terça-feira, 24 de agosto de 2021

FISIOLOGIA DA DESENCARNAÇÃO

 Nota: Encontrei este texto na internet. 

          É todo transcrição de um trabalho de algum irmão 

          que o postou, mas não consegui localizar no download 

          o nome do autor, a quem credito os méritos desta publicação.

 


A Fisiologia da Desencarnação


Na obra “Voltei” psicografada por Francisco C. Xavier, e de autoria espiritual de Irmão Jacó, temos a narrativa da experiência da desencarnação do próprio autor espiritual:

“As mãos do passista espiritual concentravam-se-me agora no cérebro.


Demoraram-se, quase duas horas, sobre os contornos da cabeça. Suave sensação de bem-estar voltou a dominar-me, quando experimentei abalo indescritível na parte superior do crânio. Semelhava-se a um choque elétrico, de vastas proporções, no íntimo da substância cerebral.


Aquelas mãos amorosas, por certo, haviam desfeito algum laço forte que me retinha no corpo de carne...”

(Voltei, cap. 2. P. 31. Ed. FEB.)


Do exposto, devemos considerar que o Centro Coronário é tido como o mais significativo, em razão de seu alto potencial de radiações, uma vez que nele assenta a ligação com a mente, sede da consciência.


Deve-se a isso, o fato de o desligamento do Espírito ao corpo concluir-se com o rompimento do “fio prateado” conectado no centro coronário (na região central do cérebro), justamente por encontrar-se aí o ponto de interação entre as forças determinantes do espírito e as forças fisiopsicossomáticas organizadas.



No livro “Obreiros da Vida Eterna”, o instrutor espiritual Jerônimo chama-nos a atenção para três regiões orgânicas fundamentais que demandam extremo cuidado nos serviços de liberação da alma:


Centro Vegetativo:


Ligado ao ventre, sede das manifestações fisiológicas. Plexo Solar/Gástrico. Produz o esticamento dos membros inferiores: esfriamento do corpo.


Centro Emocional:


Situado no tórax; zona dos sentimentos e desejos. Plexo Cardíaco. Produz desregularidade do coração, aflição, angústia, pulso fraco.



Centro Mental:


Situado no cérebro; o mais importante.


Centro Coronário/Epífise/ Fossa Romboidal. Desatamento do “fio prateado”.



Inutilização do tronco encefálico.


Cumpre observarmos que o desprendimento do perispírito, no entanto, não se dá subitamente, mas gradualmente, e com uma lentidão variável conforme o nível educacional ou de desenvolvimento moral do indivíduo. Em uns, é bastante rápido, podendo dizer-se que o momento da morte é mais ou menos o da libertação.


Em outros, cujas vidas enalteceram hábitos negativos, contra si e/ou contra a vida, o desprendimento é mais lento, devido à “força adesiva”, que, por afinidade, mantém unidos perispírito e corpo físico.



Percebemos, ainda, que nos casos de morte causada por doenças de longo período, a desagregação tem início prévio pelo fato e a doença ensejar o esgotamento gradual

das energias vitais do corpo.



O mesmo não ocorre nas mortes violentas, pois nenhuma desagregação pôde iniciar-se previamente considerando-se que a vida orgânica estava em plena exuberância quando foi subitamente aniquilada.


Em tais condições, o processo desencarnatório inicia com a morte e de forma gradativa, conforme nos observa o Codificador em comentário à questão 162 de “O Livro dos Espíritos”: “Em todos os casos de morte violenta, quando não resulta da extinção gradual das forças vitais, os laços que prendem o corpo ao perispírito são mais tenazes, e o desligamento completo é mais lento.”



Visões no leito da morte:


As chamadas “visões no leito da morte”


compreendem a percepção pelo moribundo, em certos casos, de espíritos familiares e amigos que se fazem presentes nesse relevante momento de regresso à vida espiritual.


Muitas vezes, por desconhecimento dessas questões, familiares e médicos interpretam essas manifestações como “alucinações” geradas por drogas ou oriunda da própria doença ou mesmo produzidas por tensão excessiva.



