domingo, 27 de abril de 2014

Um Novo Exame de Consciência

Um novo exame de consciência

É preciso entender que o exame de consciência que se faz diante da Lei de Deus é muito diverso daquele que se faz diante das leis humanas. Estas golpeiam quando o indivíduo executou o delito. A Lei golpeia também mesmo que não tenha passado de pensamento ou desejo, porque, com isso, ele demonstrou-se capaz de fazê-lo, ainda que não o tenha realizado porque os fatos o impediram.

O exame de consciência é uma análise inicial para tomar conhecimento das nossas qualidades. A finalidade é prever as conseqüências que daí derivarão, a direção em que lançaremos as forças de um acontecimento, a trajetória que essas forças seguirão e o ponto ao qual elas devem chegar. Trata-se de um exame preventivo para tomar conhecimento das causas que, segundo sua natureza, o nosso eu nos leva a movimentar na fase inicial de um fato, permitindo a previsão de seu desenvolvimento como conseqüência daquelas causas, até o resultado final com o qual aquele fato se conclui. A finalidade deste exame, pois, é de saber, dado aquilo que colocamos em órbita, como dirigir e corrigir o fenômeno em fase de desenvolvimento, para levá-lo a bom termo.
Diferentemente do exame de consciência comum, neste não interessam as apreciações sobre o valor das próprias qualidades, o que leva a estabelecer uma comparação com os outros indivíduos, tornando-se como modelo. O julgar não serve para quem usa a técnica da intervenção. É necessário olhar somente para si mesmo, porque o objetivo do exame é estabelecer uma trajetória justa, e não vencer o próximo no cômputo de virtudes.

Se possuímos boas qualidades, ninguém pode impedir que elas produzam seus bons frutos. Mas não devemos lutar por isto, porque automaticamente acontecerá. Nossa luta deve deslocar-se para o lado defeituoso, que se torna erro, causa de nossas dores. A finalidade da técnica da intervenção é exatamente evitar estas dores. Este é o problema que nos interessa e que aqui estamos examinando.

Dir-se-á ainda: "mas um julgamento de si mesmo deve existir, e cada um deve alcançá-lo". Mas então quem o faz? Fá-lo a Lei e o homem o vê escrito no resultado obtido por ela. O exame é o ponto inicial, o julgamento o ponto final. A lei fala com fatos. O julgamento da Lei será a posição boa ou má, na qual o indivíduo se encontrará no fim da experiência.

Findo o exame de consciência, ponto por ponto, veremos que entre todos os defeitos há um dominante que define o tipo de cada indivíduo. Ele pode ser o avarento, o sensual, o egoísta, o dilapidador, o violento, o hipócrita etc. Cada um destes tipos é exposto aos perigos ligados ao seu defeito. Eis a necessidade de que ele se ponha em guarda, colocando-o bem em foco e vigiando-o, para que não o leve a cometer os erros correlativos. Dado o seu tipo, é natural que cada um tenda a lançar a trajetória de sua vida ao longo de uma rota assinalada por excessos naquela direção. 

Entende-se por que os indivíduos têm necessidade de controlar-se, especialmente naqueles pontos fracos, perigosos para eles. Compreende-se a necessidade de não entrar naqueles caminhos, de não se lançar por aquelas rotas, mesmo que para aqueles tipos elas sejam as mais atrativas. Porque é ali que, levados pelo impulso imoderado, o ser se excede, vai contra a Lei, erra e deve pagar. Trata-se de um desequilíbrio que atrai a dor, 

O exame de consciência prolonga-se por toda a vida, devendo-se observar de frente qualquer circunstância. A cada ato deve-se perguntar: "por que o fiz?" E então examinar qual é a verdadeira natureza dos impulsos que nos moveram.

Do livro "Pensamentos" , capítulo 10,  parte II
www.ubaldi.org

Pietro Ubaldi e Chico xavier

9.5 - Pietro Ubaldi e Chico Xavier

Chico Xavier conhecia muito pouco da vida de Pietro Ubaldi, porque não havia literatura suficiente, o visitante não se revelava e a barreira lingüística impedia a fácil comunicação entre eles. Qualquer diálogo somente poderia ocorrer com a presença de um intérprete. Logo, aquele momento, depois da recepção das mensagens, de “Sua Voz” e de Francisco de Assis, era propício às revelações dos espíritos através de Chico, em que o fenômeno mediúnico se evidenciou com toda a sua autenticidade, relatado por Clóvis Tavares, em seu Trinta Anos com Chico Xavier.

“Após a recepção e leitura dos dois luminosos documentos, como de hábito, Chico passa a descrever, em sua encantadora simplicidade, os acontecimentos por ele percebidos no ambiente psíquico que se formara durante os serviços espirituais da noite.

Esse momento é assim descrito pelo Prof. J. A. Pessanha, um dos presentes: “Após a leitura, o querido médium brasileiro relatou o que foram para ele os instantes extraordinários que acabara de viver. Não podia individualizar: era uma grande luz que descia do Alto sobre o recinto. Sentiu-se transportado em espírito para muito longe e, nesse vôo, contempla na Itália distante o túmulo de São Francisco, em Assis, junto ao qual vê o Prof. Ubaldi despedir-se, antes de sua viagem ao Brasil, do seu grande amigo: o “Poverello” de Assis. Este fato real — depois narrado pelo próprio Prof. Ubaldi em carta aos amigos brasileiros — era ainda desconhecido de F. C. Xavier e então, só de conhecimento do Prof. Clóvis Tavares, em virtude de sua correspondência particular com o Missionário da Úmbria”.

Quero confirmar que, dessa visita do Prof. Ubaldi ao túmulo do Santo de Assis, captada psicometricamente pelo nosso Chico, ainda guardo alguns “souvenirs” que me foram carinhosamente presenteados pelo grande amigo italiano. Tudo maravilhosamente exato e exatissima-mente confirmado.

Agora, alguns aspectos de xenoglossia, através da límpida clarividência do médium Xavier.

Declara o sensitivo mineiro que dele se aproximou uma Entidade Espiritual, revelando chamar-se Lavínia e haver sido mãe do Prof. Ubaldi. Abraçou o filho, carinhosamente, dizendo: — “Para Cristo ele é um Apóstolo, mas para mim será sempre o meu “bambino”. E entre expressões afetuosas chamou-lhe: “Mio garo- fanino”.

O Prof. Ubaldi, muito feliz e muito comovido, sentindo, igualmente, a presença maternal, comprova tudo, declarando que era com esse “vezzeggiativo” que sua Mãezinha o apelidava ternamente, quando pequenino, “mio garofanino”: “meu pequeno cravo”.

Chico assinalou ainda a presença do filho do Professor, morto na segunda Guerra mundial, na batalha de Tobruk, no Norte da África, — o jovem Franco Ubaldi.

Finalmente, um fato ainda mais interessante, se é possível assim dizer. Chico registra a presença de uma irmã do Prof. Pietro, já desencarnada, que veio em companhia de D. Lavínia Alleori Ubaldi e de Franco, seu filho. Afirma ela chamar-se Maria. É aí que sobrevém algo de duvidoso e inédito, mas que veio a tornar-se um fato probatório extraordinário. O Professor declara, humildemente, que, de fato, tem uma irmã chamada Maria, mas ainda viva, na Itália, — Maria Ubaldi Papparelli.. .

