terça-feira, 5 de novembro de 2019

SUICIDIO É ILUSÃO E ATALHO AO SOFRIMENTO

Suicídio na visão da espírita

Se você tem pensamentos recorrentes de suicídio, deve buscar conhecer
o se apresenta ao suicida após a morte do corpo físico.
Não são boas as notícias, pois se a idéia era tentar por fim aos suplícios,  isto não acontece.


Primeiro você precisa saber que nada se perde neste universo. Ao morrer seu corpo volta para a Terra e sua mente, sua consciência, seu EU, que também chamamos de espírito não se extingue. Ele continua vivo, e agora mais comprometido em decorrência do suicídio.

Imaginar que por fim à vida carnal vai eliminar totalmente a existência, desaparecer com todas as memórias não vai acontecer. De fato, o corpo carnal vai se decompor e ser absorvido pelas leis da natureza. É só.

Entretanto, há algo mais no homem e que sobrevive, porque é pré existente à vida física que você pretende eliminar.

Acrescente ainda que a morte não é um processo instantâneo em relação ao conjunto homem/Espírito, porque exige que algumas etapas sejam vencidas para que o Espírito se desligue do corpo físico já sem a vida animal.

Um tempo variável é necessário para que o Espírito deixe de sentir as impressões carnais e chega mesmo a ser bem diverso de quando o ser chega à morte física após passar por processo de doença, onde o processo natural vai evoluindo para a libertação do Espírito e o desligamento dos laços fluídicos que o prendem à matéria física.


Na hipótese da concretização do suicídio o que acontece é a ruptura e não o desligamento natural, onde muitas vezes têm presente o concurso de irmãos desencarnados que acompanham todo o processo de preparação para a saída natural do Espírito e seu retorno ao plano extrafísico.

Nos informam os Espíritos que o irmão suicida segue sentindo os terríveis efeitos do ato tresloucado e as implicações mentais dele decorrentes.

Aqui cabe uma explicação fundamental para que fique esclarecida essa informação de que morto o corpo físico há um prosseguimento dos sentidos.

Vamos recorrer ao Livro dos Espíritos:


83. Os Espíritos têm fim? Compreende-se que seja eterno o princípio donde eles emanam, mas o que perguntamos é se suas individualidades têm um termo e se, em dado tempo, mais ou menos longo, o elemento de que são formados não se dissemina e volta à massa donde saiu, como sucede com os corpos materiais. É difícil de conceber-se que uma coisa que teve começo possa não ter fim.

“há muitas coisas que não compreendeis, porque tendes limitada a inteligência.
Isso, porém, não é razão para que as repilais. O filho não compreende tudo o que a seu pai é compreensível, nem o ignorante tudo o que o sábio apreende. Dizemos que a existência dos Espíritos não tem fim. é tudo o que podemos, por agora, dizer.”


84. Os Espíritos constituem um mundo à parte, fora daquele que vemos?

“Sim, o mundo dos Espíritos ou das inteligências incorpóreas.”

85. Qual dos dois, o mundo espírita ou o mundo corpóreo, é o principal, na ordem das coisas?

“O mundo espírita, que preexiste e sobrevive a tudo.”


A Alma
134. Que é a alma?
“Um Espírito encarnado.”

a) Que era a alma antes de se unir ao corpo?
“Espírito.”

b) As almas e os Espíritos são, portanto, idênticos, a mesma coisa?
“Sim, as almas não são senão os Espíritos. Antes de se unir ao corpo, a alma é um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível, os quais temporariamente revestem um invólucro carnal para se purificarem e esclarecerem.”

135. Há no homem alguma outra coisa além da alma e do corpo?
“há o laço que liga a alma ao corpo.”


a) De que natureza é esse laço?

“Semimaterial, isto é, de natureza intermédia entre o Espírito e o corpo. É preciso que seja assim para que os dois possam comunicar-se um com o outro. Por meio desse laço é que o Espírito atua sobre a matéria e reciprocamente.”