Mas nem toda percepção dessa natureza pode e deve ser enquadrada como “alucinação”. Limitar um acontecimento a ma “única explicação” não nos parece ser coerente ou “científico”.



O pesquisador italiano Ernesto Bozzano, realizou exaustiva pesquisa sobre os “fenômenos psíquicos no momento da morte” Em suas investigações, Bozzano também estudou os “casos nos quais as aparições dos mortos são percebidas unicamente pelo moribundo e se referem a pessoas cujo falecimento era por ele conhecido.”



Natural que sejamos assistidos nesse momento e percebamos – devido ao enfraquecimento da vitalidade física – a presença de nossos protetores e orientadores, bem como, familiares e amigos espirituais que nos vem receber de retorno à vida espiritual.


Consciência:


A desencarnação é sempre seguida de um período de perturbação ou torpor, de duração variável. Na transição da vida corporal para a espiritual, o estado de maior ou menor lucidez ou autonomia consciencial do desencarnante, estará sempre vinculado ao construído no espaço do seu mundo interior: seus valores alimentados durante a experiência existencial.


Maior perturbação sofre quem mais apegado estava à vida terrena.


Todavia, aquelas pessoas que nutriram ideais de beleza, caracterizados pela elevação dos sentimentos e o emprego nobilitante da inteligência, conquistaram para si mesmas possibilidades transcendentes de percepção, podendo contemplar conscientemente o seu próprio

desprendimento e até, em certos casos, auxiliar os benfeitores espirituais incumbidos de tão delicada tarefa.

Há casos que, principalmente quando a desencarnação se dá após enfermidade prolongada, o espírito, antes de “adormecer” a sua consciência, consegue observar seu corpo material inerte, comunicar-se com outros espíritos e/ou deslocar-se através do ambiente onde se encontra, percebendo o comportamento e a reação das pessoas à sua volta.



Nas pesquisas desenvolvidas pelo Dr. Raymond Moody Jr, registradas em seu famoso livro “Vida Depois da Vida”, baseado em fatos narrados por pessoas que vivenciaram a denominada experiência de “quase-morte”, mas voltaram depois à consciência física, encontramos inúmeros relatos de pessoas que ouviram seus médicos e/ou parentes declará-las mortas, algumas percebem ainda a movimentação na sala cirúrgica, o estado aflitivo dos parentes e amigos, mantendo certo nível de consciência sobre os acontecimentos.


A experiência do túnel:


Conforme os estudos do Dr. Raymond A. Moody Jr. há interessantes relatos de pessoas que, no processo da morte – no momento do “desligamento” – tiveram “a sensação de estar sendo muito rapidamente puxada através de uma espécie de espaço escuro” .



A pessoa parece atravessar um “túnel”, em grande velocidade, na direção de um ponto de luz As pesquisas, entretanto, não indicam que essa experiência seja regra geral.



Retrospectiva existencial:


Imagine-se revendo todos os fatos de sua existência como se estivessem passando em uma tela de cinema! Sim, esse é um dos fenômenos registrados por ocasião da desencarnação. Por ocasião do desligamento do corpo, o ser espiritual experimenta um processo de recapitulação

sistemática de sua existência.



Esse mecanismo oferece, ao desencarnante, um intenso processo de autoanálise, não somente mostrando-lhe os painéis de sua existência mas, também os efeitos de suas ações edificantes ou não.


Emergem, de forma panorâmica, farto material que nos desnuda diante da própria consciência.



O cintilar das emoções, nesse momento, é oportuno para uma avaliação pessoal de como estamos conduzindo a nossa vida.


Observe o seguinte relato:


“Vi-me diante de tudo o que eu havia sonhado, arquitetado e realizado na vida.


Insignificantes ideias que emitira, tanto quanto meus atos mínimos, desfilavam, absolutamente precisos, ante meus olhos aflitos como se me fossem revelados de roldão, por estranho poder, numa câmera ultrarrápida instalada dentro de mim.”


