quinta-feira, 19 de novembro de 2020

UTILIZANDO FILTROS



SABER PENEIRAR O QUE VEM ATÉ VOCE.


A vida enquanto encarnado é um aprendizado constante, além de trazer obstáculos, é um desafio constante, ainda que estejamos inconscientes deles.

Hoje, na internet, me deparei com um anúncio, que trazia a figura abaixo sugerindo que a personalidade das criaturas está vinculada ao formato dos dedos da mão.




Obviamente, trata-se de texto que induz o leigo, ávido por
conhecimento, a trilhar pelo caminho da sábia ignorância, levando-o a se julgar um conhecedor de personalidades alheias.

O que a doutrina espírita nos ensina sobre isto ?
O formato e o tamanho dos dedos da mão podem revelar sobre a personalidade das pessoas ?

Não vamos nos aprofundar demasiadamente agora. Vamos nos ater ao capítulo IV do Livro dos Espíritos, que trata da PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS.

Sabemos que o ESPÍRITA tem como base de sua doutrina, a pluralidade das existências, ou seja, o Espírito (alma enquanto encarnado na matéria) experimenta múltiplas encarnações, (que vamos chamar de existências corporais ) já que existência mesmo é apenas uma, a do espírito.

Na questão 132 do Livro dos Espíritos, foi perguntado aos Espíritos: Qual é o objetivo da encarnação dos Espíritos?

E a resposta:
Deus impõe-lhes a encarnação com o objetivo de fazê-los chegar à perfeição: para uns, é uma expiação; para outros, é uma missão. Porém, para chegar a essa perfeição, devem suportar todas as vicissitudes da existência corporal: nisto é que está a expiação. A encarnação tem também um outro objetivo, que é o de colocar o espírito em condições de suportar a sua parte na obra da criação; é para executá-la que, em cada mundo, ele toma um instrumento em harmonia com a matéria essencial desse mundo para aí executar, daquele ponto de vista, as ordens de Deus; de tal forma que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”

Adiantando-nos ao mencionado Capítulo IV do Livro dos Espíritos, vamos fazer a leitura da questão 166:

Como a alma, que não atingiu a perfeição durante a vida corporal, pode terminar de depurar-se ?

A resposta: “ Experimentando a prova de uma nova existência.”

A CRIAÇÃO DOS ESPÍRITOS exige estudo em separado, apesar de ter vinculação com a presente reflexão, então vamos até a questão 134:

O que é a ALMA?
Resposta: “Um Espírito encarnado.”

134-a: O que era a ALMA antes de unir-se ao corpo ?
Resposta: “Espírito

134-b: As almas e os espíritos são, portanto, identicamente, a mesma coisa?
Resposta: “Sim, as Almas são apenas os Espíritos. Antes de se unir ao corpo, a alma é um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível e que revestem, temporáriamente, um envoltório carnal, para se purificarem e se esclarecerem.”

Então na questão 135, os Espíritos da codificação nos esclarecem que no homem encarnado há outra coisa além da alma e do corpo; Existe um ELO SEMIMATERIAL QUE UNE A ALMA AO CORPO FÍSICO.

Em relação ao corpo perispiritual, sem nos aprofundarmos muito nessa questão de material ou semimaterial, vamos nos ater apenas a aceitar a designação “semimaterial”, conforme ensina Kardec, na Revista Espírita de Março de 1866 em Introdução ao Estudo dos Fluidos Espirituais, disponível no link no final deste artigo, de onde extraímos este trecho:

Algumas pessoas criticaram a qualificação de semimaterial dada ao perispírito, dizendo que uma coisa é matéria ou não o é. Admitindo que a expressão seja imprópria, seria preciso adotá-la, em falta de um termo especial para exprimir esse estado particular da matéria. Se existisse um mais apropriado à coisa, os críticos deveriam tê-lo indicado. O perispírito é matéria, como acabamos de ver, filosoficamente falando, e por sua essência íntima; ninguém poderia contestá-lo; mas ele não tem as propriedades da matéria tangível, tal como se concebe vulgarmente; ele não pode ser submetido à análise química, porque, embora tenha o mesmo princípio que a carne e o mármore e possa lhes tomar as aparências, na realidade não é nem carne nem mármore. Por sua natureza etérea ele tem, ao mesmo tempo, a aparência da materialidade por sua substância, e a da espiritualidade por sua impalpabilidade, e a palavra semimaterial não é mais ridícula do que  semiduplo e tantas outras, porque também pode-se dizer que uma coisa é dupla ou não é.”


Então  pelo aprendizado da questão 135, aprendemos que o HOMEM É FORMADO  de tres partes essenciais, são elas:

1º O corpo, ou ser material, análogo ao dos animais e animado élo mesmo princípio vital; 

2º A ALMA, Espírito encarnado cujo corpo é a habitação ;

3º O princípio intermediário, ou PERISPÍRITO, substância semimaterial que serve de primeiro envoltório ao Espírito e une a alma ao corpo.

O corpo físico é apenas o envoltório da alma, que pode existir sem a alma, a vida orgânica pode animar um corpo sem alma, mas a alma não pode habitar um corpo privado da vida orgânica.  Sem alma, este corpo seria uma massa de carne sem inteligência, exceto um homem. 

A alma não se acha encerrada no corpo, tal como  o pássaro numa gaiola, ela se irradia e se manifesta  exteriormente, como a luz através de um globo de vidro e é assim que se pode dizer que ela é exterior, porém nem por isto constitui o envoltório do corpo. Assim, a alma tem dois envoltórios, sendo um sutil e leve e é o primeiro, a quem chamamos de perispírito ; o outro é grosseiro, pesado: é o corpo. Os Espíritos da Codificação Espírita nos ensinaram que a alma é o centro de todos estes envoltórios, como  o gérmen da planta em um caroço.

Há dentre os Espíritos aqueles que não são esclarecidos sobre estes assuntos e há , dentre eles, os pseudo-sábios, que igualmente como são encontrados entre os encarnados, fazem ostentação de palavras, para se imporem, além de também existirem aqueles que se exprimem em termos diferentes, mas que no fundo têm o mesmo valor.

Esclarecida esta questão relativa à ALMA, podemos passar a comentar sobre a REENCARNAÇÃO, que constitui um capítulo à parte, mas vamos falar dela apenas para chegar ao ponto que desejamos.

Aprendemos que a CRIAÇÃO ocorre no plano espiritual, totalmente independente do plano material. 

Vamos até a questão 166 do Livro dos  Espíritos, juntamente com outras questões que acreditamos serem muito mais úteis se trazidas juntas.


A reencarnação

166. Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida
corpórea, acabar de depurar-se?

“Sofrendo a prova de uma nova existência.”

a) Como realiza essa nova existência? Será pela sua transformação
como Espírito?

“Depurando-se, a alma indubitavelmente experimenta uma transformação, mas para isso necessária lhe é a prova da vida corporal.”


b) A alma passa então por muitas existências corporais?

“Sim, todos contamos muitas existências. Os que dizem o contrário
pretendem manter-vos na ignorância em que eles próprios se
encontram. Esse o desejo deles.”


c) Parece resultar desse princípio que a alma, depois de haver deixado
um corpo, toma outro, ou, então, que reencarna em novo corpo.
É assim que se deve entender?

“Evidentemente.”


167. Qual o fim objetivado com a reencarnação?
“Expiação, melhoramento progressivo da humanidade. Sem
isto, onde a justiça?”


168. É limitado o número das existências corporais, ou o Espírito reencarna perpetuamente?

“A cada nova existência, o Espírito dá um passo para diante na
senda do progresso. Desde que se ache limpo de todas as impurezas,
não tem mais necessidade das provas da vida corporal.”


169. É invariável o número das encarnações para todos os Espíritos?

