quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

O DEVER

EVANGELHO CAPITULO XVII SEDE PERFEITOS

ESTUDO O DEVER E A VIRTUDE – ITENS 7 E 8

LIVRO DOS ESPÍRITOS QUESTÃO 918 E 919


EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA.

CAMINHO : A norma de vida prática sobre a

Terra para chegar à Deus;

A VERDADE: Significa a síntese do conhecimento, o pensamento de                                    Deus;

A VIDA : A força do amor, a unidade das almas em Deus.


OS TRES DEVERES FUNDAMENTAIS ENUNCIADOS


- Glória a Deus nas alturas; diz respeito de nossa relação com o criador. Representa o dever de nos integrarmos às leis divinas, com todo o coração, durante todo o tempo da

vida consciente (aquisição da razão e livre arbítrio) .


- Paz na Terra; diz respeito de nossa relação com todos os seres com os quais estamos dividindo o planeta


- Boa Vontade para com os homens; É aqui que primeiramente,

é um dever de mim para comigo mesmo.

TODAS ESTAS ESTÃO INTERCONECTADAS E DEVEM ANDAR JUNTAS. -----------------------------------------------

E MUITO ME FATIGUEI PROCURANDO-TE FORA DE MIM,

QUANDO TE ENCONTRAS EM MIM.

( Santo Agostinho )


INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

O DEVER (Capítulo XVII) item 7


Definição de Dever Segundo Lázaro, 1863 item 7 cap XVII

7. O dever é a obrigação moral da criatura para consigo mesma, primeiro, e, em seguida, para com os outros.

- O dever é a lei da vida. Com ele deparamos nas mais ínfimas particularidades, como nos atos mais elevados.

- Por se achar em antagonismo com as atrações do interesse material e do coração (as paixões) o Dever acaba sendo um obstáculo que para a maioria se torna um trabalho difícil.

No cumprimento do DEVER As vitórias Não têm testemunhas e as derrotas ficam no íntimo da consciência de cada um de nós entregues à Consciência e ao Livre arbítrio.

- muitas vezes, o DEVER mostra-se impotente diante dos sofismas da paixão. -

significado de sofisma: argumento ou raciocínio concebido com o objetivo de produzir a ilusão da verdade, que, embora simule um acordo com as regras da lógica, apresenta, na realidade, uma estrutura interna inconsistente, incorreta e deliberadamente enganosa.

- Fielmente observado, o dever do coração eleva o homem;

O homem tem gravadas na consciência as leis de Deus. L.E 621


- como determiná-lo, porém, com exatidão? Onde começa ele? onde termina?


- O dever principia, para cada um, exatamente no ponto em que é ameaçada a felicidade ou a tranqüilidade do próximo;


E acaba no limite que não desejais ninguém transponha com relação a cada um. Um exemplo está em Evolução em 2 Mundos:


Noção do direito - Em razão do apego aos rebentos da própria carne, o homem institui a propriedade da faixa de solo em que se lhe encrava a moradia e, atendendo a essa mesma raiz de afetividade, traça a si próprio determinadas regras de conduta, para que não imponha aos semelhantes ofensas e prejuízos que não deseja receber. Acontece, assim, o inesperado... O homem selvático que não pretende abandonar os apetites e prazeres da experiência animal, fabrica para si mesmo os freios que lhe controlarão a liberdade, a fim de que se lhe enobreça o caráter iniciante. Estabelecendo a posse tirânica em tudo o que julga seu, desiste de aproveitar o que pertence ao vizinho, sob pena de expor-se a penalidades cruéis. Nasce, desse modo, para ele a noção do direito sobre o alicerce das obrigações respeitadas. (Evolução em dois Mundos, Primeira Parte, cap. XI, pág. 80.)


Deus criou todos os homens iguais para a dor. Pequenos ou grandes, ignorantes ou instruídos, sofrem todos os efeitos da lei de causa e efeito, a fim de que cada um julgue em sã consciência o mal, pois a igualdade em face da dor é uma sublime providência de Deus, que quer que todos os seus filhos, instruídos pela experiência comum, não pratiquem o mal, alegando ignorância de seus efeitos.

Com relação ao bem, infinitamente vário nas suas expressões, não é o mesmo o critério.

Podemos então afirmar que O dever é:

- o resumo prático de todas as especulações morais;

- é uma bravura da alma que enfrenta as angústias da luta;

-é austero e brando; pronto a dobrar-se às mais diversas complicações, conserva-se inflexível diante das suas

tentações.