(Livro: Voltei. Francisco C. Xavier, pág. 31)


Por mais aflitivo que seja esse exame é necessário, porque pode ser o ponto de partida de resoluções salutares, caracterizando um clima de estímulo ao autoconhecimento. A recapitulação é um ato da memória, mas não um tipo normal de lembrança.

Primeiro, é extraordinariamente rápido e, quase sempre, descrita como uma exibição de imagens visuais, seguindo em ordem cronológica . Em alguns casos, em cores vibrantes. Segundo, os sentimento e emoções associados com as imagens são novamente experimentados, de forma

intensa. Do mais insignificante ao mais significativo. Mas a experiência da recapitulação pode-se limitar, em alguns casos, somente aos pontos mais essenciais ou principais da existência Essa retrospectiva motiva – interiormente

– uma pergunta: o que você fez na sua vida? Para o Dr. Moody, algumas pessoas caracterizam isso como um esforço educacional que parece acentuar a necessidade de “a amar outras pessoas e adquirir conhecimento.”



Percepções:


Quando os familiares não aceitam de forma equilibrada a perspectiva da separação e alimentam profunda inconformidade e desespero, que se prolonga no tempo, criam mentalmente uma espécie de “teia de retenção”, envolvendo o desencarnante. Esse quadro mental e afetivo tende a dificultar ou retardar o processo de liberação e/ou adaptação do desencarnante.



Não raras vezes, os orientadores espirituais lançam mão de alguns recursos para promover a chamada “melhora da morte”. Operando uma melhora artificial no paciente, sua família –aliviada – retoma um estado mental de confiança na vida. Aproveitando a “trégua” dos familiares, os espíritos responsáveis aceleram o processo desencarnatório.


Mesmo após a desencarnação, reações positivas, de aceitação do fato, de compreensão e de preces, partidas de familiares e amigos, atuaram para auxiliar o desprendimento e, desse modo, amenizar o estado de confusão que, normalmente, acompanha o desencarnante. As preces feitas com sentimentos ressoam em torno do espírito como as vozes amigas que nos fazem despertar de um sono .



O Despertar na vida espiritual:


É comum os espíritos recém desencarnados acordarem em hospitais, institutos ou casas de tratamento ou refazimento e readaptação.



Questiona Kardec: Que sensação experimenta a alma no momento em que reconhece estar no Mundo dos Espíritos?




- Depende. Se praticaste o mal, impelido pelo desejo de o praticar, no primeiro momento te sentirás envergonhado de o haveres praticado. Com a alma do justo as coisas se passam de modo bem diferente.


Ela se sente como que aliviada de grande peso, pois que não teme nenhum olhar perscrutador.


(O Livro dos Espíritos – questão 159)



O estado moral do ser humano é fruto de suas construções mentais, emocionais e volitivas no transcurso de seu histórico espiritual e, mais substancialmente, de sua existência atual, com influência decisiva para maior ou menor facilidade de sua desencarnação e despertar na espiritualidade.


Refletindo em si próprio, a lei de afinidade estabelece que, quanto mais espiritualizado for o indivíduo, mais rápido se processa a desencarnação e melhor o nível do grupo espiritual em que o espírito se classifica imediatamente após a morte.


Portanto, as construções interiores, que nos alimentam a jornada existencial, refletirão nosso estado feliz ou desditoso, harmonizado ou desequilibrado, após a libertação da indumentária orgânica.


Nesse sentido, o conhecimento espírita, oferta-nos uma cosmovisão de vida, esclarecendo, consolando, gerando estímulos e motivações, com base na fé racional, para instrumentalizar o processo de auto-educação consciencial do homem imortal, para vivências enobrecedoras, nas

quais valores e hábitos, pensamentos, sentimento e ações, tipifiquem a dinâmica do bem.



A grande alegria do ser, ao atravessar a cortina da morte, é a percepção de continuar e sentir-se vivo. André Luiz, anotou a afirmativa de um espírito amigo:


“Depois da morte física, o que há de mais surpreendente para nós é o reencontro da vida.” Que maravilha!


