terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Para que tristeza se a morte não existe ?


Existem "coisas" com as quais convivemos tão intimamente  que acabamos nos sentindo ligados a elas e  esquecemos da importância que têm em nossas vidas.

Estranhamente pensamos que  Vida e Morte, estão ligados de alguma forma, mas quando passamos a nos interessar em estudar o Espiritualismo, a Doutrina Espírita, vamos entendendo que morte não existe.

A ciência que é sempre evolutiva já descobriu que O MOVIMENTO  É VIDA e VIDA  É MOVIMENTO.

Por todas as galáxias tudo se move, nada está parado, e o nada não existe;  então, porque vamos continuar a acreditar que exista essa morte em relação à vida, ao fim da personalidade ? E quando vamos nos aprofundando no estudo começamos a perceber que existem personalidades que se tornaram mundialmente conhecidas seja na ciência, esporte, política etc  mas também existem aquelas que passam mas não deixam marcas públicas,  entretanto, é seguro afirmar que não há um só ser que passe por este planeta sem  deixar sua marca pessoal. Deus tudo vê. Afirmo isto porque há a pluralidade das existências corporais vividas pela individualidade.  Cada encarnação, cada personalidade, importa em uma missão, que pode ser bem sucedida ou não.

O objetivo de cada encarnação, que também pode ser uma missão, é conforme os Espíritos informaram a Allan Kardec e ele incluiu no Livro dos Espíritos, nas questões 132 :

" Deus  lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los  chegar à perfeição. Para uns é expiação; para outros, missão.  Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação.  Visa ainda outro fim a encarnação:  o de por o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação,  Para executá-la  é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus.  É assim que concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta." 

Cada um de nós, mesmo quando desconhece qual seja , tem o seu papel na obra da criação. O que falar do trabalho das abelhas em nosso planeta, trabalhando o pólen ?   Somos todos instrumentos úteis do nosso Pai Maior.

A Doutrina Espírita é considerada  pelos espíritas como a TERCEIRA REVELAÇÃO; O Livro dos Espíritos,  que  é um dos cinco do pentateuco espírita,  no capítulo IV - PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS  - contém  material de estudo para a REENCARNAÇÃO que é o que nos permite evoluir, porque uma única existência do tipo dessa que temos aqui, que dura no máximo 100 anos, não permite que a individualidade consiga evoluir em linha reta, da ignorância à angelitude.

Nas questões 167, 168, 169 e 170  Eles, os Espíritos, nos esclarecem que  de simples e ignorantes,  pelo trabalho incessante e perseverante, atingimos o mais alto grau da Escala Espírita ( vide Escala Espírita - Questões 96 a 131).


Também é acertado afirmar  que cada um de nós é uma individualidade , unigênita, que veste várias personalidades na caminhada em busca da perfeição.

Tudo o que falamos agora é  em termos relativos,  assim deve ser porque ainda estamos no relativo, bem distantes do absoluto.

Quando um dos nossos parte para o "outro lado" as reações são muito diversas porque diversos são os graus de entendimento, de aperfeiçoamento e assim a maneira de entender o porquê da vida.

Quando  está acontecendo conosco, na nossa família, seja com  irmão, pai, mãe, filho...   nos momentos de tormentos (voluntários ou não) muitos de nós buscam fugir das lembranças mais recentes que são impactantes e recorrem ao passado recente ou  distante, não importa, o que conta mesmo é buscar resistir à realidade, quando o mais sensato é buscar entender o fenômeno da transformação.

Sim, eu falei em transformação. 

A ciência já comprovou que somos constituídos de átomos que formam  moléculas e estas as  substâncias e daí as diversas transformações no estado da matéria.  É fora do nosso foco e mesmo capacidade abranger todos os estados da matéria, mas nesse nosso estudo, o que interessa é saber que nosso corpo físico material não é único, porque o ser humano tem outros corpos, ainda que não os veja.

O homem, pelo corpo material, participa da natureza dos animais, cujos instintos  lhe são comuns e
o  laço ou perispírito, que prende ao corpo o Espírito, é uma espécie de envoltório semi material. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro.

O Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, porém, que pode tornar-se acidentalmente visível e mesmo tangível, como sucede no fenômeno das aparições.

O Espírito não é, pois, um ser abstrato, indefinido, só possível de conceber-se pelo pensamento. é um ser real, circunscrito, que, em certos casos, se torna apreciável pela vista, pelo ouvido e pelo tato.

Podemos, então voltar ao assunto objeto dessa postagem, que é a descaracterização do objetivo das transformações, ou seja desvirtualização do significado do fim da existência física da personalidade, erroneamente nominada  morte.

Explicando mais detalhadamente:

O homem, quando encarnado, é composto de:
- corpo físico,
- duplo etérico, (fluido animalizado)
- corpo perispiritual (perispírito)
- Alma (é o espírito na condição de encarnado)

- Questão 134 do Livro dos Espíritos :
Que é a alma? Resposta: "Um Espírito encarnado.").

Na questão 135 Kardec perguntou aos Espíritos da Codificação:

135. Há no homem outra coisa além da alma e do corpo?

Resposta: "Há o laço que une a alma ao corpo."

Kardec prosseguiu perguntando na questão 135-a:

Qual a natureza desse laço?

Resposta dos Espíritos:

"Semimaterial, isto é, intermediário entre o Espírito e o corpo. É preciso que seja assim para que eles possam comunicar-se um com o outro. Por meio desse laço é que o Espírito atua sobre a matéria e vice-versa."

- O homem é, portanto, formado de tres partes essenciais:

1º) O corpo ou ser material, análogo ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital;

2º) A Alma, Espírito encarnado que tem no corpo a sua habitação;

3º) O princípio intermediário, ou perispírito, substância semimaterial que serve de primeiro envoltório ao Espírito e une a alma ao corpo. Tais são, num fruto, a semente, a polpa e a casca

Quando ele desencarna, a vida continua, mas agora segue sem o corpo físico e sem o duplo etérico (que se esvai no nosso ambiente), pois a matéria do duplo pertence ao nosso plano, embora o homem não tenha condição de percebê-la com os sentidos normais, tal como não pode perceber visualmente o ar que respira.

O perispírito, também conhecido por psicossoma, corpo perispiritual, dentre outros, é ligado ao corpo físico por um laço fluídico. Quando este laço é rompido (em acidentes, por exemplo) ou quando ele se desliga, a exemplo da morte natural, o restante da energia contida no duplo etérico se esvai na atmosfera e o perispírito se desprende. O homem passa, então, à condição de desencarnado, e o perispírito, que nunca é separado do espírito, passa a ser o seu corpo que irá identificá-lo, com a aparência que tinha durante sua última existência em nosso plano. Ele passa a transitar no plano astral com este corpo perispiritual.