- O homem que ama a Deus mais do que as criaturas, mais que a si mesmo, cumpre o seu dever É a um tempo juiz e escravo em causa própria.


- O dever descende da razão, ele surge após a aquisição desta e do livre arbítrio.

- O homem tem de amar o dever, porque empresta à alma uma ferramenta e o vigor necessário ao seu desenvolvimento.

Significado de Laurel: prêmio, honraria que se concede a alguém em reconhecimento a seus mérito, virtude ou talento; galardão, láurea, lauréola.

- O dever cresce e irradia sob mais elevada forma, em cada um dos estágios superiores da Humanidade.

A obrigação moral da criatura para com Deus jamais cessa. Tem esta de refletir as virtudes do Eterno, que não aceita esboços imperfeitos, porque quer que a beleza da sua obra resplandeça a seus próprios olhos. É a perfeição, um determinismo .

Lázaro. (Paris, 1863.)


No Livro dos Espíritos: objetivo da encarnação

UM DOS PRINCIPAIS DEVERES :

132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?

Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação.

Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da Criação.

Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus; é assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”

A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Deus, porém, na sua sabedoria, quis que nessa mesma ação eles encontrassem um meio de progredir e de se aproximar dele. Deste modo, por uma admirável

lei da Providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza.


O ISOLAMENTO É NÃO CUMPRIMENTO DO DEVER

770. Que se deve pensar dos que vivem em absoluta reclusão, fugindo ao pernicioso contato do mundo?

Duplo egoísmo.”

a) Mas não será meritório esse retraimento, se tiver por fim uma

expiação, impondo-se aquele que o busca uma privação penosa?


fazer maior soma de bem do que de mal constitui a melhor expiação. Evitando um mal, aquele que por tal motivo se insula cai noutro, pois esquece a lei de amor e de caridade.”


647. A Lei de Deus se acha contida toda no preceito do amor ao próximo, ensinado por Jesus?


  1. Certamente. Esse preceito encerra todos os deveres dos homens uns para com os outros. Cumpre, porém, se lhes mostre a aplicação que comporta, do contrário deixarão de cumpri-lo, como o fazem presentemente. Ademais, a lei natural abrange todas as circunstâncias da vida e esse preceito compreende só uma parte da lei. Aos homens são necessárias regras precisas; os preceitos gerais e muito vagos deixam grande número de portas abertas à interpretação.”


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INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

A LEI DE AMOR

8. O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos

são os instintos elevados à altura do progresso feito.


Em sua origem, o homem só tem instintos;

- quando mais avançado e corrompido, só tem sensações;

- quando instruído e depurado, tem sentimentos.


E o ponto delicado do sentimento é o amor, esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas.


- A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres;

- extingue as misérias sociais.


- Ditoso aquele que ama do fundo do coração, seus irmãos em sofrimento!


- Ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo.


O Espiritismo vem traz a reencarnação, o triunfo sobre a morte, revela às criaturas seu patrimônio intelectual.


Em seu começo, o homem só instintos possui, acha-se mais próximo do ponto de partida, do que da meta.


A fim de avançar para a meta, a criatura deve vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, e aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria.

Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; e trazem consigo o progresso, assim como a semente encerra em si o carvalho.

Os seres menos adiantados se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do trabalho de agora que lhe proporcionará muito mais que os bens terrenos.


É então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes. – Lázaro. (Paris, 1862.)


CAMINHO, VERDADE E VIDA - cap 136



COISAS TERRESTRES E CELESTIAIS


Se vos tenho falado de coisas terrestres, e não me credes, como crereis se vos falar das celestiais?

Jesus. (JOÃO, capítulo 3, versículo 12.)


No intercâmbio com o mundo espiritual, é freqüente a reclamação de certos estudiosos, relativamente à ausência de informações das entidades comunicantes, no que se refere às particularidades alusivas às atividades em que se movimentam.


Por que não se fazem mais explícitos os desencarnados quanto ao novo gênero de vida a que foram chamados?


Como serão suas cidades, suas casas, seus processos de relações comuns? Através de que meios se organizam hierarquicamente? Terão governos nos moldes terrestres?


Indagam outros, relativamente às razões pelas quais os cientistas libertos do plano físico não voltam aos antigos centros de pesquisas e realizações, vulgarizando métodos de cura para as chamadas moléstias incuráveis ou revelando invenções novas que acelerem o progresso mundial.

