sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

U-Boat 176 - 71 anos depois

 

A PRECE PARA OS DESENCARNADOS DO SUBMARINO U-176

2ª Grande guerra.

abatido em 15 de maio de 1943 no mar do Caribe, nas coordenadas Latitude 23º 21´ W e longitude 80º18´N


Um dia de festa e congraçamento.


A reunião mediúnica aconteceu as 12h do dia 16 de maio de 2015, exatamente no mesmo instante em que acontecia em Miami, um cerimonial comemorativo do afundamento do submarino alemão U-176, pelas forças Cubanas, feito pelo barco CS-13. (Vide convite abaixo)


O dirigente da câmara fez a prece ao Pai Celestial, pedindo por todos os irmãos cujos nomes estavam na mesa – ali estavam todos os nomes da tripulação do navio afundado – e pediu a vidente que verificasse o ambiente para início dos trabalhos, o que foi feito e dada a autorização para início dos trabalhos da prece.


O vidente iniciou o relato dos quadros que se apresentavam... Viu e relatou um cenário de um porto, o submarino e o processo de abastecimento para o início da viagem. Em seguida relatou o quadro em que a nau deixava o porto em direção a mar aberto .

Todos muito alegres .


Após, os quadros de vidência passaram a ser dentro do submarino, já atingido e abatido. Relatou que o desencarnado Karl Hessler era bastante preocupado com os demais, que em sua maioria eram novos e inexperientes e que ele transitava pelo submarino procurando levar apoio moral para os que necessitavam.


Relatou que os tripulantes desencarnaram em virtude de se extinguir o abastecimento de ar do submarino.


Em seguida, relatou que o irmão Karl Hessler agradeceu ao irmão Marcos pelo auxílio, dizendo que por muitos anos ele buscava ajuda, no entanto sem conseguir obter sucesso. Foi uma tarefa difícil, mas sem desistir conseguiu que o auxílio chegasse, após o irmão vir à Congregação e fazer uma prece, onde aceitou auxílio e foi encaminhado.

 Ofertou ao irmão Marcos um Evangelho, pedindo que este sempre o tenha consigo e a ele recorra em todos os momentos. 

 Em seguida, ofereceu a cada um dos irmãos presentes na prece um Evangelho e depositou flores .


A seguir, o vidente relatou que todos os tripulantes do submarino compareceram à prece, vindos de diversas colônias . Todos muito alegres e contentes com este reencontro e agradecendo pela prece a qual davam mais importância que à comemoração que acontecia em Miami (promovida para comemorar o afundamento do submarino), juntaram-se, num quadro que lembra quando nos esprememos para caber na foto e enviaram esta imagem para que fosse relatada pelo irmão vidente.


Em seguida, o dirigente da câmara perguntou à outra irmã vidente se via outros quadros da prece, e a mesma relatou que o irmão Karl Hessler é um espirito de grau de adiantamento suficiente para que se destacasse dos demais e que ele tinha muita preocupação com todos os demais do submarino, esclarecimento este que coaduna com os relatos da primeira prece, no relato do irmão André Dória, feita em 2014, a pedido do irmão Marcos , quando o mesmo (karl Hessler) foi envolvido por estar no submarino desde a data do seu afundamento, em 1943, portanto há 71 anos, por imaginar que havia um outro irmão em sofrimento lá no interior do submarino e ele se recusava deixá-lo só. Na ocasião do socorro, foi necessário que os trabalhadores do plano espiritual também socorressem o irmão que a mente do irmão Karls Hessler plasmava para que este aceitasse ajuda e fosse envolvido e levado para uma das moradas do Pai para amparo e recuperação, o que foi feito com a permissão do Pai Celestial. A irmã vidente relatou que dentre estes que se apresentaram há muitos irmãos que já estão prontos para serem trabalhadores da Casa de Francisco de Paula.


Em seguida, relatando que o irmão Karls Hessler abraçou o irmão Marcos  e agradeceu a todos, deu por encerrado o relato dos quadros de vidência.


