sexta-feira, 23 de maio de 2014

Vampirismo, homossexualidade, incubus e sucubus




Capítulo 8 
O Vampirismo

A obsessão é uma infestação da alma, semelhante à infecção do corpo carnal, produzida por vírus e bactérias.

A alma é o espírito enquanto encarnado. Morto o corpo, a alma se liberta e reassume a sua condição livre de espírito.
Dessa maneira, no Espiritismo não existe a chamada alma do outro mundo.

O espírito encarnado torna-se alma de um corpo.

Dizia o Padre Vieira, nos seus sermões:
"Quereis ver o que é a alma? Olhai um corpo sem alma".

Tinha razão o grande pregador. Sai a alma do corpo e só temos o cadáver. Mas enquanto se acha no corpo, encarnada, a alma está sujeita à infestação produzida por espíritos inferiores.

O Dr. Karl Wikland abriu em Nova York, há mais de trinta anos, uma clínica especial para obsessões. Sua esposa era médium e lhe servia ao mesmo tempo de enfermeira e pneumoscópio. Observava os clientes pela vidência e dava o diagnóstico ao marido. O Dr. Wikland publicou um livro curioso, intitulado 30 Anos entre os Mortos, no qual relatou os casos surpreendentes da sua clínica. Todos sofriam de infestação, ou seja, de vários tipos de obsessão por espíritos.

Kardec classificou a obsessão em três categorias:
obsessão simples,
subjugação e
fascinação.

- O primeiro tipo se caracteriza por perturbações mentais e alterações de comportamento, sem muita gravidade.

- O segundo, pelo domínio do corpo, produzindo-lhe os chamados tiques nervosos e sujeitando-o a atitudes ridículas em público.

 - O terceiro consiste no domínio hipnótico de corpo e alma, através de um processo de fascinação que deforma a personalidade. É uma escala simples, como Kardec gostava de fazer para não complicar as coisas. O importante, para Kardec, não era dar nome aos fatos, mas encontrar o meio de resolvê-los.

Nos relatos publicados na Revista Espírita Kardec nos oferece uma visão assustadora dos processos obsessivos no seu tempo, há mais de um século.

O Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, médico e senador do Império, e posteriormente o Dr. Inácio Ferreira, diretor clínico do Hospital Espírita de Uberaba. publicaram importantes trabalhos sobre os processos obsessivos no Brasil.
Essas obras,
A Loucura sob Novo Prisma, de Bezerra, e
Novos Rumos à Medicina, de Inácio Ferreira.

Infelizmente, o nosso meio médico-espírita não foi muito além disso. O crescimento assustador dos casos de obsessão fez surgir, só no Estado de São Paulo, mais de trinta Hospitais Psiquiátricos Espíritas, hoje reunidos numa Federação, e mais de vinte nos demais Estados. Mas ainda não temos uma Psiquiatria Espírita cientificamente estruturada. A massa das ocorrências obsessivas continua sobrecarregando os Centros e Grupos Espíritas, nos quais colaboram alguns médicos abnegados.

A Medicina oficial se mostra hostil e aproveita-se dos organismos estatais para fazer pressão contra as práticas mediúnicas, chegando ao cúmulo de proibir trabalhos de desobsessão nos próprios hospitais espíritas.

O desenvolvimento da Parapsicologia, que poderia contribuir para dar um pouco de claridade a esse quadro sombrio, foi tumultuado entre nós pela baderna sectária de padres gananciosos e ignorantes, que conseguiram desinteressar as áreas universitárias, temerosas de tratar do assunto.

Um médico e intelectual paulista de renome chegou a publicar artigos contra a criação de hospitais espíritas, batendo na velha tecla reacionária da sua pianola de superstições.

Afirmou, com toda a sua sapiência, que os espíritas fabricam loucos e depois, levados pela dor de consciência, fundam hospitais para loucos. Não podia compreender que os hospitais espíritas são frutos do abandono em que se encontra a imensa massa de obsedados, entregues à violenta terapêutica de tóxicos e choques elétricos. Na maioria absoluta estão entregues a si mesmos, no delírio ambulatório dos Centros Espíritas, sem recursos e perseguidos, e dos consultórios psiquiátricos materialistas.