Um momento abalador, de hesitação geral, de ansiedade, quase de choque, ante o insólito acontecimento. Mas, foi questão de segundos, de brevíssimos segundos: o Espírito Maria esclarece ao Professor, através de Chico, afirmando que ela fora também sua irmã, homônima da que estava viva na Itália, havendo morrido há muito tempo, quando Pietro Ubaldi estava ainda por nascer... O Professor, então, maravilhado, confessa que só agora, após a elucidação espiritual, recordava que, de fato, sabia haver tido uma irmã, que não chegara a conhecer pessoalmente, também chamada Maria, tal qual a que ainda se acha encarnada na Europa... Foi uma prova realmente maravilhosa, singularíssima, da verdadeira sobrevivência espiritual.
*
Imediatamente após a euforia que nos inundou as almas, ante o fato autêntico que acaba de ser narrado, o médium Xavier nos transmite o pedido de uma Entidade Espiritual amiga entre as que se encontravam no ambiente saturado de elevada espiritualidade.

O pedido foi dirigido ao nosso afetuoso anfitrião, Dr.Rômulo Joviano: que se dirigisse à estande localizada naquela sala e nos trouxesse, aos da mesa, o volume da primeira edição do Parnaso de Além Túmulo, que ali se encontrava; que o abrisse e verificasse a data do prefácio; escrito pelo próprio médium .

Assim foi feito. Dr. Rômulo leu as duas linhas finais daquele prefácio: “Pedro Leopoldo, Dezembro de 1931.
Francisco Cândido Xavier”. Então, a mesma Entidade Espiritual acentuou que “na mesma época, em dezembro de 1931, se iniciava também a missão pública do Professor Ubaldi, que havia recebido sua primeira página mediúnica igualmente em dezembro do mesmo ano : foi a primeira de suas Mensagens: “Mensagem do Natal”, recebida na Itália; na noite de Natal de 1931".

Uma outra concordância maravilhosa, entre as duas tarefas missionárias, registrada pela história, está no fato de que Francisco Cândido Xavier recebeu a primeira Mensagem do Além-Túmulo, em 8 de julho de 1927, e, Pietro Ubaldi escreveu, sob inspiração, “Os Ideais Franciscanos Diante da Psicologia Moderna”, também em 1927, verificável no livro Fragmentos de Pensamento e de Paixão. Foi naquele ano que Pietro Ubaldi fez o voto de pobreza, mas sua missão pública somente começou no Natal de 1931.

Negar é fácil, mas anular uma verdade é impossível!
*
Concluindo o encontro entre os dois missionários, afirmou ainda Clóvis Tavares
“O dia memorável se encerrou de maneira encanta-doramente espiritual. Entre outras mensagens recebidas pelo nosso admirável Chico, escolho esta do grande Espírito Cruz e Souza, intitulada “O Herói”, que o grande simbolista do parnaso brasileiro dedica ao ilustre visitante, já na madrugada da data natalícia do Professor Ubaldi (18 de agosto), homenagem aos seus 65 anos bem vividos, balizando a Verdade e o Bem:

O HERÓI
Afrontando o aguilhão torvo e escarninho
De sarcasmos e anseios tentadores,
Ei-lo que passa sob as grandes dores,
Na grade estreita do terrestre ninho.
Relegado às agruras do caminho,
Segue ao peso de estranhos amargores,
Acendendo celestes resplendores,
Atormentado, exânime, sozinho ...
Anjo em grilhões da carne, errante e aflito,
Traz consigo os luzeiros do Infinito,
Por mais que a sombra acuse, gema e brade !
E, servindo no escuro sorvedouro,
Abre ao mundo infeliz as portas de ouro
Para o banquete da imortalidade.
Cruz e Souza”.

De Pedro Leopoldo, dia 21 de agosto, a caravana. veio a Campos e o Professor Pietro Ubaldi fez cinco conferências em nossa cidade: duas na Escola Jesus Cristo, uma no Fórum Nilo Peçanha, outra no Trianon e a quinta na Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia. Ainda visitou a Academia Campista de Letras, a Liga Espírita de Campos e deu uma entrevista na Associação de Imprensa Campista. Em 30 de agosto, Pietro Ubaldi, Clóvis Tavares e outros companheiros retornaram à longa peregrinação pelo país.

sábado, 26 de abril de 2014

O Corpo Fluidico de Jesus por Bezerra de Menezes.



Jesus não teve um corpo tal qual o nosso.

Muito embora as idéias preconcebidas nos imponham construir obstáculo que resista ao incompreensível sem estudo e a mente aberta, aos poucos e no tempo certo tudo vai sendo compreendido.



Recordo que Leonardo da Vinci deixou desenhos de dispositivo que hoje conhecemos como helicóptero... 

J. B Roustaing, em "Os Quatro Evangelhos" publicou exposição sobre o assunto... Bezerra de Menezes, nos falou em uma de suas mensagens sobre o corpo de cristo, publicado no jornal "O Paiz" sob o cognome de "Max". 

E, com este arquivo, onde o Espírito Erasto se pronuncia sobre o corpo fluídico de Jesus, mais informações nos são disponibilizadas para consagrar a fé raciocinada, que é aquela que está mais próxima da verdade.

Nestas duas imagens estão as páginas das edições 04027, de 07 de maio de 1893 e 04025, de 15/05/1893, onde, na seção "Estudos Philosophicos"  Bezerra de Menezes, que assinava como "Max", publicou o artigo em que mostrava e demonstrava a sua convicção em relação à característica do corpo fluídico do Mestre Jesus, que veio ao planeta utilizando o corpo fluídico.  

Conforme publicado na Revista Reformador, na edição de dezembro de 1991, na página 381, Zéus Wantuil nos traz  a informação de que em 20 de março de 1891, Bezerra de Menezes, em conversa com o médium Sarmento Brito, na cas nº 27 da Estrada Velha da Tijuca, ajustaram criar um pequeno grupo de estudos a fim de receberem esclarecimentos acerca de questões sobre a Doutrina Espírita.  
O grupo criado passou a reunir-se às quartas-feiras naquele endereço sob a presidência de Bezerra de Menezes.

Na sessão de 29 de abril, dentre outros assuntos, ele pediu ao Espírito Erasto - nosso conhecido da Codificação - esclarecimentos a respeito da encarnação de Espíritos de Mundos Superiores em mundos inferiores, onde comentava suas dúvidas de como  um Espírito adiantado pode acomodar-se em um corpo grosseiro e ainda como o perispírito de Jesus pôde acomodar-se à matéria grosseira de um corpo terrestre.  Erasto explicou que o Espírito Superior pode  encarnar em mundos inferiores, mas somente em missão e, ainda, desde que ele, Espírito, alí já tenha vivido.
Erasto deu outros esclarecimentos em resposta a novas perguntas de Bezerra de Menezes esclarecendo que os Espíritos adiantados têm condições de preparar o corpo carnal em que reencarnarão (Vide Capítulo 13 de Missionários da Luz e Capítulo XXVIII, de "Entre a Terra e o Céu" (Retorno) ambos na psicografia de Chico Xavier).
Continuando, Erasto diz que "Houve apenas um Espírito que saiu desta regra, porque não preparou corpo.  Foi o Cristo." finalizou.
Ante a resposta, Bezerra de Menezes, não satisfeito, interrogou sobre o significado do trecho acima entre aspas e o Espírito Erasto respondeu:

"Bem sabeis que o Cristo não tinha um corpo como vós - que condensava seu perispírito, quando queria, assim como o desagregava, quando lhe era preciso; razão porque tornou-se muitas vezes invisível, razão por que fez sua ascensão ao Céu, como dizeis."

Então cerca de dois anos após Bezerra, explicando de acordo com as leis naturais, o mecanismo do corpo do Cristo, conforme está na imagem escaneada que incluí neste pequeno trabalhinho.