“Não; aquele que caminha depressa, a muitas provas se forra.
Todavia, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas,
porquanto o progresso é quase infinito.”


170. O que fica sendo o Espírito depois da sua última encarnação?


“Espírito bem-aventurado; puro Espírito.”


Então vimos que na questão 132, estudamos ENCARNAÇÃO, e na questão 166 e seguintes,  REENCARNAÇÃO. 

Para continuar a desenvolver nosso raciocínio, consideremos pacífico o entendimento de que o Espírita é Reencarnacionista.

76. Que definição se pode dar dos Espíritos?

“Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação.

Povoam o Universo, fora do mundo material.” 


A INTELIGÊNCIA NÃO CONSTITUI UM ATRIBUTO DO PRINCIPIO VITAL. vide questão 71. 

INTELIGÊNCIA E MATÉRIA SÃO INDEPENDENTES. Um corpo pode viver sem a inteligência, mas a inteligência só pode manifestar-se por meio de órgãos materiais. 

É necessária a união do espírito para intelectualizar a matéria animalizada.

84. Os Espíritos constituem um mundo à parte, fora daquele que vemos?

“Sim, o mundo dos Espíritos ou das inteligências incorpóreas.”


85. Qual dos dois, o mundo espírita ou o mundo corpóreo, é o principal, na ordem das coisas?

“O mundo espírita, que preexiste e sobrevive a tudo.”


86. O mundo corporal poderia deixar de existir, ou nunca ter existido, sem que isso alterasse a essência do mundo espírita?

“Decerto. Eles são independentes; contudo, é incessante a correlação
entre ambos, porquanto um sobre o outro incessantemente reagem.” 



Então, tendo as explicações acima, embora básicas são suficientes, e já podemos passar a pensar na questão das vida sucessivas. 

Resumidamente, o Espírito que já alcançou o pensamento contínuo e a razão já está de posse do LIVRE ARBÍTRIO, que é característico dos HUMANOS.  E é  exatamente o livre arbítrio que vai comandar as ações do Espírito, esteja encarnado ou não.  Não é novidade para nós que o Espírito é uma INDIVIDUALIDADE.  

A reencarnação é nada mais nada menos que a INDIVIDUALIDADE, assumindo uma nova personalidade, mas também não é assim tão fácil de se explicar porque sabemos que as existências anteriores são armazenadas pelo Espírito, algumas no Perispírito e outras na intimidade do próprio Espírito. 

Sabemos, também, que a mente fornece o molde do corpo físico, e para isto utiliza as informações armazenadas no subconsciente da individualidade. 

Estando assim esclarecidos é fácil entender que ao reencarnar a individualidade vai se apresentar com uma personalidade necessária às provas que ela será submetida, assim como possíveis expiações, tudo isto ligado à LEI DE CAUSA E EFEITO. É aí que encontramos explicações para os defeitos congênitos, para as mortes por resgates e também para as lembranças e dons com que se apresentam personalidades que se saem tão bem em uma  atividade específica, pois usa as informações de existências pretéritas.   

São tantos os lares são relatadas condutas beligerantes entre pais e filhos !








Transcrito da pagina 480 do Livro dos Espíritos (.pdf)


Em Nota ao capítulo XI, item 43, do livro A Gênese, o

Codificador explica essa metodologia:

Quando, na Revista Espírita de janeiro de 1862, publicamos um artigo sobre a “interpretação da doutrina dos anjos decaídos”, apresentamos essa teoria como simples hipótese, sem outra autoridade afora a de uma opinião pessoal controversa, porque nos faltavam então elementos bastantes para uma afirmação peremptória. Expusemo-la a título de ensaio, tendo em vista provocar o exame da questão, decidido, porém, a abandoná-la ou modificá-la, se fosse preciso. Presentemente, essa teoria
já passou pela prova do controle universal. Não só foi bem aceita pela maioria dos espíritas, como a mais racional e a mais concorde com a soberana justiça de Deus, mas também foi confirmada pela generalidade das instruções que os Espíritos deram sobre o assunto. O mesmo se verificou com a que concerne à origem da raça adâmica. (A Gênese, cap. XI, item 43, Nota, p. 292.)










