terça-feira, 24 de dezembro de 2019

MENSAGEM DE NATAL - 1931

Mensagem recebida  por Pietro Ubaldi no Natal de 1931

GRANDES MENSAGENS

I. MENSAGEM DO NATAL (NATAL DE 1931)



No silêncio da Noite Santa, escuta-me. Põe de lado todo o

saber e tuas recordações; põe-te de parte e esquece tudo.

Abandona-te à minha voz; inerte, vazio, no nada; no mais

completo silêncio do espaço e do tempo. Neste vazio, ouve

minha voz que te diz – ergue-te e fala: Sou eu.




Exulta pela minha presença; grande bem ela é para ti; grande

prêmio que duramente mereceste. É aquele sinal que tanto

invocaste deste mundo maior em que vivo e em que tu creste.




Não perguntes meu nome; não procures individuar-me.

Não poderias; ninguém o poderia. Não tentes uma

inútil hipótese.




Sabes que sou sempre o mesmo.




Minha voz, que para teus ouvidos é terna, como é amiga

para todos os pequeninos que sofrem na sombra, sabe

também ser vibrante e tonante, como jamais a sentiste.

Não te preocupes; escreve.

Minha palavra dirige-se às profundezas da consciência e

toca, no mais íntimo, a alma de quem a escuta.




Será somente ouvida por quem se tornou capaz de ouvi -la.

Para os outros, perder-se-á no vozear imenso da vida.

Não importa, porém; ela deve ser dita.



Falo hoje a todos os justos da Terra e os chamo de todas as

partes do mundo, a fim de unificarem suas aspirações e

preces  numa oblata que se eleve ao Céu.




Que nenhuma barreira de religião, de nacionalidade ou de raça

os divida, porque não está longe o dia em que somente uma

será a divisão entre os homens:

justos e injustos.




A divisão está no íntimo da consciência, e não no vosso

aspecto exterior, visível.




Todos os que sinceramente querem compreender o compreendem.

Cada um, intimamente, se conhece, sem que o próprio vizinho

possa percebê-lo.




Minha palavra é universal, mas também é um apelo íntimo,

pessoal, a cada um. Muitos a reconhecerão.




Uma grande transformação se aproxima para a vida do

mundo. Minha voz é singular, porém outras se elevarão,

muito em breve, sempre mais fortes, fixando-se em todas

as partes do mundo, para que o conselho a ninguém falte.



Não temas; escreve e olha. Contempla a trajetória dos

acontecimentos humanos; ela se estende pelo futuro.




Quem não está preso nas vossas férreas jaulas de espaço

e tempo, vê naturalmente o futuro. Isso que te exponho à

vista é também coerente segundo vossa lógica humana e,

portanto, vos é compreensível.




Os povos, tanto quanto os indivíduos, têm uma responsabilidade

nas transformações históricas, que seguem um curso lógico;

existe um encadeamento de causas históricas que, se são livres

nas premissas, são necessárias nas consequências.




A lei da justiça, aspecto do equilíbrio universal, sob cujo

governo tudo se realiza, inclusive em vosso mundo, quer que o

equilíbrio seja restaurado e que as culpas e os erros sejam

corrigidos pela dor.


O que chamais de mal, de injustiça, é a natural e justa reação

que neutraliza os efeitos de vossos atos.



Tudo é desejado, tudo é merecido, embora não estejais preparados

para recordar o “como” e o “quando”.




De dor está cheio o vosso mundo, porque é um mundo

selvagem, lugar de sofrimento e de provas. Mas não temais

a dor, que é a única coisa verdadeiramente grande que possuís.

É o instrumento que tendes para a conquista de vossa redenção

e de vossa libertação. Bem aventurados os que sofrem,

Cristo vos disse.



O progresso científico, principal fruto de vossa época, ainda

avançará no campo material. Está, entretanto, acumulando

energias, riquezas, instrumentos para uma nova e grande explosão.



Imaginai a que ponto chegará o progresso mecânico, ampliando-se

ainda mais, se tanto já conseguiu em poucos anos!