Mas, então, podemos concluir que o perispírito do encarnado é o mesmo do desencarnado?

- A maioria dos quem lêem sobre o assunto imagina que sim, mas não é bem assim o que nos ensina o Espírito André Luiz, no livro Evolução em 2 Mundos, no capítulo HISTOGÊNESE ESPIRITUAL, onde ele informa que a criatura elabora órgãos novos, o que é diferente de novos órgãos.

Vou reproduzir, agora o trecho do livro Evolução em 2 Mundos, onde André Luiz ensina sobre a Histogênese Espiritual e a formação de um corpo perispiritual diferente daquele que a individualidade transitou quando encarnada:




HISTOGÊNESE ESPIRITUAL”

Assim também, a criatura humana, depois do período infantil, atravessa expressivas etapas de renovação interior, até alcançar a madureza corpórea, não obstante apresenta-se com a mesma forma exterior, porqüanto somente após o esgotamento da força vital no curso da vida, através da senectude ou da caquexia por intervenção da enfermidade, é que se habilita à transformação mais profunda.

Nesse período característico da caducidade celular ou da moléstia irreversível, demonstra gradativa diminuição de atividade, não mais tolerando a alimentação.

Pouco a pouco, declinam as suas atividades fisiológicas e a inércia substitui-lhe os movimentos.

Protege-se, desde então, no repouso horizontal em decúbito, quase sempre no leito, preparando o trabalho liberatório.

Chega, assim, o momento em que se imobiliza na cadaverização, mumificando-se à feição da crisálida, mas envolvendo-se no imo do ser com os fios dos próprios pensamentos, consevando-se nesse casulo de forças mentais, tecido com as suas próprias idéias reflexas dominantes ou secreções de sua própria mente, durante um período que pode variar entre minutos, horas, dias, meses ou decênios.

No ciclo de cadaverização da forma somática, sob o governo dinâmico de seu corpo espiritual, padece extremas alterações que, na essência, correspondem à histólise das células físicas, ao mesmo tempo que elabora órgãos novos pelo fenômeno que podemos nomear, por falta de termo equivalente, como sendo histogênese espiritual, aproveitando os elementos vivos, desagregados do tecido citoplasmático, e que se mantinham até então, ligados à colmeia fisiológica entregue ao desequilíbrio ou à decomposição.

A histólise ou processo destrutivo na desencarnação resulta da ação dos catalisadores químicos e de Outros recursos do mundo orgânico que, alentados em níveis de degenerescéncia, operam a mortificação dos tecidos e, do ponto de vista do corpo espiritual, afetam principalmente a morfologia dos músculos e os aparelhos da nutrição, com escassa influência sobre os sistemas nervoso e circulatório.

Pela histogênese espiritual, os tecidos citoplasmáticos se desvencilham em definitivo de alguns dos característicos que lhes são próprios, voltando temporariamente, qual se atendessem a processo involutivo, à condição de células embrionárias multiformes que se dividem, através da cariocinese, plasmando, em novas condições, a forma do corpo espiritual, segundo o tipo imposto pela mente.



DESENCARNAÇÃO DO ESPÍRITO
Apenas aí, quando os acontecimentos da morte se realizam, é que a criatura humana desencarnada, plenamente renovada em si mesma, abandona o veículo carnal a que se jungia; contudo, muitas vezes íntimamente aprisionada ao casulo dos seus pensamentos dominantes, quando não trabalhou para renovar-se, nos recessos do espírito, passa a revelar-se em novo peso específico, segundo a densidade da vida mental em que se gradua, dispondo de novos elementos com que atender à própria alimentação, equivalentes às trompas fluídico-magnéticas de sucção, embora sem perder de modo algum o aparelho bucal que nos é característico, salientando-se, aliás, que semelhantes trompas ou antenas de matéria sutil estão patentes nas criaturas encarnadas, a se lhes expressarem na aura comum, como radículas alongadas de essência dinâmica, exteriorizando-lhes as radiações específicas, trompas ou antenas essas pelas quais assimilamos ou repelimos as emanações das coisas e dos seres que nos cercam, tanto quanto as irradiações de nós mesmos, uns para com os outros.

CONTINUAÇÃO DA EXISTENCIA

Metamorfoseada, pois, não obstante o fenômeno da desencarnação, a personalidade humana continua, além-túmulo, o estágio educativo que iniciou no berço, sem perder a própria identidade, somando consigo as experiências da vida carnal, da desencarnação e da metamorfose no plano extrafísico.

Perceberemos, desse modo, que a existência da criatura, na reencarnação, substancializa-se não apenas na Terra, onde atende à plantação dos sentimentos, palavras, atitudes e ações com que se caracteriza, mas também no Mundo Espiritual, onde incorpora a si mesma a colheita da sementeira praticada no campo físico, pelo desdobramento do aprendizado com que entesoura as experiências necessárias à sublime ascensão a que se destina.


Uberaba, 5/3/58. 


Então para ratificar ao que André Luiz afirma acima, trazemos de  Andrew Jackson , o seguinte texto:


Andrew Jackson Davis (1826 – 1910) foi um excelente médium norte americano,   É dele que apresentamos abaixo um interessante texto  em que narra  o que viu estado mediúnico durante o processo de desencarnação de uma pessoa.  Essa descrição obviamente não se aplica a todos os tipos de morte ou de pessoas.

“A morte é palavra para significar "fim da vida", usada por aqueles que não conseguem ver que a morte é, na verdade, "o começo da vida" e a entrada do saguão sagrado da eternidade. Mas, penetremos em sua visão, no que há além do véu.

A pessoa agora agoniza no que é para ser uma morte rápida. Observe algo em sua temperatura. Os pés estão frios; as mãos quentes e macilentas; uma frieza pervade seus dedos. Vejam. O que é aquilo que se acumula no ar, acima da cabeça sobre o travesseiro? É uma emanação etérea - um halo magnético dourado - uma atmosfera pulsante quase auto consciente.

A temperatura do corpo agora abaixa rapidamente. A frieza se estende algo acima, dos pés aos joelhos, das pontas dos dedos aos cotovelos enquanto que, na mesma razão, a emanação ascende ainda mais alto sobre a cabeça. O frio agora se estende dos braços aos ombros, das pernas à cintura; e a emanação, embora não mais elevada no ar, está um pouco mais expandida, é um centro compacto que se assemelha a um núcleo brilhante como um sol em miniatura. O foco central brilhante é bem em verdade o cérebro do novo organismo espiritual que se forma.