domingo, 15 de novembro de 2020

FUGA PARA O EGITO - por Pastorino, Carlos Torres

 SABEDORIA DO EVANGELHO - VOLUME 1

FUGA PARA O EGITO

Mateus  2:13-15


13. Depois de haverem partido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, dizendo: “levanta-te, toma contigo o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e fica ai até que eu te chame; pois Herodes há de procurar o menino para matá-lo”.

14. José levantou-se, tomou de noite o menino e sua mãe e partiu para o Egito,

15. e ali ficou ate a morte de Herodes, para que se cumprisse o que dissera o Senhor pelo profeta: “Do Egito chamei a meu filho”.


Novamente José é advertido em sonhos por um espírito (anjo do Senhor), ordenando-lhe este a fuga para o Egito. Nesse país havia duas grandes e florescentes colônias israelitas, em Alexandria e em Heliópolis.

O Egito distava cerca de seis dias de viagem (perto de 250 milhas, a maioria das quais através de terras desertas).  Era, porém, local seguro e lá também se refugiaram Jeroboatão (pretendente ao trono de Salomão), o profeta Jeremias, Onias IV fundador do Templo Israelita de Leontópolis e outros.


Mateus não dá pormenores da viagem, que aparecem numerosos nos evangelhos apócrifos (Pseudo-Mateus, 18 a 24; Pseudo-Tomé, texto latino, cap. 1; evangelho árabe da infância, 10 a 25).

Não se sabe o local em que ficou a família de Jesus. Uma tradição antiga copta indica o Cairo. Nada de certo, porém.

Aí ficaram os três até a morte de Herodes. Sabemos que este faleceu sete dias antes da Páscoa, em março-abril do ano 4 A. C., ou seja, 750 de Roma.

Nascido em 747 (7 A.C.), Jesus teria então permanecido cerca de 3 anos no Egito, o que coincide com os dados de certos apócrifos (Pseudo-Mateus cap. 26; Pseudo-Tomé, texto latino, cap. 4; evangelho árabe da infância cap. 25 e 26).

A frase  Do Egito chamei meu filho. está no texto hebraico de Oséas (11:1).

Diversas anotações podem ser feitas em torno da viagem de Jesus ao Egito.


A fuga se dá à noite. O intelecto (José), iluminado pelo Alto (anjo) leva consigo a intuição (Maria) e o recém-nascido Homem-Novo (Jesus) e adentra-se pela noite do isolamento, a fim de favorecer o crescimento da criança. Esta, enquanto nova e indefesa, não deve, não pode, permanecer no bulício das cidades: tal como a semente, que para germinar mergulha na noite do solo, assim o recém manifestado Cristo necessita da solidão e do silêncio para desenvolver-se. Era mister fugir do .mundo. (Herodes) que desejava matá-lo, para que não fosse sufocada a plantinha ainda tenra e frágil.

Outra interpretação: todos os espíritos, na senda evolutiva, necessitam passar alguma (ou algumas ) fases na Terra, enclausurados, longe do bulício, treinando a meditação e o mergulho em si mesmos. Daí a existência de eremitérios e mosteiros, mantidos pelas religiões, para ajudar a esses que se encontram nessa fase. Sob esse aspecto, a viagem de Jesus pode ter significado a necessidade de isolamento entre irmãos que não fossem do próprio sangue (exatamente o que ocorre nos mosteiros e conventos). Essa reclusão temporária (relativamente à vida eterna do espírito) serve para educá-lo a sair do egoísmo familiar (consanguíneo) exercitando-se no amor aos não consanguíneos. (Não nos referimos, aqui, à pessoa de Jesus: estamos falando que o exemplo de Jesus ao fugir para o Egito,pode representar a fuga de nossos espíritos para longe da família carnal).

