sábado, 27 de fevereiro de 2016

Mensagem de Emmanuel sobre a Grande Sintese



Emmanuel, na pena de Chico Xavier,
 
A GRANDE SÍNTESE - MENSAGEM DE EMMANUEL

Quando todos os valores da civilização do Ocidente
desfalecem numa decadência dolorosa, é justo que
saudemos uma luz como esta, que se desprende da
grande voz silenciosa de A Grande Síntese.

Na mesma Itália, que vulgarizou o sacerdócio romano,
eliminando as mais belas florações do sentimento
cristão no mundo, em virtude do mecanismo convencional
da igreja católica, aparelhos existem da grande verdade,
restaurando o messianismo, no caminho sublime das
revelações grandiosas da fé.

A palavra do Cristo projeta nesta hora as suas
irradiações enérgicas e suaves, movimentando todo
um exército poderoso de mensageiros seus, dentro
da oficina da evolução universal. O momento é 
psicológico. As nossas afirmativas abstraem do 
tempo e do espaço, em contraposição às vossas 
inquietudes; mas, o século que passa deve assinalar-se
por maravilhosas renovações da vida terrestre.

As contribuições exigidas serão bem pesadas. 
Todavia, uma alvorada radiosa sucederá às
angústias deste crepúsculo. 

Aqui fala á Sua Voz divina e doce, austera e compassiva.
No aparelhamento destas teses, que muitas vezes
transcendem o idealismo contemporâneo, há o reflexo 
soberano da sua magnanimidade, da sua misericórdia
e da sua sabedoria. Todos os departamentos da atividade
humana são lembrados na sua exposição de inconcebível maravilha!

É que, sendo de origem humana a razão, a intuição é 
de origem divina, preludiando todas as realizações da 
Humanidade. A grande lição desta obra é que o Senhor
não despreza o vosso racionalismo científico, não 
obstante a roupagem enganadora do seu negativismo 
impenitente.

Na sua misericordiosa sabedoria, Ele aproveita todos
os vossos esforços, ainda os mais inferiores e misérrimos. 
Toma-vos de encontro ao seu coração augusto e compassivo,
unge-vos com o Seu amor sem limites, renovando os Seus
ensinamentos do Mar da Galiléia.

Vede, pois, que todos os vossos progressos e todos os
vossos surtos evolutivos estão previstos no Evangelho.
Todas as vossas ciências e valores, no quadro das
civilizações passadas e no mecanismo das que hão de 
vir, estão consubstanciados na sua palavra divina e redentora.

A Grande Síntese é o Evangelho da Ciência, renovando 
todas as capacidades da religião e da filosofia,
reunindo-as à revelação espiritual e restaurando o
messianismo do Cristo, em todos os institutos da 
evolução terrestre.

Curvemo-nos diante da misericórdia do Mestre e agradeçamos 
de coração genuflexo a sua bondade. Acerquemo-nos deste
altar da esperança e da sabedoria, onde a ciência e a 
fé se irmanam para Deus.

E, enquanto o mundo velho se prepara para as grandes
provações coletivas, meditemos no campo infinito das
revelações da Providência Divina, colocando acima de
todas as preocupações transitórias, as glórias sublimes
e imperecíveis do Espírito imortal.

Pedro Leopoldo, Outubro de 1938

(Mensagem recebida por Francisco Cândido Xavier).

Fisiologia da desencarnação



E encontrei aqui no meu pc este trabalho sobre a fisiologia da desencarnação. A autoria não  está bem clara, mas abaixo estão mencionadas as fontes e o nome de uma instituição.



A Fisiologia da Desencarnação 


Na obra “Voltei” psicografada por Francisco C. Xavier, e de autoria espiritual  de Irmão Jacó, temos a narrativa da 
experiência da desencarnação do próprio autor espiritual: 


“As mãos do passista espiritual concentravam-se-me agora no cérebro. 