O frio da morte agora se estende aos peitos em torno do qual a temperatura se reduz bastante. Vejam agora! A emanação contém a mesma proporção de cada princípio que compõe a alma - movimento, sensação vital, éteres; essências, magnetismo vital, eletricidade vital, instintos - e, bastante aumentada pela ascensão, ela flutua como uma massa compacta a ocupar agora mais elevação próxima ao teto. 

Agora os pulmões pararam de respirar, o pulso se foi, o coração não mais bate; enquanto isso, as células do cérebro, o corpus callosum, a medula, a coluna vertebral e os gânglios se iluminam em contrações e expansões que pulsam de leve e parecem governadas por si mesmas, como por um tipo de automatismo auto-consciente. Vejam! A substância cinzenta do cérebro pulsa em seu interior - uma pulsação lenta, discernível e profunda - não dolorosa - como pesada mas harmoniosa movimentação do mar. 

Vejam! A emanação exaltada, obediente a suas próprias leis imutáveis agora se alongou e adquiriu posição em ângulo reto em relação ao corpo horizontal mais abaixo. Observem! Vejam como o perfil de uma bela figura humana se forma a partir da emanação. Ela prende o que está acima à medula e ao corpus callosum de dentro do cérebro por um cordão branco .

Você pode ver que um fio vital muito fino ainda conecta os vórtices e as fibras centrais ao cérebro moribundo com as extremidades inferiores da figura humana projetada na atmosfera. Não obstante esse fio vital, que age como um  condutor telegráfico - transportando mensagens em direções opostas no mesmo instante - é possível ver que a sombra envolvida em emanação dourada continua quase que imperceptivelmente a ascender.  

Lá, o que se vê agora? Uma cabeça humana simetricamente igual a outra, acima da massa e elevando-se lenta e admiravelmente da nuvem dourada de princípios substanciais. E agora surge o esboço de um semblante espiritual - face serena e cheia de beleza que desafia a capacidade de descrição das palavras. Vejam de novo! Emergem o pescoço e os belos ombros e mais! um após outro, em rápida sucessão, surgem todas as partes de um novo corpo, como que influenciados ou dirigidos por uma varinha mágica, uma imagem brilhante, totalmente natural, mas espiritual, uma perfeita cópia do corpo físico abandonado, um reencenamento de pessoa nas vizinhanças do céu, preparada para acompanhar o grupo celestial de inteligências superintendentes do paraíso.  
E o que foi aquilo? Em um piscar de olhos o fio telegráfico vital foi cortado -  partículas e princípios foram imediatamente atraídos para cima e absorvidos pelo corpo espiritual - de forma que a nova organização está livre da gravitação terrestre, ela está instantânea e absolutamente independente dos pesos e cuidados que tão firmemente a prendiam à Terra. [Somente se libertam assim na morte aqueles que agiram de forma correta. Qualquer paixão cativante, último sentimento de dever não cumprido, de injustiça cometida, é suficiente para manter o espírito preso à Terra, como um navio atado por grande âncora. Somente os puros tornam-se livres.]

Eis aqui um corpo espiritual, substancial e imortal. Semeado na escuridão e na desonra, ele agora é colhido na beleza e na claridade. Vejam que contraste - uma diferença muito grande - entre um e outro. Percorram com os olhos a sala. Há muitos amigos, parentes idosos, crianças na câmera da morte, eles choram sem o conforto ainda que da fé cega; enlutam-se trocando sussurros de esperança entre ouvidos que duvidam; reúnem-se em torno do prostrado, corpo frio; pressionam as pálpebras daqueles olhos agora cegos; em silêncio e pesar deixam a cena; e agora outras mãos dão início às preparações com as quais os vivos consagram a morte.

Mas, abramos nossos olhos maiores que teremos um dia quando revestidos pelos paramentos da imortalidade. Vejam! O novo corpo espiritual formado - rodeado por grupo de anjos guardiões - move-se com graça em direção às praias celestiais. A personalidade emergida segue uma corrente vibratória de atração magnética que notamos penetrar no recinto e se ater ao cérebro  do ressurreto enquanto agonizava o corpo. Ela desce a partir do sensorium das inteligências superiores - uma  corrente fibrosa de luz telegráfica - enviadas de cima, para saudar com amor e guiar com sabedoria o recém ressuscitado.  Essa corrente amorosa, alimentada por pensamento, guia tranquilamente o recém emergido para cima e mais além.  

Por terras aveludadas e campos floridos do país celeste, um arco de promessa eterna torna-se visível e pende, preenchendo com beleza indescritível o oceano dos céus, a cobrir com amor infinito as zonas imensuráveis de Além-Túmulo.”  


Finalizando, gostaria de comentar sobre a Colônia Nova Esperança.


Colonia Nova Esperança


Do livro MORADAS ESPIRITUAIS, de Vânia Arantes Damo, que retrata visita a 20 colônias Espirituais, trago para voces informações sobre  uma delas que desempenha um papel importantíssimo no trabalho dos irmãos extrafísicos que nos auxiliam na  caminhada, porque estando encarnados  também estamos protegidos sob o véu do esquecimento, que é uma das maravilhas da Justiça Divina.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            




       




quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

É Natal ! Amai-vos e instruí-vos

E de um jornal aqui do Rio, encontrei  artigo, comentando que neste ano que finda milhares de pessoas passaram a morar nas ruas, que dentre os pedidos de concessão divina muitos pedem  um futuro melhor, emprego, um lar... e prossegue falando sobre a dura realidade que encontramos sob as marquises, nos vãos sob os viadutos e passarelas, parques, praças, bancos de hospitais, aeroportos, estação ferroviária, areias de praias,  encostas de leitos de rios, e se os trens trafegassem por 24 h ininterruptas, aí também haveriam moradores em situação precária. 

Cada um tem uma história, mas a situação de abandono é comum e absurda aos homens , imaginem aos Espíritos que trabalham para implantar e consolidar os ensinamentos do Evangelho.

Segundo a estimativa da Defensoria Pública são aproximadamente 15 mil pessoas em situação de rua só na cidade do Rio de Janeiro. Dentre estes há aqueles que a violência expulsou de seus lares, sob ameaça de morte; são muitas as situações. Estou comentando sobre o que acontece no Rio de Janeiro. 

Recentemente, a notícia chegou aos jornais, sobre um caso ocorrido no centro do Rio, e pudemos  assistir o vídeo de um morador de rua ser colocado na calçada (já estando morto ? ou  não?).  A que ponto chegamos ? ! 