Sobre o assunto, Zilda Gama, no Livro "Diário dos Invisíveis", em mensagem de Kardec, fala sobre o assunto.  Eis o link: 
 https://drive.google.com/file/d/135Og8KIwrkwGkCN6FcPm2CtBIE9u2Cw3/view?usp=sharing 

http://ebookespirita.org/Diario%20dos%20Invisiveis%20(Zilda%20Gama).pdf



E, do livro Elucidações Evangélicas, de Antonio Luiz Sayão,
trago o texto abaixo:

14
LUCAS, 4º, 22 ao 30. Jesus designado por “filho de
José”. — Sua resposta. — Levado ao cume do monte
para ser dali atirado, Ele desaparece dentre as mãos
dos homens.
LUCAS: capítulo 4º, versículo 22. Todos lhe davam testemunho e, tomados de admiração ante as palavras cheias de graça que lhe saíam da boca, diziam: Não é este o filho de José?
 — 23. Jesus então lhes disse:
Sem dúvida me aplicareis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; faze no teu país as grandes coisas que, segundo ouvimos, fizeste em Cafarnaum. —
24. Mas, em verdade vos digo que nenhum profeta é bem aceito no seu país.
— 25. Em verdade vos digo que muitas viúvas havia em Israel, ao tempo de Elias. quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e uma grande
fome assolou toda a Terra;                 
— 26, entretanto, Elias não foi enviado a nenhuma
delas, mas a uma que era viúva em Sarepta de Sidônia. — --27. Havia também muitos leprosos em Israel ao tempo do profeta Eliseu e no entanto nenhum foi curado, só o sendo Naamã, que era da Síria.                                                — 28. Todos os que se achavam na sinagoga, ouvindo-o falar desse modo, se encheram de Ira,                                  — 29, e, levantando-se, o expulsaram da cidade e levaram ao cume do monte sobre o qual estava a cidade edificada, para o atirarem de lá em baixo.                                              — 30. Jesus, porém, passando por entre eles, foi-se. (21)
Para os hebreus, como, em geral, para todos, naquela época, Jesus era filho de Maria e de José. Cumprida a sua missão, conhecida a revelação feita pelo anjo a Maria e a José, revelação que até ao termo daquela missão se
conservou secreta, como era necessário, passou Ele a ser considerado filho somente de Maria Virgem, em virtude de uma concepção e um nascimento miraculosos, divinos, por obra do Espírito Santo.
Essa circunstância e a de haverem tomado ao pé da letra estas palavras                                                                              — meu pai — de que Ele usava, referindo-se a Deus, fizeram que no espírito dos discípulos germinassem a idéia e a crença da sua divindade, que só ela lhes
dava explicação dos fatos tidos por milagrosos, que Ele operava.
Quando disse: — Nenhum profeta é bem aceito em sua terra, deu Jesus uma lição aos incrédulos de todos os tempos.
Dizendo o que consta nos versículos 25 e 27, do capítulo 4º de LUCAS, quis, para profligar o orgulho dos que julgam ter o privilégio da misericórdia divina, mostrar que o Senhor, na distribuição de suas graças, só atende aos
merecimentos de cada um, independente de todo sectarismo, de quaisquer cultos exteriores.
Os versículos 29 e 30 do capítulo 4º de LUCAS, confirmam que só na aparência era humano o seu corpo, fato que, por estar, como já vimos, de harmonia com as leis naturais, constitui uma verdade, que só escandaliza os
orgulhosos e os sábios, dos quais elas ainda são desconhecidas, tanto quanto o eram dos homens daquela época.
Com efeito, como fora possível que, homem, houvesse Jesus podido, sem que lhe percebessem a fuga, desaparecer, passando por entre os que o cercavam, das mãos da turba que o agarrara enraivecida e o conduzira ao cume de um monte, a fim de o eliminar dentre os vivos, precipitando-o dali em baixo? Desprezada a explicação clara, racional e irrecusável para quem não se
ache dominado por idéias preconcebidas, só uma outra restará para o fato de que tratamos — o milagre. Esta, porém, não é, porque, como sabem os que
conhecem a Doutrina Espírita, o milagre não existe.
(21) Salmo, 40º, 2. — JOÃO, 4º, 44; 6º, 42; 8º, 29; 10º, 39.

p.s. Este livro Diário dos Invisíveis é difícil de ser encontrado, porém tenho escaneado o capítulo aonde
Kardec, já desencarnado, se pronuncia usando a psicografia através da médium Zilda Gama.
eis o link:
https://drive.google.com/file/d/135Og8KIwrkwGkCN6FcPm2CtBIE9u2Cw3/view?usp=sharing



Irmãos,

o assunto já é antigo porém  sempre atual, e,que,  muito embora sempre surja alguém que diga que não é importante, desperta interesse. 

Primeiramente, me permitam dizer que embora nos julguemos excelências, não passamos de seres atrasados , ainda no início da caminhada evolutiva.  Basta lembrar que sacrificamos, sem piedade alguma, aquele que veio ao planeta para orientar seus irmãos  e trazer a essência das leis divinas que nos possibilitarão retornar à Casa do Pai e Jesus,  embora sabendo que ainda estamos na condição de ignorantes, não hesitou em vir.

Haverá quem diga que isto aconteceu  há cerca de 2.000 anos. 

Ora, 2.000 anos não chega a ser um átomo que compõe um grão de areia numa praia extensa, quando comparado com a formação e evolução do Espírito em toda a sua caminhada e, em nosso planeta, apenas umas poucas encarnações, entre 3 e dez delas, no máximo.

Decididamente, o espírita sabe que Jesus
é o governador deste planeta e que teve participação efetiva na sua formação.  

Lembremos que nosso universo tem idade estimada de 13,7 bilhões de anos. 

Nosso planeta tem idade estimada de 4,5 bilhões de ano. 

Por onde andamos, nós espíritos e/ou Espíritos nesse período anterior à criação do planeta ? aproximadamente 9 bilhões de anos ?

E  os 6 dias da criação foram longos, mas sabemos que no caso, dias foram as fases desde a formação do planeta até que pudesse ser utilizado para  habitação. 

Falar em Jesus e falar na formação do planeta tem alguma relação ?  

Então, se vamos conversar sobre um irmão que já tinha alcançado o adiantamento suficiente para que pudesse planejar toda a formação de uma morada celestial que servisse para abrigar os filhos do Pai,  (e não podemos esquecer que é um projeto grandioso e divino, em todos os seus detalhes),e que domina o controle dos fluidos, já é uma base para que entendamos que manipular os fluidos para formar um corpo com aparência humana não é totalmente impossível.  Ainda, se formos por este caminho, se vamos admitir isto, vamos esbarrar na questão do nascimento de Jesus, porque se não teve um corpo físico como nós temos o nosso, também não teria sido gerado e gestado como um ser comum.  Quanto a estes esclarecimentos, mais a frente vamos comentar, inclusive quanto ao desaparecimento do corpo do mestre Jesus. 

Recordemos aqui o anúncio do nascimento de Jesus:
Evangelho de Mateus: Capítulo 1

1:18 - Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim:  Maria, sua mãe, prometida em casamento a José, antes de coabitarem, concebeu pelo Espírito Santo.

1:19 - José, seu esposo, sendo justo e não querendo difamá-la resolveu repudiá-la em segredo.

1:20 Após ter cogitado estas coisas, eis que em sonho apareceu-lhe um anjo do Senhor, dizendo:  José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo.

1:21 Ela dará luz a um filho, e o chamarás pelo nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados.

1:22 Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo Senhor através do profeta que diz:

1:23 Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamarão pelo nome de Emmanuel, que traduzido é Deus conosco.

1:24 Ao despdertar do sono, José agiu conforme lhe ordenara o Anjo do Senhor, e recebeu sua mulher.