O homem é, portanto, formado de três partes essenciais:

1ª – o corpo ou ser material, análogo ao dos animais e animado pelo
mesmo princípio vital;

2ª – a alma, Espírito encarnado que tem no corpo a sua habitação;

3ª – o princípio intermediário, ou perispírito, substância semimaterial que serve de primeiro envoltório ao Espírito e liga a alma ao corpo.
Tal, num fruto, o germe, o perisperma e a casca.

136. A alma independe do princípio vital ?

“O corpo não é mais do que envoltório, repetimo-lo constantemente.”


a) Pode o corpo existir sem a alma?

“Pode; entretanto, desde que cessa a vida do corpo, a alma o abandona.
Antes do nascimento, ainda não há união definitiva entre a alma e o corpo;
enquanto, depois de essa união se haver estabelecido, a morte do corpo rompe
os laços que o prendem à alma e esta o abandona.
A vida orgânica pode animar um corpo sem alma, mas a alma não pode habitar
um corpo privado de vida orgânica.”

b) Que seria o nosso corpo, se não tivesse alma?
“Simples massa de carne sem inteligência, tudo o que quiserdes, exceto um homem.”


Ainda mantendo o Livro dos Espíritos como fonte do ensinamento, vamos trazer pequeno trecho do item VI da sua Introdução:

“ Conforme notamos acima, os próprios seres que se comunicam se designam a si mesmos pelo nome de Espíritos ou gênios, declarando, alguns, pelo menos, terem pertencido a homens que viveram na Terra. Eles compõem o mundo espiritual, como nós constituímos o mundo corporal durante a vida terrena.
Vamos resumir, em poucas palavras, os pontos principais da Doutrina que nos transmitiram, a fim de mais facilmente respondermos a certas objeções:

— Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente
justo e bom;

— criou o Universo, que abrange todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais;

— os seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os seres imateriais, o mundo invisível ou espírita, isto é, dos Espíritos;

— o mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a tudo;

— o mundo corporal é secundário; poderia deixar de existir, ou não ter jamais existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espírita;

— os Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível, cuja destruição pela morte lhes restitui a liberdade;
— entre as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espíritos que chegaram a certo grau de desenvolvimento, dando-lhe superioridade moral e intelectual sobre as outras;

— a alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório;

— há no homem três coisas:
1o, o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital;
2o, a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo;
3o, o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito;

— tem assim o homem duas naturezas:
pelo corpo, participa da natureza dos animais, cujos instintos lhe são comuns;
pela alma, participa da natureza dos Espíritos;

— o laço ou perispírito, que prende ao corpo o Espírito, é uma espécie de envoltório semimaterial.
A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro.
O Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisívelpara nós no estado normal, porém, que pode tornar-se acidentalmente visível e mesmo tangível, como sucede no fenômeno das aparições;

— o Espírito não é, pois, um ser abstrato, indefinido, só possível de conceber-se pelo pensamento. é um ser real, circunscrito, que, em certos casos, se torna apreciável pela vista, pelo ouvido e pelo tato;

— os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais, nem em poder, nem em inteligência, nem em saber, nem em moralidade.

Os da primeira ordem são os Espíritos superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeição, seus conhecimentos, sua proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e por seu amor do bem: são os anjos ou puros Espíritos.

Os das outras classes se acham cada vez mais distanciados dessa perfeição, mostrando-se os das categorias inferiores, na sua maioria, eivados das nossas paixões: o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho etc. Comprazem-se no mal.

Há também, entre os inferiores, os que não são nem muito bons nem muito maus, antes perturbadores e enredadores, do que perversos.
A malícia e as inconsequências parecem ser o que neles predomina. São os Espíritos estúrdios ou levianos; “



Do ensinamento de quem está vivenciando a condição “pós-morte”, que nos esclarecem mediante as comunicações “desencarnado-encarnado”, é mais fácil entender o mecanismo estabelecido pelas Leis Divinas que rege o homem encarnado.