Do Tomo 1 d' Os Quatro Evangelhos"  de Roustaing, trago, da página 464 pedindo reflexão aos que tiverem oportunidade de nos ler: 

"Quando a humanidade tiver chegado ao grau de
pureza moral que há de adquirir, as questões relativas,
às leis morais conforme vo-las explicam os Espíritos do
Senhor, às leis de adoração, trabalho, conservação,
destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade,
justiça, amor e caridade, se resolverão facilmente,
porque os bens, tanto materiais, como morais e
intelectuais, não mais pertencerão a este ou àquele,
visto que cada um será por todos e todos serão por um.

Quer isto dizer que os filhos do pai celestial viverão
como membros de uma grande família, unidos pelo
desejo de se auxiliarem mutuamente e auxiliando-se de
modo eficaz. 
Longe, porém, ainda muito longe vêm esses tempos! 
Assim, não tenteis introduzir prematuramente, em vossos 
costumes e leis, mudanças que hão de ser fruto da que 
se operará nos vossos corações, trazendo consigo, pela
prática da solidariedade e da fraternidade, o 
desenvolvimento das inteligências, da instrução, 
da ciência e do amor, o bem-estar moral e, 
conseguintemente, o bem-estar material." 

O ensinamento é antigo, está em   LUCAS Cap. XVI, v. 19-31 -  Parábola do mau rico e do pobre paciente e resignado   mas o homem que cultua mais a Mamom enquanto encarnado, terá o choque de realidade quando finda a existência, e infalivelmente, novamente, a Justiça Divina vai lembrá-lo que do seu supérfluo  muitos irmãos menos favorecidos poderiam ter sido auxiliados.

         OS VERSÍCULOS: - 25. Mas, Abraão lhe respondeu: Meu filho, lembra-te de  que recebeste bens em tua vida e de que     Lázaro  só    teve  males;  por isso ele agora é consolado
e tu és atormentado. 
- 26. Demais, grande abismo existe entre nós e vós; 
         de modo que os que querem passar daqui para
         lá não o podem,  como também não se pode
         passar de lá para cá. 
- 27. Disse o rico: Eu então te suplico, pai Abraão, que o
        mandes a casa de meu pai, 
-28.  onde tenho cinco irmãos, para lhes dar testemunho
         destas  coisas, a fim de que eles não venham a 
         cair neste lugar   de tormentos. 
- 29. Abraão lhe retrucou: Eles têm Moisés e  os profetas:
        que os escutem. 
- 30. Não, pai Abraão, disse o rico, se algum dos mortos 
         lhes for falar, eles farão penitência. 
- 31. Abraão respondeu: Se não escutam nem a Moisés, 
         nem  aos profetas, não acreditariam do mesmo
         modo, ainda que  algum dos mortos ressuscitasse. 

        Como se pode ver, Abraão lembra ao mau rico que 
        a oportunidade de desenvolver o amor ao próximo
        é enquanto estamos encarnados, todos juntos, no 
        mesmo ambiente que é apropriado a permitir que 
        todos se ajustem, pois ao retornar ao plano espiritual
        as Leis Divinas daquele plano agem e porque a atração
        segue as leis da sintonia vibratória.

 


terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Bezerra (Max) esclarece sobre obras de Antonio Luiz Sayão e Roustaing

Artigo de Bezerra de Menezes, sob o pseudônimo MAX,
publicado na "Gazeta de Notícias", em 23 de março de 1897.


ESPIRITISMO
ESTUDOS FILOSÓFICOS
Na “Gazeta de Notícias” de 22 do corrente mês lemos
 o seguinte (*):
(*) Esta carta só foi realmente estampada, no referido
 jornal carioca, Da data de 23 de março de 1897,
 à pág. 2, quinta coluna  da esquerda para a
direita. (Nota da FEB h 9ª edição.)

“Meu caro Max. — A nossa incipiência tem encontrado
sempre conforto na Vossa palavra inspirada e respeitada
mesmo pelos ortodoxos da fé; desde, pois, que
assumistes uma tal autoridade, a vossa opinião, sem
que a  embarace a vossa reconhecida modéstia, é
segura orientação  para os que entretém Grupos Espíritas;
e, nestas circunstãncias, relevareis que vos peçamos
um conselho:
podemos tomar os dois livros  publicados pelo Dr.
Sayão como normas a seguir no nosso Grupo?

 — Um discípulo.


Bem se vê que o consultante é realmente um  incipiente,
pois que eleva nossa individualidade a umas alturas
que estamos  muito longe de atingir; entretanto, por
corresponder à sua confiança, dir-lhe-emos, com toda a
lealdade e sinceridade, o que pensamos sobre os  livros
do Dr. Sayão.


O Espiritismo não é, como julgam os padres ser, a revelação
messiânica, a última palavra sobre as verdades que Deus,
em seu amor  pela Humanidade, fez baixar do céu à Terra.

Enquanto o homem não chegar ao último grau da perfeição
Intelectual, de penetrar todas as leis da criação, a revelação
não chegará a seu termo, pois que ela é progressivamente
mais ampla, na medida do  desenvolvimento da faculdade
compreensiva do homem.

O Espiritismo, pois, tendo dado mais do que as anteriores
revelações, muito terá ainda que dar, porque muito terá
ainda que progredir  a Humanidade terrestre.

Allan Kardec, Espírito preposto por Jesus para reunir,
em um corpo de doutrinas, ensinos confiados, pelo mesmo
Jesus, ao Espírito  da Verdade, constituído por uma legião
de Altíssimos Espíritos, só apanhou  o que estes deram
 — e estes só deram o que era compatível com a  

compreensão atual do homem terreal.

Mas o homem, como já foi dito, não cessa de desenvolver  a sua
faculdade compreensiva e, pois, os principais fundamentos
da revelação  espírita, compreendidos nas obras fundamentais
de Allan Kardec, tendem constantemente a se alargar em extensão
e compreensão, como ele mesmo veio alargar os princípios
fundamentais do ensino ou revelação messiânica — e como este
veio alargar os da revelação mosaica.

A Allan Kardec sobrevivem outros missionários da verdade
eterna, que, sem destruir a obra feita, porque esta é firmada na lei
e a lei é imutável, darão mais luz, para mais largo conhecimento das
faces mais obscuras daquela verdade.

Eis aí que já apareceu Roustaing, o mais moderno missionário

da lei, que em muitos pontos vai além de Allan Kardec, porque é
inspirado como este, mas teve por missão dizer o que este não 
podia, em razão  do atraso da Humanidade.

Não divergem no que é essencial, mas sim nos modos de

compreender a verdade, porque esta, sendo absoluta, aparece-nos
sob mil fases relativas — relativas ao nosso grau de adiantamento
Intelectual e moral,  que um não pode dispensar o outro, como 
as asas de um pássaro não se podem dispensar, para o fim de se
elevar  às alturas.