São esses os argumentos apressados da preguiça humana.

Se os Espíritos comunicantes têm tratado quase que somente do material existente em torno das próprias criaturas terrenas, num curso metódico de introdução a tarefas mais altas e ainda não puderam ser integralmente ouvidos, que viria a acontecer se olvidassem compromissos graves, dando-se ao gosto de comentários prematuros?


É necessário compreenda o homem que Deus concede os auxílios; entretanto, cada Espírito é obrigado a talhar a própria glória.


A grande tarefa do mundo espiritual, em seu mecanismo de relações com os homens encarnados, não é a de trazer conhecimentos sensacionais e extemporâneos, mas a de ensinar os homens a ler os sinais divinos que a vida terrestre contém em si mesma, iluminando-lhes a marcha para a espiritualidade superior.



Prefácio do Evangelho

Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, qual imenso exército que se movimenta ao receber as ordens do seu comando, espalham-se por toda a superfície da Terra e, semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos.

Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos.


As grandes vozes do Céu ressoam como sons de trombetas, e os cânticos dos anjos se lhes associam. Nós vos convidamos, a vós homens, para o divino concerto. Tomai da lira, fazei uníssonas vossas vozes, e que, num hino sagrado, elas se estendam e repercutam de um extremo a outro do Universo.


Homens, irmãos a quem amamos, aqui estamos junto de vós. Amai-vos, também, uns aos outros e dizei do fundo do coração, fazendo as vontades do Pai, que está no Céu: Senhor!

Senhor!... e podereis entrar no reino dos Céus.

O ESPÍRITO DE VERDADE


A VIRTUDE (capitulo XVII Evangelho)


8. A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem.


Ser bom, caritativo, laborioso, sóbrio, modesto, são qualidades do homem virtuoso.

Infelizmente, quase sempre as acompanham pequenas enfermidades morais que as desornam e atenuam.

Não é virtuoso aquele que faz ostentação da sua virtude, pois que lhe falta a qualidade principal: a modéstia, e tem o vício que mais se lhe opõe: o orgulho.


A virtude, verdadeiramente digna desse nome, não gosta de estadear-se. Adivinham-na; ela, porém, se oculta na obscuridade e foge à admiração das massas.

S. Vicente de Paulo era virtuoso;

-eram virtuosos o digno cura d’Ars e muitos outros quase desconhecidos do mundo, mas conhecidos de Deus.

Todos esses homens de bem ignoravam que fossem virtuosos; deixavam-se ir ao sabor de suas santas inspirações e praticavam o bem com desinteresse, completo e inteiro esquecimento de si mesmos.


À virtude assim compreendida e praticada é que vos convido, meus filhos;

-a essa virtude verdadeiramente cristã e verdadeiramente espírita é que vos concito a consagrar-vos.


Afastai, porém, de vossos corações tudo o que seja orgulho, vaidade, amor-próprio, que sempre desadornam as mais belas qualidades.

Não imiteis o homem que se apresenta como modelo e trombeteia, ele próprio, suas qualidades a todos os ouvidos complacentes. A virtude que assim se ostenta esconde muitas vezes uma imensidade de pequenas torpezas e de odiosas covardias.

Em princípio, o homem que se exalça, que ergue uma estátua à sua própria virtude, anula, por esse simples fato, todo mérito real que possa ter.


Entretanto, que direi daquele cujo único valor consiste em parecer o que não é? Admito de boa mente que o homem que pratica o bem experimenta uma satisfação íntima em seu coração; mas, desde que tal satisfação se exteriorize, para colher elogios, degenera em amor-próprio.


Ó vós todos a quem a fé espírita aqueceu com seus raios, e que sabeis quão longe da perfeição está o homem, jamais esbarreis em semelhante escolho. A virtude é uma graça que desejo a todos os espíritas sinceros. Contudo,

dir-lhes-ei:

Mais vale pouca virtude com modéstia, do que muita com orgulho. Pelo orgulho é que as Humanidades sucessivamente se hão perdido; pela humildade é que um dia elas se hão de redimir. – François-Nicolas-Madeleine.(Paris, 1863.)

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A conduta é verdadeiramente moral quando ela corresponde à retidão - isto é, à positividade - e é benéfica, conquanto possua 100% de valor evolutivo, seja para si ou para os outros.


EVANGELHO CAPÍTULO XI

AMAR AO PRÓXIMO COMO A SÍ MESMO

O MANDAMENTO MAIOR.