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Anexo:


Fundación Marítima Internacional Sección de Historia Naval

22 de julio de 2014.

Río de Janeiro, Brasil


Profesor M###############

Estimado Sr:




Hace años sostuvimos un pequeño contacto con relación al U-boat alemán U-176, en el cual ud. me ponía al corriente de un incidente, aunque “raro” aunque muy interesante y apasionante, era una especie de premonición. Hoy, nuestra organización está trabajando con la ayuda de historiadores, investigadores e ingenieros, en la búsqueda y localización de dicho submarino, con la idea de en un futuro no muy lejano proceder a firmarlo y si entonces logramos disponer de patrocinadores y financiación suficiente, proceder a reflotar dicha embarcación. Nunca he podido olvidar las cosas que me comentó en su interesante relato. Hoy le manifiesto nuestro interés en que se sume Ud. a nuestro Proyecto, pues no descartamos jamás ninguna posibilidad de recibir ayuda por todos los que de alguna forma u otra han estado involucrados en esta historia; en su caso particular, a través de de elementos que nos han llamado siempre poderosamente la atención, eso que llamamos el sexto sentido. Si estuviera interesado en colaborar, no dude en contactar con nuestra Organización.


Reciba saludos afectuosos y el testimonio de mi más alta consideración,





Historiador y Asesor Principal

Secció de Historia Naval

Fundación Marítima Internacional

nota. Foram excluidos os nomes no e-mail acima..



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151 N. Nob Hill -Suite 212- Plantation, Fl. 33324-1708- Tel: 954-465-0228

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

UTILIZANDO FILTROS



SABER PENEIRAR O QUE VEM ATÉ VOCE.


A vida enquanto encarnado é um aprendizado constante, além de trazer obstáculos, é um desafio constante, ainda que estejamos inconscientes deles.

Hoje, na internet, me deparei com um anúncio, que trazia a figura abaixo sugerindo que a personalidade das criaturas está vinculada ao formato dos dedos da mão.




Obviamente, trata-se de texto que induz o leigo, ávido por
conhecimento, a trilhar pelo caminho da sábia ignorância, levando-o a se julgar um conhecedor de personalidades alheias.

O que a doutrina espírita nos ensina sobre isto ?
O formato e o tamanho dos dedos da mão podem revelar sobre a personalidade das pessoas ?

Não vamos nos aprofundar demasiadamente agora. Vamos nos ater ao capítulo IV do Livro dos Espíritos, que trata da PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS.

Sabemos que o ESPÍRITA tem como base de sua doutrina, a pluralidade das existências, ou seja, o Espírito (alma enquanto encarnado na matéria) experimenta múltiplas encarnações, (que vamos chamar de existências corporais ) já que existência mesmo é apenas uma, a do espírito.

Na questão 132 do Livro dos Espíritos, foi perguntado aos Espíritos: Qual é o objetivo da encarnação dos Espíritos?

E a resposta:
Deus impõe-lhes a encarnação com o objetivo de fazê-los chegar à perfeição: para uns, é uma expiação; para outros, é uma missão. Porém, para chegar a essa perfeição, devem suportar todas as vicissitudes da existência corporal: nisto é que está a expiação. A encarnação tem também um outro objetivo, que é o de colocar o espírito em condições de suportar a sua parte na obra da criação; é para executá-la que, em cada mundo, ele toma um instrumento em harmonia com a matéria essencial desse mundo para aí executar, daquele ponto de vista, as ordens de Deus; de tal forma que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”

Adiantando-nos ao mencionado Capítulo IV do Livro dos Espíritos, vamos fazer a leitura da questão 166:

Como a alma, que não atingiu a perfeição durante a vida corporal, pode terminar de depurar-se ?

A resposta: “ Experimentando a prova de uma nova existência.”

A CRIAÇÃO DOS ESPÍRITOS exige estudo em separado, apesar de ter vinculação com a presente reflexão, então vamos até a questão 134:

O que é a ALMA?
Resposta: “Um Espírito encarnado.”

