domingo, 28 de novembro de 2021

GARIMPEIROS DA NOITE

Trechos selecionados da mensagem n.° *9* do livro *365+1 Crônicas Psicografadas*, de Arnaldo Romanus / José de Arimatéia, escrita em 03/06/2017
 
*GARIMPEIROS DA NOITE*
Você já se imaginou como seria ser extremamente pobre, sem emprego e sem estudo, escorraçado da sociedade, vivendo nas ruas e dormindo sob marquises ou pontes ou em praças públicas? Quem nunca passou por essa situação não possui a menor condição de julgar como isso é doloroso.
E o que dizer dos nossos irmãos, sejam homens, mulheres, idosos ou crianças, que não apenas vivem nessa condição, mas que ainda são obrigados a ganharem seu sustento dando uma de GARIMPEIROS DA NOITE, ou seja, vasculhando o lixo encontrado nas calçadas, à cata de material reciclável para vendê-lo assim que raiar o dia e, com isso, poderem comprar algo para mitigar a sua fome?
 
E, indo mais além, quantos desses irmãos inclusive catam restos de comida para si próprios e para suas famílias nos tambores de lixo imundos... Nunca viram isso? Pois abram seus olhos para essa realidade indigna de um ser humano, pois ela existe mesmo.
O que custa a cada pessoa que possua residência, própria ou não, já separar todo e qualquer material reciclável? Cadê o lado cristão desses seres "humanos" tão insensíveis para com o sofrimento do próximo?
Por que todos os restaurantes, bares e lanchonetes não deixam separadas ao menos as latas de bebidas, para facilitar a vida dos GARIMPEIROS DA NOITE?
 
E os feirantes, por que tantos deles jogam no lixo frutas, legumes e verduras que estejam apenas parcialmente estragados? Por que não doam esses alimentos a quem não tem o que comer? Cadê a caridade de que tanto se fala, mas que tão pouco se pratica?
Uma coisa é fato: qualquer ser humano poderia estar na condição desumana dos GARIMPEIROS DA NOITE, bastaria apenas que não tivesse conquistado um emprego ou que não tivesse pais ou outros familiares que pudessem sustentá-lo.
 
Se vocês julgam que o simples ato de separar o lixo reciclável não é reconhecido pelos GARIMPEIROS DA NOITE, não se preocupem, porque a sua boa ação certamente é muito bem observada por Deus Pai, por Jesus Cristo, por Maria Santíssima e por toda a elevada Espiritualidade celestial, para quem a sua ação é de valor inestimável.
 
Fiquem na paz de nosso Senhor Jesus Cristo.
(José de Arimatéia)

 

domingo, 7 de novembro de 2021

A VERDADEIRA RELIGIÃO

Texto do livro 

FRAGMENTOS DE PENSAMENTO E DE PAIXÃO

Por Pietro Ubaldi

Ler também questão 798 do Livro dos Espíritos.


A VERDADEIRA RELIGIÃO
(1952)
Encontrei-me, viajando pelo mundo, em
todos os ambientes
 

Achei-me entre católicos e os observei.
Muitos deles eram sinceros e convictos e
viviam aplicando, realmente, os princípios
de sua religião. Sua verdadeira fé me
encheu de admiração. Outros deles, porem,
embora verbalmente se confessassem e
nas práticas religiosas se manifestassem
perfeitamente ortodoxos, não viviam
inteiramente seus princípios,
demonstrando com fatos que, em
realidade, neles não acreditavam de modo
absoluto. Isso me encheu de tristeza.
 

Achei-me, depois, entre os protestantes e
os observei. Muitos deles eram sinceros e
convictos e viviam aplicando, realmente, os
princípios de sua religião. Sua verdadeira
fé me encheu de admiração Outros deles,
porém, embora verbalmente se
confessassem e nas práticas religiosas se
manifestassem perfeitamente ortodoxos,
não viviam inteiramente seus princípios,
demonstrando com fatos que, em
realidade, neles não acreditavam de modo
absoluto. Isso me encheu de tristeza.
 

Achei-me, também, entre os espiritistas e
os observei. Muitos deles eram sinceros e
convictos e viviam aplicando, realmente, os
princípios de sua doutrina. Sua verdadeira
fé me encheu de admiração. Outros deles,
porém, embora verbalmente se
confessassem e nas práticas formais se
manifestassem aderentes à sua doutrina,
não viviam inteiramente seus princípios,
demonstrando com fatos que, em
realidade, neles não acreditavam de modo
absoluto. Isso me encheu de tristeza.
Achei-me, depois, entre os teosofistas, os
maçons, es maometanos, os budistas etc. e
observei o mesmo fenômeno.
 

Encontrei-me até entre ateus,
materialistas convictos. Não obstante,
entre eles encontrei os que procuravam
viver segundo superiores princípios de
retidão. Senti respeito por eles. Qualquer
convicção vivida com retida o merece
respeito. O que me encheu de tristeza foi
ver o ateu, materialista animalescamente
involvido, somente animado de instintos
egoístas para prejudicar o próximo.
* * *
 

Observando-os todos, perguntei a mim
mesmo, então: a divisão real, verdadeira,
entre os homens, é a de uma religião,
doutrina ou crença, ou é, antes, entre o
homem sincero e honesto e o homem falso
e desonesto, que se encontram no seio de
todas as religiões, doutrinas e crenças?
Embora as várias divisões humanas, em
cada uma delas sempre encontrei esta
outra divisa o universal de bons e maus.
Perguntemos a nós mesmos, então: não
será esta a verdadeira distinção, muito
mais real que a outra em que tanto se
insiste? Pertencer ao primeiro tipo de
homem, antes que ao segundo, não será
muito mais importante e decisivo do que
pertencer a um determinado agrupamento
religioso? Que importa pertencer a esta ou
aquela religião, quando não se e sincero
nem honesto? Não é o fundamental em
qualquer campo? E não é, então, esta a
mais importante entre todas as divisões
humanas, muito mais do que a atualmente
aceita? Não será essa a divisão que Deus
mais assinala, de preferência a outra, que
se refere, mais que a bondade do homem,
aos interesses humanos que em torno dela
se agrupam?
 

