A INQUISIÇÃO NO BRASIL
Essa grande
nação, marcada pelo Cruzeiro do Sul, simbolizando a redenção de um povo na sua
feição de sensibilidade cristã, ouvirá o grito do Rei dos reis em seu berço
esplêndido, como argumenta seu hino, para explodir em luzes na hora decisiva do
concerto das nações.
Categorizada
pelo Cristo para ser a remanescente das nações e como a primeira em dar exemplo
de fraternidade, abrirá seus vigorosos braços para acolher pessoas de todas as
procedências — será a mãe e o pai a abrirem as portas para os filhos pródigos.
A derradeira
catástrofe de feição coletiva através de mudança de climas, de deslocamento das
águas e de reforma dos homens respeitará, de certa forma, este país que nada
tem a ver com as dívidas do velho mundo e que servirá de hospital para recolher
aqueles enfermos que poderão se recuperar, pela altura de suas aspirações, pelo
amadurecimento de suas qualidades.
O Brasil vai
amparar os que sobrarem das contorções geológicas, do difícil parto da Terra,
do qual nascerá um sol que dissipará todas as trevas. O Brasil vai refletir a
sua luz em todo o globo, porque aos outros deve todas as experiências que
acumulou através dos séculos.
Francisco de
Asssis e os seus colaboradores trabalham ativamente nos céus do Brasil, para
que este cumpra o seu dever. Recorda o que o Mestre disse a João no Seu
apostolado: "Importa que você fique até que eu volte". O Cristo
voltará para liberar as consciências ativamente preparadas para herdar o reino
da Terra e viverem na plenitude do Amor.
A escravidão,
no Brasil, foi a Inquisição já aliviada, que sobrou para a vigilância dessa
nação, para que ela desse o exemplo de que todos têm o direito de liberdade,
mostrando que todos somos filhos da mesma massa e herdeiros do mesmo Pai
Celestial. O exemplo foi fecundo, pois muitos escravos, em cujo sangue e
epiderme vinha a marca de sua procedência africana, uma vez livres,
continuavam querendo ser escravos, por gostarem dos donos de engenho, porque
mesmo nas senzalas eram bem--tratados, o que dificilmente acontecia nos outros
países. Muitos se sentiam felizes, mesmo quando experimentavam nos lombos
ressequidos pelo sol, a tala de couro cru. Dentre eles havia muitos espíritos
que vieram do alto escalão terreno e que logo aprenderam a lição de humildade,
no corpo de um preto velho ou de uma ama de leite.
Os homens
falam muito em Deus. Habituaram-se a repetir o Seu nome em vão, sem,
todavia, crerem verdadeiramente n'Ele.O Senhor, em Sua onisciência, não
esquematizaria a Terra, planejaria os fatos e estruturaria a evolução
dos homens e das coisas, sem um objetivo maior. O cumprimento das profecias,
em relação a Deus, é ilusão passageira, fogo-fátuo de pouca importância.
Todavia, para nós outros, o fim dos tempos nos perturba e comove, por termos de
passar por provas que deverão atingir as últimas fibras do nosso equilíbrio. As
palavras do Livro Santo assim se expressam: "Os justos viverão pela
fé". Justos são aqueles que incrementam todos os dias os trabalhos de
disciplina íntima, que estimulam a caridade e que exercitam o Amor, procurando
universalizar os seus sentimentos. Nesse clima, a criatura sairá da opressão
dos acontecimentos e, mesmo na Terra, respirará o ambiente do céu.
Bombas de
hidrogenio e outros engenhos de guerra nada significam em se falando da lei e
da vontade do criador. O planeta continuará na sua órbita após os
acontecimentos, mais serenado e evoluído, mais arejado e pacífico. O Brasil foi
escolhido como terapia divina para os que sobreviverem à borrasca. O vendaval
irá limpar as escórias humanas, para que o verdadeiro Amor encontre guarida nos
corações que herdarem o mundo. Porém, a premissa de que nada se perderá, tudo
se transformará para melhor, é infalível. O medo que avassala os homens é
oriundo da ignorância da bondade e misericórdia da Suprema Inteligência.
Quando os
desbravadores dos mares chegaram à Terra hoje conhecida como Brasil, Francisco
de Assis já tinha vindo à frente, em companhia do Divino Mestre, o que foi
constatado por certos índios dotados de vidência, que tiveram a graça de
observar na primeira missa celebrada nas Terras de Santa Cruz, a presença de
ambos. Certamente não viram somente os dois, Mestre e discípulo, mas uma
falange de obreiros dirigidos por Jesus de Nazaré.
Estas terras
estão marcadas para uma grande dinâmica espiritual, que vem se preparando pelos
processos do tempo, e pelas mãos dos próprios homens, sob inspiração dos céus.
Ninguém tira do destino deste país o que lhe foi dado pela vontade de Deus.
Estamos para chegar ao fechamento de um ciclo espiritual, onde se processará
uma seleção rigorosa das almas, pela lei de justiça, senão de Amor, para que o
Amor puro se converta em felicidade para os homens, que souberam viver e amar
a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo.
Há, na pátria
brasileira, regiões já em preparo, sem que os próprios dirigentes saibam da
sua verdadeira finalidade. Essa vastidão de terras desabitadas recolherá, mercê
de Deus, os desprovidos de pátria, remanescentes da revolução geológica e dos
impositivos cármicos. O medo será o combustível para que eles se refugiem neste
grande lar, que eles ajudarão a elevar no esplendor do concerto das nações. As
suas experiência se confundirão com as já catalogadas na consciência deste povo
ordeiro e benevolente.
As convulsões
geológicas, as eclosões atómicas das águas e a transferência em massa dos
homens, tudo, em comparação com a grandeza de Deus, é menor do que o despejar
de um copo d'água sobre um vírus.
Se pudesses
observar, com nossa ótica, bilhões de vidas em plena batalha num pingo
d'água... São processos evolutivos que obedecem a determinadas leis universais,
feitas pela Inteligência Maior, soberana do Universo.
Brasil, és tu
o esplendor de todas as esperanças! Que Deus te abençoe hoje e eternamente!
Confiemos, que
ninguém se perderá no grande rebanho entregue ao Cristo. Ele está no leme dos
nossos destinos!
DO LIVRO FRANCISCO DE ASSIS
Nenhum comentário:
Postar um comentário