134-a: O que era a ALMA antes de unir-se ao corpo ?
Resposta: “Espírito

134-b: As almas e os espíritos são, portanto, identicamente, a mesma coisa?
Resposta: “Sim, as Almas são apenas os Espíritos. Antes de se unir ao corpo, a alma é um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível e que revestem, temporáriamente, um envoltório carnal, para se purificarem e se esclarecerem.”

Então na questão 135, os Espíritos da codificação nos esclarecem que no homem encarnado há outra coisa além da alma e do corpo; Existe um ELO SEMIMATERIAL QUE UNE A ALMA AO CORPO FÍSICO.

Em relação ao corpo perispiritual, sem nos aprofundarmos muito nessa questão de material ou semimaterial, vamos nos ater apenas a aceitar a designação “semimaterial”, conforme ensina Kardec, na Revista Espírita de Março de 1866 em Introdução ao Estudo dos Fluidos Espirituais, disponível no link no final deste artigo, de onde extraímos este trecho:

Algumas pessoas criticaram a qualificação de semimaterial dada ao perispírito, dizendo que uma coisa é matéria ou não o é. Admitindo que a expressão seja imprópria, seria preciso adotá-la, em falta de um termo especial para exprimir esse estado particular da matéria. Se existisse um mais apropriado à coisa, os críticos deveriam tê-lo indicado. O perispírito é matéria, como acabamos de ver, filosoficamente falando, e por sua essência íntima; ninguém poderia contestá-lo; mas ele não tem as propriedades da matéria tangível, tal como se concebe vulgarmente; ele não pode ser submetido à análise química, porque, embora tenha o mesmo princípio que a carne e o mármore e possa lhes tomar as aparências, na realidade não é nem carne nem mármore. Por sua natureza etérea ele tem, ao mesmo tempo, a aparência da materialidade por sua substância, e a da espiritualidade por sua impalpabilidade, e a palavra semimaterial não é mais ridícula do que  semiduplo e tantas outras, porque também pode-se dizer que uma coisa é dupla ou não é.”


Então  pelo aprendizado da questão 135, aprendemos que o HOMEM É FORMADO  de tres partes essenciais, são elas:

1º O corpo, ou ser material, análogo ao dos animais e animado élo mesmo princípio vital; 

2º A ALMA, Espírito encarnado cujo corpo é a habitação ;

3º O princípio intermediário, ou PERISPÍRITO, substância semimaterial que serve de primeiro envoltório ao Espírito e une a alma ao corpo.

O corpo físico é apenas o envoltório da alma, que pode existir sem a alma, a vida orgânica pode animar um corpo sem alma, mas a alma não pode habitar um corpo privado da vida orgânica.  Sem alma, este corpo seria uma massa de carne sem inteligência, exceto um homem. 

A alma não se acha encerrada no corpo, tal como  o pássaro numa gaiola, ela se irradia e se manifesta  exteriormente, como a luz através de um globo de vidro e é assim que se pode dizer que ela é exterior, porém nem por isto constitui o envoltório do corpo. Assim, a alma tem dois envoltórios, sendo um sutil e leve e é o primeiro, a quem chamamos de perispírito ; o outro é grosseiro, pesado: é o corpo. Os Espíritos da Codificação Espírita nos ensinaram que a alma é o centro de todos estes envoltórios, como  o gérmen da planta em um caroço.

Há dentre os Espíritos aqueles que não são esclarecidos sobre estes assuntos e há , dentre eles, os pseudo-sábios, que igualmente como são encontrados entre os encarnados, fazem ostentação de palavras, para se imporem, além de também existirem aqueles que se exprimem em termos diferentes, mas que no fundo têm o mesmo valor.

Esclarecida esta questão relativa à ALMA, podemos passar a comentar sobre a REENCARNAÇÃO, que constitui um capítulo à parte, mas vamos falar dela apenas para chegar ao ponto que desejamos.

Aprendemos que a CRIAÇÃO ocorre no plano espiritual, totalmente independente do plano material. 