FAZERMOS AOS OUTROS O QUE QUEIRAMOS QUE OS OUTROS NOS FAÇAM.

PARÁBOLA DOS CREDORES E DOS DEVEDORES

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1019. Poderá jamais implantar-se na Terra o reinado do bem? - (São Luis)

O bem reinará na Terra quando, entre os Espíritos que a vêm habitar, os bons predominarem, porque, então, farão que aí reinem o amor e a justiça, fonte do bem e da felicidade.

Por meio do progresso moral e praticando as leis de Deus é que o homem atrairá para a Terra os bons Espíritos e dela afastará os maus. Estes, porém, não a deixarão, senão quando daí estejam banidos o orgulho e o egoísmo.

Predita foi a transformação da humanidade e vos avizinhais do momento em que se dará, momento cuja chegada apressam todos os homens que auxiliam o progresso. Essa transformação se verificará por meio da encarnação de Espíritos melhores, que

constituirão na Terra uma geração nova. Então, os Espíritos dos maus, que a morte vai ceifando dia a dia, e todos os que tentem deter a marcha das coisas serão daí excluídos, pois que viriam a estar deslocados entre os homens de bem, cuja felicidade perturbariam. Irão para mundos novos, menos adiantados, desempenhar missões penosas, trabalhando pelo seu próprio adiantamento, ao mesmo tempo que trabalharão pelo de seus irmãos ainda mais atrasados. Neste banimento de Espíritos da Terra transformada, não percebeis a sublime alegoria do Paraíso perdido e, na vinda do homem para a Terra em semelhantes condições, trazendo em si o gérmen de suas paixões e os vestígios da sua inferioridade primitiva, não descobris a não menos sublime alegoria do pecado original?

Considerado deste ponto de vista, o pecado original se prende à natureza ainda imperfeita do homem que, assim, só é responsável por si mesmo, pelas suas próprias faltas e não pelas de seus pais.

Todos vós, homens de fé e de boa vontade, trabalhai, portanto, com ânimo e zelo na grande obra da regeneração, que colhereis pelo cêntuplo o grão que houverdes semeado.

Ai dos que fecham os olhos à luz! Preparam para si mesmos longos séculos de trevas e decepções.

Ai dos que fazem dos bens deste mundo a fonte de todas as suas alegrias! Terão que sofrer privações muito mais numerosas do que os gozos de que desfrutaram! Ai, sobretudo, dos egoístas! Não acharão quem os ajude a carregar o fardo de suas misérias.”

São Luís

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Conhecimento de si mesmo

919. Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?


Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”24


a) Concebemos toda a sabedoria desta máxima, porém a dificuldade

está precisamente em cada um conhecer-se a si mesmo. Qual o meio de consegui-lo?


24 N.E.: Frase atribuída ao filósofo grego Sócrates (470–399 a.C.).

fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar..

Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo de guarda que o esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria.

Dirigi, pois, a vós mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis

confessar.

Perguntai ainda mais: ‘Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?’.

Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos.

As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.


O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual.


Direis, como há de alguém julgar-se a si mesmo?

Não está aí a ilusão do amor-próprio para atenuar as faltas e torná-las desculpáveis?


Sei haver muitos que dizem ser positivo o presente e incerto o futuro. Ora, esta exatamente a ideia que estamos encarregados de eliminar do vosso íntimo, visto desejarmos fazer que compreendais esse futuro, de modo a não restar nenhuma dúvida em vossa alma.

Por isso foi que primeiro chamamos a vossa atenção por meio de fenômenos capazes de ferir-vos os sentidos e que agora vos damos instruções, que cada um de vós se acha encarregado de espalhar.

Com este objetivo é que ditamos O livro dos espíritos.”

Santo Agostinho



Do Prolegômenos:

.

lembra-te de que os bons Espíritos só dispensam assistência aos que

servem a Deus com humildade e desinteresse e que repudiam a todo aquele que busca na senda do Céu um degrau para conquistar as coisas da Terra;

que se afastam do orgulhoso e do ambicioso. O orgulho e a ambição serão sempre uma barreira erguida entre o homem e Deus. São um véu lançado sobre as claridades celestes, e Deus não pode servir-se do cego para fazer perceptível a luz.”


João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, O Espírito de Verdade, Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin, Swedenborg, entre outros.


