domingo, 28 de novembro de 2021

GARIMPEIROS DA NOITE

Trechos selecionados da mensagem n.° *9* do livro *365+1 Crônicas Psicografadas*, de Arnaldo Romanus / José de Arimatéia, escrita em 03/06/2017
 
*GARIMPEIROS DA NOITE*
Você já se imaginou como seria ser extremamente pobre, sem emprego e sem estudo, escorraçado da sociedade, vivendo nas ruas e dormindo sob marquises ou pontes ou em praças públicas? Quem nunca passou por essa situação não possui a menor condição de julgar como isso é doloroso.
E o que dizer dos nossos irmãos, sejam homens, mulheres, idosos ou crianças, que não apenas vivem nessa condição, mas que ainda são obrigados a ganharem seu sustento dando uma de GARIMPEIROS DA NOITE, ou seja, vasculhando o lixo encontrado nas calçadas, à cata de material reciclável para vendê-lo assim que raiar o dia e, com isso, poderem comprar algo para mitigar a sua fome?
 
E, indo mais além, quantos desses irmãos inclusive catam restos de comida para si próprios e para suas famílias nos tambores de lixo imundos... Nunca viram isso? Pois abram seus olhos para essa realidade indigna de um ser humano, pois ela existe mesmo.
O que custa a cada pessoa que possua residência, própria ou não, já separar todo e qualquer material reciclável? Cadê o lado cristão desses seres "humanos" tão insensíveis para com o sofrimento do próximo?
Por que todos os restaurantes, bares e lanchonetes não deixam separadas ao menos as latas de bebidas, para facilitar a vida dos GARIMPEIROS DA NOITE?
 
E os feirantes, por que tantos deles jogam no lixo frutas, legumes e verduras que estejam apenas parcialmente estragados? Por que não doam esses alimentos a quem não tem o que comer? Cadê a caridade de que tanto se fala, mas que tão pouco se pratica?
Uma coisa é fato: qualquer ser humano poderia estar na condição desumana dos GARIMPEIROS DA NOITE, bastaria apenas que não tivesse conquistado um emprego ou que não tivesse pais ou outros familiares que pudessem sustentá-lo.
 
Se vocês julgam que o simples ato de separar o lixo reciclável não é reconhecido pelos GARIMPEIROS DA NOITE, não se preocupem, porque a sua boa ação certamente é muito bem observada por Deus Pai, por Jesus Cristo, por Maria Santíssima e por toda a elevada Espiritualidade celestial, para quem a sua ação é de valor inestimável.
 
Fiquem na paz de nosso Senhor Jesus Cristo.
(José de Arimatéia)

 

domingo, 7 de novembro de 2021

A VERDADEIRA RELIGIÃO

Texto do livro 

FRAGMENTOS DE PENSAMENTO E DE PAIXÃO

Por Pietro Ubaldi

Ler também questão 798 do Livro dos Espíritos.


A VERDADEIRA RELIGIÃO
(1952)
Encontrei-me, viajando pelo mundo, em
todos os ambientes
 

Achei-me entre católicos e os observei.
Muitos deles eram sinceros e convictos e
viviam aplicando, realmente, os princípios
de sua religião. Sua verdadeira fé me
encheu de admiração. Outros deles, porem,
embora verbalmente se confessassem e
nas práticas religiosas se manifestassem
perfeitamente ortodoxos, não viviam
inteiramente seus princípios,
demonstrando com fatos que, em
realidade, neles não acreditavam de modo
absoluto. Isso me encheu de tristeza.
 

Achei-me, depois, entre os protestantes e
os observei. Muitos deles eram sinceros e
convictos e viviam aplicando, realmente, os
princípios de sua religião. Sua verdadeira
fé me encheu de admiração Outros deles,
porém, embora verbalmente se
confessassem e nas práticas religiosas se
manifestassem perfeitamente ortodoxos,
não viviam inteiramente seus princípios,
demonstrando com fatos que, em
realidade, neles não acreditavam de modo
absoluto. Isso me encheu de tristeza.
 