Vamos até a questão 166 do Livro dos  Espíritos, juntamente com outras questões que acreditamos serem muito mais úteis se trazidas juntas.


A reencarnação

166. Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida
corpórea, acabar de depurar-se?

“Sofrendo a prova de uma nova existência.”

a) Como realiza essa nova existência? Será pela sua transformação
como Espírito?

“Depurando-se, a alma indubitavelmente experimenta uma transformação, mas para isso necessária lhe é a prova da vida corporal.”


b) A alma passa então por muitas existências corporais?

“Sim, todos contamos muitas existências. Os que dizem o contrário
pretendem manter-vos na ignorância em que eles próprios se
encontram. Esse o desejo deles.”


c) Parece resultar desse princípio que a alma, depois de haver deixado
um corpo, toma outro, ou, então, que reencarna em novo corpo.
É assim que se deve entender?

“Evidentemente.”


167. Qual o fim objetivado com a reencarnação?
“Expiação, melhoramento progressivo da humanidade. Sem
isto, onde a justiça?”


168. É limitado o número das existências corporais, ou o Espírito reencarna perpetuamente?

“A cada nova existência, o Espírito dá um passo para diante na
senda do progresso. Desde que se ache limpo de todas as impurezas,
não tem mais necessidade das provas da vida corporal.”


169. É invariável o número das encarnações para todos os Espíritos?

“Não; aquele que caminha depressa, a muitas provas se forra.
Todavia, as encarnações sucessivas são sempre muito numerosas,
porquanto o progresso é quase infinito.”


170. O que fica sendo o Espírito depois da sua última encarnação?


“Espírito bem-aventurado; puro Espírito.”


Então vimos que na questão 132, estudamos ENCARNAÇÃO, e na questão 166 e seguintes,  REENCARNAÇÃO. 

Para continuar a desenvolver nosso raciocínio, consideremos pacífico o entendimento de que o Espírita é Reencarnacionista.

76. Que definição se pode dar dos Espíritos?

“Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação.

Povoam o Universo, fora do mundo material.” 


A INTELIGÊNCIA NÃO CONSTITUI UM ATRIBUTO DO PRINCIPIO VITAL. vide questão 71. 

INTELIGÊNCIA E MATÉRIA SÃO INDEPENDENTES. Um corpo pode viver sem a inteligência, mas a inteligência só pode manifestar-se por meio de órgãos materiais. 

É necessária a união do espírito para intelectualizar a matéria animalizada.

84. Os Espíritos constituem um mundo à parte, fora daquele que vemos?

“Sim, o mundo dos Espíritos ou das inteligências incorpóreas.”


85. Qual dos dois, o mundo espírita ou o mundo corpóreo, é o principal, na ordem das coisas?

“O mundo espírita, que preexiste e sobrevive a tudo.”


86. O mundo corporal poderia deixar de existir, ou nunca ter existido, sem que isso alterasse a essência do mundo espírita?

“Decerto. Eles são independentes; contudo, é incessante a correlação
entre ambos, porquanto um sobre o outro incessantemente reagem.” 



Então, tendo as explicações acima, embora básicas são suficientes, e já podemos passar a pensar na questão das vida sucessivas. 

Resumidamente, o Espírito que já alcançou o pensamento contínuo e a razão já está de posse do LIVRE ARBÍTRIO, que é característico dos HUMANOS.  E é  exatamente o livre arbítrio que vai comandar as ações do Espírito, esteja encarnado ou não.  Não é novidade para nós que o Espírito é uma INDIVIDUALIDADE.  

A reencarnação é nada mais nada menos que a INDIVIDUALIDADE, assumindo uma nova personalidade, mas também não é assim tão fácil de se explicar porque sabemos que as existências anteriores são armazenadas pelo Espírito, algumas no Perispírito e outras na intimidade do próprio Espírito. 

Sabemos, também, que a mente fornece o molde do corpo físico, e para isto utiliza as informações armazenadas no subconsciente da individualidade. 