Qual é o fato mais decisivo para a
edificação do homem (isso constitui o
objetivo de todas as crenças) — os
pormenores dogmáticos e doutrinários, a
ortodoxia da letra ou o haver
compreendido o simplicíssimo princípio do
bem e do mal, princípio universal, existente
em todas as religiões, inscrito no espírito
humano e, sobretudo, viver esse princípio?
A verdadeira distinção, nesse caso, não é a
atualmente vigorante em nosso mundo
católicos, protestantes, espiritistas,
teosofistas, maçons, maometanos, budistas
etc. — mas, sim, o justo e o injusto. Esta é
a distinção substancial, a que tem valor
diante de Deus, muito mais importante que
a outra, que pode ser apenas formal. Na
segunda se pode mentir e ela, então, é
fictícia; nunca na primeira, que é real.
Por que, então, tantas lutas religiosas e
doutrinárias? Não têm elas outro valor
senão o de defender o patrimônio
conceptual do grupo e os interesses que
dele dependem. Por que, então, não reduzir
todas as crenças a esse seu denominador
comum, que é a sua substância, em que
todas se encontram, além de todas as
divisões? E por que não achar nessa
substância a ponte que as une todas numa
característica comum, em lugar de
procurar em especulações sutis que pode
dividi-las? Por que não parar e insistir no
que importa acima de tudo; a bondade e a
evolução do homem?

 

Tudo isso é importantíssimo para a fusão
das almas no caminho da unificação, que é o
futuro do mundo em todos os campos. Daí
nasceria um grande respeito recíproco,
uma nova possibilidade de compreensão, um
superior espírito de fraternidade. O cioso
amor à ortodoxia, justificável em outros
tempos, excitado até o ponto de preferir a
letra ao espírito, pode significar uma
satânica falsificação da fé na psicologia
farisaica, enfermidade de todos os tempos
e de todas as religiões. 

Pode, então, acontecer que se faça

da religião o que sempre se tem feito

do amor a pátria que, embora santo em

si, se transforma em agressividade e 

guerras contra outras pátrias. 

 

Ora, como esse tipo de amor
nacional está hoje em vias de
desaparecimento, superado pela vida que
caminha para a unificação social, do mesmo
modo a vida superará o espírito de
absolutismo e intransigência, pois ela se
dirige para a unificação religiosa.
 

É necessário, assim, abandonar o espírito
separatista de domínio, em nome de
absolutismos, numa verdade que na Terra,
para o homem, não pode deixar de ser
relativa e progressiva, isto é, em função de
sua capacidade evolutiva.
 

A vida hoje caminha para a colaboração por
compreensão em todos os campos e os
imperialismos, políticos ou religiosos,
pertencem a fases que esta o sendo
superadas. Os imperialismos espirituais
retardam a unificação, que se situa
justamente no campo das convicções e das
consciências e que não se pode obter com o
espírito de absolutismo e de domínio.
* * *
Qual é, pois, a religião de substância
em que poderão pacificar-se todas as
distinções humanas, encontrando-se em
seu denominador comum?

 

A religião de substância é somente uma. A
ela pertencem todos os honestos que
crêem sinceramente e vivem suas crenças,
sejam católicos, protestantes, espiritistas,
teosofistas, maçons, maometanos, budistas
etc..

 

Estão, ao contrário, fora da religião, todos
os falsos, os injustos, os que interiormente
não crêem (embora formalmente em seus
lugares), os que não vivem suas crenças,
sejam católicos, protestantes, espiritistas,
teosofistas, maçons, maometanos, budistas
etc. Estes se igualam no representar a
traição a idéia que professam.

 

Na "Mensagem de Natal" de 1931, diz Sua
Voz: “...não está longe o dia em que
somente uma será a divisão entre os
homens: justos e injustos.” Na Terra, em
todos os campos, existem sempre dois
tipos humanos: o evolvido e o involvido
Encontram-se em todas as filosofias,
governos, religiões, hierarquias e povos.

 

O involuido vive sempre no nível animal,
é animado pelo espírito de dominação e,
por isso, intransigente e agressivo; fecha-se
na forma, desprezando a substância; é
mais ligado a terra que ao céu. julga-se, em
todos os campos, sempre com a posse da
verdade e da parte de Deus, julgando
todos os outros como situados no erro e da
parte de Satanás. Tende a egocêntrica
monopolização da Divindade.
 

O evolvido tem características
opostas. Vivendo num nível mais alto, é
animado pelo espírito de fraternal
compreensão; tolera e auxilia; fala com o
exemplo, dando e não dominando; é mais
aderente à substância que à forma, mais
unido ao céu que à terra. Não julga nem
condena. Tende a anular seu eu em Deus e
no amor ao próximo. Não se faz paladino da
verdade para exigir virtude dos outros,
mas começa por praticá-la, ele mesmo:
ilumina, não impõe, pois respeita as
consciências. Não pretende ser o único que
tem Deus consigo. Não identifica com o mal
tudo que está fora de seu eu, do seu grupo
ou hierarquia nem o condena em defesa
própria. Não se faz representante de Deus
para dominar com sua personalidade, mas
reconhece em Deus o Pai de todos.

 

O homem está evolvendo e a religião dos
justos será a religião unitária que a todos
entrelaçará. O estado vigente até hoje
corresponde à fase caótica do mundo. Ele
caminha, porém, para a fase orgânica na
qual, em todos os campos, os relativos
pontos de vista se coordenará o numa
verdade universal.
 

A religião una será a substancial, a religião
do bem e dos bons, que se compreenderão,
por serem evolvidos. Para essa
compreensão os insolvidos ainda não estão
maduros, pois só podem crer que a salvação
depende apenas da filiação a esta ou aquela
forma da verdade, sem cuidar da
substância, que pode estar em todas as
formas. Tudo isso, porém, será fatalmente
superado.

 

É lei de evolução que o dualismo, em que se
dividiu nosso universo, gradativamente, em
todos os campos se vá reconstituindo em
sua originária unidade de que o espírito
caiu na cisão, na forma, na matéria. É fatal
lei de evolução que chegue finalmente à
Terra a tão esperada realização do Reino
de Deus.


terça-feira, 12 de outubro de 2021

HERANÇA NO ALÉM

 

Do Livro Retratos da Vida 

 -  Pelo Espírito Cornélio Pires

 -  psicografia de Chico Xavier                                                                      

 

4    HERANÇA NO ALÉM

Você deseja saber
Meu caro Joaquim Monforte,
Dentre os assuntos de herança,
O que há depois da morte.