Há outro ensinamento.

Após a permanência na escola de profetismo de Belém (mediunismo), o espírito precisa ir além, para sintonizar não mais com outros espíritos (sobretudo do plano astral), mas para vibrar em uníssono com as noúres divinas.

Então, depois da estada em Belém, e de ter passado pelo exame dos .magos., e de ter sofrido perseguição da matéria e do mundanismo (Herodes), o espírito, vitorioso nessas provas, dá um passo além e segue, promovido, para outro santuário mais avançado.

Exatamente na cidade de Heliópolis havia outro templo iniciático, onde os candidatos de .envergadura se exercitavam no espiritualismo mais profundo.


O novo ser, nascido do Encontro Deslumbrante, é ainda dirigido pelo intelecto (José) que recebe as ordens do Alto.

A intuição (Maria), embora desenvolvida, ainda é fraca (mulher) e não chega ao ponto de poder agir sozinha.

E o Homem-Novo, recém-nascido, é muito criança para poder andar por si.

O intelecto (o órgão mais desenvolvido na anterior evolução, no estágio  homem) é que recebe o encargo de levá-los e dirigí-los até que, morto Herodes (isto é, liquidados os carmas materiais) possa ele caminhar pelos próprios pés e governar-se; e isso ele o fará já na qualidade de .Filho do Homem.. Verificamos que é assim, porque o primeiro a desaparecer da cena do Evangelho é José o intelecto - e também a intuição é deixada de lado e admoestada quando quer intervir. Então, o Filho do Homem, agindo por si, manifesta o Cristo em toda a Sua plenitude e assombra o mundo.

Esse trajeto tem que ser seguido por todas as criaturas, através de suas vidas sucessivas. Jesus foi o EXEMPLO e o MODÊLO, e Sua vida na Palestina é um resumo vivo do que são, e do que serão, nos futuros milênios , as nossas vidas.

Assim como o homem revive, em cada vida, todas as suas anteriores etapas evolutivas, para só então recomeçar um novo passo na jornada do aperfeiçoamento, assim a última vida de Jesus nos apresenta, em uma só encarnação, o modelo de todas as nossas presentes e futuras etapas evolutivas.


EVOLUÇÃO ANIMAL-HOMINAL

Com efeito, quando o homem desce ao plano da matéria para nova experiência reencarnatória, sua ligação primeira se faz no óvulo, ainda na trompa ou Canal de Falópio. Note-se, porém, que o espírito NÃO ENTRA no óvulo: apenas SE LIGA, permanecendo de fora, a ele preso apenas pelo .cordão de prata. (Ecle. 12:16).


Do óvulo, ele irradia suas vibrações que vão atrair o espermatozóide: e exatamente AQUELE espermatozóide que é portador dos genes que sintonizam vibratoriamente com o espírito, e que portanto lhe poderá fornecer um corpo especificamente apropriado a essa etapa evolutiva desse espírito: com as qualidades e deficiências requeridas pelo estado evolutivo do espírito.

Dizemos ATRAI, no mesmo sentido em que poderíamos afirmar que um aparelho de rádio, sintonizado nos 800 kilociclos, atrai as ondas hertzianas da Rádio Ministério da Educação e Cultura. Atrai, pois, tem o sentido preciso de .sintonizar e receber.

Mas o espermatozóide, .alimentado. por essas vibrações sintônicas, recebe as energias indispensáveis para progredir em sua viagem, até o óvulo, passando à frente de seus concorrentes.

Dizíamos que o espírito .se liga. ao óvulo e, desde esse momento, passa a relembrar, ou melhor, a .refazer. todas as fases evolutivas por que haja passado desde seu ingresso na fase animal.

Começa como célula simples (protozoário unicelular = óvulo) e se vai desenvolvendo na mesma ordem sucessiva que há seguido durante milhões e milhões de anos. Logicamente sua evolução foi aquática, e por isso ele a revive mergulhado no líquido amniótico.