Nossa cultura Ocidental foi profundamente enrijecida pela “idéia do nada”, fruto de reflexões materialistas de pensadores e filósofos, ao longo de nossa história. Freud, por exemplo, considerava que diante do fim irremediável da vida, o homem havia – como fuga dessa realidade – criado o “imaginário da imortalidade”.


É bem verdade que a idéia da vida após a morte com céu (de ociosidade eterna), inferno (de sofrimento infinito) e juízo final, tal como asseveram as religiões tradicionais, ensejaram a descrença e o antagonismo de muitos pensadores.


Entretanto, criou-se uma “ditadura materialista” que não contribuiu em nada para desvelar um universo realmente rico de sabedoria, fruto, sim, de uma inteligência suprema e absolutamente sábia.


Jerri Almeida.

Referências Bibliográficas:

BOZZANO, Ernesto. A Crise da Morte, 7ª Ed. FEB.

KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. 34ª Ed. FEB.

O Livro dos Espíritos. 68ª Ed. FEB.

LUIZ, André. Evolução em Dois Mundos. 17ª Ed. FEB.

Obreiros de Vida Eterna. 17ª Ed. FEB.

Os Mensageiros. 28ª. Ed. FEB.

PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade. 12ª Ed. FEB.

PIRES, J. Herculano. Educação para a Morte. 3ª Ed. Correio Fraterno.

FRATERLUZ Fraternidade Espírita Luz do Cristianismo


DESCANSE EM PAZ

 

Leia juntamente com o capítulo III do Evangelho Segundo o Espiritismo


Evangelho de João =- capítulo 3

3:8 O espírito sopra onde quer, ouves a sua voz,

mas não sabes d onde vem nem para onde

vai; assim é todo aquele que foi gerado do

espírito.



Augusto dos Anjos, na psicografia de Chico Xavier, nos trouxe muitos ensinamentos, em versos, no livro Parnaso de Além Túmulo. Na minha humilde opinião, considero que este livro, reunindo mais de 50 poetas já desencarnados, veio apresentar ao mundo a MISSÃO da qual Chico Xavier estava incumbido. Algo assim como um cartão de apresentação. Foram muitas as tentativas para desacreditar este primeiro livro recebido por Chico Xavier, os estilos das poesias foram analisados um a um e considerados verdadeiros, dando uma prova irrefutável de que a verdadeira vida é única, que a consciência prossegue fora do corpo físico, o que nos leva a concluir que o cérebro é apenas funcional, uma ferramenta que a alma utiliza enquanto está ligada ao corpo físico por intermédio do cordão prateado, porque de outra forma como poderíamos explicar que um desencarnado que deixou o corpo há tempos e cujo cérebro já se desfez – porque ele se desfaz em menos de uma semana após a falência dos órgãos – poderia ter todo o conhecimento adquirido e guardar tantas lembranças ? E não é só, Chico Xavier e André Luiz simplesmente povoaram um lugar que acreditávamos que era um vazio, com as informações sobre as colônias espirituais. Já tínhamos sido informados que os Espíritos se agrupam, mas não tínhamos ideia de como era isso e vem André Luiz trazendo tantas informações no livro NOSSO LAR.


Mas não vamos esquecer das palavras que Jesus disse a um dos ladrões que também estavam sendo crucificados com Êle.

Leiamos o Evangelho de Lucas, no capítulo 23:

.

39 - Um dos malfeitores que estavam pendurados, blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? salva-te a ti mesmo e a nós também.

40 - Mas o outro, repreendendo-o, disse: Nem ao menos temes a Deus, estando debaixo da mesma condenação?

41- Nós certamente com justiça, porque recebemos o castigo que merecem os nossos atos; mas este nenhum mal fez.

42 - E disse: Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino.

43 - Ele lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso


Mas depois que desencarnamos não vamos ter direito a um descanso ?

É comum, quando nos referimos a alguém já desencarnado, completar com a frase:

DESCANSE EM PAZ.