Nesse panorama desolador proliferam os terreiros do sincretismo com suas defumações à pólvora, seus exorcismos leigos e sua terapêutica de herbanários, apoiada nos ritos selvagens do sangue de galinhas pretas e gatos pretos. Pelo menos em defesa desses animais inocentes, é necessário que o nosso meio espírita reaja, pondo um pouco de lado os inócuos processos de uma reforma íntima artificial e ilusória, para lutar contra a falta absoluta de assistência terapêutica adequada aos casos de obsessão.
O que vai por aí de clínicas parapsicológicas papa-notas ameaça-nos de um dilúvio de charlatanice.

São os espíritas, que conhecem de perto essa situação e as suas ameaças, os que devem esquecer um pouco os seus piedosos anseios de santificação individual, para lutar corajosamente em favor dos obsedados diariamente lançados às feras.

No capítulo trágico da obsessão em massa temos o tópico especial do vampirismo.
Desde a mais alta Antigüidade os casos de obsessão e loucura foram conhecidos e tratados a pancadas para expulsão dos demônios causadores.
Na Idade Média, como disse Conan Doyle, houve uma invasão de bárbaros, que os clérigos combatiam com afogamento das vítimas nos rios e lagos e a queima dos hereges vivos em praça pública, sobre montes de lenha a que se ateava o fogo da purificação.

Nos conventos e mosteiros houve a infestação dos  súcubos e íncubos,
 demônios libertinos que se apossavam das vítimas, homens e mulheres, para relações sexuais delirantes. A eclosão da Renascença, após o milênio de torturas e matanças, aliviou o planeta com a renovação da cultura mítico-erótica, em que as flores roxas da mandrágora atraíam os vampiros do sexo condenado.

Em nossos dias assistimos a um explodir de recalques e frustrações nas águas sujas da pornografia e da criminalidade erótica.
Voltam os vampiros, em bandos famintos, ansiosos pelo sangue das novas vítimas.

No meio espírita surgem livros mediúnicos de advertência, como Sexo e Destino, na psicografia de Chico Xavier, e livros de elaboração humana, mas baseados em experiências mediúnicas, como Sexo Depois da Morte, do Dr. Ranieri.
São revelações chocantes, mas necessárias, de um aspecto aterrador do problema mediúnico. Não atestam contra a Mediunidade, mas tentam despertar os incautos quanto aos perigos do mediunismo selvagem.
São muitos os casos de sexualidade mórbida, exasperada pela atividade dos vampiros. Esta denominação é dada aos espíritos inferiores que se deixaram arrastar nos delírios da sensualidade e continuam nessa situação após a morte.

A Psiquiatria materialista, impotente diante da enxurrada, incapaz de perceber a ação parasitária dos vampiros, desiste da cura dos desequilíbrios sexuais e cai vergonhosamente na aceitação desses casos como normais, estimulando as vítimas no desgaste desesperado de suas energias vitais, em favor do vampirismo. Não obstante, mesmo ignorando as causas profundas do fenômeno ameaçador, poderia ela contribuir para o socorro a essas criaturas, através de teorias equilibradas sobre os desvios sexuais. Ao invés de dar-lhes a falsa cidadania da normalidade, podiam os psiquiatras da libertinagem recorrer às teorias da dignidade humana, que se não são espirituais, pelo menos defendem os direitos do espírito. Mas preferem deixar-se envolver, que é mais fácil e mais rendoso, tornando-se os camelôs ilustres da homossexualidade, os protetores e incentivadores pseudocientíficos da depravação.

A existência de certas formas de vampirismo, como a sexual, que viola princípios morais e religiosos, foi pouco tratada no Espiritismo em virtude do escândalo que provocava, podendo até mesmo causar perturbações a criaturas simples ou excessivamente sensíveis. Não obstante, foi sempre conhecida dos estudiosos e pesquisadores e incluída no rol das obsessões. Trata-se realmente de um tipo de obsessão no campo das viciações sensoriais.

A denominação de vampirismo decorre de sua principal característica, que é a sucção de energias vitais da vítima pelos obsessores.

É uma modalidade grave de obsessão que pode reduzir o obsedado à inutilidade, afetando-lhe o cérebro e o sistema nervoso, tirando-lhe toda disposição para atividades sérias.

Nos Centros e Grupos espíritas bem orientados, esses casos são tratados de maneira especial, em pequenas reuniões privativas, com médiuns que disponham de condições para enfrentar o problema. Como no caso das obsessões alcoólicas, toxicômanas e outras do mesmo gênero, é necessário o máximo cuidado na seleção das pessoas que vão tratar do assunto e o maior sigilo a respeito, a fim de evitar-se o prejuízo dos comentários negativos, que influem fatalmente sobre o caso, provocando agravamentos inesperados da situação das vítimas.