Mas essa revivescência, embora nos pareça lenta, é relativamente relampejante: o espírito revive em cada segundo de vida intra-uterina, milênios de vidas remotas, enquanto atravessava as fases animais,sem fixar, no entanto, exatamente as diversas formas da espécie.

Na fase correspondente à sua entrada na família dos sáurios, surge no feto o .olho pineal., como fase inicial da futura glândula do mesmo nome, e que lhe assinala a caracterização como individualidade personificada.

Terminada a .revisão. de toda a sua evolução animal, a criança rompe as barreiras da animalidade pura e passa ao estado hominal: nesse ponto preciso ocorre o nascimento.

Surge o novo Adão (ADAM = homem) que é .expulso do paraíso. da irresponsabilidade animal (veja pág. 19, último parágrafo) e começa a ter que comer o pão com o suor de seu rosto: respiração e alimentação não são mais aproveitadas da mãe. A criança é que tem que esforçar-se por si mesma. Vimos que, quando no estágio animal, o espírito era ainda irresponsável, agindo em perfeita harmonia com a Mente Cósmica Universal, porque o intelecto não intervinha para atrapalhar. Na revisão dessa fase, o feto vive em perfeita simbiose com a mãe, da qual tira tudo.

Expulso desse paraíso. animal, o recém-nascido chega ao reino hominal. Mas ainda não ao estado atual de homo sapiens : vai antes reviver todo o desenvolvimento, desde o plano de homóide, ao homúnculo, ao pithecânthropus erectus. (quando passa do engatinhar ao caminhar erecto), até chegar ao homo sapiens  e às últimas vivências na Terra.

Quando atinge os sete anos, mais ou menos - a idade da razão - é que, então, recordada toda a escala evolutiva, o espírito penetra integralmente o novo corpo e inicia a nova jornada que se lhe abre ante o horizonte.   Até então, o espírito permanece fora do corpo, comandando através do cordão de prata todo o desenvolvimento de seu veículo físico. Por esse motivo é que a criança manifesta as características de primitivismo: egoísmo, destrutibilidade, etc.

Uma comprovação de tudo isso é o que se passa com espíritos mais evoluídos.

Realmente, quanto mais adiantado o espírito na escala, mais rapidamente percorre as etapas anteriores.

E se, em suas recentes vivências na Terra esses espíritos revelaram desenvolvimento de genialidade em qualquer ramo, aparecem as crianças-prodígio, revivescência clara da última ou das últimas encarnações.

Daí verificarmos que esses prodígios se revelam sempre antes do uso da razão.

Ao atingirem essa idade, em que se inicia a fase atual, pode o espírito fazer florescer e progredir suas qualidades, e até desenvolvê-las mais ainda. No entanto, pode dar-se que a atual existência não apresente possibilidades de evolução maior. E vemos que, com frequência, a criança prodígio não atinge, em sua vida posterior, o que dela se esperava: não conseguiu adiantar-se com o mesmo ritmo.

E na idade madura é pessoa comum.  Quebrou o ritmo ascensional, quer por cansaço, quer por falta de ambiente propício, quer por motivos cármicos. Não houve, porém, regresso, mas diminuição ou afrouxamento (rallentissement) na caminhada.

Compreendendo assim as coisas, descobrimos que a vida de Jesus em Sua última romagem terrena, foi o modelo que teremos que seguir, no estado posterior de Filhos do Homem, verdade que já foi revelada por Paulo ao Efésios (4:13) até que TODOS CHEGUEMOS à plenitude da estatura de Cristo.



quinta-feira, 5 de novembro de 2020

MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA

 

ELE É A DISCRIÇÃO EM PESSOA...MAS, COMO NÃO HOMENAGEAR?


Manoel Philomeno de Baptista de Miranda nasceu no dia 14 de novembro de 1876, em Jangada, Município do Conde, no Estado da Bahia. Foram seus pais Manoel Baptista de Miranda e Umbelina Maria da Conceição.