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Da perfeição moral

As virtudes e os vícios • Paixões • O egoísmo • Caracteres

do homem de bem • Conhecimento de si mesmo

as virtudes e os vícios


893. Qual a mais meritória de todas as virtudes?

Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem

do próximo, sem pensamento oculto.


A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade.”


895. Postos de lado os defeitos e os vícios acerca dos quais ninguém se pode

equivocar, qual o sinal mais característico da imperfeição?


O interesse pessoal. frequentemente, as qualidades morais são como, num objeto de cobre, a douradura, que não resiste à pedra de toque. Pode um homem possuir qualidades reais, que levem o mundo a considerá-lo homem de bem. mas, essas qualidades, conquanto assinalem um progresso, nem sempre suportam certas

provas e às vezes basta que se fira a corda do interesse pessoal para que o fundo fique a descoberto.

O verdadeiro desinteresse é coisa ainda tão rara na Terra que, quando se patenteia, todos o admiram como se fora um fenômeno.

O apego às coisas materiais constitui sinal notório de inferioridade, porque, quanto mais se aferra aos bens deste mundo, tanto menos compreende o homem o seu destino. Pelo desinteresse, ao contrário, demonstra que encara de um ponto mais elevado o futuro.”


896. Há pessoas desinteressadas, mas sem discernimento, que prodigalizam seus haveres sem utilidade real, por lhes não saberem dar emprego criterioso. Têm algum merecimento essas pessoas?


Têm o do desinteresse, porém, não o do bem que poderiam fazer. O desinteresse é uma virtude, mas a prodigalidade irrefletida constitui sempre, pelo menos, falta de juízo. A riqueza, assim como não é dada a uns para ser aferrolhada num cofre forte, também

não o é a outros para ser dispersada ao vento. Representa um depósito de que uns e outros terão de prestar contas, porque terão de responder por todo o bem que podiam fazer e não fizeram, por todas as lágrimas que podiam ter estancado com o dinheiro que

deram aos que dele não precisavam.”


897. Merecerá reprovação aquele que faz o bem, sem visar a qualquer recompensa na Terra, mas esperando que lhe seja levado em conta na outra vida e que lá venha a ser melhor a sua situação? E essa preocupação lhe prejudicará o progresso?

O bem deve ser feito caritativamente, isto é, com desinteresse.”


a) Contudo, todos alimentam o desejo muito natural de progredir, para forrar-se à penosa condição desta vida. Os próprios Espíritos nos ensinam a praticar o bem com esse objetivo. Será, então, um mal pensarmos que, praticando o bem, podemos esperar coisa melhor do que temos na Terra?


Não, certamente; mas aquele que faz o bem, sem ideia preconcebida, pelo só prazer de ser agradável a Deus e ao seu próximo que sofre, já se acha num certo grau de progresso, que lhe permitirá alcançar a felicidade muito mais depressa do que seu irmão que, mais positivo, faz o bem por cálculo e não impelido pelo ardor natural do seu coração.” (894)


b) Não haverá aqui uma distinção a estabelecer-se entre o bem que podemos fazer ao nosso próximo e o cuidado que pomos em corrigir--nos dos nossos defeitos? Concebemos que seja pouco meritório fazermos o bem com a ideia de que nos seja levado em conta na outra vida; mas será igualmente indício de inferioridade emendarmo-nos,vencermos as nossas paixões, corrigirmos o nosso caráter, com o propósito

de nos aproximarmos dos bons Espíritos e de nos elevarmos?

Não, não. Quando dizemos — fazer o bem, queremos significar — ser caridoso. Procede como egoísta todo aquele que calcula o que lhe possa cada uma de suas boas ações render na vida futura, tanto quanto na vida terrena. Nenhum egoísmo, porém, há em querer o homem melhorar-se, para se aproximar de Deus, pois que é o fim para o qual devem todos tender.”


898. Sendo a vida corpórea apenas uma estada temporária neste mundo e devendo o futuro constituir objeto da nossa principal preocupação, será útil nos esforcemos por adquirir conhecimentos científicos que só digam respeito às coisas e às necessidades materiais?


Sem dúvida. Primeiramente, isso vos põe em condições de auxiliar os vossos irmãos; depois, o vosso Espírito subirá mais depressa, se já houver progredido em inteligência. Nos intervalos das encarnações, aprendereis numa hora o que na Terra vos exigiria

anos de aprendizado. Nenhum conhecimento é inútil; todos mais ou menos contribuem para o progresso, porque o Espírito, para ser perfeito, tem que saber tudo, e porque, cumprindo que o progresso se efetue em todos os sentidos, todas as ideias adquiridas

ajudam o desenvolvimento do Espírito.”