Não mais existirão, na verdade, distâncias; os diferentes povos de

tal modo se comunicarão, que haverá uma sociedade única.




A mente humana, porém, troca de direção de quando em quando,

vive ciclos, períodos, e, nessas várias fases, deve defrontar

diferentes problemas.




O futuro contém não só continuações, mas transformações;

consequências de um processo natural de saturação.

O vosso progresso científico tende a tornar-se e tornar-se-á

tão hipertrófico – porque não contrabalançado por um paralelo

progresso moral – que o equilíbrio não poderá ser mantido nos

acontecimentos históricos.



Tem crescido e, sem precedentes na história, crescerá cada vez

mais o domínio humano sobre as forças da natureza.

Um imenso poder terá o homem, mas ele, para isso, não está

preparado moralmente, porque a vossa psicologia, infelizmente,

é, em substância, a mesma da tenebrosa Idade Média. É um

poder demasiadamente grande e novo para vossas mãos

inexperientes.



O homem será dominado por uma tão alargada sensação

de orgulho e de força, que se trairá.




A desproporção entre o vosso poder e a altura ética de vossa

vida far-se-á cada dia mais acentuada, porque cada dia que

passa é irresistivelmente para vós, que vos lançastes nessa

direção, um dia de progresso material.




As ideias são lançadas no tempo com massa que lhes é

própria, como os bólidos no espaço. Eu percebo um aumentar

de tensão, lento porém constante, que preludia o inevitável

explodir do raio. Essa explosão é a última consequência,

mesmo de acordo com a vossa lógica, de todo o movimento.




Desproporção e desequilíbrio não podem durar; a Lei quer

que se resolvam num novo equilíbrio. Assim como a última

molécula de gelo faz desmoronar o iceberg gigantesco, assim

também de uma centelha qualquer surgirá o incêndio.




Antigamente os cataclismos históricos, por viverem isolados

os povos, podiam manter-se circunscritos; agora não. Muitos

que estão nascendo vê-los-ão.




A destruição, porém, é necessária. Haverá destruição somente

do que é forma, incrustação, cristalização, de tudo o que deve

desaparecer, para que permaneça apenas a ideia, que sintetiza

o valor das coisas.




Um grande batismo de dor é necessário, a fim de que a humanidade

recupere o equilíbrio livremente violado; grande mal, condição de um

bem maior.




Depois disso, a humanidade, purificada, mais leve, mais selecionada

por haver perdido seus piores elementos, reunir-se-á em torno dos

desconhecidos que hoje sofrem e semeiam em silêncio, retomando,

renovada, o caminho da ascensão.




Uma nova era começará; o espírito terá o domínio, e não mais a

matéria, que será reduzida ao cativeiro. Então, aprendereis a

ver-nos e a escutar-nos; desceremos em multidão e conhecereis

a Verdade.

Basta por agora; vai e repousa. Voltarei; porém recorda que minha

palavra é feita de bondade, e somente um objetivo de bondade

pode atrair-me.




Onde existir apenas a curiosidade, desejo de emoção, leviandade

ou ainda céptica pesquisa científica, aí não estarei.

Somente a bondade, o amor, a dor, me atraem.




Eu presido ao progresso espiritual do vosso planeta, e, para o

progresso espiritual, um ato de bondade tem mais valor que

uma descoberta científica.




Não invoqueis a prova do prodígio, quando podeis possuir a

da razão e da fé. É vossa baixeza que vos leva a admirar, como

sinal de verdade e poder, a exceção que viola a ordem divina.

Se isso pode assombrar-vos e convencer-vos, a vós, anarquistas

e rebeldes, para nós, no Alto, ela constitui a mais estridente

e ofensiva dissonância; é a mais repugnante violação da ordem

suprema em que repousamos e em cuja harmonia vibramos

felizes. Não procureis semelhante prova; reconhecei-a, antes,

na qualidade da minha palavra.
A todos digo: Paz!

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