Roustaing confirma o que ensina Allan Kardec, porém adianta
mais que este, pela razão que já foi exposta acima.

É, pois, um livro precioso e sagrado o de Roustaing; mas o autor, não
possuindo, como homem, a vantagem que faz sobressair o trabalho de
Kardec, de clareza e concisão, torna-o bem pouco acessível às
Inteligências de certo grau para baixo.

Seria obra de meritório valor dar à sua exposição de princípios
relevantíssimos a concísão e a clareza que sobram no mestre e que
lhe faltam bem sensivelmente.

Foi esta, no fundo, a obra de Sayão.

Em ligeiros traços resumiu, sem lesar, longas exposições - e em
linguagem didática clareou e pôs ao alcance de todas as inteligências
o que era obscuro à maior parte.

O livro de Sayão é um resumo de Roustaing, com as vantagens

de Allan Kardec.

É, portanto, correto e adiantado, sob o ponto de vista doutrinário

 - e é claro e conciso sob o ponto de vista do método.

Por outra: contém as idéias de Roustaing e o método incomparável

de Allan Kardec.

Quem compreende a progressividade da revelação não pode recusar
preito a Roustaing — e quem quiser colher, em Roustaing, os frutos
preciosos de sua inspiração, muito lucrará estudando o livro 

(os livros) de Sayão.

É chave de ouro, que ninguém deve desprezar - e que, além de ser tal,

encerra observações e práticas que, por si só, recomendariam 
o hercúleo esforço do Anteu do Espiritismo no Brasil.

Ao caro Irmão em crenças, a quem agradecemos, mais uma vez,

à honra que nos dispensou, com tanta gentileza, diremos,
em conclusão:
podeis tomar os dois livros publicados pelo Dr. Sayão como

normas a seguir em vosso Grupo.

Neles encontrareis o que há de mais adiantado em Espiritismo,

colhido na seara bendita, com a alma cheia de amor, humildade
e fé, as virtudes que mostram a coroa do discípulo de Jesus,
votado  à obra do Mestre Divino, com o coração cheio de energias e 
de caridade evangélica.

Descansai a mente sobre esta obra preciosa, em que transluzem

os clarões da verdade, como repousou a cabeça, no seio de Jesus,
o discípulo amado.

E damos graças a Deus por nos ter permitido encontrar, por entre

as névoas de nossa peregrinação terrestre, o raio de luz 
- o farol - o santelmo que nos encaminha ao porto da salvação.

MAX. "


Nota da Editora à 9ª edição: MAX, pseudônimo do Dr. Bezerra de
Menezes, publicou esta crítica na Gazeta de Notícia de terça-feira,
6 de abril de 1897, pág. 3. quarta coluna da esquerda para a direita.
Max escreveu nesse jornal, em 1896 e 1897, a coluna Espírita,
no - Estudos Filosóficos, que saíra em O País” de 1887 a 1894.

MENSAGEM DA NOVA ERA - NATAL DE 1953

Do livro Grandes Mensagens
(recebida por Pietro Ubaldi)
VII. MENSAGEM DA NOVA ERA (NATAL DE 1953)


No silêncio da noite santa, como te falei pela primeira
vez para iniciar a obra, volto a falar-te agora, após
tantos anos.
Retorno em meu ritmo decenal, iniciado na Páscoa
de 1933 com a “Mensagem aos Homens de Boa
Vontade” e a “Mensagem aos Cristãos” e prosseguindo
na Páscoa de 1943 com a  “Mensagem da Paz”.

Desta vez, dez anos depois, neste 1953, volto a
falar-vos, porém no Natal, porque este é dia de
nascimento e esta é a mensagem nova; no Natal,
como aconteceu em 1931, porque, após todas as
outras mensagens pascais, esta é a que conclui a série.

Venho trazer-vos a palavra da esperança, porque no
caos do mundo estão despontando as novas e primeiras
luzes da alvorada.

O tempo caminha, e já entrastes na segunda metade do
século, quando se realizará o que foi predito em
minha primeira mensagem, no Natal de 1931.

Haveis entrado, assim, na fase de preparação ativa
da nova civilização.

Venho falar-vos na hora assinalada pelo ritmo que
preside ao desenvolvimento ordenado dos acontecimentos,
de acordo com a vontade do Alto.

O trabalho avançou, firme e constante, nestes vinte anos
que estão terminando, através de tempestades que
destruíram nações e modificaram o mapa político do
mundo; avançou, a tudo resistindo, constante e firme,
como sucede com as coisas desejadas pelo Alto.

O trabalho prosseguiu, escondido no silêncio, protegido
pela sombra da indiferença geral, aparentemente
confiado a um homem pobre e sozinho, com mínimos
recursos humanos, vencendo apenas com as forças da
sinceridade e da verdade, da maneira mais humilde e
simples, enquanto as vossas maiores organizações
humanas se desmoronavam. Hoje o milagre se cumpriu.
Esta é para nós a prova de verdade.


Tendes hoje diante dos olhos um sistema completo,
que, com um princípio unitário, soluciona todos os
problemas e traz resposta a todas as perguntas.
Tendes hoje a orientação que vos fornece a chave
para explicar os enigmas do universo. Podeis usá-la,
desde já, também pessoalmente, para continuar a
pesquisa ao infinito no particular analítico.
As gerações passarão, contemplando a ciclópica
construção de pensamento elevada para o Alto na
hora do destino do mundo.

Do vértice da pirâmide uma luz resplandecerá para
iluminar o mundo: esta luz se chama Cristo.


E as gerações caminharão, caminharão pela interminável
estrada do tempo e verão de longe o farol que lhes
indica o roteiro.
E uns aos outros o indicarão, dizendo: “Coragem!”.
Áspera é a dor e longa a estrada da evolução, mas
temos um condutor.

Do Alto, o Cristo nos olha e nos fala. Não estamos
sozinhos.  Ele está conosco. A Seus pés, como pedestal,
está a pirâmide do conhecimento, feita de pensamento,
que é a Sua luz.

À fase mais elementar da fé sucedeu a fase mais
avançada do conhecimento, com que se completa
o amor.   E, com o conhecimento, Cristo retorna à
Terra para realizar o Seu Reino, há vinte séculos
fundado.

O ritmo das mensagens teve início no Natal de 1931,
continuou no de 1932 e terminou na Páscoa de 1933
(XIX Centenário da morte de Cristo), só reaparecendo
depois em ritmo decenal.

A primeira mensagem apareceu no final de 1931,
como o corpo de Cristo foi sepultado na tarde da
Sexta-feira Santa.

