segunda-feira, 6 de abril de 2020

A DOR, O PERDÃO, A RESIGNAÇÃO, TUDO PARA NOSSA REDENÇÃO

Em algum momento de nossa existência, já devemos ter ouvido alguém mencionar que o acaso não existe e que tudo neste planeta tem uma razão de estar aqui.  

Aqueles que apreciam filmes da Marvel, aonde vemos as dificuldades enfrentadas por Thor, filho de Odin, para preservar ASGARD, o reino dos Deuses Nórdicos vai lembrar que  em um desses filmes, assistimos a destruição do plano físico em que habitavam, mas Odin fala a seus filhos que ASGARD não era a parte física aonde viviam e sim o povo que compunha o reino. 

Assim, similarmente, a mesma regra se aplica a nós, viajantes desta nave que transita pelo Universo, fazendo uma volta completa em torno do Sol em 365,26 dias a 107.000 km/h  mas lembrando que faz parte de uma galáxia que também transita a 810.000 km/h. 

Não somos da Terra, estamos aqui de passagem e, em aprendizado básico, na infância do refazimento do Espírito.

Seguindo o mesmo raciocínio, é fácil de perceber que existe em andamento um complexo projeto de ajuste por todo o planeta, incluídos aí os planos físico e extrafísico, a fim de que demônios se transformem em anjos para que o inferno se transforme em céu. 


DO LIVRO  
FRAGMENTOS DE PENSAMENTO E DE PAIXÃO
PIETRO UBALDI.

CÂNTICO DA DOR E DO PERDÃO
(1933)
No silêncio da noite imensa eu escuto o cântico de minha alma: um cântico que vem de muito longe e traz Consigo o sabor do infinito.

As coisas dormem e a voz canta.
Estou desperto e escuto; parece que a noite escuta comigo.
O mistério que está em mim é o mistério das coisas: dois infinitos olham-se, sentem-se e compreendem-se.

Lá embaixo, pelas margens distantes, além da vida, o canto responde, despertam-se as sombras e todos os seres, das profundezas, estendem-me os braços:

"Não temas a dor, não temas a morte, a vida é um hino que jamais tem fim"

Observo-os; e perdôo à sarça a inocente ferocidade de seus espinhos, à fera sua garra, à dor sua investida, ao destino seu assédio, ao homem sua ofensa inconsciente.

"Perdoa e ama", diz o meu cântico.
E eis que ele apresenta uma estranha magia: todos os seres me olham fascinados e cai o espinho, a garra, a ofensa.
E devagar, devagar, ignaros e cheios de espanto, a magia os vence e comigo, lentamente, recomeçam o cântico; a
harmonia se dilata, difunde-se e ressoa em todo o Criado.

Sobre cada espinho nasceu uma rosa, sobre cada dor uma alegria, sobre cada ofensa uma carícia de perdão.
Abro meus braços ao infinito e falanges de seres me estendem seus braços.
"Canta, canta", — falam-me — "cantor do infinito; nós te escutamos. O teu cântico é a grande Lei, é a grande festa da vida. O teu cântico é luz da qual o ódio e a dor
fogem. Canta, canta, cantor do infinito".
E eu canto.
Meu corpo está cansado e eu canto; meu
corpo sofre e eu canto; meu corpo morre.… e eu canto.



TRÍPTICO
(1934)
NOVEMBRO

Adeus, bosque solitário, que tanto amei.
Como é amargo teu hálito nesta tarde,
enquanto te olho dizendo adeus O inverno te cinge no seu sono, a voz queixosa da chuva lenta docemente te
adormece.
Repousa entre as névoas o vento, repousa no silêncio a grande voz da Vida, no abandono lento das folhas mortas repousa a expressão de ser das árvores.
Triste e doce mês de novembro, no qual
tudo morre lentamente por cansaço, dá-me o teu repouso.
Caminha, caminha minha alma sem parar.
Donde vens, para onde vais, na eternidade,
oh! alma filha do mistério? Anda, anda!
Quão longe está a meta no infinito!
Quanta paz, oh! bosque, neste teu recolher em silêncio, nesta tua obediência as leis da vida, nesta tua tranqüila expectativa da ressurreição da primavera Como este sentido de morte tranqüila se harmoniza suavemente em ti, nas cores esmaecidas, nos mínimos sons, nas calmas profundas!