Achei-me, também, entre os espiritistas e
os observei. Muitos deles eram sinceros e
convictos e viviam aplicando, realmente, os
princípios de sua doutrina. Sua verdadeira
fé me encheu de admiração. Outros deles,
porém, embora verbalmente se
confessassem e nas práticas formais se
manifestassem aderentes à sua doutrina,
não viviam inteiramente seus princípios,
demonstrando com fatos que, em
realidade, neles não acreditavam de modo
absoluto. Isso me encheu de tristeza.
Achei-me, depois, entre os teosofistas, os
maçons, es maometanos, os budistas etc. e
observei o mesmo fenômeno.
 

Encontrei-me até entre ateus,
materialistas convictos. Não obstante,
entre eles encontrei os que procuravam
viver segundo superiores princípios de
retidão. Senti respeito por eles. Qualquer
convicção vivida com retida o merece
respeito. O que me encheu de tristeza foi
ver o ateu, materialista animalescamente
involvido, somente animado de instintos
egoístas para prejudicar o próximo.
* * *
 

Observando-os todos, perguntei a mim
mesmo, então: a divisão real, verdadeira,
entre os homens, é a de uma religião,
doutrina ou crença, ou é, antes, entre o
homem sincero e honesto e o homem falso
e desonesto, que se encontram no seio de
todas as religiões, doutrinas e crenças?
Embora as várias divisões humanas, em
cada uma delas sempre encontrei esta
outra divisa o universal de bons e maus.
Perguntemos a nós mesmos, então: não
será esta a verdadeira distinção, muito
mais real que a outra em que tanto se
insiste? Pertencer ao primeiro tipo de
homem, antes que ao segundo, não será
muito mais importante e decisivo do que
pertencer a um determinado agrupamento
religioso? Que importa pertencer a esta ou
aquela religião, quando não se e sincero
nem honesto? Não é o fundamental em
qualquer campo? E não é, então, esta a
mais importante entre todas as divisões
humanas, muito mais do que a atualmente
aceita? Não será essa a divisão que Deus
mais assinala, de preferência a outra, que
se refere, mais que a bondade do homem,
aos interesses humanos que em torno dela
se agrupam?
 

Qual é o fato mais decisivo para a
edificação do homem (isso constitui o
objetivo de todas as crenças) — os
pormenores dogmáticos e doutrinários, a
ortodoxia da letra ou o haver
compreendido o simplicíssimo princípio do
bem e do mal, princípio universal, existente
em todas as religiões, inscrito no espírito
humano e, sobretudo, viver esse princípio?
A verdadeira distinção, nesse caso, não é a
atualmente vigorante em nosso mundo
católicos, protestantes, espiritistas,
teosofistas, maçons, maometanos, budistas
etc. — mas, sim, o justo e o injusto. Esta é
a distinção substancial, a que tem valor
diante de Deus, muito mais importante que
a outra, que pode ser apenas formal. Na
segunda se pode mentir e ela, então, é
fictícia; nunca na primeira, que é real.
Por que, então, tantas lutas religiosas e
doutrinárias? Não têm elas outro valor
senão o de defender o patrimônio
conceptual do grupo e os interesses que
dele dependem. Por que, então, não reduzir
todas as crenças a esse seu denominador
comum, que é a sua substância, em que
todas se encontram, além de todas as
divisões? E por que não achar nessa
substância a ponte que as une todas numa
característica comum, em lugar de
procurar em especulações sutis que pode
dividi-las? Por que não parar e insistir no
que importa acima de tudo; a bondade e a
evolução do homem?

 

Tudo isso é importantíssimo para a fusão
das almas no caminho da unificação, que é o
futuro do mundo em todos os campos. Daí
nasceria um grande respeito recíproco,
uma nova possibilidade de compreensão, um
superior espírito de fraternidade. O cioso
amor à ortodoxia, justificável em outros
tempos, excitado até o ponto de preferir a
letra ao espírito, pode significar uma
satânica falsificação da fé na psicologia
farisaica, enfermidade de todos os tempos
e de todas as religiões. 

Pode, então, acontecer que se faça

da religião o que sempre se tem feito

do amor a pátria que, embora santo em

si, se transforma em agressividade e 

guerras contra outras pátrias. 

