Joanna
de Ângelis.
Psicografia
de Divaldo Pereira Franco, na tarde de
2 de junho de 2014, na residência de Dominique e
Armandine Chéron, em Vitry-sur-Seine, França.
2 de junho de 2014, na residência de Dominique e
Armandine Chéron, em Vitry-sur-Seine, França.
Em
8.12.2014.
O fenômeno da morte
Presente e constante na
existência humana, o fenômeno da morte constitui uma fatalidade da
qual ninguém consegue eximir-se.
Ocorrendo a cada momento nas
células, que também se renovam, ocasião chega em que a anóxia
cerebral se encarrega de parar as funções do tronco encefálico,
interrompendo a ocorrência biológica da vida física.
Todos os seres que nascem
morrem, dando prosseguimento ao milagre da vida em outra dimensão,
aquela de onde tudo procede.
O objetivo essencial da
existência física, em consequência, é a construção e a
vivências dos valores éticos responsáveis pelo progresso
incessante do Espírito até o momento em que alcança a plenitude.
Mesmo nos reinos vegetal e
animal, o processo de nascimento e morte obedece à planificação do
desenvolvimento evolutivo da essência divina presente em tudo e em
toda parte como fundamental manifestação da vida.
Desde
quando criado o ser, o deotropismo atrai-o
com força dinâmica inescapável...
Ao atingir a fase do instinto,
desenham-se-lhe no psiquismo, pelas experiências, os pródromos da
razão, passo gigantesco no rumo da angelitude.
Fixar os valores que
dignificam e elevam, que o libertam das heranças grosseiras da fase
antropológica primitiva, torna-se-lhe, portanto, imposição
inevitável que o arrasta no rumo da ascese, que se lhe constitui
meta a ser conquistada.
Passo a passo, experiência
após vivência, a ânsia de alcançar a paz e a sabedoria estimula-o
ao prosseguimento, mesmo quando sob ações penosas do sofrimento,
decorrente da desatenção e da rebeldia ante as leis que regem o
universo.
Parte integrante do Cosmo,
essa unidade minúscula que é o ser humano, à semelhança de uma
miocropartícula que forma a unidade atômica, deve manter a sua
constância sob o comando da consciência lúcida que reflete o
estágio em que se encontra.
As ocorrências desastrosas
por falta de discernimento, por teimosia dos instintos agressivos,
retardam-lhe a marcha, sem dúvida, porém, não impedem que ocorram
novas oportunidades vigorosas em provações ou expiações
pungitivas que se encarregam de corrigir as anfractuosidades morais e
os desvios comportamentais, impondo a conduta correta como a solução
adequada para o equilíbrio e o bem-estar.
Viver é automático, porém,
bem viver, selecionando as questões que promovem os sentimentos e a
inteligência em níveis mais elevados, para a conquista da
sabedoria, deve ser o objetivo de máxima importância para todo
viajante na indumentária carnal.
Sócrates, totalmente lúcido
e decidido a demonstrar a sua grandeza moral em fidelidade a tudo
quanto ensinou e viveu, recebeu a morte como um grande bem.
Instado a fugir por Críton,
que houvera organizado um plano audacioso com os seus demais amigos,
surpreendeu-se e o repreendeu, demonstrando que as leis, mesmo quando
injustas, devem ser obedecidas, de modo que a sociedade aprenda a
estabelecer códigos de nobreza.
Caso fugisse, evidenciaria que
era realmente o que dele diziam os inimigos, especialmente aqueles
que o levaram ao tribunal com infâmias grosseiras.
E sofismando a respeito da
existência, qual fizeram antes os juízes, anuiu com tranquilidade à
sentença infame, demonstrando que a existência física é uma
experiência de iluminação e não uma pousada para o prazer
infinito.
Buda,
de igual maneira, despedindo-se dos discípulos que aguardavam mais
informações, a fim de darem continuidade à divulgação dos seus
pensamentos, informou que lhes legava odharma
– a
ordem universal imutável – e, serenamente abandonado por muitos
que antes o assistiam, silenciou a voz e retornou à pátria da
imortalidade.
Jesus
é o exemplo máximo, porque no auge dos sofrimentos pôde pronunciar
frases que assinalariam com vigor a sua despedida, desde o perdão
aos crucificadores que
não sabiam o que estavam fazendo (Lucas, 23:34),
até entregar a mãezinha aos cuidados do discípulo amado e este ao
seu carinho (João,
19:26-27),
rompendo os laços da consanguinidade terrestre em favor da
fraternidade universal.
Foi
mais além, dialogando com o ladrão que lhe suplicava ajuda e
socorrendo-o com a resposta da sublime esperança da sua entrada no
reino dos Céus (Lucas,
23:43),
assim que se desvencilhasse das asperezas dos erros, e se cumprisse
tudo para quanto viera, num inolvidável silêncio após o tudo
consumado(João, 19:30).
Logo mais, porém, retornava
em júbilo na madrugada esplendente de sol e de beleza, confirmando a
imortalidade e o triunfo da vida sobre contingência material, de
modo que os amigos e quantos outros que o viram pudessem superar a
injunção corpórea e voar nos rumos do Infinito.
Francisco de Assis, sofrido
pela ingratidão de alguns dos melhores companheiros, ferido e
maltratado, sem forças nem resistências orgânicas, exauriu-se
lentamente, cantando sempre até o último hausto, a ponto de ser
censurado por tanta alegria...
Todos aqueles que descobriram
a imortalidade enfrentaram o fenômeno da consumpção dos tecidos
orgânicos com estoicismo e naturalidade, alegrando-se com o término
da tarefa terrestre abraçada, de modo a retornarem vitoriosos ao
grande Lar de onde partiram no rumo do planeta terrestre.
*
Reflexiona diariamente a
respeito da tua partida em direção à imortalidade, preparando-te,
a fim de que não te fixes em interesses mesquinhos retentivos da
retaguarda material.
Treina o pensamento em
considerações constantes em torno da desencarnação, porquanto ela
chegará, talvez, quando menos a esperes.
Se tiveres a felicidade de
enfermar por longo prazo, diluindo os liames retentivos do corpo
físico, isto será uma bênção.
Mas se fores convocado
repentinamente, deixa-te conduzir com alegria, certo de que viverás.
Nada obstante, prepara-te
conscientemente para enfrentar esse fenômeno terminal, agradecido ao
corpo que te vem servindo de instrumento para a evolução, bem como
a tudo quanto te ocorre na atual conjuntura evolutiva.
Joanna
de Ângelis.
Psicografia
de Divaldo Pereira Franco, na tarde de
2 de junho de 2014, na residência de Dominique e
Armandine Chéron, em Vitry-sur-Seine, França.
2 de junho de 2014, na residência de Dominique e
Armandine Chéron, em Vitry-sur-Seine, França.
Em
8.12.2014.
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