Respondendo a sua carta
Cumpro apenas um dever;
Herança dá muita encrenca,
Você nem queira saber.

Decerto que há muita gente,
Caminhando ao nosso lado,
Que sabe usar com Jesus
Os bens de qualquer legado.
Entretanto, em muitos casos,
Nos passos de muitas vidas,
Heranças trazem problemas
Às pessoas mais queridas.

Amparo que você queira
Fazer, em verdade sã,
Auxilio, bênção, favor,
Não deixe para amanhã.

Nosso Téo deixou ao genro
A fazenda Carolina,
O moço inexperiente
Descambou na jogatina.

Tanta injúria de inventário
Recebeu Nhô Chico Bentes
Que se fez obsessor
De todos os seus parentes.

Nhá Nicota ajuntou casas
Em favor da própria filha;
Viu a filha envenenada
Numa questão de partilha.

Nhô Tino deixou aos filhos,
A fazenda da Tronqueira
E os rapazes sem trabalho
Caíram na bebedeira.

Calma legou à filha
Todas as lojas de um prédio:
A moça largou o estudo,
Depois matou-se de tédio.

Teotônio legou milhões
Para o bisneto Tadeu;
Ao vê-lo abusar de drogas
O coitado enloqueceu.

Nicão viu tantas loucuras
Na viúva Dona Criste,
Que deseja ir para o inferno,
Mas o inferno não existe.

Joaninha ao achar as filhas,
Em sombra, gozo e moleza,
Hoje pede vida nova
Afundada na pobreza.

Se você tem para dar
Não exija condição,
Dê trabalho e caridade,
Paz, amor e educação.

Bendita seja a pessoa
Que recebendo uma herança,
Sabe espalhar benefício,
Conforto, luz e esperança.
No entanto, muito legado
É mero apoio ilusório,
Há muito desencarnado
Que enlouqueceu no cartório.

terça-feira, 24 de agosto de 2021

FISIOLOGIA DA DESENCARNAÇÃO

 Nota: Encontrei este texto na internet. 

          É todo transcrição de um trabalho de algum irmão 

          que o postou, mas não consegui localizar no download 

          o nome do autor, a quem credito os méritos desta publicação.

 


A Fisiologia da Desencarnação


Na obra “Voltei” psicografada por Francisco C. Xavier, e de autoria espiritual de Irmão Jacó, temos a narrativa da experiência da desencarnação do próprio autor espiritual:

“As mãos do passista espiritual concentravam-se-me agora no cérebro.


Demoraram-se, quase duas horas, sobre os contornos da cabeça. Suave sensação de bem-estar voltou a dominar-me, quando experimentei abalo indescritível na parte superior do crânio. Semelhava-se a um choque elétrico, de vastas proporções, no íntimo da substância cerebral.


Aquelas mãos amorosas, por certo, haviam desfeito algum laço forte que me retinha no corpo de carne...”

(Voltei, cap. 2. P. 31. Ed. FEB.)


Do exposto, devemos considerar que o Centro Coronário é tido como o mais significativo, em razão de seu alto potencial de radiações, uma vez que nele assenta a ligação com a mente, sede da consciência.


Deve-se a isso, o fato de o desligamento do Espírito ao corpo concluir-se com o rompimento do “fio prateado” conectado no centro coronário (na região central do cérebro), justamente por encontrar-se aí o ponto de interação entre as forças determinantes do espírito e as forças fisiopsicossomáticas organizadas.



No livro “Obreiros da Vida Eterna”, o instrutor espiritual Jerônimo chama-nos a atenção para três regiões orgânicas fundamentais que demandam extremo cuidado nos serviços de liberação da alma:


Centro Vegetativo:


Ligado ao ventre, sede das manifestações fisiológicas. Plexo Solar/Gástrico. Produz o esticamento dos membros inferiores: esfriamento do corpo.


Centro Emocional:


Situado no tórax; zona dos sentimentos e desejos. Plexo Cardíaco. Produz desregularidade do coração, aflição, angústia, pulso fraco.



Centro Mental:


Situado no cérebro; o mais importante.


Centro Coronário/Epífise/ Fossa Romboidal. Desatamento do “fio prateado”.



Inutilização do tronco encefálico.


Cumpre observarmos que o desprendimento do perispírito, no entanto, não se dá subitamente, mas gradualmente, e com uma lentidão variável conforme o nível educacional ou de desenvolvimento moral do indivíduo. Em uns, é bastante rápido, podendo dizer-se que o momento da morte é mais ou menos o da libertação.


Em outros, cujas vidas enalteceram hábitos negativos, contra si e/ou contra a vida, o desprendimento é mais lento, devido à “força adesiva”, que, por afinidade, mantém unidos perispírito e corpo físico.



Percebemos, ainda, que nos casos de morte causada por doenças de longo período, a desagregação tem início prévio pelo fato e a doença ensejar o esgotamento gradual

das energias vitais do corpo.



O mesmo não ocorre nas mortes violentas, pois nenhuma desagregação pôde iniciar-se previamente considerando-se que a vida orgânica estava em plena exuberância quando foi subitamente aniquilada.


Em tais condições, o processo desencarnatório inicia com a morte e de forma gradativa, conforme nos observa o Codificador em comentário à questão 162 de “O Livro dos Espíritos”: “Em todos os casos de morte violenta, quando não resulta da extinção gradual das forças vitais, os laços que prendem o corpo ao perispírito são mais tenazes, e o desligamento completo é mais lento.”



Visões no leito da morte:


As chamadas “visões no leito da morte”


compreendem a percepção pelo moribundo, em certos casos, de espíritos familiares e amigos que se fazem presentes nesse relevante momento de regresso à vida espiritual.


Muitas vezes, por desconhecimento dessas questões, familiares e médicos interpretam essas manifestações como “alucinações” geradas por drogas ou oriunda da própria doença ou mesmo produzidas por tensão excessiva.