Qualquer coisa se apagou no Sol, no céu, no ar; o frêmito da vida acalma-se em vagarosa sonolência. Algo se extingue em mim como um longuíssimo lamento, uma dor se desalenta porque é a dor do mundo, um pranto que é o pranto da vida.

Observo e relembro.
A festa do verão, os divinos colóquios com a alma misteriosa da natureza, os êxtases dos silenciosos arcanos e a solene quietude na qual repousa o turbilhão do tempo. Na voz das coisas mais humildes, ouvia tremer o mistério do infinito E tu me olhavas, doce criatura da qual o bosque é feito, escutando comigo a longa sinfonia dos ocasos. E a sinfonia se desenvolvia suave, de luz em luz, até desaparecer o último esplendor nas trevas, qual uma voz que morre no silêncio.

A terra em paz contava-me calmamente, à luz da tarde que se esvai, do sustar da luta, do repouso da vida exausta e como o dia, velho ao anoitecer, era mais sábio por tê-la vivido.

Adeus, bosque solitário, pensativo como eu; adeus, caminho que vai para o ocaso; adeus, árvores amigas que tanto amei.

Agora o entardecer é frio e lívido; o teu perfume, oh! terra, tem um sabor de pranto.

O teu respirar esgotado, que eu sinto nas mãos, parece que me responde tristemente: adeus!

O inverno já te abala com um arrepio de
frio. O uivo do vento sumir-se-á em teu
meio, em longas ululações, sibilando na
tenebrosa tempestade da noite.

Pobre arvore amiga, adeus! Sofrendo, irei para outras plagas levando a tua lembrança querida; do vento receberei as tuas notícias, para ti confiarei ao vento as minhas.

O vento me trará da primavera distante a carícia das novas frondes; desfolhá-las-ei com o meu sopro para que a carícia te enlace lá longe.
Adeus!

O bosque responde-me: Paz!


O SINO DOS MORTOS 

Soa melancolicamente um sino ao
entardecer. É a voz dos ciprestes e dos
túmulos, um som triste de pranto, um
lamento que se perde ao longe pelas
campinas e, entre as folhagens mortas,
plangentemente morre.

O ar repousa. A neve inerte se condensa
em gotas de ramo em ramo. Existe neste
entardecer uma sensação de grande
abatimento na vida e a terra esta
estranhamente absorta. Parece que se
recolhe para meditar sob o manto da neve sempre igual.

No silêncio imenso não escuto senão o
pulsar do meu pensamento que desce
profundamente, de região, em região para despertar não sei onde, sobre o limiar do mistério.

Olho dentro da terra e parece-me
desejosa de oferecer-me o amplexo que
tantas vezes lhe pedi com os braços
estendidos, chamando-me para repousar
entre os seus torrões.

Amei tanto as suas belezas, penetrei tanto em seus segredos, vivi tanto no misterioso palpitar do sua vida, trocando amores, como almas amigas.

Uma tristeza comum nos domina e nos
aproxima neste entardecer.

E como tu, oh! terra, te demoras nesta
tepidez outonal, quase retrocedendo para recordar o verão, e tão afável e
melancólica és nesta tua recordação; assim também eu me demoro no meu outono, e melancólico e afável volto-me sem magoa a recordar a vida.

Dá-me o abraço, oh! terra, que tantas
vezes pedi para ter repouso.

E parece que a terra me olhou e me
escutou, abrindo-me o seu seio. Entrego-te o meu corpo. O drama da vida esta findo. O que aconteceu ao convulso turbilhão das paixões, às tormentosas tempestades do pensamento? Será tudo disperso, como folhas ao vento, o tremendo trabalho de uma vida?

Tudo esta acabado. Em lenta paz o corpo
se dissolve.
Repousa a sua vida, adormecida em longa
sonolência.
E as estações passarão, e a vida se
transformará em corpos, docemente
golpeada, através dos torrões, ora de um calafrio de gelo, ora de uma igual umidade de chuva, ora de uma tepidez das tardes ensolaradas.

Não morrera; e todavia, sentindo-se
mudar, cantará nela as grandes notas de
cada sensação. Apertada no amplexo tenaz da terra, nela mergulhara vibrando, fundindo-se na sua alma potente.

