segunda-feira, 5 de maio de 2014

A Função da Morte - Por Pietro Ubaldi


Copiado da apostila compilada por GILSON FREIRE, para estudar o livro
"A GRANDE SÍNTESE" .




     Tudo volta ao começo 
   - o “princípio da semente”




Tudo é destruído por imposição da Lei, mas esta mesma Lei tudo refaz,e a destruição é apenas etapa de nova construção em um nível mais alto. Todo fenômeno, uma vez esgotado seu ciclo de expansão, sempre  contido dentro de limites insuperáveis, se contrai, reduzindo-se a um novo embrião de potencialidades. Existe, portanto, uma lei inexorável  que a tudo reduz ao estado de semente. Sem este princípio a forma teria
que evoluir ao infinito, ou então, desgastando-se, jamais ressurgiria, e estaria fadada à extinção definitiva.







Estamos inexoravelmente imersos nestes princípios, pois em cada encarnação nos reduzimos ao estado de semente embrionária, habitando um novo óvulo fecundado,para nele executar nova expansão de desenvolvimento, refazendo desde o princípio, todas as etapas galgadas na escalada evolutiva. A necessidade desses retornos periódicos, faz com que a evolução biológica não seja uma linha de desenvolvimento contínuo e gradual, mas uma trajetória entrecortada por interrupções constantes, onde a destruição e a morte, realizada pelo fechamento do ciclo, obriga seus seres ao recomeço e a recapitulação da jornada já efetuada. Portanto a evolução somente se faz mediante retornos involutivos periódicos. Eis a realidade do fenômeno, fato evidente aos nossos olhos e cuja realidade não pode ser questionada.

Vemos com evidência, que toda Criação é feita por meio de germes – seja física, biológica ou ideológica. “A semente de nossos atos está em nosso pensamento”. Toda aspiração nasce da semente de um desejo que se expande até a sua realização. O próprio Universo nasceu da explosão de uma semente de dimensões reduzidas à nulidade, mas contendo em si toda a potência do Cosmos.




Eis, em síntese, o significado da “semente de mostarda” a que nos aludiu o Evangelho.




Tudo é cíclico




Outra conseqüência da espiral evolutiva é a produção de ritmos. Assim todo fenômeno é uma manifestação cíclica. Basta observarmos a natureza ao nosso redor e veremos a eterna alternância dos fenômenos que nos rodeiam. As estações se alternam, em períodos de recolhimento, o inverno, e renascimento, a primavera. A água se recicla continuamente, a matéria está subordinada a eterno refazimento, prestando-se a moldagem de corpos que se destroem para se reconstruírem no ciclo da vida e da morte. As civilizações florescem e morrem como os próprios homens, depois de um período de apogeu. Os hábitos retornam sempre renovados, porém repetindo um modelo anterior e assim, as eras se renovam, mas voltam sempre ao mesmo inexorável ponto de partida, embora em nível superior. Tudo é cíclico, tudo vai e vem, progride e regride, mas só para ascender sempre. Eis a dança do Universo, a dança de Shiva.



Função da morte




Já compreendemos que o fechamento da espiral produz a destruição e a morte.




Porém este não é fenômeno de fracasso das leis do Criador, porém apenas momento de refazimento.




Morrer, portanto, é somente ato de reconstrução em um nível mais alto. Da mesma maneira, o fechamento da espiral provoca o desgaste da vida orgânica, mas permite o amadurecimento de  e propicia a construção da consciência, . Na velhice a consciência dobra-se sobre si mesma, propiciando a reflexão, a assimilação e a maturação do espírito. Assim, a energia, que move a vida, se transforma em sabedoria e consciência, e  se converte em .

As civilizações, depois de período de florescimento e apogeu, entram em decadência, por imposição da mesma lei, mas somente para ressurgirem alhures, como novo potencial de progresso. Desta forma, toda Criação segue, inexoravelmente, a mesma lei e o próprio Universo entrará em decrepitude e morte, fazendo desaparecer suas limitadas dimensões espaciais e temporais, mas ressurgirá em outras manifestações dimensionais.



União com o Eterno




Finalmente compreendemos que a espiral, embora se contraia periodicamente em sua abertura progressiva, faz com que o ser abranja cada vez mais, maiores parcelas do edifício evolutivo, assimilando paulatinamente porções mais amplas da substância divina. Sua consciência, por isso se dilata continuamente, crescendo rumo ao interior do espírito, onde está o infinito. Os ciclos evolutivos se abrem, permitindo sempre maiores manifestações do ser eterno. Por isso assistimos à nossa humanidade estendendo o seu progresso, do individual para o coletivo, abrangendo primeiro o indivíduo, passando depois à família, à nação, para no futuro abarcar toda a humanidade, tornando-se um só povo. E um dia se lançará em um amplexo com todo o Universo, fundindo-se com a Criação e unido-se com o Eterno e o Infinito.


         .         .        .         .        .        .        .       .

Nenhum comentário:

Postar um comentário