Mas nem toda percepção dessa natureza pode e deve ser enquadrada como “alucinação”. Limitar um acontecimento a ma “única explicação” não nos parece ser coerente ou “científico”.



O pesquisador italiano Ernesto Bozzano, realizou exaustiva pesquisa sobre os “fenômenos psíquicos no momento da morte” Em suas investigações, Bozzano também estudou os “casos nos quais as aparições dos mortos são percebidas unicamente pelo moribundo e se referem a pessoas cujo falecimento era por ele conhecido.”



Natural que sejamos assistidos nesse momento e percebamos – devido ao enfraquecimento da vitalidade física – a presença de nossos protetores e orientadores, bem como, familiares e amigos espirituais que nos vem receber de retorno à vida espiritual.


Consciência:


A desencarnação é sempre seguida de um período de perturbação ou torpor, de duração variável. Na transição da vida corporal para a espiritual, o estado de maior ou menor lucidez ou autonomia consciencial do desencarnante, estará sempre vinculado ao construído no espaço do seu mundo interior: seus valores alimentados durante a experiência existencial.


Maior perturbação sofre quem mais apegado estava à vida terrena.


Todavia, aquelas pessoas que nutriram ideais de beleza, caracterizados pela elevação dos sentimentos e o emprego nobilitante da inteligência, conquistaram para si mesmas possibilidades transcendentes de percepção, podendo contemplar conscientemente o seu próprio

desprendimento e até, em certos casos, auxiliar os benfeitores espirituais incumbidos de tão delicada tarefa.

Há casos que, principalmente quando a desencarnação se dá após enfermidade prolongada, o espírito, antes de “adormecer” a sua consciência, consegue observar seu corpo material inerte, comunicar-se com outros espíritos e/ou deslocar-se através do ambiente onde se encontra, percebendo o comportamento e a reação das pessoas à sua volta.



Nas pesquisas desenvolvidas pelo Dr. Raymond Moody Jr, registradas em seu famoso livro “Vida Depois da Vida”, baseado em fatos narrados por pessoas que vivenciaram a denominada experiência de “quase-morte”, mas voltaram depois à consciência física, encontramos inúmeros relatos de pessoas que ouviram seus médicos e/ou parentes declará-las mortas, algumas percebem ainda a movimentação na sala cirúrgica, o estado aflitivo dos parentes e amigos, mantendo certo nível de consciência sobre os acontecimentos.


A experiência do túnel:


Conforme os estudos do Dr. Raymond A. Moody Jr. há interessantes relatos de pessoas que, no processo da morte – no momento do “desligamento” – tiveram “a sensação de estar sendo muito rapidamente puxada através de uma espécie de espaço escuro” .



A pessoa parece atravessar um “túnel”, em grande velocidade, na direção de um ponto de luz As pesquisas, entretanto, não indicam que essa experiência seja regra geral.



Retrospectiva existencial:


Imagine-se revendo todos os fatos de sua existência como se estivessem passando em uma tela de cinema! Sim, esse é um dos fenômenos registrados por ocasião da desencarnação. Por ocasião do desligamento do corpo, o ser espiritual experimenta um processo de recapitulação

sistemática de sua existência.



Esse mecanismo oferece, ao desencarnante, um intenso processo de autoanálise, não somente mostrando-lhe os painéis de sua existência mas, também os efeitos de suas ações edificantes ou não.


Emergem, de forma panorâmica, farto material que nos desnuda diante da própria consciência.



O cintilar das emoções, nesse momento, é oportuno para uma avaliação pessoal de como estamos conduzindo a nossa vida.


Observe o seguinte relato:


“Vi-me diante de tudo o que eu havia sonhado, arquitetado e realizado na vida.


Insignificantes ideias que emitira, tanto quanto meus atos mínimos, desfilavam, absolutamente precisos, ante meus olhos aflitos como se me fossem revelados de roldão, por estranho poder, numa câmera ultrarrápida instalada dentro de mim.”


(Livro: Voltei. Francisco C. Xavier, pág. 31)


Por mais aflitivo que seja esse exame é necessário, porque pode ser o ponto de partida de resoluções salutares, caracterizando um clima de estímulo ao autoconhecimento. A recapitulação é um ato da memória, mas não um tipo normal de lembrança.

Primeiro, é extraordinariamente rápido e, quase sempre, descrita como uma exibição de imagens visuais, seguindo em ordem cronológica . Em alguns casos, em cores vibrantes. Segundo, os sentimento e emoções associados com as imagens são novamente experimentados, de forma

intensa. Do mais insignificante ao mais significativo. Mas a experiência da recapitulação pode-se limitar, em alguns casos, somente aos pontos mais essenciais ou principais da existência Essa retrospectiva motiva – interiormente

– uma pergunta: o que você fez na sua vida? Para o Dr. Moody, algumas pessoas caracterizam isso como um esforço educacional que parece acentuar a necessidade de “a amar outras pessoas e adquirir conhecimento.”



Percepções:


Quando os familiares não aceitam de forma equilibrada a perspectiva da separação e alimentam profunda inconformidade e desespero, que se prolonga no tempo, criam mentalmente uma espécie de “teia de retenção”, envolvendo o desencarnante. Esse quadro mental e afetivo tende a dificultar ou retardar o processo de liberação e/ou adaptação do desencarnante.



Não raras vezes, os orientadores espirituais lançam mão de alguns recursos para promover a chamada “melhora da morte”. Operando uma melhora artificial no paciente, sua família –aliviada – retoma um estado mental de confiança na vida. Aproveitando a “trégua” dos familiares, os espíritos responsáveis aceleram o processo desencarnatório.


Mesmo após a desencarnação, reações positivas, de aceitação do fato, de compreensão e de preces, partidas de familiares e amigos, atuaram para auxiliar o desprendimento e, desse modo, amenizar o estado de confusão que, normalmente, acompanha o desencarnante. As preces feitas com sentimentos ressoam em torno do espírito como as vozes amigas que nos fazem despertar de um sono .



O Despertar na vida espiritual:


É comum os espíritos recém desencarnados acordarem em hospitais, institutos ou casas de tratamento ou refazimento e readaptação.



Questiona Kardec: Que sensação experimenta a alma no momento em que reconhece estar no Mundo dos Espíritos?