Mas, agora já sabemos que não é bem assim.

Trago, então, estas questões do Livro dos Espíritos



A reencarnação.


166. Como pode a alma que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea acabar de depurar-se?


Sofrendo a prova de uma nova existência. ”


a) – Como realiza essa nova existência? Será pela sua transformação como Espírito?


Depurando-se, a alma indubitavelmente experimenta uma transformação, mas para isso necessária lhe é a prova da vida corporal.”


b) – A alma passa então por muitas existências corporais?


Sim, todos contamos muitas existências. Os que dizem o contrário pretendem manter-vos na ignorância em que eles próprios se encontram. Esse o desejo deles.”


c) – Parece resultar desse princípio que a alma, depois de haver deixado um corpo, toma outro, ou seja, reencarna em novo corpo. É assim que se deve entender?


Evidentemente.”


167. Qual o fim objetivado com a reencarnação?


Expiação, melhoria progressiva da humanidade. Sem isto, onde a justiça?”


168. É limitado o número das existências corporais, ou o Espírito reencarna perpetuamente?


A cada nova existência o Espírito dá um passo adiante na senda do progresso. Quando se ache despojado de todas as impurezas não tem mais necessidade das provas da vida corporal.”


169. É invariável o número das encarnações para todos os Espíritos?


Não; aquele que caminha depressa a muitas provas se forra. Todavia, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas, porquanto o progresso é quase infinito.


170. O que fica sendo o Espírito depois da sua última encarnação?


Espírito bem-aventurado; Espírito puro.”



Justiça da reencarnação.


171. Em que se funda o dogma da reencarnação?


Na justiça de Deus e na revelação, pois incessantemente repetimos: o bom pai deixa sempre aberta a seus filhos uma porta para o arrependimento. Não te diz a razão que seria injusto privar para sempre da felicidade eterna todos aqueles de quem não dependeu o melhorarem-se? Não são filhos de Deus todos os homens? Só entre os egoístas se encontram a iniquidade, o ódio implacável e os castigos sem remissão.”


Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa primeira prova.


Não obraria Deus com equidade, nem de acordo com a sua bondade, se condenasse para sempre os que talvez hajam encontrado, oriundos do próprio meio onde foram colocados e alheios à vontade que os animava, obstáculos ao seu melhoramento. Se a sorte do homem se fixasse irrevogavelmente depois da morte, não seria uma única a balança em que Deus pesa as ações de todas as criaturas e não haveria imparcialidade no tratamento que a todas dispensa.


A doutrina da reencarnação, isto é, a que consiste em admitir para o Espírito muitas existências sucessivas, é a única que corresponde à ideia que formamos da justiça de Deus para com os homens que se acham em condição moral inferior; a única que pode explicar o futuro e firmar as nossas esperanças, pois que nos oferece os meios de resgatarmos os nossos erros por novas provações. A razão no-la indica e os Espíritos a ensinam.


O homem que tem consciência da sua inferioridade haure consoladora esperança na doutrina da reencarnação. Se crê na justiça de Deus, não pode contar que venha a achar-se, para sempre, em pé de igualdade com os que mais fizeram do que ele. Sustém-no, porém, e lhe reanima a coragem a ideia de que aquela inferioridade não o deserda eternamente do supremo bem e que, mediante novos esforços, dado lhe será conquistá-lo. Quem é que, ao cabo da sua carreira, não deplora haver tão tarde ganhado uma experiência de que já não mais pode tirar proveito? Entretanto, essa experiência tardia não fica perdida; o Espírito a utilizará em nova existência.



Encarnação nos diferentes mundos.


172. As nossas diversas existências corporais se verificam todas na Terra?


Não; vivemo-las em diferentes mundos. As que aqui passamos não são as primeiras, nem as últimas; são, porém, das mais materiais e das mais distantes da perfeição.”