1:25 Mas não a conheceu até ela dar à luz um filho, a quem chamou pelo nome de Jesus.


A ciência, na sua caminhada, hoje já conseguiu perceber e comprovar que nosso planeta é bombardeado ininterruptamente por muitas e muitas ondas que são invisíveis à nossa percepção visual, e o que foi descoberto, também, é que nosso planeta é dotado de um escudo magnético que o protege de grande parte dessas radiações.  O irmão que quiser se aprofundar nessa matéria, pode pesquisar no Youtube que irá encontrar muita informação sobre a proteção magnética do planeta.

À noite, quando olhamos para o nosso céu, percebemos que há um tapete de estrelas. Há alguns séculos, se acreditava que elas eram pregadas no firmamento... até hoje há quem não entenda como podem elas simplesmente estarem lá, sem nada que as sustente !!!

E, entretanto, embora só possamos, devido à nossa limitação visual, perceber poucos milhares delas, muitas das que vimos não mais existem, pelo menos nas condições em que estavam quando sua luz, que nos chega, foi irradiada.

Mas o progresso intelectual nos permite que entendamos como é possível. De um lado, sabemos que o nada não existe; sabemos também que estão lá por força do magnetismo, o mesmo que trabalha na formação e manutenção dos átomos. E se descobriu mais ainda, que nossa lua já esteve mais próxima de nosso planeta, que somos parte de um conjunto de astros que viaja pelo universo a  velocidade que é para nós  muito surpreendente. 

Então, voltando ao assunto inicial, sobre a celeuma existente sobre o corpo de Jesus. 

No estudo da obra de nosso irmão Francisco de Assis, tomamos conhecimento de que nosso Mestre Jesus apareceu para ele e trazia as marcas adquiridas no Golgota. E que Francisco de Assis também incorporou estas marcas, antes de desencarnar. E como isto acontece ?

Lembremos que ao mesmo instante em que estamos ocupando uma veste carnal, uma parte de nossa individualidade está no plano extrafísico.  Falo do corpo perispiritual, sobre o qual Allan Kardec, na questão 135 do Livro dos Espíritos, perguntando aos Espíritos da Codificação:

- Há no homem outra coisa além da alma e do corpo?
A resposta foi simples e elucidadora: 

- "Há o elo que une a alma e o corpo." 

A natureza desse elo  é semimaterial e intermedeia o Espírito e o corpo. 

É através desse elo que o Espírito age sobre a matéria e reciprocamente, portanto o homem encarnado é formado de três partes essenciais, são elas:

1ª - O corpo, ou ser material, análogo ao dos animais e  animado pelo mesmo princípio vital;

2ª - A Alma, Espírito encarnado cujo corpo é a habitação; 

3ª - O princípio intermediário, ou perispírito, substância semimaterial que serve de primeiro envoltório ao Espírito e une a alma ao corpo.

Esclarecendo, a seguir, que a morte do corpo rompe os laços que o unem à alma e que esta o deixa em seguida, elucida que um corpo sem uma alma a ele ligada através do perispírito, nada mais é que uma massa de carne, sem inteligência, muito embora a vida orgânica possa animar um corpo sem alma e que a alma não pode habitar um corpo privado da vida orgânica.

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DA REVISTA ESPÍRITA:
EM JUNHO DE 1866

Os Quatro Evangelhos de Roustaing.

OS EVANGELHOS EXPLICADOS
Pelo Sr. Roustaing (1).

(1)   Os quatro Evangelhos, seguidos dos mandamentos explicados em espírito e verdade pelos evangelistas assistidos pelos apóstolos. Recolhidos e colocados em ordem por J.B.Roustaing, advogado da corte imperial de Bordeaux, antigo chefe da ordem dos advogados. - 3 vol. in-12. - Preço: 10 fr. 50. - Paris, Livraria Central, 24, bulevarde dos Italianos. - Bourdeaux, todas as livrarias.

          Esta obra compreende a explicação e a interpretação dos Evangelhos, artigo por artigo, com ajuda de comunicações ditadas pelos Espíritos. É um trabalho considerado, e que tem, para os Espíritas, o mérito de não estar, sobre nenhum ponto, em contradição com a doutrina ensinada por O Livro dos Espíritos e o dos médiuns. As partes correspondentes àquelas que tratamos em O Evangelho Segundo o Espiritismo o são num sentido análogo. De resto, como nos limitamos às máximas morais que, quase sem exceção, são geralmente claras, elas não poderiam ser interpretadas de diversas maneiras; também foram o assunto de controvérsias religiosas. Foi por esta razão que começamos por ali a fim de ser aceito sem contestação, esperando para o resto que a opinião geral estivesse mais familiarizada com a ideia espírita.
          
O autor dessa nova obra acreditou dever seguir outro caminho; em lugar de proceder por graduação, quis alcançar o objetivo de um golpe. Tratou, por certas questões que não julgamos oportuno abordar ainda, e das quais, consequentemente lhe deixamos a responsabilidade, assim como aos Espíritos que os comentaram. Consequente com o nosso princípio, que consiste em regular a nossa caminhada sobre o desenvolvimento da opinião, não daremos, até nova ordem, às suas teorias, nem aprovação, nem desaprovação, deixando ao tempo o cuidado de sancioná-las ou de contradizê-las. Convém, pois, considerar essas explicações como opiniões pessoais aos Espíritos que as formularam, opiniões que podem ser justas ou falsas, e que, em todos os casos, têm necessidade da sanção do controle universal, e até mais ampla confirmação não poderiam ser consideradas como partes integrantes da Doutrina Espírita.
         
Quando tratarmos essas questões, o faremos sem cerimônia; mas é que, então, teremos recolhido os documentos bastante numerosos, nos ensinos dados de todos os lados pelos Espíritos, para poder falar afirmativamente e ter a certeza de estar de acordo com a maioria; é assim que fazemos todas as vezes que se trata de formular um princípio capital. Nós os dissemos cem vezes, para nós a opinião de um Espírito, qualquer que seja o nome que traga, não tem senão o valor de uma opinião individual; nosso critério está na concordância universal, corroborada por uma rigorosa lógica, para as coisas que não podemos controlar por nossos próprios olhos. De que nos serviria dar prematuramente uma doutrina como uma verdade absoluta, se, mais tarde, ela devesse ser combatida pela generalidade dos Espíritos?


Dissemos que o livro do Sr. Roustaing não se afasta dos princípios de O Livro dos Espíritos e o dos médiuns; nossas observações levam, pois, sobre a aplicação desses mesmos princípios à interpretação de certos fatos. É assim, por exemplo, que dá ao Cristo, em lugar de um corpo carnal, um corpo fluídico concretizado, tendo todas as aparências da materialidade, e dele faz um agênere. Aos olhos dos homens que não teriam podido compreender, então, sua natureza espiritual, teve que passar EM APARÊNCIA, essa palavra é incessantemente repetida em todo o curso da obra, para todas as vicissitudes da Humanidade. Assim se explicaria o mistério de seu nascimento: Maria não teria tido senão as aparências da gravidez. Este ponto, colocado por premissa e pedra angular, é a base sobre a qual se apoia para explicação de todos os fatos extraordinários ou miraculosos da vida de Jesus.


Sem dúvida, não há aí nada de materialmente impossível para quem conhece as propriedades do envoltório perispiritual; sem nos pronunciar pró ou contra essa teoria diremos que ela é ao menos hipotética, e que, se um dia ela fosse reconhecida errada, a base sendo falsa, o edifício desmoronaria. Esperamos, pois, os numerosos comentários que ela não deixará de provocar da parte dos Espíritos, e que contribuirão para elucidar a questão. Sem prejulgá-la, diremos que já foram feitas objeções sérias a essa teoria, e que, em nossa opinião, os fatos podem perfeitamente se explicar sem sair das condições da Humanidade corpórea.
          