- Depende. Se praticaste o mal, impelido pelo desejo de o praticar, no primeiro momento te sentirás envergonhado de o haveres praticado. Com a alma do justo as coisas se passam de modo bem diferente.


Ela se sente como que aliviada de grande peso, pois que não teme nenhum olhar perscrutador.


(O Livro dos Espíritos – questão 159)



O estado moral do ser humano é fruto de suas construções mentais, emocionais e volitivas no transcurso de seu histórico espiritual e, mais substancialmente, de sua existência atual, com influência decisiva para maior ou menor facilidade de sua desencarnação e despertar na espiritualidade.


Refletindo em si próprio, a lei de afinidade estabelece que, quanto mais espiritualizado for o indivíduo, mais rápido se processa a desencarnação e melhor o nível do grupo espiritual em que o espírito se classifica imediatamente após a morte.


Portanto, as construções interiores, que nos alimentam a jornada existencial, refletirão nosso estado feliz ou desditoso, harmonizado ou desequilibrado, após a libertação da indumentária orgânica.


Nesse sentido, o conhecimento espírita, oferta-nos uma cosmovisão de vida, esclarecendo, consolando, gerando estímulos e motivações, com base na fé racional, para instrumentalizar o processo de auto-educação consciencial do homem imortal, para vivências enobrecedoras, nas

quais valores e hábitos, pensamentos, sentimento e ações, tipifiquem a dinâmica do bem.



A grande alegria do ser, ao atravessar a cortina da morte, é a percepção de continuar e sentir-se vivo. André Luiz, anotou a afirmativa de um espírito amigo:


“Depois da morte física, o que há de mais surpreendente para nós é o reencontro da vida.” Que maravilha!


Nossa cultura Ocidental foi profundamente enrijecida pela “idéia do nada”, fruto de reflexões materialistas de pensadores e filósofos, ao longo de nossa história. Freud, por exemplo, considerava que diante do fim irremediável da vida, o homem havia – como fuga dessa realidade – criado o “imaginário da imortalidade”.


É bem verdade que a idéia da vida após a morte com céu (de ociosidade eterna), inferno (de sofrimento infinito) e juízo final, tal como asseveram as religiões tradicionais, ensejaram a descrença e o antagonismo de muitos pensadores.


Entretanto, criou-se uma “ditadura materialista” que não contribuiu em nada para desvelar um universo realmente rico de sabedoria, fruto, sim, de uma inteligência suprema e absolutamente sábia.


Jerri Almeida.

Referências Bibliográficas:

BOZZANO, Ernesto. A Crise da Morte, 7ª Ed. FEB.

KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. 34ª Ed. FEB.

O Livro dos Espíritos. 68ª Ed. FEB.

LUIZ, André. Evolução em Dois Mundos. 17ª Ed. FEB.

Obreiros de Vida Eterna. 17ª Ed. FEB.

Os Mensageiros. 28ª. Ed. FEB.

PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade. 12ª Ed. FEB.

PIRES, J. Herculano. Educação para a Morte. 3ª Ed. Correio Fraterno.

FRATERLUZ Fraternidade Espírita Luz do Cristianismo


DESCANSE EM PAZ

 

Leia juntamente com o capítulo III do Evangelho Segundo o Espiritismo


Evangelho de João =- capítulo 3

3:8 O espírito sopra onde quer, ouves a sua voz,

mas não sabes d onde vem nem para onde

vai; assim é todo aquele que foi gerado do

espírito.



Augusto dos Anjos, na psicografia de Chico Xavier, nos trouxe muitos ensinamentos, em versos, no livro Parnaso de Além Túmulo. Na minha humilde opinião, considero que este livro, reunindo mais de 50 poetas já desencarnados, veio apresentar ao mundo a MISSÃO da qual Chico Xavier estava incumbido. Algo assim como um cartão de apresentação. Foram muitas as tentativas para desacreditar este primeiro livro recebido por Chico Xavier, os estilos das poesias foram analisados um a um e considerados verdadeiros, dando uma prova irrefutável de que a verdadeira vida é única, que a consciência prossegue fora do corpo físico, o que nos leva a concluir que o cérebro é apenas funcional, uma ferramenta que a alma utiliza enquanto está ligada ao corpo físico por intermédio do cordão prateado, porque de outra forma como poderíamos explicar que um desencarnado que deixou o corpo há tempos e cujo cérebro já se desfez – porque ele se desfaz em menos de uma semana após a falência dos órgãos – poderia ter todo o conhecimento adquirido e guardar tantas lembranças ? E não é só, Chico Xavier e André Luiz simplesmente povoaram um lugar que acreditávamos que era um vazio, com as informações sobre as colônias espirituais. Já tínhamos sido informados que os Espíritos se agrupam, mas não tínhamos ideia de como era isso e vem André Luiz trazendo tantas informações no livro NOSSO LAR.


Mas não vamos esquecer das palavras que Jesus disse a um dos ladrões que também estavam sendo crucificados com Êle.

Leiamos o Evangelho de Lucas, no capítulo 23:

.

39 - Um dos malfeitores que estavam pendurados, blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? salva-te a ti mesmo e a nós também.

40 - Mas o outro, repreendendo-o, disse: Nem ao menos temes a Deus, estando debaixo da mesma condenação?

41- Nós certamente com justiça, porque recebemos o castigo que merecem os nossos atos; mas este nenhum mal fez.

42 - E disse: Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino.

43 - Ele lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso


Mas depois que desencarnamos não vamos ter direito a um descanso ?

É comum, quando nos referimos a alguém já desencarnado, completar com a frase:

DESCANSE EM PAZ.



Mas, agora já sabemos que não é bem assim.

Trago, então, estas questões do Livro dos Espíritos



A reencarnação.


166. Como pode a alma que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea acabar de depurar-se?


Sofrendo a prova de uma nova existência. ”


a) – Como realiza essa nova existência? Será pela sua transformação como Espírito?


Depurando-se, a alma indubitavelmente experimenta uma transformação, mas para isso necessária lhe é a prova da vida corporal.”


b) – A alma passa então por muitas existências corporais?


