domingo, 7 de julho de 2013

Notas sobre a evolução anímica



Com a ajuda do Durval Ciamponi, em Perispírito e Corpo Mental, no capítulo 4.

Eis aqui uma questão a ser considerada:

Na questão 127 do L.E:
Os Espíritos são criados iguais quanto às faculdades intelectuais?

R.: São criados iguais, mas não sabendo de onde vêm, é preciso que o livre-arbítrio siga seu curso. Progridem mais ou menos rapidamente, tanto em inteligência quanto em moralidade.

Na primeira edição do Livro dos Espíritos, era assim a questão 127:


L´âme de l ´homme n´auraitelle pont éte d´abord le principe de vie des derniers etres vivants de la création pour arriver, par une loi progressive, jusqu´à l´homme en parcourant les divers degrés de l´échelle organique?

A resposta dos espíritos :
" Non! non! hommes nous sommes nés"

e o comentário de Kardec:

"Quelle que soit la diversité des existences par lesquelles passe notre esprit ou notre âme, elles apparliennent toutes à l´humanité; ce sair une erreur de croire que, par une loi progressive, l´homme a passé par les differentes degrés de l´échelle organique pour arriver aà son état actuel. Ainsi son âme ná point éte d´abord le principe de vie des derniers êtres animés de la création pour arriver sucessivement au degré supérieur: à l´homme."

Tradução:
127 - A alma do homem não teria sido primitivamente o princípio vital dos ínfimos seres vivos da criação, que chegou, ex-vi de lei progressiva, até o ser humano, percorrendo os diversos graus da escala orgânica?

Resposta:
Não! Não!Os Espíritos, homens, somos desde natos. Cada ser vivo só progride na sua espécie em sua essência. O homem não foi jamais outro ser senão homo.

A tradução do comentário de Kardec asssim:

"Seja qual for a diversidade das existências por que passe o nosso espírito ou nossa alma, elas pertencem todas à espécie humana; seria um erro supor que ex-vi duma lei progressiva, o homem haja passado pelos diferentes graus da escala orgânica para chegar ao seu estado atual."

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Na segunda edição os Espíritos da Codificação deram respostas diferentes, pelas razões que Durval expõe:


a) a primeira hipótese existe, como reflexo do conhecimento adquirido, também entre os Espíritos, que nada mais eram senão a alma dos homens que haviam morrido, decorrente do fundamento bíblico da criação por Deus dos seres vivos, vegetais, animais, homem e transmitidos de geração a geração, por milênios, como verdade de fé;

b) o princípio filosófico de que a natureza não dá saltos e, por consequência, também não o dá o aprimoramento da alma, que paulatinamente liberta-se das idiossincrasias, misticismos e superstições do passado, à medida que se aperfeiçoa;

c) a necessidade do homem não ter de crer por crer, nas informações advindas das revelações mediúnicas, mas, simn, de descobrir sua verdade. Esta dualidade de informações, como as existentes em muitos outros casos, gera o princípio da dúvida ou o do ser ou não ser, que sempre esteve presente no contraditório do homem que busca maior conhecimento;

d) a razão de haver, como ainda há, no Mundo Extrafísico, Espíritos que admitem a criação da alma, a partir do homem, como fala Emmanuel, em Emmanuel, capítulo XVII. Diz este autor, falando da relação entre o homem e os animais, que existe no próprio círculo dos estudiosos dos espaços o grupo dos opositores das grandes idéias sobre o evolucionismo do princípio espiritual através das espécies, mas que ele se sentia à vontade para declarar que todos nós já debatemos no seu acanhado círculo evolutivo. São eles os nossos parentes próximos, apesar da teimosia de quantos persistem em o não reconhecer.


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606. De onde retiram os animais o princípio inteligente que constitui a espécie particular de alma de que eles são dotados?

R.: "Do elemento inteligente universal."
a) A inteligência do homem e a dos animais emanam, portanto, de um princípio único?
R.: "Sem dúvida alguma, mas, no homem, ele recebeu uma elaboração que o eleva acima daquele que anima o animal."

607- Foi dito que a alma do homem, em sua origem, está no estado correspondente ao da infância, na vida corporal; que sua inteligência apenas desabrocha e que se ensaia para a vida (190); onde o Espírito efetua esta primeira fase?

R.: "Numa série de existências que precedem o período a que chamais Humanidade."


a) Então, parece ter sido a alma o princípio inteligente dos seres da criação?

R: "Já não dissemos que tudo se encadeia na Natureza e tende para a unidade? É nesses seres, cuja totalidade estais longe de conhecer, que o princípio inteligente se elabora, se individualiza, pouco a pouco, e se ensaia para a vida, como já vos disseos. É de alguma forma, um trabalho preparatório, como o da germinação, em consequência do qual o princípio inteligente experimenta uma transformação e se torna "Espírito. É, então, que começa para ele o período da humanidade e com ela a consciência de seu futuro, a distinção do bem e do mal e a responsabilidade de seus atos; assim cmo, depois do período da infância, vem o da adolescência, depois a juventude e, finalmente, a idade madura. Aliás, nada há nesta origem, que deva humilhar o homem. Os grandes gênios sentem-se humilhados por ter sido fetos informes nas entranhas de sua mãe? Se alguma coisa deve humilhá-lo é sua inferioridade diante de Deus e sua impotência para sondar a profundeza de seus designios e a sabedoria das leis que regulam a harmonia do universo. Reconhecei a grandeza de Deus nessa admirável harmonia que faz com que tudo seja solidário na Natureza. 