Demoraram-se, quase duas horas, sobre os contornos da cabeça. Suave sensação de bem-estar voltou a dominar-me, quando experimentei abalo indescritível na parte superior do crânio. Semelhava-se a um choque elétrico, de vastas proporções, no íntimo da substância cerebral.

 Aquelas mãos amorosas, por certo, haviam desfeito algum laço forte que me retinha no corpo de carne...”
 (Voltei, cap. 2. P. 31. Ed. FEB.) 

Do exposto, devemos considerar que o Centro Coronário é tido como o mais significativo, em razão de seu alto 
potencial de radiações, uma vez que nele assenta a ligação com a mente, sede da consciência. 


Deve-se a isso, o fato de o desligamento do Espírito ao corpo concluir-se com o rompimento do “fio prateado” conectado no centro coronário (na região central do 
cérebro), justamente por encontrar-se aí o ponto de interação entre as forças determinantes do espírito e as forças fisiopsicossomáticas organizadas. 


No livro “Obreiros da Vida Eterna”, o instrutor espiritual Jerônimo chama-nos a atenção para três regiões orgânicas 
fundamentais que demandam extremo cuidado nos serviços de liberação da alma: 


Centro Vegetativo

Ligado ao ventre, sede das manifestações fisiológicas. Plexo Solar/Gástrico. Produz o esticamento dos membros inferiores: esfriamento do corpo. 



Centro Emocional: 

Situado no tórax; zona dos sentimentos e desejos. Plexo Cardíaco. Produz desregularidade do coração, aflição, 
angústia, pulso fraco.



Centro Mental

Situado no cérebro; o mais importante. 

Centro Coronário/Epífise/ Fossa Romboidal. Desatamento do “fio prateado”. 


Inutilização do tronco encefálico. 

Cumpre observarmos que o desprendimento do perispírito, no entanto, não se dá subitamente, mas gradualmente, 
e com uma lentidão variável conforme o nível educacional ou de desenvolvimento moral do indivíduo. Em uns, é bastante 
rápido, podendo dizer-se que o momento da morte é mais ou menos o da libertação. 

Em outros, cujas vidas enalteceram hábitos negativos, contra si e/ou contra a vida, o desprendimento é mais lento, 
devido à    “força adesiva”,    que, por afinidade, mantém unidos perispírito e corpo físico. 


Percebemos, ainda, que nos casos de morte causada por     doenças de longo período,   a desagregação tem início prévio pelo fato e a doença ensejar o esgotamento gradual 
das energias vitais do corpo. 


O mesmo não ocorre nas     mortes violentas, pois nenhuma desagregação pôde iniciar-se previamente considerando-se que a vida orgânica estava em plena exuberância 
quando foi subitamente aniquilada. 


Em tais condições,   o processo desencarnatório    inicia com a morte e de forma gradativa, conforme nos observa o 
Codificador em comentário à questão 162 de    “O Livro dos Espíritos”:   “Em todos os casos de morte violenta, quando não resulta da extinção gradual das forças vitais, os laços que prendem o corpo ao perispírito são mais tenazes, e o 
desligamento completo é mais lento.” 


Visões no leito da morte

As chamadas    “visões no leito da morte” 

compreendem a percepção pelo moribundo, em certos casos, de espíritos familiares e amigos que se fazem presentes nesse relevante momento de regresso à vida espiritual. 

Muitas vezes, por desconhecimento dessas questões, familiares e médicos interpretam essas manifestações como 
“alucinações” geradas por drogas ou oriunda da própria doença ou mesmo produzidas por tensão excessiva. 


Mas nem toda percepção dessa natureza pode e deve ser enquadrada como “alucinação”. Limitar um acontecimento a 
ma “única explicação” não nos parece ser coerente ou “científico”. 


O pesquisador italiano Ernesto Bozzano, realizou exaustiva pesquisa sobre os fenômenos psíquicos no momento da 
morte”    Em suas investigações, Bozzano também estudou os “casos nos quais as aparições dos mortos são percebidas unicamente pelo moribundo e se referem a 
pessoas cujo falecimento era por ele conhecido.” 