Daquela minha vida, que se dá, os seus
braços subterrâneos sustentarão as
grandes arvores amigas, tateando no
escuro para sorver vida; e o seu grande
espírito pensativo exigirá sob a terra
aquilo que da terra o corpo tomou e deve restituir ao ciclo das coisas.
E surgirá lenta pelos braços subterrâneos a força da minha vida, retomada as árvores amigas, para levá-la ao Sol, onde reviva lá em cima.

A morte ressuscita.

Toma. Os meus despojos dou-te sem
mágoa. Retoma, ser irmão, tu que não
conheces outra vida a não ser esta, aquilo que me deste por um dia, para a minha missão. A minha é outra vida. A minha alma, renascida na sua dor, desejosa de fugir da crisálida, sonha com os espaços imensos de uma vida mais vasta.

Distante, em outras plagas que tu não
conheces, eu aporto.

O túmulo é a minha ressurreição.
Soa sempre lá em baixo o sino dos mortos, não mais como lamento que morre entre as folhas mortas. É hosana da vida que ressurge.Já sorriem no alto, para mim, as estrelas na doce e suave luz matutina. Vejo um outro mundo, não mais de formas que vão lançadas no turbilhão. Estas seguem como um canto imenso, equilibrando-se em ciclos
alternados de vida e morte, avançando para o bem e para a felicidade; estas seguem, criando mesmo na dor uma alegria maior, contida e construída numa única força:

amor.


RESSURREIÇÃO

Ressuscita, alma, a tua dor está vencida.

Sorriem distantes as árvores na doce
primavera, sorri na sua liberdade o meu
espírito ressurto como a vida ressuscita dos despojos mortos do inverno.

Morta entre as coisas mortas esta a tua
dor lá embaixo, inútil utensílio atirado ao longe, nas plagas desertas de uma triste vida. Mas, o seu fruto está aqui e a alma o vê: trabalho, criação e glória.

No infinito, o universo canta: ressuscita, a tua dor esta vencida.

Numa nuvem de espíritos em hosanas eu
vejo resplandecer Cristo.
A sua cruz é luz, a dor é redenção. Pelo Calvário elevamo-nos ao Céu, pela Cruz a Deus.
Ressuscita. 
Aquela dor inimiga é agora a tua força e a tua grandeza. O espírito a amava como suave amiga sentindo a sua
libertação. A mesma lei que te oprimia
agora te salva e te eleva. A meta esta
atingida e o mal cai, instrumento do bem; a pequena desordem temporária é reabsorta na imensa ordem suprema.

Triste e longo é o caminho de lagrima e
sangue; mas, superada a prova, o destino atinge a meta.
A dor que tanto amaste com teu olhar
voltado ao Cristo não é negação e treva, mas criação e luz. A cruz não é uma condenação da vida, mas é sua maior força; não é punição ou vingança, mas e uma festa da alma e uma bênção de Deus.
Vejo no alto o resplandecer do CRISTO.
Um raio me atinge, uma beatitude me
domina e em êxtase eu grito:
"Senhor, agradeço-te por isto que é a
maior maravilha da vida; que a minha dor seja a tua bênção".

sexta-feira, 3 de abril de 2020

O NOSSO DESTINO E A VONTADE DE DEUS


Caros irmãos, 

O momento é para reflexão de todos que habitam este planeta, que costumamos dizer, equivocadamente, que é nosso, mas não o é, porque estamos apenas de passagem por aqui.  

Cabe a cada um de nós decidir, mediante as leis de causa e efeito, se vamos nos demorar  por aqui ou se estaremos prontos para seguir em frente, para mundos mais felizes, conforme nos ensina o mestre Jesus.

No item 24 do capítulo V do Evangelho Segundo o Espiritismo, o Espírito DELPHINE DE GIRARDIN nos ensina que a INFELICIDADE  é: 
 a alegria, 
é o prazer, 
é a fama, 
é a agitação vã, 
é a louca satisfação da vaidade, que fazem calar a consciência, que comprimem a ação do pensamento, que atordoam o homem  sobre o futuro. Ela nos ensina que a infelicidade é o ópio do esquecimento.

O Espiritismo veio para esclarecer e recolocar em sua verdadeira luz A VERDADE e o ERRO, que a cegueira dos homens desfigurou.