Estas observações, subordinadas à sanção do futuro, não diminui nada a importância dessa obra que, ao lado das coisas duvidosas do nosso ponto de vista, delas encerra, incontestavelmente, boas e verdadeiras, e será consultada proveitosamente pelos Espíritas sérios.
          

Se o fundo de um livro é o principal, a forma não é de se desdenhar, e entra também por alguma coisa no sucesso. Achamos que certas partes são desenvolvidas muito longamente, sem proveito para a clareza. Em nossa opinião, se, limitando-se ao estrito necessário, ter-se-ia podido reduzir a obra em dois, ou mesmo em um único volume, teria ganhado em popularidade.

Fonte: Revista Espírita - Junho 1866 - Allan Kardec.


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DO SITE www.crbbm.org, trago parte da publicação do magnífico
trabalho "AS VIRTUDES DO CÉU", publicado no link
que, porém aqui transcrevo para melhor entendimento.



Comemoração das Ascensão de N. S.

Jesus Cristo, em 8 de Maio de 1902




O irmão Sayão, encarregado de explicar os Evangelhos, diz:

Vamos comemorar ainda uma vez um dos grandes fatos relatados

nos Evangelhos ─ a ascensão de Jesus.



Nosso Senhor Jesus Cristo, depois de “morto”, sepultado e 

ressuscitado, segundo a maneira de ver dos homens, 

mandou que seus discípulos fizessem outros discípulos

e lhes afirmou que estaria com eles todos os dias, 

até à consumação do século. (Mateus, 28:20) Ele foi

realmente assunto ao Céu, onde está sentado à direita de Deus. 

(Marcos,16:19). 


Enquanto abençoava seus discípulos, deles se apartou,

elevando-se ao Céu. (Lucas, 24:51).


O Messias anunciara a seus discípulos que o Filho do Homem 

(denominação que dava a si mesmo) subiria para onde estava antes 

(João, 6:62) e,  finalmente, disse a Maria Madalena: 

Não me toques, porque ainda não subi a meu Pai;

mas, vai a meus irmãos e dize-lhes que vou 

para meu Pai e vosso Pai, para o meu Deus e vosso Deus 

(João, 20:17).
O Imaculado Cordeiro de Deus, tendo dado preceitos aos Apóstolos,

à vista deles se foi elevando, e o recebeu uma nuvem que o ocultou

a seus olhos. (Atos, 1:9).


O fato, portanto, está comprovado e confirmado como real, para

não admitir dúvidas, do mesmo modo que os outros fatos narrados

nos Evangelhos. Toda a questão consiste na maneira de entendê-lo em

espírito e verdade. Os Evangelistas não se contradizem:

ao contrário,completam-se. Segundo os Evangelhos de Marcos,

Lucas, e João, Jesus se ausentou de seus discípulos, 

ao passo que, pelo Evangelho de  Mateus, Ele ficou com 

os seus discípulos todos os dias até à consumação

do século. Vê-se dai a necessidade de bem compreendermos o

fato, para bem firmarmos as nossas convicções, observando 

fielmente a regra estabelecida ─ de não interpretarmos 

os ensinos evangélicos segundo a letra que mata; mas,

segundo o espírito que vivifica. Se recorrermos

à revelação dada a Roustaing, encontraremos que Jesus se

elevou para a imensidade, fazendo cessar a tangibilidade do seu 

corpo fluídico, conservando-o, porém, visível; que, depois, 

desapareceu numa nuvem de fluidos opacos, fluidos

semelhantes ou análogos aos de que se servira para

formar aquele corpo aparente, com que desempenhou a

sua missão na Terra.



O progresso é lei emanada do amor e da justiça do nosso Criador, pelo que a verdade absoluta não pode ser apreendida pelo homem, 
ainda imperfeito, embora perfectível, o qual só de acordo

com o seu adiantamento  a vai percebendo, de modo cada

vez mais claro e convincente.

Jesus, o Melquisedec, rei de Salem, rei da paz, sem pai, sem mãe, sem genealogia, que não teve princípio de dias, nem fim de vida,
a quem  até Abrahão pagou os dízimos (Hebreus, 7:2), não vem, nem vai, não desce, nem sobe, porque tem o dom da ubiquidade,está em toda parte onde é chamado pelos nossos pensamentos,palavras e obras, quando boas.

A sua ascensão quer dizer a cessação da tangibilidade e da 

visibilidade que Ele imprimira ao seu corpo aparente, a fim de queos homens o pudessem ver e escutar. A sua ida para o Pai deve ser entendida de harmonia com os seus ensinamentos. Veja-se
o Evangelho de João. ─

Perguntaram-lhe: Onde está o Pai?

Respondeu Ele: Não me conheceis a mim, nem a meu Pai; se me, 

conhecêsseis a mim, certamente também conheceríeis, a meu Pai. 

(João, 8:19, 10:30, etc.)

A nuvem, como já se vos disse, simboliza a imperfeição

do Espírito, imperfeição que o impossibilita de ver as

coisas da espiritualidade.


Cessada a visibilidade do seu corpo, ficou Jesus oculto aos 

encarnados e, ao mesmo tempo, pouco visível aos 

desencarnados mais ou menos,  atrasados, até se lhes

tornar de todo invisível pelo intenso brilho da luz

que do seu Espírito excelso se irradia.

Com efeito, os homens viam a Jesus, quando Ele tornava visível o seu corpo, deixavam de vê-lo quando o privava da visibilidade, sem que precisasse descer ou subir. Ele se acha neste momento entre nós, porque trabalhamos sob o seu sacratíssimo nome e por graça de sua grande misericórdia; mas, não o vemos. Por quê? Porque nos nossos olhos de ínfimos pecadores ainda existe a nuvem opaca das nossas imperfeições.

Os Espíritos adiantados o veem; entretanto, nem esses
mesmos veem a Deus, que só pode ser visto pelo seu Filho.

Jesus também disse a seus discípulos:

 “Ide, ensinai a todos as gentes, batizai-as”.

 E acrescentou: “Ficai certos de que estou convosco

todos os dias, até à consumação do século”. 

(Mateus, 28:19-20).

 Logo, Jesus não se ausentou dos seus Discípulos;

portanto, a ascensão não pode ser entendida segundo

a letra dos textos. O nascimento, os sofrimentos,

o sacrifício, a morte, a ressurreição de N. S. Jesus Cristo,

Espírito de pureza perfeita e imaculada, foram fatos

verdadeiros, necessários  ao desempenho da sua missão, como aascensão o foi, para complemento dela. 

São fatos verdadeiros e comprovados, mas que devem
ser bem entendidos. Perdoe-nos o divino Mestre, se nos afastamos da verdade.

Em seguida, concentrados todos, o médium Frederico,

sonambulizado, disse:

Vejo, numa projeção de luz, agrupados e presididos pelo nosso Guia Ismael, Espíritos elevados, os nossos amigos e protetores. 

Destaca-se do agrupamento Paulo. Bittencourt me pede calma,

para traduzir fielmente a palavra do Apóstolo dos Gentios.

Paulo dá a seguinte Comunicação:

“Paz aos que trabalham de boa vontade na seara do Senhor.

Não te bastaram, humanidade escrava do erro e do pecado,

os milagres do Nazareno! Não te bastou vê-lo, coberto

de angústias e martírios, escalar a sombria montanha do

Calvário! Precisavas de mais, no desvario das tuas paixões?

