quinta-feira, 19 de novembro de 2020

UTILIZANDO FILTROS



SABER PENEIRAR O QUE VEM ATÉ VOCE.


A vida enquanto encarnado é um aprendizado constante, além de trazer obstáculos, é um desafio constante, ainda que estejamos inconscientes deles.

Hoje, na internet, me deparei com um anúncio, que trazia a figura abaixo sugerindo que a personalidade das criaturas está vinculada ao formato dos dedos da mão.




Obviamente, trata-se de texto que induz o leigo, ávido por
conhecimento, a trilhar pelo caminho da sábia ignorância, levando-o a se julgar um conhecedor de personalidades alheias.

O que a doutrina espírita nos ensina sobre isto ?
O formato e o tamanho dos dedos da mão podem revelar sobre a personalidade das pessoas ?

Não vamos nos aprofundar demasiadamente agora. Vamos nos ater ao capítulo IV do Livro dos Espíritos, que trata da PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS.

Sabemos que o ESPÍRITA tem como base de sua doutrina, a pluralidade das existências, ou seja, o Espírito (alma enquanto encarnado na matéria) experimenta múltiplas encarnações, (que vamos chamar de existências corporais ) já que existência mesmo é apenas uma, a do espírito.

Na questão 132 do Livro dos Espíritos, foi perguntado aos Espíritos: Qual é o objetivo da encarnação dos Espíritos?

E a resposta:
Deus impõe-lhes a encarnação com o objetivo de fazê-los chegar à perfeição: para uns, é uma expiação; para outros, é uma missão. Porém, para chegar a essa perfeição, devem suportar todas as vicissitudes da existência corporal: nisto é que está a expiação. A encarnação tem também um outro objetivo, que é o de colocar o espírito em condições de suportar a sua parte na obra da criação; é para executá-la que, em cada mundo, ele toma um instrumento em harmonia com a matéria essencial desse mundo para aí executar, daquele ponto de vista, as ordens de Deus; de tal forma que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”

Adiantando-nos ao mencionado Capítulo IV do Livro dos Espíritos, vamos fazer a leitura da questão 166:

Como a alma, que não atingiu a perfeição durante a vida corporal, pode terminar de depurar-se ?

A resposta: “ Experimentando a prova de uma nova existência.”

A CRIAÇÃO DOS ESPÍRITOS exige estudo em separado, apesar de ter vinculação com a presente reflexão, então vamos até a questão 134:

O que é a ALMA?
Resposta: “Um Espírito encarnado.”

134-a: O que era a ALMA antes de unir-se ao corpo ?
Resposta: “Espírito

134-b: As almas e os espíritos são, portanto, identicamente, a mesma coisa?
Resposta: “Sim, as Almas são apenas os Espíritos. Antes de se unir ao corpo, a alma é um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível e que revestem, temporáriamente, um envoltório carnal, para se purificarem e se esclarecerem.”

Então na questão 135, os Espíritos da codificação nos esclarecem que no homem encarnado há outra coisa além da alma e do corpo; Existe um ELO SEMIMATERIAL QUE UNE A ALMA AO CORPO FÍSICO.

Em relação ao corpo perispiritual, sem nos aprofundarmos muito nessa questão de material ou semimaterial, vamos nos ater apenas a aceitar a designação “semimaterial”, conforme ensina Kardec, na Revista Espírita de Março de 1866 em Introdução ao Estudo dos Fluidos Espirituais, disponível no link no final deste artigo, de onde extraímos este trecho:

Algumas pessoas criticaram a qualificação de semimaterial dada ao perispírito, dizendo que uma coisa é matéria ou não o é. Admitindo que a expressão seja imprópria, seria preciso adotá-la, em falta de um termo especial para exprimir esse estado particular da matéria. Se existisse um mais apropriado à coisa, os críticos deveriam tê-lo indicado. O perispírito é matéria, como acabamos de ver, filosoficamente falando, e por sua essência íntima; ninguém poderia contestá-lo; mas ele não tem as propriedades da matéria tangível, tal como se concebe vulgarmente; ele não pode ser submetido à análise química, porque, embora tenha o mesmo princípio que a carne e o mármore e possa lhes tomar as aparências, na realidade não é nem carne nem mármore. Por sua natureza etérea ele tem, ao mesmo tempo, a aparência da materialidade por sua substância, e a da espiritualidade por sua impalpabilidade, e a palavra semimaterial não é mais ridícula do que  semiduplo e tantas outras, porque também pode-se dizer que uma coisa é dupla ou não é.”