DELPHINE DE GIRARDIN nos esclarece que " para julgar uma coisa  é preciso, pois, ver-lhe as consequências; é assim que, para apreciar o que é realmente feliz ou infeliz para o homem, é preciso se transportar além desta vida, porque é lá que as consequências se fazem sentir; ora, tudo o que se chama infelicidade segundo sua curta visão, cessa com a vida e encontra sua compensação na vida futura" 

    
Assim é caros irmãos, que devemos nos preocupar no trabalho de burilamento da alma, que, devido à pluralidade das existências,  é o objeto de nossa estada aqui neste planeta, neste país, nesta família em que fomos recebidos, porque não existe acaso, não existe a cegonha que sai com o  neném e atende à requisição dos país - até mesmo porque há aqueles que nascem sem o planejamento dos pais terrenos .

Nosso caminho é longo, a jornada de reconstrução é extensa, a ignorância relativa vai sendo aos poucos substituída pela sabedoria. Um desenho mais ou menos similar é nos lembrarmos que ao atingirmos uma idade mais madura estaremos mais esclarecidos e a maioria com o coração mais compreensivo se não deixar que a falta do exercício do perdão frutifique o desamor, a mágoa, o rancor.

 É necessário que saibamos que aqui neste planeta, o normal é a dificuldade  e assim é que quando uma crise assola todo o planeta é porque ela está sendo necessária, que visa corrigir ou dar uma direção comum a todos que por ela são atingidos.  No caso atual, é toda a população do planeta que está sendo atingida e para preservar a espécie, o homem tem conhecimento de que necessita evitar que ela se alastre.  Não importa que ela não seja mortal para todos, mas de alguma forma irá atingir muitos, deixará sequelas que ainda não temos ideia quais serão, se poderão causar outras modificações nos humanos e assim vai trazer mais implicações para a espécie. E tudo isto causado por um virus invisível, tanto é que existem pessoas que simplesmente reagem e negam a sua existência, e afirmam que morrem alguns porque chega a hora...





EVANGELHO DE LUCAS:

12:6  Não se vendem cinco pardais por dois asses?  E nenhum deles está esquecido diante  de  Deus .

12:7  Mas até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados.
         Não temais !  Valeis mais do que muitos pardais. 


EVANGELHO DE MATEUS 

10:29  Não se vendem dois pardais por um asse?   E nenhum deles cairá sobre a Terra sem (consentimento) do vosso Pai.

10:30   Todos os cabelos da vossa cabeça estão contados;

10:31   Portanto, não temais. Vós valeis mais do que muitos pardais!

10:32   Assim, todo aquele que se declarar por mim diante dos homens, eu  também  me declararei por ele diante do meu Pai (que está) nos céus.



E, prosseguindo com a explanação sobre
como funcionam as Leis de Deus, trago 
o capítulo IV do Livro  "A LEI DE DEUS",
de autoria de Pietro Ubaldi.

- Este livro está disponível para compra em www.ubaldi.org



Deus está presente para proteger a todos; 
 
mas, o benefício dessa proteção é natural e 
 
justo só o recebam aqueles que compreenderam 
 
a necessidade de obedecer à Sua Lei.


IV

EM HARMONIA COM A LEI


O nosso destino e a Vontade de Deus.


Continuemos falando sobre a Divina Providência. Se soubermos olhar em profundidade, ou seja, além da superfície das coisas, veremos um mundo regido por leis diferentes das que vigoram em nosso mundo. 

Trata-se de substituir o espírito de egoísmo e de separatismo vigente, por um espírito de união com Deus e de colaboração com o próximo. 

Trata-se de nos colocarmos num estado de aceitação perante a Lei de Deus, ao invés de nos colocarmos num estado de imposição para com o próximo. É na aplicação desta nova lei, a do Evangelho, que consiste o segredo da felicidade e o caminho para fugir dos muitos sofrimentos que nos atormentam.

Falamos de união com Deus, de obediência à Lei, de aceitação da vontade d'Ele. 

Surge agora a pergunta: como é possível chegar a compreender esta vontade de Deus a que devemos obedecer?

Deus não tem boca, mas fala; não tem mãos, mas opera. 

Deus está presente, não há dúvida, mas não podemos percebê-Lo em forma material, na superfície das coisas, com os nossos sentidos. 

Deus esta presente, mas na profundeza de tudo o que existe. 

Há então dois caminhos para percebê-Lo: 

ou o da introspecção, olhando e penetrando dentro de nós por intermédio da meditação ou concentração, ou olhando os efeitos que, da profundidade onde está Deus, vêm até à superfície, revelando assim a natureza das coisas que os geram e movimentam. 