899. Qual o mais culpado de dois homens ricos que empregam exclusivamente em gozos pessoais suas riquezas, tendo um nascido na opulência e desconhecido sempre a necessidade, devendo o outro ao seu trabalho os bens que possui?


Aquele que conheceu os sofrimentos, porque sabe o que é sofrer.

A dor, a que nenhum alívio procura dar, ele a conhece; porém, como frequentemente sucede, já dela se não lembra.”


900. Aquele que incessantemente acumula haveres, sem fazer o bem a quem quer que seja, achará desculpa, que valha, na circunstância de acumular com o fito de maior soma legar aos seus herdeiros?


é um compromisso com a consciência má.”

901. Figuremos dois avarentos, um dos quais nega a si mesmo o necessário e morre de miséria sobre o seu tesouro, ao passo que o segundo só o é para os outros, mostrando-se pródigo para consigo mesmo; enquanto recua ante o mais ligeiro sacrifício para prestar um serviço ou fazer qualquer coisa útil, nunca julga demasiado o que despenda para satisfazer aos seus gostos ou às suas paixões. Peça-se-lhe um obséquio e estará sempre em dificuldade para fazê-lo; imagine, porém, realizar uma fantasia e terá sempre o bastante para isso. Qual o mais culpado e qual o que se achará em pior situação no mundo dos Espíritos?


O que goza, porque é mais egoísta do que avarento. O outro já

recebeu parte do seu castigo.”


902. Será reprovável que cobicemos a riqueza, quando nos anime o desejo de fazer o bem?


Tal sentimento é, não há dúvida, louvável, quando puro. mas será sempre bastante desinteressado esse desejo? Não ocultará nenhum intuito de ordem pessoal? Não será de fazer o bem a si mesmo, em primeiro lugar, que cogita aquele, em quem tal desejo se manifesta?”

903. Incorre em culpa o homem, por estudar os defeitos alheios?

Incorrerá em grande culpa, se o fizer para os criticar e divulgar, porque será faltar com a caridade. Se o fizer, para tirar daí proveito, para evitá-los, tal estudo poderá ser-lhe de alguma utilidade.

Importa, porém, não esquecer que a indulgência para com os defeitos de outrem é uma das virtudes contidas na caridade. Antes de censurardes as imperfeições dos outros, vede se de vós não poderão dizer o mesmo. Tratai, pois, de possuir as qualidades opostas

aos defeitos que criticais no vosso semelhante. Esse o meio de vos tornardes superiores a ele. Se lhe censurais o ser avaro, sede generosos; se o ser orgulhoso, sede humildes e modestos; se o ser áspero, sede brandos; se o proceder com pequenez, sede grandes

em todas as vossas ações. Numa palavra, fazei por maneira que se não vos possam aplicar estas palavras de Jesus: vê o argueiro no olho do seu vizinho e não vê a trave no seu próprio.”


Paixões

907. Será substancialmente mau o princípio originário das paixões, embora esteja na natureza?

Não; a paixão está no excesso de que se acresceu a vontade, visto que o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem, tanto que as paixões podem levá-lo à realização de grandes coisas. O abuso que delas se faz é que causa o mal.”


908. Como se poderá determinar o limite em que as paixões deixam de ser boas para se tornarem más?


Uma paixão se torna perigosa a partir do momento em que deixais de poder governá-la e que dá em resultado um prejuízo qualquer para vós mesmos, ou para outrem.”


909. Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações?

Sim, e, frequentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade. Ah! quão poucos dentre vós fazem esforços!”


910. Pode o homem achar nos Espíritos eficaz assistência para triunfar de suas paixões?

Se o pedir a Deus e ao seu bom gênio, com sinceridade, os bons Espíritos lhe virão certamente em auxílio, porquanto é essa a missão deles.” (459)


o egoísmo

913. Dentre os vícios, qual o que se pode considerar radical?


Temo-lo dito muitas vezes: o egoísmo. Daí deriva todo mal. Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos há egoísmo.


Por mais que lhes deis combate, não chegareis a extirpá-los, enquanto não atacardes o mal pela raiz, enquanto não lhe houverdes destruído a causa. Tendam, pois, todos os esforços para esse efeito, porquanto aí é que está a verdadeira chaga da sociedade.