Então  pelo aprendizado da questão 135, aprendemos que o HOMEM É FORMADO  de tres partes essenciais, são elas:

1º O corpo, ou ser material, análogo ao dos animais e animado élo mesmo princípio vital; 

2º A ALMA, Espírito encarnado cujo corpo é a habitação ;

3º O princípio intermediário, ou PERISPÍRITO, substância semimaterial que serve de primeiro envoltório ao Espírito e une a alma ao corpo.

O corpo físico é apenas o envoltório da alma, que pode existir sem a alma, a vida orgânica pode animar um corpo sem alma, mas a alma não pode habitar um corpo privado da vida orgânica.  Sem alma, este corpo seria uma massa de carne sem inteligência, exceto um homem. 

A alma não se acha encerrada no corpo, tal como  o pássaro numa gaiola, ela se irradia e se manifesta  exteriormente, como a luz através de um globo de vidro e é assim que se pode dizer que ela é exterior, porém nem por isto constitui o envoltório do corpo. Assim, a alma tem dois envoltórios, sendo um sutil e leve e é o primeiro, a quem chamamos de perispírito ; o outro é grosseiro, pesado: é o corpo. Os Espíritos da Codificação Espírita nos ensinaram que a alma é o centro de todos estes envoltórios, como  o gérmen da planta em um caroço.

Há dentre os Espíritos aqueles que não são esclarecidos sobre estes assuntos e há , dentre eles, os pseudo-sábios, que igualmente como são encontrados entre os encarnados, fazem ostentação de palavras, para se imporem, além de também existirem aqueles que se exprimem em termos diferentes, mas que no fundo têm o mesmo valor.

Esclarecida esta questão relativa à ALMA, podemos passar a comentar sobre a REENCARNAÇÃO, que constitui um capítulo à parte, mas vamos falar dela apenas para chegar ao ponto que desejamos.

Aprendemos que a CRIAÇÃO ocorre no plano espiritual, totalmente independente do plano material. 

Vamos até a questão 166 do Livro dos  Espíritos, juntamente com outras questões que acreditamos serem muito mais úteis se trazidas juntas.


A reencarnação

166. Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida
corpórea, acabar de depurar-se?

“Sofrendo a prova de uma nova existência.”

a) Como realiza essa nova existência? Será pela sua transformação
como Espírito?

“Depurando-se, a alma indubitavelmente experimenta uma transformação, mas para isso necessária lhe é a prova da vida corporal.”


b) A alma passa então por muitas existências corporais?

“Sim, todos contamos muitas existências. Os que dizem o contrário
pretendem manter-vos na ignorância em que eles próprios se
encontram. Esse o desejo deles.”


c) Parece resultar desse princípio que a alma, depois de haver deixado
um corpo, toma outro, ou, então, que reencarna em novo corpo.
É assim que se deve entender?

“Evidentemente.”


167. Qual o fim objetivado com a reencarnação?
“Expiação, melhoramento progressivo da humanidade. Sem
isto, onde a justiça?”


168. É limitado o número das existências corporais, ou o Espírito reencarna perpetuamente?

“A cada nova existência, o Espírito dá um passo para diante na
senda do progresso. Desde que se ache limpo de todas as impurezas,
não tem mais necessidade das provas da vida corporal.”


169. É invariável o número das encarnações para todos os Espíritos?

“Não; aquele que caminha depressa, a muitas provas se forra.
Todavia, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas,
porquanto o progresso é quase infinito.”