Pode-se assim chegar a compreender o pensamento de Deus, pelo menos no que diz respeito à nossa vida, quer afinando os sentidos no caminho da espiritualização, quer, para os que não conseguem olhar para dentro, olhando para fora, ou seja, observando o que vai acontecendo conosco e ao redor de nós.

Não podemos negar que a primeira origem de tudo está na profundidade, e que Deus, embora não tenha mãos, opera. 

A nossa vida e o nosso destino não se desenrolam ao acaso, mas são dirigidos por Deus. Então, se os acontecimentos podem, até certo ponto, ser o efeito da nossa vontade, em grande parte exprimem também a vontade de Deus. As duas vontades se misturam, colaborando quando concordam, e em luta uma contra a outra quando são discrepantes. No primeiro caso, dizem a mesma coisa, e então é fácil conhecer a vontade de Deus. No segundo caso, dizem duas coisas diferentes. Mas, quando tivermos separado desse conjunto o que é efeito da nossa vontade, restará aquilo que nos vai revelar qual é a vontade de Deus a nosso respeito.

Se observarmos a nossa vida, veremos que há fatos sobre os quais podemos exercer a nossa livre-escolha à vontade. 

Mas, veremos também que existem outros fatos acima da nossa vontade; são acontecimentos em relação aos quais não há escapatórias.

Há uma parte da nossa vida regida como que por um destino, com características quase de fatalidade; há uma outra vontade, maior do que a nossa, à qual, queiramos ou não, temos de obedecer. Muitos acontecimentos parecem possuir uma vontade própria contra a qual não adianta rebelarmo-nos, nem deles fugir, apesar de o tentarmos por todos os meios. 

Na vida, há para todos uma parte livre, mas também existe uma parte em relação á qual vigora o princípio de aceitação. Aqui está a vontade de Deus, e o espírito da nossa desobediência não tem poder algum. Esta parte pode ser triste ou alegre, de satisfação ou de sofrimento, mas é sempre justa, obrigatória, imposta pela Lei. 

Em geral, esta é a conseqüência fatal do que livremente semeamos em nosso passado; fatal, não por um princípio de fatalismo que nos faria autômatos irresponsáveis, mas como efeito exato da nossa livre-vontade e do que ela quis realizar no terreno das causas, para que, conforme a Lei, tivesse de atuar no terreno dos efeitos. Aqui termina o domínio da nossa livre-escolha e vigora, em seu pleno poder, a Lei, que exige sempre obediência.

Entramos aqui no domínio do destino, e vemos a maneira pela qual o construimos para nós mesmos. O que domina tudo e todos é sempre a Lei, ou seja, a Vontade de Deus. Disso não se pode escapar. Mais cedo ou mais tarde temos de obedecer. Os inteligentes procuram conhecer a Lei nos seus princípios gerais e a Vontade de Deus no caso particular das suas vidas. Aceitando o que eles sabem que e justo, evitam atritos, choques, revoltas que geram a dor. Este é o caminho direto, mais proveitoso, menos doloroso. Se cometeram erros, estão prontos a pagar, de boa vontade, conforme a Lei de Deus. O método da aceitação pacífica resolve o conflito entre a criatura e a Lei, de maneira mais rápida e tranqüila, qualquer que seja a pena que se deva pagar.

Os que não possuem esta inteligência e boa vontade, os que estão ainda mergulhados na ignorância  e na revolta, ao invés de aceitar, rebelam-se, aumentando assim as suas faltas, piorando a sua posição, amontoando novas dívidas por cima das antigas. Estão acostumados a usar o sistema próprio do plano de vida animal do homem na Terra, segundo o qual o mais forte é o que vale e vence. Mas, não sabem que esse plano de vida inferior encontra-se regido pelas leis dos planos superiores, que a violência só pode dar fruto na Terra e unicamente nesse baixo nível de vida é passível o domínio da injustiça. O que esse tipo de homem julga ser a lei de tudo, não é senão a lei do seu ambiente terrestre. O homem usa, assim, um método errado, o método da revolta, pensando que por seu intermédio consegue vencer, impondo-se, quando, na verdade está usando um método que serve apenas para fabricar a dor.