Sim, todos contamos muitas existências. Os que dizem o contrário pretendem manter-vos na ignorância em que eles próprios se encontram. Esse o desejo deles.”


c) – Parece resultar desse princípio que a alma, depois de haver deixado um corpo, toma outro, ou seja, reencarna em novo corpo. É assim que se deve entender?


Evidentemente.”


167. Qual o fim objetivado com a reencarnação?


Expiação, melhoria progressiva da humanidade. Sem isto, onde a justiça?”


168. É limitado o número das existências corporais, ou o Espírito reencarna perpetuamente?


A cada nova existência o Espírito dá um passo adiante na senda do progresso. Quando se ache despojado de todas as impurezas não tem mais necessidade das provas da vida corporal.”


169. É invariável o número das encarnações para todos os Espíritos?


Não; aquele que caminha depressa a muitas provas se forra. Todavia, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas, porquanto o progresso é quase infinito.


170. O que fica sendo o Espírito depois da sua última encarnação?


Espírito bem-aventurado; Espírito puro.”



Justiça da reencarnação.


171. Em que se funda o dogma da reencarnação?


Na justiça de Deus e na revelação, pois incessantemente repetimos: o bom pai deixa sempre aberta a seus filhos uma porta para o arrependimento. Não te diz a razão que seria injusto privar para sempre da felicidade eterna todos aqueles de quem não dependeu o melhorarem-se? Não são filhos de Deus todos os homens? Só entre os egoístas se encontram a iniquidade, o ódio implacável e os castigos sem remissão.”


Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova.


Não obraria Deus com equidade, nem de acordo com a sua bondade, se condenasse para sempre os que talvez hajam encontrado, oriundos do próprio meio onde foram colocados e alheios à vontade que os animava, obstáculos ao seu melhoramento. Se a sorte do homem se fixasse irrevogavelmente depois da morte, não seria uma única a balança em que Deus pesa as ações de todas as criaturas e não haveria imparcialidade no tratamento que a todas dispensa.


A doutrina da reencarnação, isto é, a que consiste em admitir para o Espírito muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à ideia que formamos da justiça de Deus para com os homens que se acham em condição moral inferior; a única que pode explicar o futuro e firmar as nossas esperanças, pois que nos oferece os meios de resgatarmos os nossos erros por novas provações. A razão no-la indica e os Espíritos a ensinam.


O homem que tem consciência da sua inferioridade haure consoladora esperança na doutrina da reencarnação. Se crê na justiça de Deus, não pode contar que venha a achar-se, para sempre, em pé de igualdade com os que mais fizeram do que ele. Sustém-no, porém, e lhe reanima a coragem a ideia de que aquela inferioridade não o deserda eternamente do supremo bem e que, mediante novos esforços, dado lhe será conquistá-lo. Quem é que, ao cabo da sua carreira, não deplora haver tão tarde ganhado uma experiência de que já não mais pode tirar proveito? Entretanto, essa experiência tardia não fica perdida; o Espírito a utilizará em nova existência.



Encarnação nos diferentes mundos.


172. As nossas diversas existências corporais se verificam todas na Terra?


Não; vivemo-las em diferentes mundos. As que aqui passamos não são as primeiras, nem as últimas; são, porém, das mais materiais e das mais distantes da perfeição.”


173. A cada nova existência corporal a alma passa de um mundo para outro, ou pode ter muitas no mesmo globo?


Pode viver muitas vezes no mesmo globo, se não se adiantou bastante para passar a um mundo superior.”


a) – Podemos então reaparecer muitas vezes na Terra?


Certamente.”


b) – Podemos voltar a este, depois de termos vivido em outros mundos?


Sem dúvida. É possível que já tenhais vivido algures e na Terra.”


174. Tornar a viver na Terra constitui uma necessidade?


Não; mas, se não progredistes, podereis ir para outro mundo que não valha mais do que a Terra e que talvez até seja pior do que ela.”


175. Haverá alguma vantagem em voltar-se a habitar a Terra?


Nenhuma vantagem particular, a menos que seja em missão, caso em que se progride aí como em qualquer outro lugar.”


a) – Não se seria mais feliz permanecendo na condição de Espírito?


Não, não; estacionar-se-ia e o que se quer é caminhar para Deus.”


176. Depois de haverem encarnado noutros mundos, podem os Espíritos encarnar neste, sem que jamais aqui tenham estado?


Sim, do mesmo modo que vós em outros. Todos os mundos são solidários: o que não se faz num faz-se noutro.”


a) – Assim, homens há que estão na Terra pela primeira vez?


Muitos, e em graus diversos de adiantamento.”


b) – Pode-se reconhecer, por um indício qualquer, que um Espírito está pela primeira vez na Terra?


Nenhuma utilidade teria isso.”


177. Para chegar à perfeição e à suprema felicidade, destino final de todos os homens, tem o Espírito que passar pela fieira de todos os mundos existentes no universo?


Não, porquanto muitos são os mundos correspondentes a cada grau da respectiva escala e o Espírito, saindo de um deles, nenhuma coisa nova aprenderia nos outros do mesmo grau.”


a) – Como se explica então a pluralidade de suas existências em um mesmo globo?


De cada vez poderá ocupar posição diferente das anteriores e nessas diversas posições se lhe deparam outras tantas ocasiões de adquirir experiência.”


178. Podem os Espíritos encarnar em um mundo relativamente inferior a outro onde já viveram?


Sim, quando em missão, com o objetivo de auxiliarem o progresso, caso em que aceitam alegres as tribulações de tal existência, por lhes proporcionar meio de se adiantarem.”


a) – Mas, não pode dar-se também por expiação? Não pode Deus enviar para mundos inferiores Espíritos rebeldes?


Os Espíritos podem conservar-se estacionários, mas não retrogradam. Em caso de estacionamento, a punição deles consiste em não avançarem, em recomeçarem, no meio conveniente à sua natureza, as existências mal empregadas.”


b) – Quais os que têm de recomeçar a mesma existência?


Os que faliram em suas missões ou em suas provas.”


179. Os seres que habitam cada mundo alcançaram todos o mesmo nível de perfeição?


Não; dá-se em cada um o que ocorre na Terra: uns Espíritos são mais adiantados do que outros.”