 

Ora, como esse tipo de amor
nacional está hoje em vias de
desaparecimento, superado pela vida que
caminha para a unificação social, do mesmo
modo a vida superará o espírito de
absolutismo e intransigência, pois ela se
dirige para a unificação religiosa.
 

É necessário, assim, abandonar o espírito
separatista de domínio, em nome de
absolutismos, numa verdade que na Terra,
para o homem, não pode deixar de ser
relativa e progressiva, isto é, em função de
sua capacidade evolutiva.
 

A vida hoje caminha para a colaboração por
compreensão em todos os campos e os
imperialismos, políticos ou religiosos,
pertencem a fases que esta o sendo
superadas. Os imperialismos espirituais
retardam a unificação, que se situa
justamente no campo das convicções e das
consciências e que não se pode obter com o
espírito de absolutismo e de domínio.
* * *
Qual é, pois, a religião de substância
em que poderão pacificar-se todas as
distinções humanas, encontrando-se em
seu denominador comum?

 

A religião de substância é somente uma. A
ela pertencem todos os honestos que
crêem sinceramente e vivem suas crenças,
sejam católicos, protestantes, espiritistas,
teosofistas, maçons, maometanos, budistas
etc..

 

Estão, ao contrário, fora da religião, todos
os falsos, os injustos, os que interiormente
não crêem (embora formalmente em seus
lugares), os que não vivem suas crenças,
sejam católicos, protestantes, espiritistas,
teosofistas, maçons, maometanos, budistas
etc. Estes se igualam no representar a
traição a idéia que professam.

 

Na "Mensagem de Natal" de 1931, diz Sua
Voz: “...não está longe o dia em que
somente uma será a divisão entre os
homens: justos e injustos.” Na Terra, em
todos os campos, existem sempre dois
tipos humanos: o evolvido e o involvido
Encontram-se em todas as filosofias,
governos, religiões, hierarquias e povos.

 

O involuido vive sempre no nível animal,
é animado pelo espírito de dominação e,
por isso, intransigente e agressivo; fecha-se
na forma, desprezando a substância; é
mais ligado a terra que ao céu. julga-se, em
todos os campos, sempre com a posse da
verdade e da parte de Deus, julgando
todos os outros como situados no erro e da
parte de Satanás. Tende a egocêntrica
monopolização da Divindade.
 

O evolvido tem características
opostas. Vivendo num nível mais alto, é
animado pelo espírito de fraternal
compreensão; tolera e auxilia; fala com o
exemplo, dando e não dominando; é mais
aderente à substância que à forma, mais
unido ao céu que à terra. Não julga nem
condena. Tende a anular seu eu em Deus e
no amor ao próximo. Não se faz paladino da
verdade para exigir virtude dos outros,
mas começa por praticá-la, ele mesmo:
ilumina, não impõe, pois respeita as
consciências. Não pretende ser o único que
tem Deus consigo. Não identifica com o mal
tudo que está fora de seu eu, do seu grupo
ou hierarquia nem o condena em defesa
própria. Não se faz representante de Deus
para dominar com sua personalidade, mas
reconhece em Deus o Pai de todos.

 

O homem está evolvendo e a religião dos
justos será a religião unitária que a todos
entrelaçará. O estado vigente até hoje
corresponde à fase caótica do mundo. Ele
caminha, porém, para a fase orgânica na
qual, em todos os campos, os relativos
pontos de vista se coordenará o numa
verdade universal.
 

A religião una será a substancial, a religião
do bem e dos bons, que se compreenderão,
por serem evolvidos. Para essa
compreensão os insolvidos ainda não estão
maduros, pois só podem crer que a salvação
depende apenas da filiação a esta ou aquela
forma da verdade, sem cuidar da
substância, que pode estar em todas as
formas. Tudo isso, porém, será fatalmente
superado.

 

É lei de evolução que o dualismo, em que se
dividiu nosso universo, gradativamente, em
todos os campos se vá reconstituindo em
sua originária unidade de que o espírito
caiu na cisão, na forma, na matéria. É fatal
lei de evolução que chegue finalmente à
Terra a tão esperada realização do Reino
de Deus.