Perdulária de um tesouro imenso, sentias a imperiosa

necessidade de ver Redivivo o Mártir diante dos 

teus olhos, após o seu martírio!

Humanidade escrava do erro e do pecado, quiseste ver, 

ainda não consciente da sua grandeza, pairando sobre a 

tua cabeça, o sol dos sois, o sol de todos os amores ─

esse Espírito que a tua ingratidão, que a fereza dos 

teus instintos levaram até ao cimo do Gólgota!

Jesus teve, como acabastes de ver pela leitura do

Santo Livro, que reaparecer aos seus próprios discípulos,

para firmar, na consciência de todas as gentes, que Ele

foi, é e será sempre o Redentor dos homens.

Após tantas obras que, para o entendimento dos homens, 

foram milagres, precisou remover a pedra do sepulcro,

que representava talvez o peso de todas as ingratidões 

humanas, para atestar a seus irmãos da Terra, que 

Ele realmente era o Messias prometido de há muito e a muitas

gerações!


Meus irmãos em Jesus Cristo, apesar de todos os sacrifícios,

apesar da sua “ressurreição”, ainda hoje lhe exigem novos 

cometimentos, para n’Ele acreditarem! O homem, no seu 

orgulho e na sua vaidade, os Espíritos, nas suas tribulações,nessa cegueira, que poderíamos chamar de infernal seexistisse o inferno, ainda hoje encaram a N. S. Jesus Cristo, o nosso bendito Pastor, uns indiferentes à verdade,outros com o ódio forjado pelo seu próprio orgulho!

Loucura, teimosia, desgraça!

Onde, porém, na ciência da vaidade, ou na vaidade da 

ciência, encontrarão ódio tão poderoso e tão forte, 

que esmague o amor de todos os amores, o amor do manso

Cordeiro pelos seus irmãos da Terra? Irmãos em Jesus Cristo,

só peço ao Senhor que possais ter a inteira compreensão

das vossas responsabilidades de homens que estudam o 

Evangelho, de homens que envelhecem nesse estudo sacrossanto!

N. S. Jesus Cristo disse a seus apóstolos:

 Nenhum cabelo das vossas cabeças cai pela vossa vontade; 

todos, eles estão contados! Isto, em espírito e verdade,

quer dizer, meus irmãos em Jesus Cristo, que tudo quanto

se passa na vossa vida íntima, todos os fatos da vossa

existência obedecem a uma lei, lei irrevogável, porque é lei

de Deus, do nosso Criador e Pai, a quem devemos todas

as graças, inclusive a existência na Terra!



É penoso o vosso viver, lágrimas de sangue derramais muitas

vezes, para vencer os ínvios caminhos traçados pelas 

vossas próprias culpas. Ainda isso, no entanto, meus

irmãos em Jesus Cristo, é uma  graça! Abençoadas lágrimas, 

abençoados sofrimentos e martírios, que vos colocam no

mesmo caminho, na mesma estrada que percorreu o

Redentor!



Descem do alto as aves e, maldosas, procuram tirar as boas sementes que foram lançadas no vosso eirado. Ao descerem, sentis o roçar das suas azas e vos amedrontais, como se um rijo tufão viesse varrer 
todos  os vossos Espíritos. Não vos amedronteis.


Disse eu hoje, aqui mesmo neste templo  (6,1)  que ninguém 

tentasse tocar em um só de vós, porque  me encontraria

diante de si! Não é, meus irmãos em Jesus Cristo, que

Paulo seja o mais forte. É que Paulo, levantado da

estrada de Damasco pela misericórdia do Senhor, quando

lhe ia perseguir os discípulos, tomou  esse compromisso

consigo mesmo e há de levá-lo avante. Paulo levantará

todo aquele que cair na estrada de Damasco. Sim, Senhor, Bom

e Redivivo, todos estes que aqui vejo agrupados, Senhor, 

também tomaram espadas, armaram-se de couraças para bater os

defensores da tua Doutrina. Hoje, arrependidos, levantaram-se pelo teu braço misericordioso!

Estão de pé, mas são fracos, Bom Jesus! Tentam esmaga-los os
aborrecidos  da luz, os aborrecidos do amor, aqueles que

só encontram prazer no ódio e na vingança!

Teus inimigos querem aniquilá-los! Dá, Senhor, que

o teu Paulo seja a sentinela constante aqui! 

Tu, Senhor, és bom!!


O médium, ao acabar de pronunciar esta ultima frase, fica imóvel, extático.

Os irmãos que o rodeiam vertem lagrimas de comoção e, nesse

estado, permanecem por alguns momentos, até que, afinal, 

o mesmo médium diz com voz meiga e suave:

Amai-vos uns aos outros.

Em pranto, acrescenta o médium:

Bittencourt! Que dita! Meu Deus! E tenho de descer outra vez à podridão, quando vejo a N. S. Jesus Cristo!

Paciência!



6   Na tarde daquele mesmo dia, ao fazer uma prece, o médium fora 

acometido por um Espírito maléfico. Socorreu-o Paulo, que fez então

 a promessa aqui repetida.

     

         = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =

AINDA, DO MESMO TRABALHO:

CAPÍTULO  22


Concepção da Virgem ─ Natureza do
corpo de Jesus e dos seus sofrimentos
(Lucas II, v. 14)


Meus filhos, bem pouco me cabe dizer sobre o vosso estudo de
hoje. Soubestes guardar convosco a paz que os vossos guias vos trouxeram
e, recebendo facilmente as suas inspirações, pudestes, com o vosso
próprio espírito, tocar a verdade. É assim que firmastes opinião definitiva
sobre a concepção da sempre Virgem e sobre o corpo aparentemente
carnal de N. S. Jesus Cristo.

Se a opinião isolada do vosso bom mestre Allan Kardec pôde, de
alguma sorte, influir no entendimento de alguns, fazendo-lhes crer que
o Redentor do mundo viera revestir-se da matéria grosseira dos corpos
comuns, para dar o exemplo das maiores virtudes, encaminhando a
humanidade inteira, para a terra da promissão, hoje, que todos os Espíritos
bem iluminados afirmam que o nascimento de Jesus foi todo aparente,
que o seu corpo apenas se constituíra de fluidos concentrados
no seio da sempre Virgem Maria, não há mais razão de ser para duas
opiniões a tal respeito.

Maria foi mãe de Jesus, como todas as mães são mães dos homens.

Se o que se gera no ventre da mulher não é o Espírito, mas, sim,
a massa que vai vestir o mesmo Espírito, incontestavelmente Maria foi
mãe de N. S. Jesus Cristo. E, assim, bem o vedes, realizaram-se todas
as profecias; e, assim, veio ao mundo Aquele a quem devemos a Seara
da abundância, os frutos da verdade. Insistamos: a opinião do homem,
falível quase sempre, pôde como que inocular, no espírito de seus irmãos,
a ideia de que Jesus, se não revestisse um corpo carnal, igual ao
de todas as criaturas humanas, seus sofrimentos seriam nulos.
 Entretanto, como bem disseram entre vós, qual o maior sofrimento,
 o físico, ou o sofrimento moral?

Mas, mesmo com esse corpo de natureza celeste, com essa reunião
de moléculas fluídicas, que ainda desconheceis, não seria possível
o próprio sofrimento físico do Redentor? Quem sofre, é o Espírito,
ou a carne? Não é a lesão, o golpe sobre a matéria, que, por intermédio
do  perispírito, faz chegar ao Espírito as sensações e a dor?

Vedes, portanto, que não pode prevalecer de modo algum a opinião
 isolada do vosso bom mestre Allan Kardec.