173. A cada nova existência corporal a alma passa de um mundo para outro, ou pode ter muitas no mesmo globo?


Pode viver muitas vezes no mesmo globo, se não se adiantou bastante para passar a um mundo superior.”


a) – Podemos então reaparecer muitas vezes na Terra?


Certamente.”


b) – Podemos voltar a este, depois de termos vivido em outros mundos?


Sem dúvida. É possível que já tenhais vivido algures e na Terra.”


174. Tornar a viver na Terra constitui uma necessidade?


Não; mas, se não progredistes, podereis ir para outro mundo que não valha mais do que a Terra e que talvez até seja pior do que ela.”


175. Haverá alguma vantagem em voltar-se a habitar a Terra?


Nenhuma vantagem particular, a menos que seja em missão, caso em que se progride aí como em qualquer outro lugar.”


a) – Não se seria mais feliz permanecendo na condição de Espírito?


Não, não; estacionar-se-ia e o que se quer é caminhar para Deus.”


176. Depois de haverem encarnado noutros mundos, podem os Espíritos encarnar neste, sem que jamais aqui tenham estado?


Sim, do mesmo modo que vós em outros. Todos os mundos são solidários: o que não se faz num faz-se noutro.”


a) – Assim, homens há que estão na Terra pela primeira vez?


Muitos, e em graus diversos de adiantamento.”


b) – Pode-se reconhecer, por um indício qualquer, que um Espírito está pela primeira vez na Terra?


Nenhuma utilidade teria isso.”


177. Para chegar à perfeição e à suprema felicidade, destino final de todos os homens, tem o Espírito que passar pela fieira de todos os mundos existentes no universo?


Não, porquanto muitos são os mundos correspondentes a cada grau da respectiva escala e o Espírito, saindo de um deles, nenhuma coisa nova aprenderia nos outros do mesmo grau.”


a) – Como se explica então a pluralidade de suas existências em um mesmo globo?


De cada vez poderá ocupar posição diferente das anteriores e nessas diversas posições se lhe deparam outras tantas ocasiões de adquirir experiência.”


178. Podem os Espíritos encarnar em um mundo relativamente inferior a outro onde já viveram?


Sim, quando em missão, com o objetivo de auxiliarem o progresso, caso em que aceitam alegres as tribulações de tal existência, por lhes proporcionar meio de se adiantarem.”


a) – Mas, não pode dar-se também por expiação? Não pode Deus enviar para mundos inferiores Espíritos rebeldes?


Os Espíritos podem conservar-se estacionários, mas não retrogradam. Em caso de estacionamento, a punição deles consiste em não avançarem, em recomeçarem, no meio conveniente à sua natureza, as existências mal empregadas.”


b) – Quais os que têm de recomeçar a mesma existência?


Os que faliram em suas missões ou em suas provas.”


179. Os seres que habitam cada mundo alcançaram todos o mesmo nível de perfeição?


Não; dá-se em cada um o que ocorre na Terra: uns Espíritos são mais adiantados do que outros.”


180. Passando deste planeta para outro, conserva o Espírito a inteligência que aqui tinha?


Sem dúvida; a inteligência não se perde. Pode, porém, acontecer que ele não disponha dos mesmos meios para manifestá-la, dependendo isto da sua superioridade e das condições do corpo que tomar.” (Veja-se: “Influência do organismo”, cap. VII, Parte 2ª.)


181. Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpos semelhantes aos nossos?


É fora de dúvida que têm corpos, porque o Espírito precisa estar revestido de matéria para atuar sobre a matéria. Esse envoltório, porém, é mais ou menos material, conforme o grau de pureza a que chegaram os Espíritos. É isso o que assinala a diferença entre os mundos que temos de percorrer, porquanto muitas moradas há na casa de nosso Pai, sendo, conseguintemente, de muitos graus essas moradas. Alguns o sabem e desse fato têm consciência na Terra; com outros, no entanto, o mesmo não se dá.”


182. É-nos possível conhecer exatamente o estado físico e moral dos diferentes mundos?