Quem quiser, desde esta vida, ir aproximando-se da perfeição moral, deve expurgar o seu coração de todo sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o amor e a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades.”


914. Fundando-se o egoísmo no sentimento do interesse pessoal, bem difícil parece extirpá-lo inteiramente do coração humano. Chegar-se-á a consegui-lo?


À medida que os homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos valor dão às coisas materiais. Depois, necessário é que se reformem as instituições humanas que o entretêm e excitam. Isso depende da educação.”


915. Por ser inerente à espécie humana, o egoísmo não constituirá sempre um obstáculo ao reinado do bem absoluto na Terra?


é exato que no egoísmo tendes o vosso maior mal, porém ele se prende à inferioridade dos Espíritos encarnados na Terra e não à humanidade mesma. Ora, depurando-se por encarnações sucessivas, os Espíritos se despojam do egoísmo, como de suas outras impurezas.


917. Qual o meio de destruir-se o egoísmo?


De todas as imperfeições humanas, o egoísmo é a mais difícil de desenraizar-se porque deriva da influência da matéria, influência de que o homem, ainda muito próximo de sua origem, não pôde libertar-se e para cujo entretenimento tudo concorre:

O egoísmo se enfraquecerá à proporção que a vida moral for predominando sobre a vida material e, sobretudo, com a compreensão, que o Espiritismo vos faculta, do vosso estado futuro, real e não desfigurado por ficções alegóricas.

Fénelon


Caracteres do homem de bem

918. Por que indícios se pode reconhecer em um homem o progresso real que lhe elevará o Espírito na hierarquia espírita? 23


O Espírito prova a sua elevação, quando todos os atos de sua vida corporal representam a prática da lei de Deus e quando antecipadamente compreende a vida espiritual.”


O homem de bem é o que pratica a lei de justiça, amor e caridade, na sua maior pureza.


Se interrogar a própria consciência sobre os atos que praticou, perguntará se não transgrediu essa lei, se não fez o mal, se fez todo bem que podia, se ninguém tem motivos para dele se queixar, enfim, se fez aos outros o que desejara que lhe fizessem.

Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem contar com qualquer retribuição, e sacrifica seus interesses à justiça.

é bondoso, humanitário e benevolente para com todos, porque vê irmãos em todos os homens, sem distinção de raças, nem de crenças.

Se Deus lhe outorgou o poder e a riqueza, considera essas coisas como Um DEPÓSITO, de que lhe cumpre usar para o bem. Delas não se envaidece, por saber que Deus, que lhas deu, também lhas pode retirar.

Se sob a sua dependência a ordem social colocou outros homens, trata-os com bondade e complacência, porque são seus iguais perante Deus.

Usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho.

é indulgente para com as fraquezas alheias, porque sabe que também precisa da indulgência dos outros e se lembra destas palavras do Cristo:

Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado.

Não é vingativo. A exemplo de Jesus, perdoa as ofensas, para só se lembrar dos benefícios, pois não ignora que, como houver perdoado, assim perdoado lhe será.

Respeita em seus semelhantes, todos os direitos que as leis da Natureza lhes concedem, como quer que os mesmos direitos lhe sejam respeitados.


Conhecimento de si mesmo Santo Agostinho

919. Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?

Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.” -frase atribuida a Sócrates.


VIDE VERSO

a) Concebemos toda a sabedoria desta máxima, porém a dificuldade está precisamente em cada um conhecer-se a si mesmo. Qual o meio de consegui-lo?

24 N.E.: Frase atribuída ao filósofo grego Sócrates (470–399 a.C.).

fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma. Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo de guarda que o esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria. Dirigi, pois, a vós mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda mais: ‘Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?’.

Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.

O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual.

Direis, como há de alguém julgar-se a si mesmo? Não está aí a ilusão do amor-próprio para atenuar as faltas e torná-las desculpáveis?