Mas, é lógico e justo que assim seja, porque  a dor é a única voz por ele compreendida, e não há outro caminho para guiar um indivíduo, que por natureza tende a ser livre, até compreender a existência da Lei. Rebelar-se é o maior erro que se possa cometer. Se a Lei do universo quer que o caminho para a felicidade seja o da obediência, é lícito ao homem construir para si quantos sofrimentos queira, porque  isto lhe faz abrir os olhos e o obriga, para seu bem, a aprender. Mas não lhe é lícito destruir a Lei, pois nesse caso, se ele possuísse esse poder lançaria tudo no caos. Se Deus permitisse ao homem tanto poder, a ruína e o sofrimento humanos já não seriam apenas momentâneos e suscetíveis de reparação por intermédio da dura limpeza feita pela dor, mas seriam um fracasso definitivo, um mal irreparável, uma derrota de toda a obra de Deus, sem outra possibilidade de salvação.

De certo, a ignorância e a rebeldia do homem almejariam chegar até àquele fim. 

Mas, a sabedoria e a bondade, de Deus o salvam de um tão grande desastre à força, para seu bem, constrangendo-o a que ele não se perca, obrigando-o a limpar-se, a corrigir-se, a aprender através da dor. Perante um quadro de lógica, bondade e justiça assim tão perfeitas, há ainda no mundo gente que, sem ter compreendido nada, quer julgar Deus como culpado dos sofrimentos que há no mundo. Procuram-se assim infelizes escapatórias, lançando-se a culpa em Deus ou em seus próprios semelhantes. Mas, é inútil. Tudo fica na mesma. Os erros têm de ser corrigidos, as dívidas têm de ser pagas, a lição tem de ser aprendida. Quando chega a dor, nunca queremos admitir que a culpa seja nossa, e não de outros. Perante a Lei, cada um se encontra sozinho e trabalha por sua conta. Cada um fica com o destino que quis construir para si mesmo. Rebelar-se é pior. O mais que pode fazer é resignar-se e corrigir-se, construindo para si, de agora em diante, um destino melhor, de convicta obediência  a Deus, agradecendo-Lhe pela dura lição que vai conduzi-lo à felicidade.

Esta é a verdade mais importante que cada um precisa compreender: 

Deus é, em tudo e sempre, o dono absoluto e da Sua Lei não nos podemos evadir. 

Seja qual for a religião a que o homem pertença, seja o maior dos ateus, ele obedeceu, obedece e obedecerá sempre a Deus, no sentido de que não pode escapar da Sua Lei. 

Por exemplo: o fato de pertencermos a uma ou outra crença não nos isenta da dependência da lei da gravitação. 

O erro está em acreditar que estas verdades, das quais estamos falando, sejam particulares a este ou àquele grupo, religião ou filosofia humana, quando, de fato, são verdades que existem, continuam existindo e funcionando, mesmo quando o homem não as conheça ou não as queira admitir. Elas existem de maneira independente do conhecimento, da negação e mesmo da existência do homem. A conclusão é que todos obedecem a Deus: os crentes sabendo o que fazem, os descrentes sem o saberem; os bons, de boa vontade, de olhos abertos, por amor, sustentados pela justiça de Deus; os maus, de má vontade, nas trevas, revoltados, com raiva, esmagados pela mesma justiça de Deus.

É bem estranha e primitiva esta maneira de conceber tudo em função de si mesmo, pela qual o homem se faz centro, finalidade única e também dono, se pudesse, da criação. Mas, em quantos erros e ilusões  psicológicas ele incorre nessa primitiva maneira de conceber as coisas! E com quantas dores terá o homem de pagar a sua ignorância! Quantas vezes terá de bater a sua dura cabeça contra as paredes da Lei, até que compreenda quão inútil e dolorosa é a loucura da sua rebeldia, e quão grande é a vantagem de coordenar-se com a Lei, conforme a Vontade de Deus!

Esta Vontade, saibamos ou não, queiramos ou não, é a atmosfera que todos respiramos, da qual não podemos sair, assim como respiramos o ar da atmosfera terrestre inevitavelmente.

Os materialistas julgam que a ciência poderá impor-se à Lei de Deus, quando na verdade poderá apenas demonstrá-la. E, ao mesmo tempo em que eles estão trabalhando para construir um mundo sem a espiritualidade, a Lei rege a evolução da vida, e os dirige, impulsionando-os para construir um mundo baseado nessa espiritualidade. Construtores e destruidores, apesar de o fazerem de forma oposta, de fato todos colaboram dentro da mesma Lei, para realizar a mesma construção. 