Meus filhos, continuemos a estudar os Evangelhos do Senhor em
todos os seus mais pequeninos detalhes. Procurai conhecer o espírito
de toda a letra, com humildade, porque a verdade há de fazer-se aos
vossos olhos; como um testemunho do agrado do Senhor, que vos vê
esquecidos das paixões do mundo, concentrados, estudando a vida do
seu amado Filho.

O único requisito que se vos pede é a humildade.
 Agora, ouvi as palavras de Gabriel.
Ismael.
Médium: Frederico.


                                = = = = = = = = = = = = = = 

CAPÍTULO  23

A concepção da Virgem Imaculada


Sayão diz, em resumo:


Nos momentos de paz, em que podemos desprender-nos da vida
da matéria, voe a nossa alma aos páramos da luz, em procura da verdade,
mostrando ainda, para desmentido dos nossos adversários que,
como espiritas, adoramos todos esses vultos sacrossantos que, enviados
do nosso Pai do Céu, baixaram ao nosso planeta, ao nosso purgatório,
para ensinar-nos o caminho da salvação.

Cristão sem N. S. Jesus Cristo, apartamo-nos da religião dos Padres
de Roma, por não podermos aceitar os seus dogmas e milagres, os
das penas eternas, do pecado original, tudo inovações com que deturpam
a Boa Nova, para, tirando todo mérito às ovelhas, lhes imporem
pelo terror a crença que deve ser fruto de profundas convicções, oriundas
do conhecimento da verdade.

A concepção da Santa Virgem, que toda a Cristandade soleniza
por entre festas e alegrias, assunto de que nos vamos ocupar, é um
fato que, estudado à luz da Santa Doutrina Espírita, se mostra muito
diverso do que, por séculos e séculos, tem sido considerado, sob o véu
do mistério. Esse mistério que foi necessário à humanidade na sua infância,
tinha que ser desvendado para que a verdade se patenteasse, de
conformidade com as leis absolutas.

Esse mistério tinha que desaparecer, pois constituía um estorvo,
uma dificuldade, que descoroçoava os que procuravam aplicar-lhe os
ditames da razão e da lógica, servindo, ao mesmo tempo, de alimento ao
fanatismo e à especulação, bem como de argumento para cismas.
Chegados à época em que vivemos, em que tudo deve ser estudado,
discutido e entendido para ser acreditado, por efeito da civilização
e do progresso, realizado em virtude de lei imposta a entes perfectíveis,
quais somos, o véu desse mistério tinha que ser levantado, por constituir
ele um obstáculo à mesma civilização, jugo imposto por uma autoridade
sem mais razão de ser, um resto de superstição contrária à dignidade
da inteligência, mantida unicamente em proveito dos retardatários
e dos mercadores do templo, que evitam por todos os meios possam os
fiéis esclarecer-se.

O esquecimento dos mais solenes preceitos da revelação mosaica
deu causa, para os Hebreus, às maiores desgraças e calamidades;
as leis, recebidas pelo vidente do Sinai, adulteradas pelas invasões, se
tornaram ineficazes para despertar a humanidade, adormecida pelos
vicios e paixões.

O terror, que lhes entorpeceu as faculdades, pelos fenômenos de
efeitos físicos que envolveram o monte no momento em que o Médium
ouvia a voz do enviado de Deus, fenômenos que foram a mais convincente
confirmação deste outro, deixou de prevalecer naqueles Espíritos,
vencidos pelos antagonismos, pelos ódios, pelos propósitos de vingança
e pelos abusos da matéria.

Tudo destruíram, tudo aniquilaram, para só guardarem as paixões
e os apetites carnais, como únicos impulsos diretores do homem.
Para a enormidade de todos esses males, que ocasionavam perniciosas
consequências, o remédio, de certo, já não podia ser a ação
devastadora das armas contra a humanidade; mas, a persuasão, mediante
o ensino de uma moral pura e sã, exemplificada por um ser da
maior pureza.

Eram necessárias a missão de um Cristo de Deus e uma lei, um
código moral, como a Boa Nova, para dar às almas a esperança e a luz,
e à existência terrena uma explicação.

Mas, que atenção podia o homem então dar aos atos de um Espírito,
se ainda hoje, depois de 19 séculos, se moteja da ideia da comunicação
dos Espíritos com os homens?

Era preciso que surgisse um homem de carne e osso, que fosse
visto e ouvido mostrando a praticabilidade dos seus ensinamentos,
exemplificando a sua moral, para que a humanidade se deixasse conduzir
como uma criança. Eram indispensáveis as obras maravilhosas
das curas e tantas outras, então inexplicáveis para a ignorância dos
homens.

Foi para isso que Jesus, Espírito, Criatura de Deus, perfeito, imaculado,
em direta comunicação com o seu Pai, e nosso Pai, cercado de
outros Espíritos eleitos e escolhidos para ajudá-lo em sua grandiosa
missão, baixou à Terra, a fim de nos ensinar a viver e a morrer, ou antes
a progredir, até ressurgirmos na vida eterna e entrarmos no foco donde
saímos.

Imaginemos a altitude dos Espíritos de escol a quem Deus confiou
a incumbência de ajudarem o seu dileto Filho na obra da regeneração
da humanidade.

Imaginemos a predisposição daqueles seres elevados, designados
para representarem o [papel] de progenitores do Cordeiro Imaculado e
teremos os traços característicos da Nossa Mãe Santíssima e do seu Virtuoso,
Santo Esposo, a cujos esponsais precedeu o voto de castidade.
Com efeito, Maria era um conjunto de perfeições, como nunca se
vira igual.

Segundo o testemunho dos que conheceram a Rainha dos Anjos,
sua figura graciosa, gentil, realçada pelo véu divino de.um pudor
sublime, atraía os sentidos da alma, inspirando não só respeito, como
adoração. No seu semblante resplandecia a graça, que a iluminava interiormente,
e sua voz deleitava o coração. Da modéstia e singeleza do seu
falar e das suas ações evolava-se o perfume da virtude, que é do Céu e
não do mundo. As qualidades que em alto grão exornavam a Virgem,
ressaltavam aos olhos de quantos a contemplavam, infundindo a José
a maior veneração.

Este, a seu turno, o Santo Patriarca, escolhido dentre os solteiros
da raça de David para consorte daquela que o Senhor predestinara a
ser considerada Mãe do nosso Salvador, já pelos dotes da sua esposa, já
pelos votos que lhe consagrava, vivia sob tão elevada e santa adoração,
que nem sequer a possibilidade de uma suspeita podia invadir-lhe a
mente e fazê-lo duvidar da pureza daquele Espírito excelso.
Mas, diante do fato material que cada vez mais avultava, o Santo
Varão veio a encontrar-se num labirinto de hesitações e receios, com a
alma dilacerada, em transes ocultos e dolorosíssimos de grandes aflições;
mas, ainda assim, foi vencedor naquela luta titânica, praticando
um desses rasgos de resignação, de que só são capazes os Espíritos superiores,
aptos, pelo poder da Fé, a afrontar as dores mais cruciantes.

À hora, porém, em que, cansado e fatigado de tantos embates
íntimos, ele cedeu ao sono, a mão do Senhor se lhe estendeu e fê-lo
ouvir as vozes, harmoniosas do seu Anjo, que, derramando suavíssimo
bálsamo sobre as suas angústias, em sonho lhe arrancou, por meio
de uma revelação divina, o espesso véu que lhe escondia o portentoso
mistério.