Natural que sejamos assistidos nesse momento e percebamos – devido ao enfraquecimento da vitalidade física – a presença de nossos protetores e orientadores, bem como, familiares e amigos espirituais que nos vem receber de retorno à vida espiritual. 



Consciência: 

A desencarnação é sempre seguida de um período de perturbação ou torpor, de duração variável. Na transição da vida corporal para a espiritual, o estado de maior ou menor lucidez ou autonomia consciencial do desencarnante, estará 
sempre vinculado ao construído no espaço do seu mundo interior: seus valores alimentados durante a experiência 
existencial.

Maior perturbação    sofre quem mais apegado estava à vida terrena.   

Todavia, aquelas pessoas que nutriram ideais de  beleza, caracterizados pela elevação dos sentimentos e o emprego 
nobilitante da inteligência, conquistaram para si mesmas possibilidades transcendentes de  percepção, podendo contemplar conscientemente o seu próprio 
desprendimento e até, em certos casos, auxiliar os benfeitores espirituais incumbidos de tão delicada tarefa. 
Há casos que, principalmente quando a desencarnação se dá após enfermidade prolongada, o espírito, antes de 
“adormecer” a sua consciência, consegue observar seu corpo material inerte, comunicar-se com outros espíritos e/ou deslocar-se através do ambiente onde se encontra, percebendo o comportamento e a reação das pessoas à sua volta. 


Nas pesquisas desenvolvidas pelo Dr. Raymond
 Moody Jr, registradas em seu famoso livro     “Vida Depois da Vida”, baseado em fatos narrados por pessoas 
que vivenciaram a denominada experiência de “quase-morte”, mas voltaram depois à consciência física, encontramos inúmeros relatos de pessoas que ouviram seus médicos e/ou parentes declará-las mortas, algumas percebem ainda a movimentação na sala cirúrgica, o estado aflitivo dos parentes e amigos, mantendo certo nível de consciência sobre os acontecimentos. 

A experiência do túnel: 

Conforme os estudos do Dr. Raymond A. Moody Jr. há interessantes relatos de pessoas que, no processo da morte – no momento do     “desligamento”  –    tiveram “a 
sensação de estar sendo muito rapidamente puxada através de uma espécie de espaço escuro” . 


A pessoa parece atravessar um “túnel”, em grande velocidade, na direção de um ponto de luz As pesquisas, entretanto, não indicam que essa experiência seja regra 
geral. 


Retrospectiva existencial

Imagine-se revendo todos os fatos de sua existência como se estivessem passando em uma tela de cinema! Sim, esse é um dos fenômenos registrados por ocasião da 
desencarnação. Por ocasião do desligamento do corpo, o ser espiritual experimenta um processo de recapitulação 
sistemática de sua existência. 


Esse mecanismo oferece, ao desencarnante, um intenso processo de autoanálise, não somente mostrando-lhe os 
painéis de sua existência mas, também os efeitos de suas ações edificantes ou não. 


Emergem, de forma panorâmica, farto material que nos desnuda diante da própria consciência. 


O cintilar das emoções, nesse momento, é oportuno para uma avaliação pessoal de como estamos conduzindo a nossa vida. 

Observe o seguinte relato: 


“Vi-me diante de tudo o que eu havia sonhado, arquitetado e realizado na vida. 

Insignificantes ideias que emitira, tanto quanto meus atos mínimos, desfilavam, absolutamente precisos, ante meus olhos aflitos como se me fossem revelados de roldão, por estranho poder, numa câmera ultrarrápida instalada dentro de mim.” 

(Livro: Voltei. Francisco C. Xavier, pág. 31) 



Por mais aflitivo que seja esse exame é necessário, porque pode ser o ponto de partida de resoluções salutares, 

caracterizando um clima de estímulo ao autoconhecimento. A recapitulação é um ato da memória, mas não um tipo normal de lembrança. 