Mais conhecido como Philomeno de Miranda, diplomou-se pela Escola Municipal da Bahia (hoje Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia), colando grau na turma de 1910, como ‘Bacharel em Comércio e Fazenda’.  Exerceu sua profissão com muita probidade, sendo um exemplo de operosidade no campo profissional. Ajudava sempre aqueles que o procuravam, pudessem ou não retribuir os seus serviços. Foi tão grande em sua conduta, como na modéstia.

Em 1914, foi debilitado por uma enfermidade pertinaz, e tendo recorrido a diversos médicos, sem qualquer resultado positivo, foi curado pelo médium Saturnino Favila, na cidade de Alagoinhas, com passes e água fluidificada, complementando a cura com alguns remédios da Flora Medicinal.

Nessa época, indo a Salvador, conheceu José Petitinga, que o convidou a frequentar a União Espírita Baiana. A partir daí, Philomeno de Miranda interessou-se pelo estudo e prática do Espiritismo, tornando-se um dos mais firmes adeptos de seus ensinamentos. Fiel discípulo de Petitinga, foi autêntico diplomata no trato com o Movimento Espírita da Bahia, com capacidade para resolver todos os assuntos pertinentes às Casas Espíritas. A serviço da causa, visitava periodicamente as Sociedades Espíritas, da Capital e do Interior, procurando soluções para qualquer dificuldade.

Delicado, educado, porém decidido na luta, não dava trégua aos ataques descabidos, arremetidos por religiosos e cientistas que tentavam destruir o trabalho dos espíritas. Na União Espírita Baiana (hoje Federação Espírita do Estado da Bahia), exerceu os cargos de 2º Secretário, de 1921 a 1922, e de 1º Secretário, de 1922 a 1939, juntamente com José Petitinga e uma plêiade de grandes trabalhadores.


Dedicou-se com muito carinho às reuniões mediúnicas, especialmente, às de desobsessão.  Achava imprescindível que as instituições espíritas se preparassem convenientemente para o intercâmbio espiritual, sendo de bom alvitre que os trabalhadores das atividades desobsessivas se resguardassem ao máximo, na oração, na vigilância e no trabalho superior. Salientava a importância do trabalho da caridade, para se precaverem de sofrer ataques das entidades que se sentem frustradas nos planos nefastos de perseguições. É o caso de muitas Casas Espíritas que, a título de falta de preparo, se omitem dos trabalhos mediúnicos.

Mesmo modesto, não pôde impedir que suas atividades sobressaíssem nas diversas frentes de trabalho que empreendeu em favor da Doutrina. Na literatura escreveu Resenha do Espiritismo na Bahia e Excertos que justificam o Espiritismo, que publicou omitindo o próprio nome. Em resposta ao Padre Huberto Rohden, publicou um opúsculo intitulado Por que sou Espírita.

Philomeno de Miranda foi eleito Presidente da União Espírita Baiana, em substituição a José Petitinga, quando este desencarnou, em 25 de março de 1939, em Salvador. Por mais de vinte e quatro anos consecutivos, Miranda vinha trabalhando na Federativa, em especial, na administração, no socorro espiritual como grande doutrinador, e nos serviços da caridade, zelando sempre pelo bom nome da Doutrina, com todo o desvelo de que era possuído. Sofrendo do coração, subia as escadas a fim de não faltar às sessões, sempre animado e sorrindo. Queria extinguir-se no seu cumprimento.

Seu desencarne ocorreu no dia 14 de julho de 1942. Na antevéspera, o devotado trabalhador da Seara do Cristo, impossibilitado de comparecer fisicamente à lide na Federativa Espírita Baiana, assim o disse, segundo relata A. M. Cardoso e Silva: “Agora sim! Não vou porque não posso mais. Estou satisfeito porque cumpri o meu dever. Fiz o que pude... o que me foi possível. Tome conta dos trabalhos, conforme já determinei.”