As mensagens continuaram a aparecer em 1932,
como o corpo de Cristo continuou a jazer no sepulcro
no Sábado Santo.
Terminaram com a última mensagem, na Páscoa de
1933, centenário de Sua morte, como seu corpo
ressuscitou na alvorada do 3o dia.
Retornaram depois em um ritmo de dez anos e agora
completam vinte anos, equivalentes aos vinte séculos
transcorridos desde então.



Indico-vos estas harmonias, para fazer-vos compreender
sua significação. Meu instrumento as ignorava e não as
poderia ter projetado, pois o Alto não lhas havia dado a
conhecer.    O que é harmônico desce do Alto, o que
é dissonância provém de baixo.

Esta mensagem de hoje corresponde ao fim do II Milênio
e vos lança nos braços do terceiro, da nova civilização.
Isso corresponde ao terceiro dia, na aurora do qual se
deu a ressurreição.

Que esta imprevisível concordância de ritmos, que esta
musicalidade também na forma da gênese da obra,
constituam para vós uma prova da verdade.

Esta mensagem vos lança nos braços do III Milênio;
por isso é ela a “Mensagem da Nova Era”.

O mundo materialista está freneticamente lutando pela
sua autodestruição. O dragão será morto pelo seu
próprio veneno.


A vida, que jamais morre, está a preparar-se para
substituir o mundo velho pelo novo: o reino do espírito,
em cuja realização Cristo triunfará.

A humanidade tem esperado dois mil anos pela Boa
Nova, mas finalmente chegou a hora de sua realização.

A vida se utilizará das tempestades que as forças do
mal se preparam para desencadear, a fim de purificar-se.
Aproveitar-se-á da destruição para reconstruir em nível
mais alto.

Repito, assim, a palavra da primeira Mensagem do Natal de
1931:      “A destruição é necessária (...) Um grande batismo
de dor é necessário, a fim de que a humanidade recupere
o equilíbrio, livremente violado; grande mal, condição de
um bem maior.
Depois disso, a humanidade, purificada, mais leve, mais
selecionada por haver perdido seus piores elementos,
reunir-se-á em torno dos desconhecidos que hoje sofrem
e semeiam em silêncio, e retomará, renovada, o caminho
da ascensão.  Uma nova era começará; o espírito terá o
domínio, e não mais a matéria, que será reduzida ao
cativeiro (...)”.


Encontrais, assim, as mesmas palavras, no princípio
como no fim.

Hoje, porém, estais vinte anos mais avançados no
tempo, isto é, na maturação dos acontecimentos.
Hoje vos encontrais na  plenitude dos tempos.

Aquela ideia, desenvolvida através das trilogias da
obra, se encaminha para tornar-se realidade.

A luciferiana revolta do ateísmo materialista está
para desfechar contra Deus sua última batalha
desesperada pelo triunfo absoluto, supremo esforço
que redundará em sua ruína total.   E Deus fará ver
à humanidade aterrorizada, para o bem dos homens,
que Ele somente é o senhor absoluto.

Estais ainda imersos em cerradas neblinas. Mas além
delas já brilha o sol que está para despontar e inundar
o mundo de luz e calor.
A outra margem do novo reino está próxima, e a
humanidade se prepara para nela desembarcar.

O novo continente já aparece aos olhos do navegante
experimentado, e a humanidade, após a grande
viagem de dois milênios, pode gritar – “terra, terra!”.


Por isso, esta se pôde chamar a “Mensagem da
Nova Era”,  porque não mais vem anunciar a Boa
Nova, mas a sua realização.

Como tudo, até aqui, se cumpriu em ritmo inexorável,
igualmente tudo continuará a se cumprir. Com esta
segunda mensagem decenal, é coberto o período do
II Milênio, encerrou-se o ritmo preparatório do terceiro
dia da ressurreição, quanto do III Milênio.

Agora, que vos conduzo até aqui, às portas do novo
milênio, com esta mensagem o ciclo das mensagens
está concluído. Esse ciclo precedeu e acompanhou
a Obra, que agora continua no hemisfério oposto
àquele em que se iniciou, desenvolvendo-se nas praias
das novas terras onde nascerão as novas grandes civilizações
do futuro.


A pirâmide aí está. Sua última pedra já foi colocada.

Enquanto o mundo caminha, sempre mais, para o
cumprimento, já agora fatal, do seu desejado destino,
sobre aquela pedra pousarão os pés e se elevará a
figura de Cristo, que, flamejante, iluminará qual farol
a estrada dos viandantes em busca de luz, para
orientá-los através do longo caminho das ascensões
humanas.
Tende fé, tende certeza. A Nova Era vos aguarda.

 Na imensa luta, Cristo é o mais forte, e Ele estará
convosco e com todos aqueles que nele creem.

FIM

MENSAGEM DE NATAL - 1931

Mensagem recebida  por Pietro Ubaldi no Natal de 1931

GRANDES MENSAGENS

I. MENSAGEM DO NATAL (NATAL DE 1931)



No silêncio da Noite Santa, escuta-me. Põe de lado todo o

saber e tuas recordações; põe-te de parte e esquece tudo.

Abandona-te à minha voz; inerte, vazio, no nada; no mais

completo silêncio do espaço e do tempo. Neste vazio, ouve

minha voz que te diz – ergue-te e fala: Sou eu.




Exulta pela minha presença; grande bem ela é para ti; grande

prêmio que duramente mereceste. É aquele sinal que tanto

invocaste deste mundo maior em que vivo e em que tu creste.




Não perguntes meu nome; não procures individuar-me.

Não poderias; ninguém o poderia. Não tentes uma

inútil hipótese.




Sabes que sou sempre o mesmo.




Minha voz, que para teus ouvidos é terna, como é amiga

para todos os pequeninos que sofrem na sombra, sabe

também ser vibrante e tonante, como jamais a sentiste.

Não te preocupes; escreve.

Minha palavra dirige-se às profundezas da consciência e

toca, no mais íntimo, a alma de quem a escuta.




Será somente ouvida por quem se tornou capaz de ouvi -la.

Para os outros, perder-se-á no vozear imenso da vida.

Não importa, porém; ela deve ser dita.



Falo hoje a todos os justos da Terra e os chamo de todas as

partes do mundo, a fim de unificarem suas aspirações e

preces  numa oblata que se eleve ao Céu.




Que nenhuma barreira de religião, de nacionalidade ou de raça

os divida, porque não está longe o dia em que somente uma

será a divisão entre os homens:

justos e injustos.




A divisão está no íntimo da consciência, e não no vosso

aspecto exterior, visível.




Todos os que sinceramente querem compreender o compreendem.

Cada um, intimamente, se conhece, sem que o próprio vizinho

possa percebê-lo.




Minha palavra é universal, mas também é um apelo íntimo,

pessoal, a cada um. Muitos a reconhecerão.