Assim como a morte é necessária para gerar a vida, e colaborar com ela para constantemente renová-la, sem o que não seria possível a sua evolução, assim, os destruidores são necessários para realizar os mais baixos trabalhos de limpeza do terreno, sobre o qual de outra maneira não seria possível construir. Trata-se de um trabalho feio, desagradável, desairoso, mas necessário, que os construtores, de raça mais nobre, nunca fariam, nem poderiam fazê-lo, porque , depois de terminado, quem o executou tem de ser afastado para não prejudicar a nova construção. Eis, de fato, o que vemos acontecer nas revoluções, nas quais é raro constatar que quem as realizou tenha recolhido para si o fruto das suas lutas.

Continuaremos nestas nossas conversas, observando quão profunda é a sabedoria da Lei e quão grande é a ignorância do homem a seu respeito. Concluímos a nossa conversa de hoje observando que, queiramos ou não, nos fatos concernentes a nós, afinal de contas, a nossa vontade e a Vontade de Deus trabalham juntas. Não que a boa vontade do homem tenha de colaborar, mas porque  Deus permite que trabalhe também a nossa vontade, para a qual estabelece limites, efeitos e direção final. Podemos assim calcular quantas forças atuam entrelaçadas, a todo momento, em cada ato da nossa vida. Antes de tudo, está presente a nossa vontade passada, agora na forma dos seus efeitos que aparecem como fatais. 
Acima desses impulsos sobrepõe-se e opera a nossa vontade atual que tem o poder de corrigir, nos seus efeitos, aquela nossa vontade passada, iniciando novos caminhos ou endireitando os antigos. 

Mas, todo esse trabalho o homem não o cumpre sozinho, abandonado a si mesmo; antes, o executa ao longo dos trilhos de uma estrada já marcada pela Lei de Deus, que estabelece até onde o ser está livre para errar, o poder e a natureza das reações da Lei ao erro, a técnica da elaboração e assimilação de experiências e a meta final de todo o grande caminho da evolução.

Estamos no começo das nossas explicações e já podemos vislumbrar quantas coisas contém a nossa vida de cada dia, mesmo nos seus impulsos e atos mais simples.





quarta-feira, 1 de abril de 2020

COVID -19 - Corona Virus é oportunidade concedida




Era apenas uma questão de tempo.

Qual país bloqueia cerca de 9 milhões de habitantes de  uma cidade inteira por causa de um resfriadinho ou uma gripezinha ? Foram comunicadas as fases da propagação do vírus e a facilidade de transmissão além da instalação silenciosa dele nos infectados que são verdadeiros laboratórios de cultura. Foram feitas advertências que não são conhecidos medicamentos eficazes para combater o vírus instalado no organismo do ser humano assim como foi notificado que ele tem uma fase que se instala nos pulmões, levando ao congestionamento e à necessidade da ventilação forçada, que exige máquinas caras e até então pouco necessárias para as mazelas comuns. 

De uma outra forma, sobre a possibilidade de acontecer, advertências nos chegaram através de filmes que foram produzidos e exibidos nos cinemas e telas das tvs há vários anos! Ficção ? sim! Talvez, também uma oportunidade de aprendizado do dimensionamento que se deve dar à prevenção dessas doenças cujo causador é um inimigo invisível aos olhos físicos, mas que sabemos que está aí fora, em qualquer lugar.


O vírus está se espalhando desde 2019, a incredulidade dos dirigentes das nações em todo o planeta, não permitiu que se desse crédito às poucas informações que iam sendo divulgadas, porque era tudo novo para todos. Devemos nos espelhar no exemplo do governo chinês e agradecer a Deus por terem tido o bom senso e o sucesso de interromper a disseminação do vírus dentro da China, porque se fosse ao contrário, estaríamos em situação muito pior. 

Infelizmente temos os cenários da Itália, da Espanha, da França e mais recentemente dos EUA, cujo presidente colaborou para minimizar os efeitos da devastação que o vírus veio trazer e infelizmente, que estão sob o comando de líderes que,  agora se percebe, não deveriam estar lá. 

Fica a advertência. 

Os espíritas  sabem que desde a criação, temos sido aperfeiçoados pelos servidores do Pai Maior, que tudo vê, e que a evolução biológica do ser, em todos os reinos, segue um projeto divino que visa, antes de tudo, proporcionar todas as possibilidades de adiantamento às criaturas.