O avarento se considera apenas econômico e previdente;

o orgulhoso julga que em si só há dignidade. Isto é muito real, mas tendes um meio de verificação que não pode iludir-vos. Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não na podereis ter por legítima quando fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de sua justiça. Procurai também saber o que dela pensam os vossos semelhantes e não desprezeis a opinião dos vossos inimigos, porquanto

esses nenhum interesse têm em mascarar a verdade e Deus muitas vezes os coloca ao vosso lado como um espelho, a fim de que sejais advertidos com mais franqueza do que o faria um amigo. Perscrute, conseguintemente, a sua consciência aquele que se sinta possuído do desejo sério de melhorar-se, a fim de extirpar de si os maus pendores,

como do seu jardim arranca as ervas daninhas; dê balanço no seu dia moral para, a exemplo do comerciante, avaliar suas perdas e seus lucros e eu vos asseguro que a conta destes será mais avultada que a daquelas. Se puder dizer que foi bom o seu dia, poderá dormir em paz e aguardar sem receio o despertar na outra vida.

formulai, pois, de vós para convosco, questões nítidas e precisas e não temais multiplicá-las. Justo é que se gastem alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna. Não trabalhais todos os dias com o fito de juntar haveres que vos garantam repouso na

velhice? Não constitui esse repouso o objeto de todos os vossos desejos, o fim que vos faz suportar fadigas e privações temporárias?

Santo Agostinho



O DEVER NO LIVRO DOS ESPÍRITOS


205. A algumas pessoas a doutrina da reencarnação se afigura destruidora

dos laços de família, com o fazê-los anteriores à existência atual.


Ela os distende; não os destrói. fundando-se o parentesco em afeições anteriores, menos precários são os laços existentes entre os membros de uma mesma família. Essa doutrina amplia os deveres da fraternidade, porquanto, no vosso vizinho, ou no vosso

servo, pode achar-se um Espírito a quem tenhais estado presos pelos laços da consanguinidade.”


210. Pelos seus pensamentos e preces podem os pais atrair para o corpo, em

formação, do filho um bom Espírito, de preferência a um inferior?


Não, mas podem melhorar o Espírito do filho que lhes nasceu e

está confiado. Esse o dever deles. Os maus filhos são uma provação para os pais.”


268. Até que chegue ao estado de pureza perfeita, tem o Espírito que passar constantemente por provas?

Sim, mas que não são como o entendeis, pois que só considerais provas as tribulações materiais. Ora, havendo-se elevado a um certo grau, o Espírito, embora não seja ainda perfeito, já não tem que sofrer provas. Continua, porém, sujeito a deveres nada penosos, cuja satisfação lhe auxilia o aperfeiçoamento, mesmo que

consistam apenas em auxiliar os outros a se aperfeiçoarem.”


559. Também desempenham função útil no Universo os Espíritos inferiores e imperfeitos?

Todos têm deveres a cumprir. Para a construção de um edifício, não concorre tanto o último dos serventes de pedreiro, como o arquiteto?” (540)

582. Pode-se considerar como missão a paternidade?

é, uma verdadeira missão. é ao mesmo tempo grandíssimo dever e que envolve, mais do que o pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro.

Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela senda do bem, e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma organização débil e delicada, que o torna propício a todas as impressões.


647. A Lei de Deus se acha contida toda no preceito do amor ao próximo, ensinado por Jesus?


  1. Certamente. Esse preceito encerra todos os deveres dos homens uns para com os outros. Cumpre, porém, se lhes mostre a aplicação que comporta, do contrário deixarão de cumpri-lo, como o fazem presentemente. Ademais, a lei natural abrange todas as circunstâncias da vida e esse preceito compreende só uma parte da lei. Aos homens são necessárias regras precisas; os preceitos gerais e muito vagos deixam grande número de portas abertas à interpretação.”



657. Têm, perante Deus, algum mérito os que se consagram à vida contemplativa, uma vez que nenhum mal fazem e só em Deus pensam?

Não, porquanto, se é certo que não fazem o mal, também o é que não fazem o bem e são inúteis. Ademais, não fazer o bem já é um mal. Deus quer que o homem pense nele, mas não quer que só nele pense, pois que lhe impôs deveres a cumprir na Terra.

Quem passa todo o tempo na meditação e na contemplação nada faz de meritório aos olhos de Deus, porque vive uma vida toda pessoal e inútil à humanidade e Deus lhe pedirá contas do bem que não houver feito.” (640)


877. Da necessidade que o homem tem de viver em sociedade, nascem-lhe obrigações especiais?


Certo e a primeira de todas é a de respeitar os direitos de seus semelhantes.


Aquele que respeitar esses direitos procederá sempre com justiça.


No vosso mundo, porque a maioria dos homens não pratica a lei de justiça, cada um usa de represálias.

Essa a causa da perturbação e da confusão em que vivem as sociedades humanas.


A vida social outorga direitos e impõe deveres recíprocos.”