Primeiro, é extraordinariamente rápido e, quase sempre, descrita como uma exibição de imagens visuais, seguindo em ordem cronológica . Em alguns casos, em cores 

vibrantes. Segundo, os sentimento e emoções associados com as imagens são novamente experimentados, de forma 
intensa. Do mais insignificante ao mais significativo. Mas a experiência da recapitulação pode-se limitar, em alguns 
casos, somente aos pontos mais essenciais ou principais da existência Essa retrospectiva motiva – interiormente 
– uma pergunta: o que você fez na sua vida? Para o Dr. Moody, algumas pessoas caracterizam isso como um esforço educacional que parece acentuar a necessidade de “a amar outras pessoas e adquirir conhecimento.” 


Percepções: 



Quando os familiares não aceitam de forma equilibrada a perspectiva da separação e alimentam profunda inconformidade e desespero, que se prolonga no tempo, criam mentalmente uma espécie de    “teia de retenção”,    envolvendo o desencarnante. Esse quadro mental e afetivo tende a dificultar ou retardar o processo de liberação e/ou adaptação do desencarnante. 


Não raras vezes, os orientadores espirituais lançam mão de alguns recursos para promover a chamada “melhora da 
morte”. Operando uma melhora artificial no paciente, sua família –aliviada – retoma um estado mental de confiança na vida.  Aproveitando a “trégua” dos familiares, os espíritos responsáveis aceleram o processo desencarnatório. 


Mesmo após a desencarnação, reações positivas, de aceitação do fato, de compreensão e de preces, partidas de 
familiares e amigos, atuaram para auxiliar o desprendimento e, desse modo, amenizar o estado de confusão que, normalmente, acompanha o desencarnante. As preces 
feitas com sentimentos ressoam em torno do espírito como as vozes amigas que nos fazem despertar de um sono . 


O Despertar na vida espiritual: 

É comum os espíritos recém desencarnados acordarem em hospitais, institutos ou casas de tratamento ou refazimento e readaptação. 


Questiona Kardec:  Que sensação experimenta a alma no momento em que reconhece estar no Mundo dos Espíritos? 



- Depende. Se praticaste o mal, impelido pelo desejo de o praticar, no primeiro momento te sentirás envergonhado de o haveres praticado. Com a alma do justo as coisas se passam de modo bem diferente. 

Ela se sente como que aliviada de grande peso, pois que não teme nenhum olhar perscrutador. 

(O Livro dos Espíritos – questão 159) 


O estado moral do ser humano é fruto de suas construções mentais, emocionais e volitivas no transcurso de seu histórico espiritual e, mais substancialmente, de sua 
existência atual, com influência decisiva para maior ou menor facilidade de sua desencarnação e despertar na espiritualidade. 

Refletindo em si próprio, a lei de afinidade estabelece que, quanto mais espiritualizado for o indivíduo, mais rápido se processa a desencarnação e melhor o nível do grupo 
espiritual em que o espírito se classifica imediatamente após a morte. 

Portanto, as construções interiores, que nos alimentam a jornada existencial, refletirão nosso estado feliz ou desditoso, harmonizado ou desequilibrado, após a 
libertação da indumentária orgânica. 

Nesse sentido, o conhecimento espírita, oferta-nos uma cosmovisão de vida, esclarecendo, consolando, gerando 
estímulos e motivações, com base na fé racional, para instrumentalizar o processo de auto-educação consciencial do homem imortal, para vivências enobrecedoras, nas 
quais valores e hábitos, pensamentos, sentimento e ações, tipifiquem a dinâmica do bem. 


A grande alegria do ser, ao atravessar a cortina da morte, é a percepção de continuar e sentir-se vivo. André Luiz, 
anotou a afirmativa de um espírito amigo: 

“Depois da morte física,    o que há de mais surpreendente para nós é o reencontro da vida.” Que maravilha! 

Nossa cultura Ocidental foi profundamente enrijecida pela “idéia do nada”, fruto de reflexões materialistas de 
pensadores e filósofos, ao longo de nossa história. Freud, por exemplo, considerava que diante do fim irremediável da vida, o homem havia – como fuga dessa realidade – 
criado o     “imaginário da imortalidade”. 