Aquele que, de frente para este cenário planetário, não percebe que "Tudo o que existe é um fenômeno em movimento, dirigido por uma Lei que, distinguindo-se em tantas modificações particulares, orienta os movimentos de todos os fenômenos. Esta Lei constitui o código que regula o seu contínuo transformar-se. Pelo fato de representar uma inteligência e uma vontade de ação realizadora, podemos percebê-la como uma manifestação da personalidade do Deus transcendente que se manifesta imanente nas formas de nosso universo, cujo funcionamento depende daquela Lei que estabelece as normas, segundo as quais o processo de existir se deve desenvolver. ELA ABARCA TAMBÉM A CONDUTA HUMANA, através da qual fixa uma espécie de trilhos, ao longo dos quais deve atuar. Há, pois, inserido na vida, para além de todo separativismo religioso, um único regulamento de estrada, igual para todos, segundo o qual se deve desenvolver o tráfego, seguindo uma ordem preestabelecida. Assim é traçada a via a percorrer, a da evolução do Anti Sistema para o Sistema; como ocorre com as normas de trânsito, tudo é disciplinado, a fim de que não haja desastres.
Enquadrado em tal rede de regulamentos, o ser permanece livre nos seus movimentos, gozando de plena autonomia e não como uma peça passiva na mecânica universal. Esse livre-arbítrio, faculta-lhe a possibilidade de erros, violando a Lei.
Como evitar que a liberdade transforme a ordem em caos ? Este perigo é tanto mais grave não só pelo fato de a natureza rebelde do homem, filha do Anti Sistema levá-lo a impor-se à Lei, como também pelo fato de que conhece pouco o regulamento da estrada, razão pela qual o transgride a cada passo.  Podem-se imaginar as consequências de tais métodos, que acarretam movimentos desordenados em meio a um tráfego intenso. Isso está ocorrendo em nosso mundo.

Que se passa então? 
Temos choques, lutas, processos , danos a pagar e questões similares. Eis os efeitos da desordem.


Pode-se violar a Lei, mas ninguém se pode furtar às consequências proporcionais à violação. Tudo isso funciona como corretivo e tem a finalidade de reconduzir o violador às normas e aos limites do regulamento. O dano que sofre o ensina a não mais transgredir a Lei. Esta, com as suas sanções impostas aos violadores, é também mestre que ensina, porque age não apenas para manter a ordem entre os que obedecem, mas também para reconduzir à ordem os desobedientes.

É assim que, às próprias custas, aprendem a conhecer a Lei, a saber usar a própria liberdade com conhecimento e responsabilidade. Depois, não ocorrendo novos danos, não há consequências a pagar. Tudo corre bem quando o ser sabe mover-se disciplinadamente.  

Na Lei, o erro está, automáticamente, ligado à sua correção, com isso a eliminação dos males a que cada erro conduz. Isso mostra a sabedoria de quem instituiu tal Lei e nos prova que a finalidade da dor não é vingança, nem punição, mas a de ensinar, para não repetir o erro e assim evitar o próprio dano a fim de seguir na direção do bem e da própria felicidade. "

Nota: o Texto entre aspas é do capítulo XII - O HOMEM PERANTE A LEI, do livro A TÉCNICA FUNCIONAL DA LEI DE DEUS." , de autoria de Pietro Ubaldi, que pode ser adquirido no site www.ubaldi.org

Irmãos, fica, então, o aprendizado de que assim como não percebemos visualmente este vírus, que está entre nós, devemos admitir a sua presença na face do planeta e que não são apenas os idosos, mas todos os encarnados, que estão sujeitos a se transformar em hospedeiros e, por que não, sucumbentes à ação dele em nossa organização física, mas é hora do despertar da consciência, porque ao seguir o curso natural desta existência, só nos restará ela e nossas obras. Aquele que até esta fase não iniciou o trabalho na seara de Jesus, que não assimilou o ensinamento da LEI DO AMOR, ainda é tempo. Por nossa experiência no atendimento aos irmãos desencarnados que são levados até as câmaras de desobsessão, podemos afirmar com segurança que ainda é tempo de despertar, de trabalhar e de exercer o amor incondicional, razão pela qual estamos aqui em fase de aprendizado.

LEMBRAI-VOS DA PARÁBOLA DOS TRABALHADORES NA VINHA.