A maioria dos casos do chamado homossexualismo adquirido, senão todos, provêm de atuação obsessiva de entidades animalescas, entregues a instintos inferiores. Mas a responsabilidade não é só dessas entidades, é também das vítimas que, de uma forma ou de outra, se deixaram dominar pelos primeiros impulsos obsessivos ou até mesmo provocaram a aproximação das entidades.

A experiência de vários casos dessa natureza revela-nos ainda os motivos de provação, decorrentes de atrocidades praticadas no passado pelas vítimas atuais, que são agora colocadas na mesma posição em que colocaram criaturas inocentes em encarnações anteriores.

 A lei de causa e efeito, determinando o karma da terminologia indiana, colhe suas vítimas geralmente no período da adolescência, quando essas ocorrências são mais favorecidas pela crise de transição da idade. Mas também há casos ocorridos na idade madura e na velhice, dependentes, ao que parece, de crises típicas desses períodos. Nos casos chamados de perversão constitucional a presença dos obsessores não está excluída, pois eles são fatalmente atraídos e ligam-se às vítimas excitando-lhes as sensações e agravando-lhes a perturbação. Em todos esses casos o auxílio de práticas espíritas específicas dá sempre resultados. E se houver boa-vontade da parte das vítimas os casos serão resolvidos, por mais prolongado que se torne o tratamento. Em casos difíceis e complexos, como esses, é necessária uma boa dose de compreensão e paciência da parte dos que os tratam e uma estimulação constante das vítimas na busca da normalidade.

Os desvios sexuais têm procedências diversas.

Suas raízes genésicas podem vir de profundidades insondáveis.

A própria filogênese do sexo, que começa aparentemente no reino mineral, passando ao vegetal e ao animal, para depois chegar no homem, apresentando enorme variação de formas, inclusive a autogênese dos vírus e das células e a bissexualidade dos hermafroditas, justifica o aparecimento de desvios sexuais congênitos. Mais próximos de nós nas linhas de hereditariedade germinal estão os ritos da virilidade de antigas civilizações, entre as quais a Grécia e a Roma arcaicas, onde em várias épocas esses ritos vigoraram de maneira obrigatória, como em Esparta, onde os efebos, adolescentes, deviam receber a virilidade transmitida por homens adultos e viris através da prática homossexual, fornecem elementos possíveis de explicação para o fenômeno. Além da hereditariedade filogenética, há o problema das sensações que se gravam, de maneira mais ou menos intensa, nas estruturas supersensíveis do perispírito, projetando-se em formas dinâmicas na memória profunda ou inconsciente. Essas formas sensoriais podem aflorar na afetividade atual, atraídas por sensações afins, no processo do associacionismo sensorial. Tudo isso, entretanto, não elimina a tendência à normalidade da espécie, principalmente num sistema básico como a da reprodução.

Dessa maneira, os indivíduos afetados por essas deformações sensoriais encontram no seu próprio organismo atual e na sua consciência os fatores de resistência necessários ao restabelecimento do seu equilíbrio genésico.

A ação paralela do vampirismo, que agrava as manifestações de desequilíbrio, recebe das práticas de desobsessão o reforço de que necessitam para correção de seu desequilíbrio.
A Psiquiatria materialista, que desconhece os processos dinâmicos do espírito, pode considerar esses casos como irremediáveis e recorrer ao processo escuso de normalizar o anormal. Mas o Espiritismo nos fornece os recursos do esclarecimento científico e racional do problema.

Enganam-se as entidades espirituais e os estudiosos humanos de Espiritismo quando atribuem a responsabilidade dos desvios sexuais à reencarnação, aludindo ao problema das mudanças de posição sexual de uma encarnação para outra.

Sabemos hoje com segurança que a sexualidade é um sistema de polaridade não adstrito à forma específica do aparelho sexual.

Na verdade, a sexualidade é a fonte única dos dois sexos, o masculino e o feminino.
Para a mudança de sexo na reencarnação, em face da necessidade de experiências novas no plano evolutivo, basta a inversão da polaridade na adaptação do espírito ao novo corpo material.

 Essas inversões se processam no perispírito, como ensina Kardec, pois é este e não o corpo o controlador de todo o funcionamento orgânico e fisiológico do corpo material.