180. Passando deste planeta para outro, conserva o Espírito a inteligência que aqui tinha?


Sem dúvida; a inteligência não se perde. Pode, porém, acontecer que ele não disponha dos mesmos meios para manifestá-la, dependendo isto da sua superioridade e das condições do corpo que tomar.” (Veja-se: “Influência do organismo”, cap. VII, Parte 2ª.)


181. Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpos semelhantes aos nossos?


É fora de dúvida que têm corpos, porque o Espírito precisa estar revestido de matéria para atuar sobre a matéria. Esse envoltório, porém, é mais ou menos material, conforme o grau de pureza a que chegaram os Espíritos. É isso o que assinala a diferença entre os mundos que temos de percorrer, porquanto muitas moradas há na casa de nosso Pai, sendo, conseguintemente, de muitos graus essas moradas. Alguns o sabem e desse fato têm consciência na Terra; com outros, no entanto, o mesmo não se dá.”


182. É-nos possível conhecer exatamente o estado físico e moral dos diferentes mundos?


Nós, Espíritos, só podemos responder de acordo com o grau de adiantamento em que vos achais. Quer dizer que não devemos revelar estas coisas a todos, porque nem todos estão em estado de compreendê-las e semelhante revelação os perturbaria.”


À medida que o Espírito se purifica, o corpo que o reveste se aproxima igualmente da natureza espírita. Torna-se-lhe menos densa a matéria, deixa de rastejar penosamente pela superfície do solo, menos grosseiras se lhe fazem as necessidades físicas, não mais sendo preciso que os seres vivos se destruam mutuamente para se nutrirem. O Espírito se acha mais livre e tem, das coisas longínquas, percepções que desconhecemos. Vê com os olhos do corpo o que só pelo pensamento entrevemos.


Da purificação do Espírito decorre o aperfeiçoamento moral, para os seres que eles constituem, quando encarnados. As paixões animais se enfraquecem e o egoísmo cede lugar ao sentimento da fraternidade. Assim é que, nos mundos superiores ao nosso, se desconhecem as guerras, carecendo de objeto os ódios e as discórdias, porque ninguém pensa em causar dano ao seu semelhante. A intuição que seus habitantes têm do futuro, a segurança que uma consciência isenta de remorsos lhes dá, fazem que a morte nenhuma apreensão lhes cause. Encaram-na de frente, sem temor, como simples transformação.


A duração da vida, nos diferentes mundos, parece guardar proporção com o grau de superioridade física e moral de cada um, o que é perfeitamente racional. Quanto menos material o corpo, menos sujeito às vicissitudes que o desorganizam. Quanto mais puro o Espírito, menos paixões a miná-lo. É essa ainda uma graça da Providência, que desse modo abrevia os sofrimentos.


183. Indo de um mundo para outro, o Espírito passa por nova infância?


Em toda parte a infância é uma transição necessária, mas nem sempre é tão obtusa como no vosso mundo.”


184. Tem o Espírito a faculdade de escolher o mundo onde passe a habitar?


Nem sempre. Pode pedir que lhe seja permitido ir para este ou aquele e pode obtê-lo, se o merecer, porquanto a acessibilidade dos mundos, para os Espíritos, depende do grau da elevação destes.”


a) – Se o Espírito nada pedir, que é o que determina o mundo em que ele reencarnará?


O grau da sua elevação.”


185. O estado físico e moral dos seres vivos é perpetuamente o mesmo em cada mundo?


Não; os mundos também estão sujeitos à lei do progresso. Todos começaram, como o vosso, por um estado inferior, e a própria Terra sofrerá transformação semelhante. Tornar-se-á um paraíso, quando os homens se houverem tornado bons.”


É assim que as raças que hoje povoam a Terra desaparecerão um dia, substituídas por seres cada vez mais perfeitos. Novas raças transformadas sucederão às atuais, como estas sucederam a outras ainda mais grosseiras.


186. Haverá mundos onde o Espírito, deixando de revestir corpos materiais, só tenha por envoltório o perispírito?


Há, e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que para vós é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros.”


a) – Parece resultar daí que entre o estado correspondente às últimas encarnações e o de Espírito puro não há linha divisória perfeitamente demarcada; não?


Semelhante demarcação não existe. A diferença entre um e outro estado se vai apagando pouco a pouco e acaba por tornar-se imperceptível, tal qual se dá com a noite às primeiras claridades do alvorecer.”


187. A substância do perispírito é a mesma em todos os mundos?


Não; é mais ou menos etérea. Passando de um mundo a outro, o Espírito se reveste da matéria própria desse outro, operando-se essa mudança com a rapidez do relâmpago.”


188. Os Espíritos puros habitam mundos especiais, ou se acham no espaço universal, sem estarem mais ligados a um mundo do que a outros?


Habitam certos mundos, mas não lhes ficam presos, como os homens à Terra; podem, melhor do que os outros, estar em toda parte.” (1)


RECOMENDO A LEITURA DO LIVRO entitulado: MORADAS ESPIRITUAIS, na psicografia de VANIA ARANTES DAMO em conjunto com o espírito Joaninha Darque.

segunda-feira, 14 de junho de 2021

FALSOS CRISTOS E FALSOS PROFETAS

 


Em uma sessão de atendimento a desencarnados, no “Francisquinho” ¹, foi trazido um irmão para esclarecimentos.

A médium vidente nos relatou que ele se apresentava com uma parte do rosto dilacerada.

De conformidade com a informação da médium, perguntamos ao irmão porque ele se apresentava com aquela aparência e ele nos respondeu que tinha desencarnado em um duelo com outra pessoa e o ferimento que recebeu dilacerou seu rosto e que um outro desencarnado lhe dissera que ele teria que procurar a parte dilacerada para recompor seu rosto.

Perguntamos quanto tempo estava assim e ele nos informou que há alguns séculos.


Nosso trabalho foi esclarecer a esse irmão que quando desencarnamos temos apenas nossos pensamentos, que são poderosos e que a mente atua e modifica a plasticidade da aparência do corpo perispiritual. Há outros fatores também.


Aos poucos ele foi entendendo o processo e deu início às modificações necessárias, tendo sido encaminhado a um pronto socorro do plano extrafísico, para trabalhar seu refazimento mental.