Dessa forma concluímos que o simples aniquilamento do corpo físico não é suficiente para extinguir a consciência pré-existente.


Lembremo-nos que há várias condições que podem ser retratadas pela palavra morte, porém todas são apenas TRANSFORMAÇÕES.

Aquela situação que erroneamente o suicida pretende alcançar, que éa de livrar-se das aflições momentâneas ou persistentes não pode ser alcançada senão pelos métodos do Evangelho e na maioria dos casos, pela simples transformação moral.



O ser humano, através dos tempos, vem absorvendo ensinamentos fragmentados, muitos deles oriundos de falsos profetas, cujos métodos vem sendo herdados de antepassados, tornando-se ideias preconcebidas, totalmente afastadas da verdade.

Portanto, já comentamos que o espírito é eterno e sobrevive.

O suicídio, assim como o duelo é o agravamento dos tormentos que a criatura humana sofre, seja porque estava em resgate de situações com raizes em existências anteriores e usufruindo da indulgência divina, ou devido ao mau uso do livre-arbítrio e excesso de devotamento aos atrativos da vida na carne, esquecendo que a verdadeira vida é a do Espírito.

Uma vez perpetrado o ato tresloucado, não demora a perceber-se vivo e só, para que possa ter tempo de avaliar seu desprezo à oportunidade concedida pelo Pai Maior.


Em consequência da ausência do corpo denso, que lhe impunha o esquecimento, aos poucos vão retornando as lembranças das vidas anteriores e logo percebe que os sentidos vão ficando mais aguçados e o desequilíbrio mental o deixa próximo à loucura, devido à intensidade.

Acrescente-se as culpas também intensificadas.

Há aqueles que permanecem ligados ao corpo físico e por um tempo acompanham a decomposição do mesmo.

É possível que pela afinidade seja atraído para locais repletos companheiros de decisão infeliz e aí, sem que possa impedir, acaba compartilhando situações de mais sofrimento. Incontáveis vezes pior que a situação que passava enquanto encarnado, porque agora está exposto a sentimentos (compartilhados por outros) que antes não era possuidor.

Ainda que esteja nessa condição de sofrimento voluntário, ninguém fica sem auxílio, porque afinal, o Pai olha todos seus filhos de forma igual.

Mas, não só agora nesta condição agravada, mas em todas as que o desencarnado – agora espírito errante – esteja, a ajuda chega para aquele que está pronto para ser auxiliado.
Trata-se de um trabalho personalíssimo e uma mãe ou um pai desencarnados não pode fazer a tarefa individual do filho.


Há Legiões de bons espíritos que acompanham esses irmãos suicidas durante todo o tempo, ainda que se sinta só.

Se você tem um amigo ou parente que recorreu ao  suicídio, saiba que é possível ajudá-lo mediante preces conscientes e equilibradas, proferidas em harmonia com as Leis de Deus.

Direcionando nossas orações a Deus e aos Bons Espíritos, peçamos que esses nossos irmãos se reequilibrem e se ajustem às Leis de Deus e se refaçam para seguir em frente que o caminho da evolução é comum a todos de boa vontade.

É totalmente desnecessário imaginar que estejam em um local de sofrimento, imaginar como estarão, pois procedendo assim, podemos, pela sintonia, perpetuar a condição de nosso irmão.

É importante nos lembrarmos que ao perceber mudanças de comportamento em irmãos encarnados que dividem a nossa caminhada, sempre poderemos alertá-los de que
a medicina desenvolveu métodos eficazes que revertem quadros difíceis e a doutrina espírita também pode ajudar nos casos de interferências de seres extrafísicos que em alguns muitos casos ocorrem.

Podemos afirmar com segurança que por mais dolorosa que seja a vida na Terra, jamais alimentes pensamentos de suicídio, pois eles podem produzir (e conduzir) condições de sofrimento agravado que vão requerer  tratamento prolongado.

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