Há dentre os Espíritos aqueles que não são esclarecidos sobre estes assuntos e há , dentre eles, os pseudo-sábios, que igualmente como são encontrados entre os encarnados, fazem ostentação de palavras, para se imporem, além de também existirem aqueles que se exprimem em termos diferentes, mas que no fundo têm o mesmo valor.
Esclarecida esta questão relativa à ALMA, podemos passar a comentar sobre a REENCARNAÇÃO, que constitui um capítulo à parte, mas vamos falar dela apenas para chegar ao ponto que desejamos.
Aprendemos que a CRIAÇÃO ocorre no plano espiritual, totalmente independente do plano material.
Vamos até a questão 166 do Livro dos Espíritos, juntamente com outras questões que acreditamos serem muito mais úteis se trazidas juntas.
A reencarnação
166. Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida
corpórea, acabar de depurar-se?
“Sofrendo a prova de uma nova existência.”
a) Como realiza essa nova existência? Será pela sua transformação
como Espírito?
“Depurando-se, a alma indubitavelmente experimenta uma transformação, mas para isso necessária lhe é a prova da vida corporal.”
b) A alma passa então por muitas existências corporais?
“Sim, todos contamos muitas existências. Os que dizem o contrário
pretendem manter-vos na ignorância em que eles próprios se
encontram. Esse o desejo deles.”
c) Parece resultar desse princípio que a alma, depois de haver deixado
um corpo, toma outro, ou, então, que reencarna em novo corpo.
É assim que se deve entender?
“Evidentemente.”
167. Qual o fim objetivado com a reencarnação?
“Expiação, melhoramento progressivo da humanidade. Sem
isto, onde a justiça?”
168. É limitado o número das existências corporais, ou o Espírito reencarna perpetuamente?
“A cada nova existência, o Espírito dá um passo para diante na
senda do progresso. Desde que se ache limpo de todas as impurezas,
não tem mais necessidade das provas da vida corporal.”
169. É invariável o número das encarnações para todos os Espíritos?
“Não; aquele que caminha depressa, a muitas provas se forra.
Todavia, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas,
porquanto o progresso é quase infinito.”
170. O que fica sendo o Espírito depois da sua última encarnação?
“Espírito bem-aventurado; puro Espírito.”
Então vimos que na questão 132, estudamos ENCARNAÇÃO, e na questão 166 e seguintes, REENCARNAÇÃO.
Para continuar a desenvolver nosso raciocínio, consideremos pacífico o entendimento de que o Espírita é Reencarnacionista.
76. Que definição se pode dar dos Espíritos?
“Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação.
Povoam o Universo, fora do mundo material.”
A INTELIGÊNCIA NÃO CONSTITUI UM ATRIBUTO DO PRINCIPIO VITAL. vide questão 71.
INTELIGÊNCIA E MATÉRIA SÃO INDEPENDENTES. Um corpo pode viver sem a inteligência, mas a inteligência só pode manifestar-se por meio de órgãos materiais.
É necessária a união do espírito para intelectualizar a matéria animalizada.
84. Os Espíritos constituem um mundo à parte, fora daquele que vemos?
“Sim, o mundo dos Espíritos ou das inteligências incorpóreas.”
85. Qual dos dois, o mundo espírita ou o mundo corpóreo, é o principal, na ordem das coisas?
“O mundo espírita, que preexiste e sobrevive a tudo.”
86. O mundo corporal poderia deixar de existir, ou nunca ter existido, sem que isso alterasse a essência do mundo espírita?
“Decerto. Eles são independentes; contudo, é incessante a correlação
entre ambos, porquanto um sobre o outro incessantemente reagem.”
Resumidamente, o Espírito que já alcançou o pensamento contínuo e a razão já está de posse do LIVRE ARBÍTRIO, que é característico dos HUMANOS. E é exatamente o livre arbítrio que vai comandar as ações do Espírito, esteja encarnado ou não. Não é novidade para nós que o Espírito é uma INDIVIDUALIDADE.
A reencarnação é nada mais nada menos que a INDIVIDUALIDADE, assumindo uma nova personalidade, mas também não é assim tão fácil de se explicar porque sabemos que as existências anteriores são armazenadas pelo Espírito, algumas no Perispírito e outras na intimidade do próprio Espírito.
Sabemos, também, que a mente fornece o molde do corpo físico, e para isto utiliza as informações armazenadas no subconsciente da individualidade.
Estando assim esclarecidos é fácil entender que ao reencarnar a individualidade vai se apresentar com uma personalidade necessária às provas que ela será submetida, assim como possíveis expiações, tudo isto ligado à LEI DE CAUSA E EFEITO. É aí que encontramos explicações para os defeitos congênitos, para as mortes por resgates e também para as lembranças e dons com que se apresentam personalidades que se saem tão bem em uma atividade específica, pois usa as informações de existências pretéritas.
São tantos os lares são relatadas condutas beligerantes entre pais e filhos !
Transcrito da pagina 480 do Livro dos Espíritos (.pdf)
Em Nota ao capítulo XI, item 43, do livro A Gênese, o
Codificador explica essa metodologia:
Quando, na Revista Espírita de janeiro de 1862, publicamos um artigo sobre a “interpretação da doutrina dos anjos decaídos”, apresentamos essa teoria como simples hipótese, sem outra autoridade afora a de uma opinião pessoal controversa, porque nos faltavam então elementos bastantes para uma afirmação peremptória. Expusemo-la a título de ensaio, tendo em vista provocar o exame da questão, decidido, porém, a abandoná-la ou modificá-la, se fosse preciso. Presentemente, essa teoria
já passou pela prova do controle universal. Não só foi bem aceita pela maioria dos espíritas, como a mais racional e a mais concorde com a soberana justiça de Deus, mas também foi confirmada pela generalidade das instruções que os Espíritos deram sobre o assunto. O mesmo se verificou com a que concerne à origem da raça adâmica. (A Gênese, cap. XI, item 43, Nota, p. 292.)