170. O que fica sendo o Espírito depois da sua última encarnação?


“Espírito bem-aventurado; puro Espírito.”


Então vimos que na questão 132, estudamos ENCARNAÇÃO, e na questão 166 e seguintes,  REENCARNAÇÃO. 

Para continuar a desenvolver nosso raciocínio, consideremos pacífico o entendimento de que o Espírita é Reencarnacionista.

76. Que definição se pode dar dos Espíritos?

“Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação.

Povoam o Universo, fora do mundo material.” 


A INTELIGÊNCIA NÃO CONSTITUI UM ATRIBUTO DO PRINCIPIO VITAL. vide questão 71. 

INTELIGÊNCIA E MATÉRIA SÃO INDEPENDENTES. Um corpo pode viver sem a inteligência, mas a inteligência só pode manifestar-se por meio de órgãos materiais. 

É necessária a união do espírito para intelectualizar a matéria animalizada.

84. Os Espíritos constituem um mundo à parte, fora daquele que vemos?

“Sim, o mundo dos Espíritos ou das inteligências incorpóreas.”


85. Qual dos dois, o mundo espírita ou o mundo corpóreo, é o principal, na ordem das coisas?

“O mundo espírita, que preexiste e sobrevive a tudo.”


86. O mundo corporal poderia deixar de existir, ou nunca ter existido, sem que isso alterasse a essência do mundo espírita?

“Decerto. Eles são independentes; contudo, é incessante a correlação
entre ambos, porquanto um sobre o outro incessantemente reagem.” 



Então, tendo as explicações acima, embora básicas são suficientes, e já podemos passar a pensar na questão das vida sucessivas. 

Resumidamente, o Espírito que já alcançou o pensamento contínuo e a razão já está de posse do LIVRE ARBÍTRIO, que é característico dos HUMANOS.  E é  exatamente o livre arbítrio que vai comandar as ações do Espírito, esteja encarnado ou não.  Não é novidade para nós que o Espírito é uma INDIVIDUALIDADE.  

A reencarnação é nada mais nada menos que a INDIVIDUALIDADE, assumindo uma nova personalidade, mas também não é assim tão fácil de se explicar porque sabemos que as existências anteriores são armazenadas pelo Espírito, algumas no Perispírito e outras na intimidade do próprio Espírito. 

Sabemos, também, que a mente fornece o molde do corpo físico, e para isto utiliza as informações armazenadas no subconsciente da individualidade. 

Estando assim esclarecidos é fácil entender que ao reencarnar a individualidade vai se apresentar com uma personalidade necessária às provas que ela será submetida, assim como possíveis expiações, tudo isto ligado à LEI DE CAUSA E EFEITO. É aí que encontramos explicações para os defeitos congênitos, para as mortes por resgates e também para as lembranças e dons com que se apresentam personalidades que se saem tão bem em uma  atividade específica, pois usa as informações de existências pretéritas.   

São tantos os lares são relatadas condutas beligerantes entre pais e filhos !








Transcrito da pagina 480 do Livro dos Espíritos (.pdf)


Em Nota ao capítulo XI, item 43, do livro A Gênese, o

Codificador explica essa metodologia:

Quando, na Revista Espírita de janeiro de 1862, publicamos um artigo sobre a “interpretação da doutrina dos anjos decaídos”, apresentamos essa teoria como simples hipótese, sem outra autoridade afora a de uma opinião pessoal controversa, porque nos faltavam então elementos bastantes para uma afirmação peremptória. Expusemo-la a título de ensaio, tendo em vista provocar o exame da questão, decidido, porém, a abandoná-la ou modificá-la, se fosse preciso. Presentemente, essa teoria
já passou pela prova do controle universal. Não só foi bem aceita pela maioria dos espíritas, como a mais racional e a mais concorde com a soberana justiça de Deus, mas também foi confirmada pela generalidade das instruções que os Espíritos deram sobre o assunto. O mesmo se verificou com a que concerne à origem da raça adâmica. (A Gênese, cap. XI, item 43, Nota, p. 292.)










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