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Acreditar que Deus tivesse podido fazer alguma coisa sem objetivo e criar seres inteligentes sem futuro, seria blasfemar contra sua bondade, que se estende sobre todas as suas criaturas."

b) Esse período de humanização começa na nossa Terra?

R.: "A terra não é o ponto de partida da primeira encarnação humana; o período da humanização começa, em geral, em mundos ainda mais inferiores; isto, todavia, não é uma regra absoluta e poderia acontecer que um Espírito, desde o seu início humano, estivesse apto a viver na Terra. Este caso não é frequente e seria, antes, uma exceção"

610 - Então, os Espíritos que disseram que o homem é um ser à parte na ordem da criação enganaram-se?

R.: Não, mas a questão não tinha sido desenvolvida e há, aliás, coisas que não podem vir senão a seu tempo grifei . O homem é, com efeito, um ser à parte, pois possui faculdades que o distinguem de todos os outros e tem um outro destino. A espécie humana é a que Deus escolheu para encarfnação dos seres que podem conhecê-lo."


No comentário da questão 613, Kardec publicou que o ponto de partida do Espírito é uma dessas questões que se prendem ao princípio das coisas e que estão nos segredos de Deus.

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Na questão 728-a, os Espíritos deixaram explícito que apenas o corpo, o acessório, é destruído e que a parte essencial, ou seja, o princípio inteligente é indestrutível e se elabora nas diferentes metamorfoses que experimenta.


Nesse ponto, Durval Ciamponi menciona que cabe aos Espíritos mais elevados, em condição de administrar essa fase evolutiva, "justificando a elaboração e a existência da gênese espiritual, na esfera extrafísica, que gera, em consequência, a gênese orgânica, na esfera física".


Em "A Gênese", no capítulo X, item 23: "segundo a opinião de alguns filósofos espiritualistas, o princípio inteligente, distinto do princípio material, se individualiza, se elabora, passando pelos diversos graus da animalidade .

Nota-se que Kardec teve a intenção de excluir os vegetais da linha evolutiva em estudo.


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Tal afirmativa encontra respaldo na questão 71:
A inteligência é um atributo do princípio vital?

R.: Não, visto que as plantas vivem e não pensam; elas só possuem a vida orgânica. A inteligência e a matéria são independentes, já que um corpo pode viver sem a inteligência; mas, a inteligência só pode manifestar-se por meio de órgãos materiais; é necessária a união do espírito para intelectualizar a matéria animalizada."

Devemos lembrar também que o instinto não é independente da inteligência e eles podem se confundir com frequência. Na verdade o instinto é uma inteligência rudimentar.

Na questão 586:
As plantas têm consciência de suas existências?

R.: "Não; elas não pensam; sõ têm vida orgânica.

Na questão 590, perguntados:

Haverá nas plantas, como nos animais, um instinto de conservação que os leve a procurar o que lhes possa ser útil e a evitar o que lhes possa ser nocivo?


R.: "Há , se o quiserdes, umja espécie de instinto dependendo da extensão que se dê a esta palavra; mas ele é puramente mecânico. Quando, nas operações da química, vedes dois corpos se reunirem, é que eles se convêm, isto é, é que há, entre eles, afinidade; não chamais isso de instinto."

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Prosseguindo, na questão 591 do L.E:

Nos mundos superiores, as plantas são de uma natureza mais perfeita, como os outros seres?

R.:"Tudo é mais perfeito; as plantas, porém, são sempre plantas, como os animais são sempre animais e os homens sempre homens."

Lembremo-nos, ainda, da questão 115 do L.E:
Dentre os espíritos, uns foram criados bons e outros maus?

R.: "Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. Deu, a cada um deles uma missão, com o objetivo de esclarecê-los e de fazê-los chegar, progressivamente, à perfeição, pelo conhecimento da verdade e para aproximá-los dele.
A felicidade eterna e sem mescla está, para eles, nesta perfeição. Os espíritos adquirem esses conhecimentos passando pelas provas que Deus lhes impõe. Uns aceitam estas provas com submissão e chegam mais prontamente ao objetivo que lhes está destinado; outros só as suportam murmurando e, assim, permanecem, por sua culpa, afastados da perfeição e da felicidade prometida."

a) Conforme dizeis, os Espíritos, em sua origem, se assemelham a crianças, ignorantes e sem experiência, adquirindo, porém, pouco a pouco os conhecimentos que lhes faltam, ao percorrerem as diferentes fases da vida?
R.: Sim, a comparação é correta; a criança rebelde permanece ignorante e imperfeita; aproveita, mais ou menos, conforme sua docilidade; mas a vida do homem tem um termo e a dos Espíritos se estende ao infinito."
                        

Apesar das divergências entre as edições 1ª e 2ª do L.E., está bem claro que o princípio inteligente percorre os planos incorporando deles os fluidos característicos de cada um desses níveis, evoluindo muito no mundo animal;  até essa fase é espirito, com "e" minúsculo.
 Quanto ao Espírito, com "E" maiúsculo, somente transita pelo reino hominal.

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