Com a ajuda do Durval Ciamponi, em Perispírito e Corpo
Mental, no capítulo 4.
Eis aqui uma questão a ser considerada:
Na questão 127 do L.E:
Os Espíritos são criados iguais quanto às faculdades
intelectuais?
R.: São criados iguais, mas não sabendo de onde vêm, é
preciso que o livre-arbítrio siga seu curso. Progridem mais ou menos
rapidamente, tanto em inteligência quanto em moralidade.
Na primeira edição do Livro dos Espíritos, era assim a
questão 127:
L´âme de l ´homme
n´auraitelle pont éte d´abord le principe de vie des derniers etres vivants de
la création pour arriver, par une loi progressive, jusqu´à l´homme en
parcourant les divers degrés de l´échelle organique?
A resposta dos
espíritos :
" Non! non!
hommes nous sommes nés"
e o comentário de Kardec:
"Quelle que
soit la diversité des existences par lesquelles passe notre esprit ou notre
âme, elles apparliennent toutes à l´humanité; ce sair une erreur de croire que,
par une loi progressive, l´homme a passé par les differentes degrés de l´échelle
organique pour arriver aà son état actuel. Ainsi son âme ná point éte d´abord
le principe de vie des derniers êtres animés de la création pour arriver
sucessivement au degré supérieur: à l´homme."
Tradução:
127 - A alma do homem não teria sido primitivamente o
princípio vital dos ínfimos seres vivos da criação, que chegou, ex-vi de lei
progressiva, até o ser humano, percorrendo os diversos graus da escala
orgânica?
Resposta:
Não! Não!Os Espíritos, homens, somos desde natos. Cada ser
vivo só progride na sua espécie em sua essência. O homem não foi jamais outro
ser senão homo.
A tradução do comentário de Kardec asssim:
"Seja qual for a diversidade das existências por que
passe o nosso espírito ou nossa alma, elas pertencem todas à espécie humana;
seria um erro supor que ex-vi duma lei progressiva, o homem haja passado pelos
diferentes graus da escala orgânica para chegar ao seu estado atual."
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Na segunda edição os Espíritos da Codificação deram
respostas diferentes, pelas razões que Durval expõe:
a) a primeira hipótese existe, como reflexo do conhecimento
adquirido, também entre os Espíritos, que nada mais eram senão a alma dos
homens que haviam morrido, decorrente do fundamento bíblico da criação por Deus
dos seres vivos, vegetais, animais, homem e transmitidos de geração a geração,
por milênios, como verdade de fé;
b) o princípio filosófico de que a natureza não dá saltos e,
por consequência, também não o dá o aprimoramento da alma, que paulatinamente
liberta-se das idiossincrasias, misticismos e superstições do passado, à medida
que se aperfeiçoa;
c) a necessidade do homem não ter de crer por crer, nas
informações advindas das revelações mediúnicas, mas, simn, de descobrir sua
verdade. Esta dualidade de informações, como as existentes em muitos outros
casos, gera o princípio da dúvida ou o do ser ou não ser, que sempre esteve
presente no contraditório do homem que busca maior conhecimento;
d) a razão de haver, como ainda há, no Mundo Extrafísico,
Espíritos que admitem a criação da alma, a partir do homem, como fala Emmanuel,
em Emmanuel, capítulo XVII. Diz este autor, falando da relação entre o homem e
os animais, que existe no próprio círculo dos estudiosos dos espaços o grupo
dos opositores das grandes idéias sobre o evolucionismo do princípio espiritual
através das espécies, mas que ele se sentia à vontade para declarar que todos
nós já debatemos no seu acanhado círculo evolutivo. São eles os nossos parentes
próximos, apesar da teimosia de quantos persistem em o não reconhecer.
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606. De onde retiram os animais o princípio inteligente que
constitui a espécie particular de alma de que eles são dotados?
R.: "Do elemento inteligente universal."
a) A inteligência do homem e a dos animais emanam, portanto,
de um princípio único?
R.: "Sem dúvida alguma, mas, no homem, ele recebeu uma
elaboração que o eleva acima daquele que anima o animal."
607- Foi dito que a alma do homem, em sua origem, está no
estado correspondente ao da infância, na vida corporal; que sua inteligência
apenas desabrocha e que se ensaia para a vida (190); onde o Espírito efetua
esta primeira fase?
R.: "Numa série de existências que precedem o período a
que chamais Humanidade."
a) Então, parece ter sido a alma o princípio inteligente dos
seres da criação?
R: "Já não dissemos que tudo se encadeia na Natureza e
tende para a unidade? É nesses seres, cuja totalidade estais longe de conhecer,
que o princípio inteligente se elabora, se individualiza, pouco a pouco, e se
ensaia para a vida, como já vos disseos. É de alguma forma, um trabalho
preparatório, como o da germinação, em consequência do qual o princípio
inteligente experimenta uma transformação e se torna "Espírito. É, então,
que começa para ele o período da humanidade e com ela a consciência de seu
futuro, a distinção do bem e do mal e a responsabilidade de seus atos; assim
cmo, depois do período da infância, vem o da adolescência, depois a juventude
e, finalmente, a idade madura. Aliás, nada há nesta origem, que deva humilhar o
homem. Os grandes gênios sentem-se humilhados por ter sido fetos informes nas
entranhas de sua mãe? Se alguma coisa deve humilhá-lo é sua inferioridade
diante de Deus e sua impotência para sondar a profundeza de seus designios e a
sabedoria das leis que regulam a harmonia do universo. Reconhecei a grandeza de
Deus nessa admirável harmonia que faz com que tudo seja solidário na Natureza.