É bem verdade que a idéia da vida após a morte com céu (de ociosidade eterna), inferno (de sofrimento infinito) e juízo final, tal como asseveram as religiões tradicionais, ensejaram a descrença e o antagonismo de muitos pensadores. 

Entretanto, criou-se uma   “ditadura materialista”    que não contribuiu em nada para desvelar um universo realmente rico de sabedoria, fruto, sim, de uma inteligência suprema e absolutamente sábia.


Jerri Almeida.
Referências Bibliográficas:

BOZZANO, Ernesto. A Crise da Morte, 7ª Ed. FEB.

KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. 34ª Ed. FEB.

O Livro dos Espíritos. 68ª Ed. FEB.

LUIZ, André. Evolução em Dois Mundos. 17ª Ed. FEB.

Obreiros de Vida Eterna. 17ª Ed. FEB.

Os Mensageiros. 28ª. Ed. FEB.

PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade. 12ª Ed. FEB.

PIRES, J. Herculano. Educação para a Morte. 3ª Ed. Correio Fraterno.
FRATERLUZ Fraternidade Espírita Luz do Cristianismo




LEIA TAMBÉM:


Descrição da morte (por A. Jackson Davis)



"De manhã, nada resolvas fazer contra, mas tudo faça pelo Reino dos Céus na Terra.À noite, retira-te em paz contigo mesmo - paz com todo o mundo. Contenta-te com o passado e com tudo que ele te trouxe.
Agradece ao presente pelo que tens.  Sê paciente com o futuro e com o que ele te promete trazer." 
(A. Jackson Davis)
Andrew Jackson Davis (1826 1910) foi um grande médium norte americano, considerado o "João Batista" do Espiritismo [1]. É dele que apresentamos abaixo um interessante texto [2] em que narra  o que viu estado mediúnico durante o processo de desencarnação de uma pessoa.  Essa descrição obviamente não se aplica a todos os tipos de morte ou de pessoas (ele mesmo explica no texto as condições). Tradução de A. Xavier.
A morte é palavra para significar "fim da vida", usada por aqueles que não conseguem ver que a morte é, na verdade, "o começo da vida" e a entrada do saguão sagrado da eternidade. Mas, penetremos em sua visão, no que há além do véu.
A pessoa agora agoniza no que é para ser uma morte rápida. Observe algo em sua temperatura. Os pés estão frios; as mãos quentes e macilentas; uma frieza pervade seus dedos. Vejam. O que é aquilo que se acumula no ar, acima da cabeça sobre o travesseiro? É uma emanação etérea - um halo magnético dourado - uma atmosfera pulsante quase auto consciente.
A temperatura do corpo agora abaixa rapidamente. A frieza se estende algo acima, dos pés aos joelhos, das pontas dos dedos aos cotovelos enquanto que, na mesma razão, a emanação ascende ainda mais alto sobre a cabeça. O frio agora se estende dos braços aos ombros, das pernas à cintura; e a emanação, embora não mais elevada no ar, está um pouco mais expandida, é um centro compacto que se assemelha a um núcleo brilhante como um sol em miniatura. O foco central brilhante é bem em verdade o cérebro do novo organismo espiritual que se forma.
O frio da morte agora se estende aos peitos em torno do qual a temperatura se reduz bastante. Vejam agora! A emanação contém a mesma proporção de cada princípio que compõe a alma - movimento, sensação vital, éteres; essências, magnetismo vital, eletricidade vital, instintos - e, bastante aumentada pela ascensão, ela flutua como uma massa compacta a ocupar agora mais elevação próxima ao teto. 
Agora os pulmões pararam de respirar, o pulso se foi, o coração não mais bate; enquanto isso, as células do cérebro, o corpus callosum, a medula, a coluna vertebral e os gânglios se iluminam em contrações e expansões que pulsam de leve e parecem governadas por si mesmas, como por um tipo de automatismo auto-consciente. Vejam! A substância cinzenta do cérebro pulsa em seu interior - uma pulsação lenta, discernível e profunda - não dolorosa - como pesada mas harmoniosa movimentação do mar. 