Querido de quantos o conheceram , até o último instante demonstrou a firmeza da tranquilidade dos justos, proclamando e testemunhando a grandeza imortal da Doutrina Espírita.


TRABALHO COM DIVALDO FRANCO

O médium Divaldo Pereira Franco relata como conheceu e conviveu com o amoroso Benfeitor, Philomeno de Miranda:


“Numa das viagens a Pedro Leopoldo, no ano de 1950, Chico Xavier psicografou para mim uma mensagem ditada pelo Espírito José Petitinga, e no próximo encontro, uma outra ditada pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda. Eu era muito jovem e, como é compreensível, fiquei muito sensibilizado. Guardei as mensagens, bebi nelas a inspiração, permanecendo confiante em Deus.


“No ano de 1970, no mês de janeiro, apareceu-me o Espírito Manoel Philomeno de Miranda, dizendo que, na Terra, havia trabalhado na União Espírita Baiana, atual Federação, tendo exercido vários cargos, dedicando-se, especialmente à tarefa do estudo da mediunidade e da desobsessão.

“Quando chegou ao Mundo Espiritual, foi estudar em mais profundidade as alienações por obsessão e as técnicas correspondentes da desobsessão.

“Fora uma pessoa que, no mundo, se dedicava à escrituração mercantil, portanto afeito a uma área de informações de natureza geral sobre o comércio.

“Mas, tendo convivido muito com Petitinga, que foi um beletrista famoso, um grande latinista, amigo íntimo de Carneiro Ribeiro - que também se notabilizou pela réplica e tréplica com Ruy Barbosa - ele, Miranda, houvera aprimorado os conhecimentos linguísticos que levara da Terra, com vistas a uma programação de atividades para a Doutrina Espírita, pela mediunidade, no futuro.

“Convidado por Joanna de Ângelis, para trazer o seu contributo em torno da mediunidade, da obsessão e desobsessão, ele ficou quase trinta anos realizando estudos e pesquisas e elaborando trabalho que mais tarde iria enfeixar em livros.

“Ao me aparecer, então, pela primeira vez, disse-me que gostaria de escrever por meu intermédio.

“Levou-me a uma reunião, no Mundo Espiritual, onde reside, e ali mostrou-me como eram realizadas as experiências de prolongamento da vida física através de transfusão de energia utilizando-se do perispírito. Depois de uma convivência de mais de um mês, aparecendo-me diariamente para facilitar o intercâmbio psíquico entre ele e mim, começou a escrever ‘Nos Bastidores da Obsessão’, que são relatos, em torno da vida espiritual, das técnicas obsessivas e de desobsessão.”


A partir daí, seguiram-se outros livros sobre o problema obsessivo, classificado por Philomeno de Miranda como “tormentoso flagício social”. Nos seus livros, caracterizados e lidos como “romances”, encontra-se meticuloso exame da mediunidade atormentada e das patologias obsessivas, em páginas de profundo teor didático que permitem ao leitor melhor compreensão da narrativa central.

Além de Nos Bastidores da Obsessão, ditou ao médium Divaldo Pereira Franco as seguintes obras: Grilhões Partidos, Nas Fronteiras da Loucura, Loucura e Obsessão, Trilhas da Libertação, Painéis da Obsessão, Temas da Vida e da Morte, Tramas do Destino, Sexo e Obsessão, Tormentos da Obsessão e Entre os Dois Mundos.

* mais recentemente :

Transição Planetária

Amanhecer de Uma Nova Era

Perturbações Espirituais.

www.livrarialeal.com.br

Philomeno de Miranda foi amigo de Leopoldo Machado, patrocinando grandes conferências desse inesquecível trabalhador, que deixou um marco de luz em sua passagem pela Terra.

Fontes:

- Antônio Souza Lucena, in “Reformador”, nov/1990;

- Adilton Pugliese, in “A Obsessão: Instalação e Cura”, LEAL, 1998;

- “O Espírita Mineiro”, nº 288, nov./dez./2005.