Seria estranho que, num caso de importância básica para a evolução humana na Terra, essas mudanças não estivessem sujeitas a rigoroso controle das inteligências responsáveis.
O que parece evidente nesses casos é a predominância de elementos da sensibilidade feminina na reencarnação masculina e vice-versa, como nova aquisição do espírito que deve consolidar-se em nova vida. A concepção de Balzac em Spirite, uma das mais belas obras da sua série de romances filosóficos e mais aceitável, embora ainda não verídica: Spirite é um ser superior que reúne em sua personalidade, na fusão das almas gêmeas, as duas personalidades da dupla polaridade - a masculina e a feminina. Mas essa fusão, essa reunião da parelha humana num indivíduo único, aparece como a síntese dialética das duas metades opostas e complementares, para a integração da unidade biológica da espécie. A unificação biológica, no esquema evolutivo, não pode implicar desajustes e desequilíbrios que perturbem as conquistas superiores da evolução psicoafetiva.
Por outro lado, é muito mais lógico e de acordo com a lógica de toda a estrutura legal do Universo, montada num equilíbrio perfeito de minúcias teleológicas. Não se pode esquecer o princípio da finalidade lógica do Todo Universal, para explicar de maneira ilógica um fato específico do processo lógico universal. O que às vezes nos parece um erro da Natureza nada mais é que um momento de ajustamento de conquistas da evolução para o aprimoramento da espécie. Nesse sentido, as tendências anormais aparecem como conseqüências de faltas ou crimes dos indivíduos que as sofrem, sempre com a finalidade de as superar na encarnação presente, jamais de entregar-se a elas. A objeção psiquiátrica e psicológica de que a repressão produz recalques, frustrações, traumas e outras conseqüências desastrosas para o indivíduo provém da visão parcial do problema no campo materialista. Todas as vitórias do homem no sentido de seu ajustamento às condições normais da espécie são recompensadas com a tranqüilidade proporcionada pelo ajuste, eliminando a inquietação do desajuste. Um ser bem integrado em sua espécie corresponde à ordem natural da realidade e às exigências de transcendência de sua própria existência.

O vampirismo cessa no momento em que o obsedado se dispõe a reintegrar-se em si mesmo, na posse de sua personalidade, não aceitando sugestões e infiltrações de vontade estranha em sua vontade pessoal e soberana. Sim, porque em nosso foro íntimo todos os direitos são nossos. A supremacia da nossa jurisdição pessoal sobre nós mesmos é garantida pelos poderes superiores do espírito desde o instante em que tomamos consciência do nosso valor espiritual e do nosso destino humano. O ajustamento aos planos inferiores, proposto como solução do caso, é ilógico e atenta contra os objetivos superiores da vida. Não vivemos para refocilar nas esterqueiras da espécie, mas para libertar-nos dela. Cabe aos espíritas, que conhecem a outra face da existência, medir a distância qualitativa entre o entregar-se às forças negativas do passado, como escravos de uma situação miserável entre os homens, e o ato de empossar-se nos seus direitos de criatura humana em evolução, avançando na direção dos anseios superiores da sua consciência humana. E cabe aos médiuns auxiliar os que estão ameaçados de ser devorados pela esfinge por não terem decifrado os seus enigmas.
No tratado mediúnico dos problemas humanos os médiuns são instrumentos vivos e conscientes da batalha contra o vampirismo de todas as tendências. A idéia simbólica da Mitologia, de que os deuses aspiravam as emanações das coisas que não mais podiam comer ou beber é a imagem exata da vampirização das criaturas encarnadas pelas entidades desencarnadas inferiores, espíritos ainda em estágio evolutivo primário, que buscam suprir a ausência do seu corpo carnal com a exploração impiedosa e vil dos corpos alheios. Quem repele essa exploração aviltante não age apenas em causa própria, mas na defesa do futuro dos espíritos vampirescos e na sustentação da dignidade humana.

Mas a verdade é que o vampirismo é uma parceria sinistra. Daí a necessidade de se doutrinar primeiro o obsedado, despertando-lhe a consciência das suas responsabilidades, para que ele feche a porta da sua vontade às insinuações dos obsessores.

Um jovem de pouco mais de vinte anos procurou-nos para expor o seu caso. Começou dizendo em lágrimas, de mãos trêmulas: "Sou um desgraçado que goza mais do que muitos rapazes felizes. Toda noite sou procurado em meu leito por uma deidade loira e belíssima, extremamente amorosa, que se entrega a mim. É uma criatura espiritual, bem sei, e não quero aceitá-la, mas não posso repeli-la. Após, ela desaparece como nos contos de fadas e eu me levanto e grito por ela em tamanho desespero que acordo os vizinhos. Todos pensam que sou um sonâmbulo ou um louco. Ajude-me, por piedade!". O caso vinha de longe, desde os seus 16 anos. A jovem lhe aparecera pela primeira vez como sua filha de outra encarnação. Essa referência filial era um embuste, destinado a aumentar as sensações com o excitante do pecado. Seis anos depois o reencontro por acaso.
Fugira envergonhado pela confissão e com medo de que o libertássemos da obsessão.