Vejam! A emanação exaltada, obediente a suas próprias leis imutáveis agora se alongou e adquiriu posição em ângulo reto em relação ao corpo horizontal mais abaixo. Observem! Vejam como o perfil de uma bela figura humana se forma a partir da emanação. Ela prende o que está acima à medula e ao corpus callosum de dentro do cérebro por um cordão branco .
Você pode ver que um fio vital muito fino ainda conecta os vórtices e as fibras centrais ao cérebro moribundo com as extremidades inferiores da figura humana projetada na atmosfera. Não obstante esse fio vital, que age como um  condutor telegráfico - transportando mensagens em direções opostas no mesmo instante - é possível ver que a sombra envolvida em emanação dourada continua quase que imperceptivelmente a ascender.  
Lá, o que se vê agora? Uma cabeça humana simetricamente igual a outra, acima da massa e elevando-se lenta e admiravelmente da nuvem dourada de princípios substanciais. E agora surge o esboço de um semblante espiritual - face serena e cheia de beleza que desafia a capacidade de descrição das palavras. Vejam de novo! Emergem o pescoço e os belos ombros e mais! um após outro, em rápida sucessão, surgem todas as partes de um novo corpo, como que influenciados ou dirigidos por uma varinha mágica, uma imagem brilhante, totalmente natural, mas espiritual, uma perfeita cópia do corpo físico abandonado, um reencenamento de pessoa nas vizinhanças do céu, preparada para acompanhar o grupo celestial de inteligências superintendentes do paraíso.  
E o que foi aquilo? Em um piscar de olhos o fio telegráfico vital foi cortado -  partículas e princípios foram imediatamente atraídos para cima e absorvidos pelo corpo espiritual - de forma que a nova organização está livre da gravitação terrestre, ela está instantânea e absolutamente independente dos pesos e cuidados que tão firmemente a prendiam à Terra. [Somente se libertam assim na morte aqueles que agiram de forma correta. Qualquer paixão cativante, último sentimento de dever não cumprido, de injustiça cometida, é suficiente para manter o espírito preso à Terra, como um navio atado por grande âncora. Somente os puros tornam-se livres.]
Eis aqui um corpo espiritual, substancial e imortal. Semeado na escuridão e na desonra, ele agora é colhido na beleza e na claridade. Vejam que contraste - uma diferença muito grande - entre um e outro. Percorram com os olhos a sala. Há muitos amigos, parentes idosos, crianças na câmera da morte, eles choram sem o conforto ainda que da fé cega; enlutam-se trocando sussurros de esperança entre ouvidos que duvidam; reúnem-se em torno do prostrado, corpo frio; pressionam as pálpebras daqueles olhos agora cegos; em silêncio e pesar deixam a cena; e agora outras mãos dão início às preparações com as quais os vivos consagram a morte.
Mas, abramos nossos olhos maiores que teremos um dia quando revestidos pelos paramentos da imortalidade. Vejam! O novo corpo espiritual formado - rodeado por grupo de anjos guardiões - move-se com graça em direção às praias celestiais. A personalidade emergida segue uma corrente vibratória de atração magnética que notamos penetrar no recinto e se ater ao cérebro  do ressurreto enquanto agonizava o corpo. Ela desce a partir do sensorium das inteligências superiores - uma  corrente fibrosa de luz telegráfica - enviadas de cima, para saudar com amor e guiar com sabedoria o recém ressuscitado.  Essa corrente amorosa, alimentada por pensamento, guia tranquilamente o recém emergido para cima e mais além.  
Por terras aveludadas e campos floridos do país celeste, um arco de promessa eterna torna-se visível e pende, preenchendo com beleza indescritível o oceano dos céus, a cobrir com amor infinito as zonas imensuráveis de Além-Túmulo.