Estando assim esclarecidos é fácil entender que ao reencarnar a individualidade vai se apresentar com uma personalidade necessária às provas que ela será submetida, assim como possíveis expiações, tudo isto ligado à LEI DE CAUSA E EFEITO. É aí que encontramos explicações para os defeitos congênitos, para as mortes por resgates e também para as lembranças e dons com que se apresentam personalidades que se saem tão bem em uma  atividade específica, pois usa as informações de existências pretéritas.   

São tantos os lares são relatadas condutas beligerantes entre pais e filhos !








Transcrito da pagina 480 do Livro dos Espíritos (.pdf)


Em Nota ao capítulo XI, item 43, do livro A Gênese, o

Codificador explica essa metodologia:

Quando, na Revista Espírita de janeiro de 1862, publicamos um artigo sobre a “interpretação da doutrina dos anjos decaídos”, apresentamos essa teoria como simples hipótese, sem outra autoridade afora a de uma opinião pessoal controversa, porque nos faltavam então elementos bastantes para uma afirmação peremptória. Expusemo-la a título de ensaio, tendo em vista provocar o exame da questão, decidido, porém, a abandoná-la ou modificá-la, se fosse preciso. Presentemente, essa teoria
já passou pela prova do controle universal. Não só foi bem aceita pela maioria dos espíritas, como a mais racional e a mais concorde com a soberana justiça de Deus, mas também foi confirmada pela generalidade das instruções que os Espíritos deram sobre o assunto. O mesmo se verificou com a que concerne à origem da raça adâmica. (A Gênese, cap. XI, item 43, Nota, p. 292.)










domingo, 15 de novembro de 2020

FUGA PARA O EGITO - por Pastorino, Carlos Torres

 SABEDORIA DO EVANGELHO - VOLUME 1

FUGA PARA O EGITO

Mateus  2:13-15


13. Depois de haverem partido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, dizendo: “levanta-te, toma contigo o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e fica ai até que eu te chame; pois Herodes há de procurar o menino para matá-lo”.

14. José levantou-se, tomou de noite o menino e sua mãe e partiu para o Egito,

15. e ali ficou ate a morte de Herodes, para que se cumprisse o que dissera o Senhor pelo profeta: “Do Egito chamei a meu filho”.


Novamente José é advertido em sonhos por um espírito (anjo do Senhor), ordenando-lhe este a fuga para o Egito. Nesse país havia duas grandes e florescentes colônias israelitas, em Alexandria e em Heliópolis.

O Egito distava cerca de seis dias de viagem (perto de 250 milhas, a maioria das quais através de terras desertas).  Era, porém, local seguro e lá também se refugiaram Jeroboatão (pretendente ao trono de Salomão), o profeta Jeremias, Onias IV fundador do Templo Israelita de Leontópolis e outros.


Mateus não dá pormenores da viagem, que aparecem numerosos nos evangelhos apócrifos (Pseudo-Mateus, 18 a 24; Pseudo-Tomé, texto latino, cap. 1; evangelho árabe da infância, 10 a 25).

Não se sabe o local em que ficou a família de Jesus. Uma tradição antiga copta indica o Cairo. Nada de certo, porém.

Aí ficaram os três até a morte de Herodes. Sabemos que este faleceu sete dias antes da Páscoa, em março-abril do ano 4 A. C., ou seja, 750 de Roma.

Nascido em 747 (7 A.C.), Jesus teria então permanecido cerca de 3 anos no Egito, o que coincide com os dados de certos apócrifos (Pseudo-Mateus cap. 26; Pseudo-Tomé, texto latino, cap. 4; evangelho árabe da infância cap. 25 e 26).

A frase  Do Egito chamei meu filho. está no texto hebraico de Oséas (11:1).

Diversas anotações podem ser feitas em torno da viagem de Jesus ao Egito.


A fuga se dá à noite. O intelecto (José), iluminado pelo Alto (anjo) leva consigo a intuição (Maria) e o recém-nascido Homem-Novo (Jesus) e adentra-se pela noite do isolamento, a fim de favorecer o crescimento da criança. Esta, enquanto nova e indefesa, não deve, não pode, permanecer no bulício das cidades: tal como a semente, que para germinar mergulha na noite do solo, assim o recém manifestado Cristo necessita da solidão e do silêncio para desenvolver-se. Era mister fugir do .mundo. (Herodes) que desejava matá-lo, para que não fosse sufocada a plantinha ainda tenra e frágil.