Mas já parecia um velho, cada vez mais trêmulo e de cabelos precocemente grisalhos. Prometeu ir ao Centro que lhe indicamos, mas não foi.

Tornou a desaparecer e nunca mais tivemos notícias dele. O vampirismo o exauria e deve tê-lo levado à morte precoce. Os casos desta espécie são mais freqüentes do que geralmente supomos, mas permanecem em sigilo. A situação de ambivalência da vítima auxilia o vampirismo destruidor. A Idade Média se foi mas esses casos medievais continuam às portas da Era Cósmica. Mais dois casos conseguimos solucionar em trabalhos de desobsessão em que os pacientes compareciam e as entidades se manifestavam. Mas se o obsedado não se quer curar, nada se pode fazer. A cura está em suas mãos, não nas nossas. O livre-arbítrio do obsessor e do obsedado não será violado. Kardec relata um caso em que conseguiu salvar a vítima em sessões em que ele não comparecia, mas o obsessor se manifestava. Eram sessões diárias, realizadas com absoluta pontualidade por um pequeno grupo coeso.

Outro caso foi de um bancário, já de trinta anos, que nos procurou e escreveu ao Chico Xavier. Pedia socorro e ameaçava suicidar-se. Não obstante alegava que era um caso de disfunção no campo estritamente biológico e não queria submeter-se a trabalhos espíritas. Tratava-se de homossexualismo masculino. Chico Xavier nos respondeu dizendo que só nos restava orar pelo obsedado e sua vítima.
A vítima era o espírito vampiresco...

Não podemos nos esquecer, em casos desses, de que o livre-arbítrio é indispensável à evolução do espírito Cabe a ele procurar com afinco a cura, se realmente desejar, e então terá toda a assistência espiritual de que necessita.

Basta um dos parceiros querer de verdade para que o caso possa ser superado.
Este é um dos momentos cruciais em que a responsabilidade individual no processo evolutivo se mostra soberana. Um homem de 40 anos, pobre e envelhecido, chorava ao dizer-nos que não podia esquecer o parceiro jovem que o abandonara. "Choro de vergonha – dizia – mas se ele voltar eu ficarei feliz." Apesar dessa teimosia, curou-se após dez anos de luta solitária, orando dia e noite, segundo nos explicou mais tarde. Sua mãe o auxiliava com aparições periódicas, sem nada dizer, mas de olhos cheios de lágrimas. Graças a essa ajuda materna conseguiu despertar a sua vontade anestesiada e livrar-se das tentações vampirescas. Tornou-se espírita e casou-se. Hoje freqüenta regularmente um Centro Espírita em São Paulo e se interessa especialmente pelos casos de vampirismo. Quer pagar com o seu auxílio aos outros o benefício imenso que recebeu. Ninguém sabe nada do seu passado infeliz e todos o consideram e estimam. Não foi esse o caso de Madalena, que Jesus socorreu e transformou na primeira testemunha da sua ressurreição?

A Mediunidade – luz divina no campo da Comunicação – tão desprezada, aviltada e caluniada pelos que não a conhecem, segue humilde na Terra as pegadas de Jesus, semeando bênçãos nos caminhos de urzes e espinheiros impiedosos do mundo dos homens. Graças a ela as mães sofredoras, que deixaram filhos no mundo em resgates dolorosos, conseguem socorrê-los e libertá-los de provas esmagadoras, que os homens, em geral, só sabem aumentar e agravar.
Os médiuns precisam conhecer esses episódios emocionantes, para compreenderem o esplendor secreto de sua missão e a utilidade superior e humilde do mediunato que lhes foi concedido.

Chegou a hora em que esses fatos secretos devem ser proclamados de cima dos telhados, segundo a previsão de Jesus registrada nos Evangelhos. Mais do que nunca se comprova o adágio: "Ajuda-te e o Céu te ajudará".

Por J. Herculano Pires

Um comentário:

  1. Sugiro ler Orgasmos amorosos- Ilusão e desafio consciencial, aqui neste blog.

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