Uma grande transformação se aproxima para a vida do

mundo. Minha voz é singular, porém outras se elevarão,

muito em breve, sempre mais fortes, fixando-se em todas

as partes do mundo, para que o conselho a ninguém falte.



Não temas; escreve e olha. Contempla a trajetória dos

acontecimentos humanos; ela se estende pelo futuro.




Quem não está preso nas vossas férreas jaulas de espaço

e tempo, vê naturalmente o futuro. Isso que te exponho à

vista é também coerente segundo vossa lógica humana e,

portanto, vos é compreensível.




Os povos, tanto quanto os indivíduos, têm uma responsabilidade

nas transformações históricas, que seguem um curso lógico;

existe um encadeamento de causas históricas que, se são livres

nas premissas, são necessárias nas consequências.




A lei da justiça, aspecto do equilíbrio universal, sob cujo

governo tudo se realiza, inclusive em vosso mundo, quer que o

equilíbrio seja restaurado e que as culpas e os erros sejam

corrigidos pela dor.


O que chamais de mal, de injustiça, é a natural e justa reação

que neutraliza os efeitos de vossos atos.



Tudo é desejado, tudo é merecido, embora não estejais preparados

para recordar o “como” e o “quando”.




De dor está cheio o vosso mundo, porque é um mundo

selvagem, lugar de sofrimento e de provas. Mas não temais

a dor, que é a única coisa verdadeiramente grande que possuís.

É o instrumento que tendes para a conquista de vossa redenção

e de vossa libertação. Bem aventurados os que sofrem,

Cristo vos disse.



O progresso científico, principal fruto de vossa época, ainda

avançará no campo material. Está, entretanto, acumulando

energias, riquezas, instrumentos para uma nova e grande explosão.



Imaginai a que ponto chegará o progresso mecânico, ampliando-se

ainda mais, se tanto já conseguiu em poucos anos!



Não mais existirão, na verdade, distâncias; os diferentes povos de

tal modo se comunicarão, que haverá uma sociedade única.




A mente humana, porém, troca de direção de quando em quando,

vive ciclos, períodos, e, nessas várias fases, deve defrontar

diferentes problemas.




O futuro contém não só continuações, mas transformações;

consequências de um processo natural de saturação.

O vosso progresso científico tende a tornar-se e tornar-se-á

tão hipertrófico – porque não contrabalançado por um paralelo

progresso moral – que o equilíbrio não poderá ser mantido nos

acontecimentos históricos.



Tem crescido e, sem precedentes na história, crescerá cada vez

mais o domínio humano sobre as forças da natureza.

Um imenso poder terá o homem, mas ele, para isso, não está

preparado moralmente, porque a vossa psicologia, infelizmente,

é, em substância, a mesma da tenebrosa Idade Média. É um

poder demasiadamente grande e novo para vossas mãos

inexperientes.



O homem será dominado por uma tão alargada sensação

de orgulho e de força, que se trairá.




A desproporção entre o vosso poder e a altura ética de vossa

vida far-se-á cada dia mais acentuada, porque cada dia que

passa é irresistivelmente para vós, que vos lançastes nessa

direção, um dia de progresso material.




As ideias são lançadas no tempo com massa que lhes é

própria, como os bólidos no espaço. Eu percebo um aumentar

de tensão, lento porém constante, que preludia o inevitável

explodir do raio. Essa explosão é a última consequência,

mesmo de acordo com a vossa lógica, de todo o movimento.




Desproporção e desequilíbrio não podem durar; a Lei quer

que se resolvam num novo equilíbrio. Assim como a última

molécula de gelo faz desmoronar o iceberg gigantesco, assim

também de uma centelha qualquer surgirá o incêndio.




Antigamente os cataclismos históricos, por viverem isolados

os povos, podiam manter-se circunscritos; agora não. Muitos

que estão nascendo vê-los-ão.




A destruição, porém, é necessária. Haverá destruição somente

do que é forma, incrustação, cristalização, de tudo o que deve

desaparecer, para que permaneça apenas a ideia, que sintetiza

o valor das coisas.




Um grande batismo de dor é necessário, a fim de que a humanidade

recupere o equilíbrio livremente violado; grande mal, condição de um

bem maior.




Depois disso, a humanidade, purificada, mais leve, mais selecionada

por haver perdido seus piores elementos, reunir-se-á em torno dos

desconhecidos que hoje sofrem e semeiam em silêncio, retomando,

renovada, o caminho da ascensão.




Uma nova era começará; o espírito terá o domínio, e não mais a

matéria, que será reduzida ao cativeiro. Então, aprendereis a

ver-nos e a escutar-nos; desceremos em multidão e conhecereis

a Verdade.

Basta por agora; vai e repousa. Voltarei; porém recorda que minha

palavra é feita de bondade, e somente um objetivo de bondade

pode atrair-me.




Onde existir apenas a curiosidade, desejo de emoção, leviandade

ou ainda céptica pesquisa científica, aí não estarei.

Somente a bondade, o amor, a dor, me atraem.




Eu presido ao progresso espiritual do vosso planeta, e, para o

progresso espiritual, um ato de bondade tem mais valor que

uma descoberta científica.




Não invoqueis a prova do prodígio, quando podeis possuir a

da razão e da fé. É vossa baixeza que vos leva a admirar, como

sinal de verdade e poder, a exceção que viola a ordem divina.

Se isso pode assombrar-vos e convencer-vos, a vós, anarquistas

e rebeldes, para nós, no Alto, ela constitui a mais estridente

e ofensiva dissonância; é a mais repugnante violação da ordem

suprema em que repousamos e em cuja harmonia vibramos

felizes. Não procureis semelhante prova; reconhecei-a, antes,

na qualidade da minha palavra.
A todos digo: Paz!

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Rodrigues de Abreu


Trago estes versos de Rodrigues de Abreu, POETA nascido em Capivari, São Paulo, a 17 de setembro de 1899, e desencarnado, tuberculoso, em Campos do Jordão, aos 24
de novembro de 1927. Publicou Casa Destelhada, Noturnos e Sala dos Passos Perdidos, além de inúmeros trabalhos esparsos na imprensa do seu Estado. Foi cognominado – “o poeta triste das rimas róseas”.publicados no primeiro livro psicografado por Chico Xavier, com o título     " PARNASO DE ALÉM TÚMULO" . 