“José, filho de David, não temas: conserva contigo Maria, como tua
esposa, porque o fruto do seu ventre é obra do Espírito Santo. Ela terá um
filho ao qual chamarás de Jesus, porque há de salvar o povo do pecado.”
Quando o Patriarca abriu os olhos, desvanecida a visão, estavam
acalmadas as tempestades da sua alma. Obediente à voz do Céu e valoroso
na sua fé, esperou pelo sucesso, sem duvidar, nem discutir! Pai do
Messias perante o mundo, nem a soberba entrou no seu peito, nem a
humildade da criatura ante o Criador se alterou. Apenas disse, no imo
do seu coração: ─ Seja feita a vontade de Deus.

A concepção, pois, e tudo o que se seguiu, até ao suposto nascimento
do nosso Redentor, obra chamada miraculosa, por inexplicável
segundo os conhecimentos de então, graças à Terceira Revelação
(Espírita), sabemos que não passou de uma ação espírito-magnética,
exercida por meio de fluidos apropriados, e que o corpo, de natureza
celeste, que Jesus revestiu se formou de uma concentração de fluidos
desconhecidos dos homens. Assim formado, esse corpo era todo aparente,
com relação aos corpos humanos, visto que tinha a possibilidade
de aparecer e desaparecer, sob a ação exclusiva da vontade do Mestre.
“Por isso meu Pai me ama: porque deixo a minha vida para a reto107
mar. Ninguém m’a tira; por mim mesmo a deixo, tenho o poder de a deixar
e de a retomar. Este o mandamento que recebi de meu Pai.”
 (Ev. de João, X, 17-18)

Se é certo que a verdade Jesus não a revelou toda, conforme Ele
próprio o disse, declarando que não dava senão o que o homem podia suportar,
é também certo haver Ele prometido que, quando viesse, o Espírito
da Verdade nos ensinaria todas as verdades.
 (Ev. de João, XVI, 12-13).


Não podíamos, portanto, ficar estacionários, sem explicações satisfatórias
dos fatos, explicações que convencem a nossa razão, de acordo
com os progressos da ciência, perdoem-nos os Doutores de Roma.
Essas tradições, guardadas desde tantos séculos no santuário da
alma dos crentes, produziram frutos benditos, é verdade; porém, considerados
como milagres, os fatos envolviam uma contestação às leis
absolutas. Hoje, esclarecidos pela nova revelação, tornam compreensíveis
a Onisciência do Nosso Criador e Pai e fazem que a crença cega seja
substituída pela fé racional.

A Conceição de Maria, sempre Virgem e Imaculada, Nossa Mãe
Santíssima, assim se operou, sem quebra da sua pureza e, ontem como
hoje, como amanhã e na eternidade dos séculos, será um motivo de alegrias
e festas do coração o podermos exprimir a nossa gratidão a esse
Anjo Benedito, que nos traz a palma da Oliveira, a paz de Nosso Senhor
Jesus Cristo, seu divino Filho.

Salve Maria! Cheia de graça! Mãe de N. S. Jesus Cristo! Roga por
nós, míseros pecadores, agora e na hora em que deixemos este mundo
de misérias. Senhora Nossa, compadece-te dos infelizes inimigos da
Santa Doutrina do teu Bendito Filho e intercede por eles, como por todos
os que sofrem as consequências, de suas faltas e de seus pecados.


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CAPÍTULO 24
A Virgindade de Maria Santíssima
(Mateus I, v. 25)
Graças rendamos ao Senhor, pela paz que reina entre nós, paz
que vos dá inteira tranquilidade ao espírito, permitindo que as verdades
divinas facilmente as aprecieis e entendais.

Sim, meus filhos, só estando completamente embotada a todos os
sentimentos nobres; só estando incapacitada para todas as manifestações
de respeito e de amor a Deus, poderia a alma humana admitir a hipótese,
horrível direi, de José, varão ilustre, todo devotado às coisas da
religião, inteiramente submisso à vontade divina, cometer um adultério
abominável, unindo-se material e grosseiramente à esposa de Deus!
Qual de vós, cujo Espírito ainda não alcançou a elevação do de José, seria
capaz de praticar semelhante atentado? Qual de vós violaria aquele
sacrário, de onde sai a hóstia do mundo, a hóstia da verdade, para ser
comungada, para ser absorvida pela pobre e infeliz humanidade? Ora,
se nenhum de vós, mal grado à vossa inferioridade, seria capaz de cometer
esse erro, essa profanação, como admitir que José, cuja, elevação
moral era tão grande que lhe foi confiada a guarda da esposa de Deus,
fosse capaz de praticar semelhante crime? Felizmente, presente ao vosso
estudo, ao vosso trabalho, pude perceber claramente a repulsão que
em cada um de vós encontram tais ideias, contrárias à verdade dos
fatos evangélicos. Afastada, por impossível, a hipótese de tão horrendo
adultério, da parte de José contra o seu Criador, compreende-se perfeitamente
que Jesus foi o primogênito, o unigênito.

Filhos, é natural que no correr dos nossos estudos se nos deparem
fatos e passagens que, como esta, exijam meditação muito séria, uma
vez que eles não puderam, nem podiam, chegar até nós com a sua fi-
sionomia absolutamente real, já porque, pelas necessidades da época,
como bem dissestes, tiveram de ser compreendidos sob outros aspectos
já porque, relatando-os, os Evangelistas o fizeram sob o influxo, muitas
vezes, de suas impressões humanas; já porque não pouco perde a verdade
integral dos fatos, quando são registrados depois de terem passado
de boca em boca pelas multidões, das quais recebem acréscimos, sofrem
apreciações que os modificam, pela razão de que cada indivíduo os
apreende e toma de acordo com as suas possibilidades e capacidades.
Mas, com a paz que soubestes manter entre vós, com os favores
da infinita misericórdia de N. S. Jesus Cristo, a luz se há de fazer nos
vossos Espíritos de modo que possais, mais tarde, abrindo outras escolas,
transmitir o que aprendestes nesta comunhão.

Que Deus vos abençoe e que José, presente no nosso humilde
santuário, receba nas suas plantas o nosso ósculo verdadeiramente fraternal,
como testemunho do nosso respeito ao humano Anjo de Guarda
da Mãe de N. S. Jesus Cristo.
Ismael
Médium: Frederico.



E o  como explicar Jesus andando sobre as águas ? Mateus 14:22-36

Jesus Anda sobre as Águas

22 Logo em seguida, Jesus insistiu com os discípulos para que entrassem no barco e fossem adiante dele para o outro lado, enquanto ele despedia a multidão. 23 Tendo despedido a multidão, subiu sozinho a um monte para orar. Ao anoitecer, ele estava ali sozinho, 24 mas o barco já estava a considerável distância[a] da terra, fustigado pelas ondas, porque o vento soprava contra ele.

25 Alta madrugada[b], Jesus dirigiu-se a eles, andando sobre o mar. 26 Quando o viram andando sobre o mar, ficaram aterrorizados e disseram: “É um fantasma!” E gritaram de medo.

27 Mas Jesus imediatamente lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo!”

28 “Senhor”, disse Pedro, “se és tu, manda-me ir ao teu encontro por sobre as águas”.

29 “Venha”, respondeu ele.

Então Pedro saiu do barco, andou sobre as águas e foi na direção de Jesus. 30 Mas, quando reparou no vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!”

31 Imediatamente Jesus estendeu a mão e o segurou. E disse: “Homem de pequena fé, por que você duvidou?”

32 Quando entraram no barco, o vento cessou. 33 Então os que estavam no barco o adoraram, dizendo: “Verdadeiramente tu és o Filho de Deus”.

34 Depois de atravessarem o mar, chegaram a Genesaré. 35 Quando os homens daquele lugar reconheceram Jesus, espalharam a notícia em toda aquela região e lhe trouxeram os seus doentes. 36 Suplicavam-lhe que apenas pudessem tocar na borda do seu manto; e todos os que nele tocaram foram curados.