Caros irmãos, no capítulo IV, V 1 da 1ª Epístola de São João:

“Meus bem-amados, não acrediteis em todos os Espíritos,

mas experimentai se os Espíritos são de Deus, porquanto,

vários falsos profetas se ergueram no mundo.”


O homem, quando encarnado, tem, além de outros corpos, o corpo físico, a alma e o corpo perispiritual (perispírito).


Há um elo que liga o corpo espiritual ao corpo físico e quando ocorre a falência do corpo físico, seja por qual motivo for,este elo se desfaz mas e a individualidade se liberta do corpo físico, se desprende e não há como refazer este elo, que é ligado na fase inicial da encarnação.


Então, quando desprendido, há um período em que o espírito passa por uma perturbação, cuja duração depende em muito de várias condições do trabalho realizado enquanto “vivo”. Se “morreu” com o coração inflado de maus fluidos, é evidente que terá que trabalhar isto, mas ele estará carregado de uma vibração que o posicionará em locais equivalentes àquela carga vibratória… dá-se o mesmo quando estiver com bons fluidos.


É muito importante para nós sempre estarmos carregando bons fluidos, porque o arrastamento magnético é mais ou menos como um tsunami, nada o detém e é rápido.


E por que motivo estou trazendo estas informações ?


Não se trata de confundir ou complicar.


No caso do irmão acima mencionado, ele não tinha conhecimento de informações do plano extrafísico e se encontrou ou com um irmão brincalhão ou ignorante do assunto, que agiu à maneira de um falso profeta. Nos itens 6 e 7 do capítulo XXI do Evangelho Segundo o Espiritismo, “Haverá Falsos Cristos e Falso Profetas”. Apenas para ilustrar, reproduzo este trecho:


7. Os fenômenos espíritas, longe de abonarem os falsos Cristos e os falsos profetas, como a algumas pessoas apraz dizer, golpe mortal desferem neles. Não peçais ao Espiritismo prodígios, nem Milagres, porquanto ele formalmente declara que os não opera.

Do mesmo modo que a Física, a Química, a Astronomia, a

Geologia revelaram as leis do inundo material, ele revela outras leis desconhecidas, as que regem as relações do mundo corpóreo com o mundo espiritual, leis que, tanto quanto aquelas outras da Ciência, são leis da Natureza. Facultando a explicação de certa ordem de fenômenos incompreendidos até o presente, ele destrói o que ainda restava do domínio do maravilhoso.

Quem, portanto, se sentisse tentado a lhe explorar em proveito próprio os fenômenos, fazendo-se passar por messias de Deus,não conseguiria abusar por muito tempo da credulidade alheia e seria logo desmascarado. Aliás, como já se tem dito, taisfenômenos, por si sós, nada provam: a missão se prova por efeitos morais, o que não é dado a qualquer um produzir. Esse um dos resultados do desenvolvimento da ciência espírita;

pesquisando a causa de certos fenômenos, de sobre muitos mistérios levanta ela o véu. Só os que preferem a obscuridade à luz, têm interesse em combatê-la; mas, a verdade é como o Sol:

dissipa os mais densos nevoeiros.

O Espiritismo revela outra categoria bem mais perigosa de falsos Cristos e de falsos profetas, que se encontram, não entre os homens, mas entre os desencarnados: a dos Espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos e pseudo-sábios, que passaram da Terra para a erraticidade e tomam nomes venerados para, sob a máscara de que se cobrem, facilitarem a aceitação das mais singulares e absurdas ideias. Antes que se

conhecessem as relações mediúnicas, eles atuavam de maneira menos ostensiva, pela inspiração, pela mediunidade inconsciente, audiente ou falante. É considerável o número dos que, em diversas épocas, mas, sobretudo, nestes últimos tempos, se hão apresentado como alguns dos antigos profetas, como o Cristo, como Maria, sua mãe, e até como Deus.

São João adverte contra eles os homens, dizendo:


Meus bem-amados, não acrediteis em todo Espírito; mas,

experimentai se os Espíritos são de Deus, porquanto muitos falsos profetas se tem levantado no mundo."


O Espiritismo nos faculta os meios de experimentá-los,

apontando os caracteres pelos quais se reconhecem os bons Espíritos, caracteres sempre morais, nunca materiais .

É a maneira de se distinguirem dos maus os bons

Espíritos que, principalmente, podem aplicar-se estas palavras de Jesus: “Pelo fruto é que se reconhece a qualidade da árvore;

uma árvore boa não pode produzir maus frutos, e uma árvore má não os pode produzir bons." Julgam-se os Espíritos pela qualidade de suas obras, como uma árvore pela qualidade dos seus frutos.”


Estamos postando esta experiência porque não sabemos o que enfrentaremos pela frente após desencarnar, além, evidentemente, de nossas próprias obras e da nossa realidade espiritual, mas não fiquemos desesperados, não imaginemos que estaremos sós, porque não estaremos, sempre há um irmão para nos auxiliar nos momentos difíceis – é assim também enquanto encarnados, por mais que não percebamos (sempre poderia ser pior)- e assim, mesmo que não sejamos profitentes da Doutrina Espírita ou do Espiritualismo, não nos custa ler sobre o assunto com atenção, porque isto não irá se perder e será necessário. Lembro aqui de uma passagem relatada pelo Espírito Silveira Sampaio em um dos seus trabalhos na psicografia de Zibia Gasparetto, onde ele conta que chegando em uma Colônia, um outro desencarnado veio cumprimentá-lo e agradecer mas ele não lembrava desse desencarnado que foi logo dizendo que tinha lido um dos seus livros como Repórter do outro mundo e que no desencarne seguiu os conselhos do Silveira Sampaio tendo se saído bem no pós desencarne. Agora não estou me recordando do nome do livro, porque lí vários deles e estou olhando para um de título “O Repórter do Outro Mundo”, o qual recomendo a leitura para dar um entendimento simples do que significa desencarnar em estado de boa vibração.


Finalizando... não tem um dito popular que é a ignorância que atravanca o progresso ?

Digo com certeza e sem medo de errar, que isto também se aplica às coisas espirituais.






¹ – Congregação Espírita Francisco de Paula – Riachuelo