Nós, Espíritos, só podemos responder de acordo com o grau de adiantamento em que vos achais. Quer dizer que não devemos revelar estas coisas a todos, porque nem todos estão em estado de compreendê-las e semelhante revelação os perturbaria.”


À medida que o Espírito se purifica, o corpo que o reveste se aproxima igualmente da natureza espírita. Torna-se-lhe menos densa a matéria, deixa de rastejar penosamente pela superfície do solo, menos grosseiras se lhe fazem as necessidades físicas, não mais sendo preciso que os seres vivos se destruam mutuamente para se nutrirem. O Espírito se acha mais livre e tem, das coisas longínquas, percepções que desconhecemos. Vê com os olhos do corpo o que só pelo pensamento entrevemos.


Da purificação do Espírito decorre o aperfeiçoamento moral, para os seres que eles constituem, quando encarnados. As paixões animais se enfraquecem e o egoísmo cede lugar ao sentimento da fraternidade. Assim é que, nos mundos superiores ao nosso, se desconhecem as guerras, carecendo de objeto os ódios e as discórdias, porque ninguém pensa em causar dano ao seu semelhante. A intuição que seus habitantes têm do futuro, a segurança que uma consciência isenta de remorsos lhes dá, fazem que a morte nenhuma apreensão lhes cause. Encaram-na de frente, sem temor, como simples transformação.


A duração da vida, nos diferentes mundos, parece guardar proporção com o grau de superioridade física e moral de cada um, o que é perfeitamente racional. Quanto menos material o corpo, menos sujeito às vicissitudes que o desorganizam. Quanto mais puro o Espírito, menos paixões a miná-lo. É essa ainda uma graça da Providência, que desse modo abrevia os sofrimentos.


183. Indo de um mundo para outro, o Espírito passa por nova infância?


Em toda parte a infância é uma transição necessária, mas nem sempre é tão obtusa como no vosso mundo.”


184. Tem o Espírito a faculdade de escolher o mundo onde passe a habitar?


Nem sempre. Pode pedir que lhe seja permitido ir para este ou aquele e pode obtê-lo, se o merecer, porquanto a acessibilidade dos mundos, para os Espíritos, depende do grau da elevação destes.”


a) – Se o Espírito nada pedir, que é o que determina o mundo em que ele reencarnará?


O grau da sua elevação.”


185. O estado físico e moral dos seres vivos é perpetuamente o mesmo em cada mundo?


Não; os mundos também estão sujeitos à lei do progresso. Todos começaram, como o vosso, por um estado inferior, e a própria Terra sofrerá transformação semelhante. Tornar-se-á um paraíso, quando os homens se houverem tornado bons.”


É assim que as raças que hoje povoam a Terra desaparecerão um dia, substituídas por seres cada vez mais perfeitos. Novas raças transformadas sucederão às atuais, como estas sucederam a outras ainda mais grosseiras.


186. Haverá mundos onde o Espírito, deixando de revestir corpos materiais, só tenha por envoltório o perispírito?


Há, e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que para vós é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros.”


a) – Parece resultar daí que entre o estado correspondente às últimas encarnações e o de Espírito puro não há linha divisória perfeitamente demarcada; não?


Semelhante demarcação não existe. A diferença entre um e outro estado se vai apagando pouco a pouco e acaba por tornar-se imperceptível, tal qual se dá com a noite às primeiras claridades do alvorecer.”


187. A substância do perispírito é a mesma em todos os mundos?


Não; é mais ou menos etérea. Passando de um mundo a outro, o Espírito se reveste da matéria própria desse outro, operando-se essa mudança com a rapidez do relâmpago.”


188. Os Espíritos puros habitam mundos especiais, ou se acham no espaço universal, sem estarem mais ligados a um mundo do que a outros?


Habitam certos mundos, mas não lhes ficam presos, como os homens à Terra; podem, melhor do que os outros, estar em toda parte.” (1)


RECOMENDO A LEITURA DO LIVRO entitulado: MORADAS ESPIRITUAIS, na psicografia de VANIA ARANTES DAMO em conjunto com o espírito Joaninha Darque.