domingo, 4 de janeiro de 2015

Sobre os natimortos no mundo extrafísico

      1. A VIDA ALÉM DO VÉU

É um livro editado pela Federação Espírita Brasileira. A autoria é do Rev. G. Vale Owen, vigário de Oxford, Lancashire, que passou a receber mensagens de sua mãe, já falecida.

Ele diz: (na página 33)"... Fez-se mister um quarto de século para que eu me convencesse - dez anos, de que a comunicação dos Espíritos era um fato, e quinze de que esse fato era verdadeiro e bom."

Vou escrever um trechinho do livro que faz referência aos natimortos: (pag. 133)
(...)
A primeira coisa que me surpreendeu foi a presença de crianças, porque pensava que fossem todas criadas em casas especiais, só a elas destinadas. A senhora que nos tinha recebido era a Mãe do lugar e as que a seguiam, algumas de suas auxiliares. Interroguei a uma delas a respeito destas crianças, que pareciam tão alegres e belas, e tão à vontade neste lugar grandioso. Ela explicou-me que eram os nascidos mortos, o que nunca respiraram a atmosfera terrena. Por este motivo possuiam caráter diferente dos que tinham nascido com vida, e mesmo dos que só viveram alguns minutos. Necessitavam cuidados de outra natureza e podiam muito mais depressa adquirir o conhecimento destas esferas.
Eram, pois, mandadas para asilos como este e
instruidas até terem progredido em mentalidade e estatura grifei , de sorte que pudessem começar o seu novo curso de instrução. Fortes, então, na pureza e saber divinos, ficavam a cargo dos mestres que se acham em contacto com a própria Terra, e que lhes ensinavam o que elas antes não tinham podido aprender.
Isto era para mim muito interessante e, pouco depois, principiei a compreender o motivo de me haverem enviado, para aí, era exatamente para que fôsse despertado em mim, por esse conhecimento, o desejo de ver o meu filho que tinha vindo para este lugar e de quem eu não tinha esperanças de que me chamasse mãe.

Ó que doce emoção se apoderou de mim quando eu vim a saber disso! Não me demorarei em descrever o que senti, porém confesso que, durante algum tempo

lágrimas de indescritível alegria brotaram de meus olhos, por mais esta graça adicionada às muitas que me têm sido concedidas.

Sentei-me na grama, sob uma árvore; escondi o rosto entre as mãos e curvei a cabeça nos joelhos e assim me conservei, imóvel, devido ao estranho êxtase que fez vibrar todo o meu ser, abalando-o inteiramente.

A minha generosa amiga não me dirigiu a palavra, mas sentou-se a meu lado, enlaçou-me os ombros com os braços e deixou-me soluçar de contentamento.

Quando fiquei mais calma, muito docemente me disse ela:
- Querida, também sou mãe; e mãe de um filho como o que tendes aqui. Por isso eu sei o que se passa em vosso coração neste momento, porquanto já experimentei também uma alegria como a vossa.
Levantei então os olhos para o seu rosto e ela compreendeu a pergunta que não ousava dirigir-lhe; tomando-me pela mão, fez-me levantar, e com um braço em torno do meu ombro, guiou-me em direção a um bosque, onde vimos que algumas crianças brincavam. seus risos e gritos alegres vinham por entre as árvores; eu estava desfalecida pela grande alegria que experimentava e que enchia todo o meu ser. Como suportaria eu o júbilo ainda maior que estava por vir?

Querido, isto não foi há muito tempo; ainda é tão recente que acho dificuldade em descrevê-lo com a clareza que desejava.

Deve V. desculpar-me se lhe pareço muito prolixa ou incoerente nas minhas palavras. Eu não conhecia essa verdade, e logo que me foi repentinamente revelada e que pude apreender-lhe a significação, para mim tremenda... - bem, devo deixar-lhe o encargo de a entender.

Basta dizer que, naquele bosque, achei o que não julgava possuir; há nesta terra mais liberalidade em se dar um presente do que calma em recebê-lo.
destaque meu .
Devo acrescentar, antes de concluir, o que já devia ter dito. Mas fui afastada do assunto, a despeito de mim mesma, pela lembrança dessa doce hora.

É isto: Quando as crianças vêm para aqui, aprendem em primeiro lugar o que se relaciona com esta vida.


Depois vão adquirindo a experiência que lhes faltou na Terra. Quanto amor é a facilidade em aprender as coisas da vida terrestre, mais depressa serão enviadas a completar a aprendizagem. Aqueles que nasceram mortos não possuem nenhuma experiência da vida da Terra. Por serem filhos da Terra, não obstante, têm de voltar para adquiri-la; nunca, porém antes de o poderem fazer com segurança, e, mesmo assim, sob uma direção adequada, até ficarem aptos a agir por si.

A sua volta às vizinhanças da esfera terrestre é, por conseguinte, mais demorada, e alguém que tenha vivido uma vida longa e trabalhosa na Terra, tem menos que aprender a respeito da vida terrestre, quando para aqui vem, e assim pode passar a outros e mais altos estudos.

Por certo que esta é a regra geral e, na sua aplicação aos indivíduos, toma-se em conta o caráter pessoal de cada um, e a regra será modificada, ou adotada de acordo com o que cada caso especial precisa ou merece.

Mas tudo correrá bem para quantos vivem e amam; e os que melhor amam vivem uma vida mais espiritual. Isto lhes parecerá literatura, mas não importa, porque essa é a verdade.
Deus o abençoe, querido! Boa noite!


Como vimos na descrição acima, a mãe do Reverendo foi conduzida àquele lugar para conhecer o filho natimorto. Nem mesmo desencarnada imaginava que isto seria possível.

Assim, queridas mães e pais que estão na mesma situação de experiência, não desanimem e tenham fé e esperança na Providência Divina, pois Deus não separa aqueles que se amam. E, como se viu, já se sabe que precisamos orar por eles para que sejam iluminados e consigam o aprendizado necessário.