 Considero a obra PARNASO DE ALÉM TÚMULO  como um decisivo recado dos mentores regentes de todos nós encarnados e desencarnados para acabar de vez com a incredulidade e dar provas de que o Espírito é pré existente à vida na carne e que findo este período que aqui para nós é de provas e expiações, ele retorna ao plano etéreo, venturoso ou não, não importa muito depois (porque a misericórdia do Pai Maior é infinita )  para continuar o trabalho de evoluir moralmente.  Não é apropriado considerar bem sucedido aquele  que aprendeu muito dos mistérios da ciência se ele falhou na parte moral, se não conseguiu entender que o Criador não tem planos para as individualidades e sim para o conjunto delas.

Exercitando o egoísmo, o orgulho, a alma se posiciona em caminho onde o terreno é do tipo de areias movediças e enquanto permanecer ali, cada movimento compatível com aquele que a posicionou ali, mais aderida ficará e com isto, retardando o progresso da humanidade.

Quando uso o termo humanidade, quero deixar claro que incluo todo o conjunto das almas encarnadas e desencarnadas, em todos os degraus evolutivos da matéria pesada.

Assim, para não me alongar  desejo lembrar que  Deus quer todos os seus filhos de volta, porém desde que estejam juntos, porque ao vê-los unidos  terá a demonstração de que entenderam o significado de "amor incondicional", que foi a mensagem que nos trouxe Jesus.



Vi-te, Senhor!

Eu não pude ver-Te, meu Senhor,
Nos bem-aventurados do mundo,
Como aquele homem humilde e crente do conto de Tolstoi.
Nunca pude enxergar
As Tuas mãos suaves e misericordiosas,
Onde gemiam as dores e as misérias da Terra;
E a verdade, Senhor,
É que Te achavas, como ainda Te encontras,
Nos caminhos mais rudes e espinhosos,
Consolando os aflitos e os desesperados...
Estás no templo de todas as religiões,
Onde busquem Teus carinhos
As almas sofredoras,
Confundindo os que lançam o veneno do ódio em Teu nome,
Trazendo a visão doce do Céu
Para o olhar angustioso de todas as esperanças.
Estás na direção dos homens,
Em todos os caminhos de suas atividades terrestres,


Sem que eles se apercebam
De Tua palavra silenciosa e renovadora,
De Tua assistência invisível e poderosa,
Cheia de piedade para com as suas fraquezas.
Entretanto,
Eu era também cego no meio dos vermes vibráteis que são os
homens,
E não Te encontrava pelos caminhos ásperos...
Mocidade, alegria, sonho e amor,
Inquietação ambiciosa de vencer,
E minha vida rolava no declive de todas as ânsias...
Chamaste-me, porém,
Com a mansidão de Tua misericórdia infinita.
Não disseste o meu nome para não me ofender;
Chamaste-me sem exclamações lamentosas,
Com o verbo silencioso do Teu amor,
E antes que a morte coroasse a Tua magnanimidade para comigo,
Vi que chegavas devagarinho,
Iluminando o santuário do meu pensamento
Com a Tua luz de todos os séculos!
Falaste-me com a Tua linguagem do Sermão da Montanha,
Multiplicaste o pão das minhas alegrias
E abriste-me o Céu, que a Terra fechara dentro de minhalma...
E entendi-Te, Senhor,
Nas Tuas maravilhas de beleza,
Quando Te vi na paz da Natureza,
Curando-me com a Dor.

No Castelo encantado
Eu ainda não era um homem,
Quando subi aos elevados promontórios da esperança,
Divisando os países da beleza.
Meu coração pulou com um ritmo descompassado
E desejei a luz das cidades distantes,
O perfume das florestas prodigiosas
Onde cantavam as aves da mocidade e da glória.
Tudo sonhei contemplando o horizonte!...
Na embriaguez da ansiedade e do desejo,
Não vi o cântaro de mel
Que minha mãe deixara com o seu beijo
Na prateleira humilde de minhalma.
Gotas de mel, palavras de oração –
Pai Nosso que estais no Céu...”
Ave Maria, cheia de graças...”
Gotas do mel de amor, do coração.
Tudo esqueci, por infelicidade,
E andei como um fauno louco pelos mares remotos e pelas ilhas
desconhecidas...
Eu era dono do mundo inteiro
Porque era senhor dos sonhos absolutos,
Adormecendo à sombra enganadora
Da árvore da ilusão, onde quase todos os frutos apodrecem.
E quando quebrava os últimos altares,
Na inquietação da carne e do desejo,
Chegou ao país de minhalma um romeiro triste dos Céus,
Falando como Jeremias sobre a Jerusalém de minhas ânsias:

A sombra da ilusão envenena-te a vida....
Eu corrijo as paisagens interiores,
Trago-te o pão dos grandes amargores,
Sou a Dor, ficarei sempre contigo.
Guarda as minhas verdades, meu amigo,
Manda o Senhor que eu seja a companheira
De tua vida inteira...
Irás comigo a mundos ignorados,
Dar-te-ei maravilhas
Ao sol dos meus castelos encantados...”
Eu não sei explicar o mistério
Daquela personagem enigmática
Que se intrometia, afoitamente,
Na minha estrada de alegria.
Seu olhar parecia
A claridade estranha
de toda a resignação e de todo o padecimento.
E, desde esse momento,
Casou-se comigo a Dor, de tal maneira,
Que a senti junto a mim, a vida inteira:
Roubou-me todas as glórias da Terra,
Fez fugir-se-me a noiva idolatrada,
Deixou-me só na lôbrega jornada,
Afastou-me a alegria da saúde,
Apodreceu meu coração em sua mão,
Deu-me as sombras dos Campos do Jordão,
Fez de meu sonho a casa destelhada,
Onde as chuvas de todas as misérias
Caíram sem cessar desde esse dia;

Crestou-me a flor ditosa da alegria,
Tudo levou-me a dor incontentada...
Mas oh! suave milagre de ventura,
Ela deu-me os palácios encantados
Onde brilham as luzes dAquele que se sacrificou na cruz por
todos os homens!...
Pela sua porta estreita,
Encaminhou-me à sensação perfeita
De Tua inefável presença, ó Senhor de Bondade.
Nas grandezas de Tua claridade,
Cala-se o meu verso humilde,
Porque com a Dor
Sinto que Te compreendo, meu Senhor,
E abençôo contente
As mágoas que me deste antigamente...
Pois agora é que eu sei
Banhar-me todo nessa fonte imensa
Da paz, doce e balsâmica da crença,
Enxergando na tamareira da esperança,
A cuja sombra o espírito descansa,
Pelos desertos áridos do mundo,
O único fruto eterno, bom e fecundo...
Fruto que é o Teu amor
E a Tua caridade, meu Senhor,
Sustentando a infeliz Humanidade,
Desde as pedras da Terra
Aos jardins de esplendor da Eternidade! 

Rodrigues de Abreu - Parnaso de Além-Túmulo