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Acreditar que Deus tivesse podido fazer alguma coisa sem
objetivo e criar seres inteligentes sem futuro, seria blasfemar contra sua
bondade, que se estende sobre todas as suas criaturas."
b) Esse período de humanização começa na nossa Terra?
R.: "A terra não é o ponto de partida da primeira
encarnação humana; o período da humanização começa, em geral, em mundos ainda
mais inferiores; isto, todavia, não é uma regra absoluta e poderia acontecer
que um Espírito, desde o seu início humano, estivesse apto a viver na Terra.
Este caso não é frequente e seria, antes, uma exceção"
610 - Então, os Espíritos que disseram que o homem é um ser
à parte na ordem da criação enganaram-se?
R.: Não, mas a questão não tinha sido desenvolvida e há,
aliás, coisas que não podem vir senão a seu tempo grifei . O homem é, com
efeito, um ser à parte, pois possui faculdades que o distinguem de todos os
outros e tem um outro destino. A espécie humana é a que Deus escolheu para
encarfnação dos seres que podem conhecê-lo."
No comentário da questão 613, Kardec publicou que o ponto de
partida do Espírito é uma dessas questões que se prendem ao princípio das
coisas e que estão nos segredos de Deus.
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Na questão 728-a, os Espíritos deixaram explícito que apenas
o corpo, o acessório, é destruído e que a parte essencial, ou seja, o princípio
inteligente é indestrutível e se elabora nas diferentes metamorfoses que
experimenta.
Nesse ponto, Durval Ciamponi menciona que cabe aos Espíritos
mais elevados, em condição de administrar essa fase evolutiva,
"justificando a elaboração e a existência da gênese espiritual, na esfera
extrafísica, que gera, em consequência, a gênese orgânica, na esfera
física".
Em "A Gênese", no capítulo X, item 23: "segundo a opinião de alguns filósofos espiritualistas, o princípio
inteligente, distinto do princípio material, se individualiza, se elabora,
passando pelos diversos graus da animalidade .
Nota-se que Kardec teve a intenção de excluir os vegetais da
linha evolutiva em estudo.
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Tal afirmativa encontra respaldo na questão 71:
A inteligência é um atributo do princípio vital?
R.: Não, visto que as plantas vivem e não pensam; elas só
possuem a vida orgânica. A inteligência e a matéria são independentes, já que
um corpo pode viver sem a inteligência; mas, a inteligência só pode manifestar-se
por meio de órgãos materiais; é necessária a união do espírito para
intelectualizar a matéria animalizada."
Devemos lembrar também que o instinto não é independente da
inteligência e eles podem se confundir com frequência. Na verdade o instinto é
uma inteligência rudimentar.
Na questão 586:
As plantas têm consciência de suas existências?
R.: "Não; elas não pensam; sõ têm vida orgânica.
Na questão 590, perguntados:
Haverá nas plantas, como nos animais, um instinto de
conservação que os leve a procurar o que lhes possa ser útil e a evitar o que
lhes possa ser nocivo?
R.: "Há , se o quiserdes, umja espécie de instinto
dependendo da extensão que se dê a esta palavra; mas ele é puramente mecânico.
Quando, nas operações da química, vedes dois corpos se reunirem, é que eles se
convêm, isto é, é que há, entre eles, afinidade; não chamais isso de
instinto."
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Prosseguindo, na questão 591 do L.E:
Nos mundos superiores, as plantas são de uma natureza mais
perfeita, como os outros seres?
R.:"Tudo é mais perfeito; as plantas, porém, são sempre
plantas, como os animais são sempre animais e os homens sempre homens."
Lembremo-nos, ainda, da questão 115 do L.E:
Dentre os espíritos, uns foram criados bons e outros maus?
R.: "Deus criou todos os Espíritos simples e
ignorantes, isto é, sem saber. Deu, a cada um deles uma missão, com o objetivo
de esclarecê-los e de fazê-los chegar, progressivamente, à perfeição, pelo
conhecimento da verdade e para aproximá-los dele.
A felicidade eterna e sem mescla está, para eles, nesta
perfeição. Os espíritos adquirem esses conhecimentos passando pelas provas que
Deus lhes impõe. Uns aceitam estas provas com submissão e chegam mais
prontamente ao objetivo que lhes está destinado; outros só as suportam
murmurando e, assim, permanecem, por sua culpa, afastados da perfeição e da
felicidade prometida."
a) Conforme dizeis, os Espíritos, em sua origem, se
assemelham a crianças, ignorantes e sem experiência, adquirindo, porém, pouco a
pouco os conhecimentos que lhes faltam, ao percorrerem as diferentes fases da
vida?
R.: Sim, a comparação é correta; a criança rebelde permanece
ignorante e imperfeita; aproveita, mais ou menos, conforme sua docilidade; mas
a vida do homem tem um termo e a dos Espíritos se estende ao infinito."
Apesar das divergências entre as edições 1ª e 2ª do L.E., está bem claro que o princípio inteligente percorre os planos
incorporando deles os fluidos característicos de cada um desses níveis,
evoluindo muito no mundo animal; até
essa fase é espirito, com "e" minúsculo.
Quanto ao Espírito,
com "E" maiúsculo, somente transita pelo reino hominal.
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