar-se para o lado defeituoso, que se torna erro, causa de nossas dores. A finalidade da técnica da intervenção é exatamente evitar estas dores. Este é o problema que nos interessa e que aqui estamos examinando.

Dir-se-á ainda: "mas um julgamento de si mesmo deve existir, e cada um deve alcançá-lo". Mas então quem o faz? Fá-lo a Lei e o homem o vê escrito no resultado obtido por ela. O exame é o ponto inicial, o julgamento o ponto final. A lei fala com fatos. O julgamento da Lei será a posição boa ou má, na qual o indivíduo se encontrará no fim da experiência.

Findo o exame de consciência, ponto por ponto, veremos que entre todos os defeitos há um dominante que define o tipo de cada indivíduo. Ele pode ser o avarento, o sensual, o egoísta, o dilapidador, o violento, o hipócrita etc. Cada um destes tipos é exposto aos perigos ligados ao seu defeito. Eis a necessidade de que ele se ponha em guarda, colocando-o bem em foco e vigiando-o, para que não o leve a cometer os erros correlativos. Dado o seu tipo, é natural que cada um tenda a lançar a trajetória de sua vida ao longo de uma rota assinalada por excessos naquela direção. 

Entende-se por que os indivíduos têm necessidade de controlar-se, especialmente naqueles pontos fracos, perigosos para eles. Compreende-se a necessidade de não entrar naqueles caminhos, de não se lançar por aquelas rotas, mesmo que para aqueles tipos elas sejam as mais atrativas. Porque é ali que, levados pelo impulso imoderado, o ser se excede, vai contra a Lei, erra e deve pagar. Trata-se de um desequilíbrio que atrai a dor, 

O exame de consciência prolonga-se por toda a vida, devendo-se observar de frente qualquer circunstância. A cada ato deve-se perguntar: "por que o fiz?" E então examinar qual é a verdadeira natureza dos impulsos que nos moveram.

Do livro "Pensamentos" , capítulo 10,  parte II
www.ubaldi.org

2 comentários:

  1. Livro dos Espíritos - Questão 919
    Pergunta respondida por Santo Agostinho. Leiam toda a resposta no Livro dos Espíritos.
    "Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?"
    R.: "Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo."

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  2. E, do email, recebi esta mensagem psicográfica :



    O QUE TEMOS, DEIXAMOS.
    O QUE SOMOS, LEVAMOS.

    PENSE NISSO.

    Médico psiquiatra, dirigiu por muito tempo o Sanatório Espírita de Uberaba.

    Desencarnado em 1988 vem, através da psicografia, nos dar esse
    importante alerta.

    Irmãos e irmãs, o que vale no Espiritismo é o que você faça dos
    conhecimentos que for adquirindo nele. O resto - acredite -, não conta
    muito.
    Quando desencarnei, ninguém queria saber qual era o meu nome, endereço, tampouco os títulos que eu possuía - aliás, ninguém queria saber nada de mim, nem me perguntava coisa alguma.
    A minha consciência é que, insistentemente, me pedia contas.
    A bem dizer, a minha condição de espírita nada significava, e nem significa até hoje.

    Sem a intenção de ser redundante, o que vale é o valor - o seu valor
    pessoal, sem rótulos, ou faixas, de qualquer espécie.
    Deste Outro Lado, a única coisa capaz de lhe valer é o seu currículo -
    o seu currículo de bondade! Porque, no fundo, é isto que irá proporcionar a você alguma réstea de luz, para que, mesmo caminhando na escuridão, consiga evitar o abismo...
    Não cometa a tolice de imaginar que, na Vida de além-túmulo, o espírita possa ser tratado com deferência. Privilégio, ou o famoso "jeitinho" brasileiro, é algo que por aqui não existe!

    Chico Xavier dizia, e com razão, que os espíritas estavam desencarnando mal - estavam, e, em geral, ainda estão!
    Sinceramente, o único predicado que eu invejo numa pessoa, seja ela qual for, é a bondade! Depois que a gente larga a carcaça, para quem é realmente bom, aqui todas as portas se abrem, e todos os caminhos se desimpedem! Em vez de ele pedir audiência com os anjos, são os anjos que pedem audiência com ele!...

    Por isto, eis o conselho que lhe dou: teorize menos, e procure servir mais!
    O mundo é um caldeirão que ainda vai continuar fervendo durante muito
    tempo... É possível que você vá desencarnar e tornar a reencarnar, nele encontrando amanhã quase tudo como está agora.
    De uma encarnação a outra, o espírito melhora muito pouco... A evolução, para quem não se conscientiza, acontece quase que a passo de lesma - dessas que deixam o seu rastro gosmento no chão!
    Não creia ser diferente.

    Não estou querendo desanimar a quem seja, mas, se você se interessa
    pela Verdade, ei-la aqui de maneira nua e crua.
    "Nosso Lar", a colônia espiritual que muita gente na Terra almeja habitar, tem muito mais católicos, protestantes, umbandistas, e até mais ateus, do que espíritas...
    Não, não se creia o suprassumo, porque você não o é!
    Como é que eu posso dizer isto?! Ser espírita é só acréscimo de
    responsabilidade espiritual - nada mais do que isto. O que nós já
    sabemos é mais que suficiente para que, pelos nossos erros, a nossa
    consciência nos penitencie por muitas e muitas encarnações.

    Conheço muita gente que não quer saber o que a gente sabe só para não
    ter que responder pelo que respondemos, ou responderemos.
    Deixe, pois, de professar o Espiritismo como quem joga em um clube de
    futebol, ou um partido político.
    Enquanto é tempo, pare de fazer "guerra santa" - contra os outros, e contra os próprios companheiros que você considera equivocados!
    Guardião da Doutrina, você?! Ora! Aceite os meus pêsames...
    Cuide-se, porque a morte já vem chegando, e ela é uma locomotiva, que,
    para atropelá-lo, não pedirá licença!...

    INÁCIO FERREIRA

    Uberaba - MG, 22 de julho de 2013.

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