Outra interpretação: todos os espíritos, na senda evolutiva, necessitam passar alguma (ou algumas ) fases na Terra, enclausurados, longe do bulício, treinando a meditação e o mergulho em si mesmos. Daí a existência de eremitérios e mosteiros, mantidos pelas religiões, para ajudar a esses que se encontram nessa fase. Sob esse aspecto, a viagem de Jesus pode ter significado a necessidade de isolamento entre irmãos que não fossem do próprio sangue (exatamente o que ocorre nos mosteiros e conventos). Essa reclusão temporária (relativamente à vida eterna do espírito) serve para educá-lo a sair do egoísmo familiar (consanguíneo) exercitando-se no amor aos não consanguíneos. (Não nos referimos, aqui, à pessoa de Jesus: estamos falando que o exemplo de Jesus ao fugir para o Egito,pode representar a fuga de nossos espíritos para longe da família carnal).

Há outro ensinamento.

Após a permanência na escola de profetismo de Belém (mediunismo), o espírito precisa ir além, para sintonizar não mais com outros espíritos (sobretudo do plano astral), mas para vibrar em uníssono com as noúres divinas.

Então, depois da estada em Belém, e de ter passado pelo exame dos .magos., e de ter sofrido perseguição da matéria e do mundanismo (Herodes), o espírito, vitorioso nessas provas, dá um passo além e segue, promovido, para outro santuário mais avançado.

Exatamente na cidade de Heliópolis havia outro templo iniciático, onde os candidatos de .envergadura se exercitavam no espiritualismo mais profundo.


O novo ser, nascido do Encontro Deslumbrante, é ainda dirigido pelo intelecto (José) que recebe as ordens do Alto.

A intuição (Maria), embora desenvolvida, ainda é fraca (mulher) e não chega ao ponto de poder agir sozinha.

E o Homem-Novo, recém-nascido, é muito criança para poder andar por si.

O intelecto (o órgão mais desenvolvido na anterior evolução, no estágio  homem) é que recebe o encargo de levá-los e dirigí-los até que, morto Herodes (isto é, liquidados os carmas materiais) possa ele caminhar pelos próprios pés e governar-se; e isso ele o fará já na qualidade de .Filho do Homem.. Verificamos que é assim, porque o primeiro a desaparecer da cena do Evangelho é José o intelecto - e também a intuição é deixada de lado e admoestada quando quer intervir. Então, o Filho do Homem, agindo por si, manifesta o Cristo em toda a Sua plenitude e assombra o mundo.

Esse trajeto tem que ser seguido por todas as criaturas, através de suas vidas sucessivas. Jesus foi o EXEMPLO e o MODÊLO, e Sua vida na Palestina é um resumo vivo do que são, e do que serão, nos futuros milênios , as nossas vidas.

Assim como o homem revive, em cada vida, todas as suas anteriores etapas evolutivas, para só então recomeçar um novo passo na jornada do aperfeiçoamento, assim a última vida de Jesus nos apresenta, em uma só encarnação, o modelo de todas as nossas presentes e futuras etapas evolutivas.


EVOLUÇÃO ANIMAL-HOMINAL

Com efeito, quando o homem desce ao plano da matéria para nova experiência reencarnatória, sua ligação primeira se faz no óvulo, ainda na trompa ou Canal de Falópio. Note-se, porém, que o espírito NÃO ENTRA no óvulo: apenas SE LIGA, permanecendo de fora, a ele preso apenas pelo .cordão de prata. (Ecle. 12:16).


Do óvulo, ele irradia suas vibrações que vão atrair o espermatozóide: e exatamente AQUELE espermatozóide que é portador dos genes que sintonizam vibratoriamente com o espírito, e que portanto lhe poderá fornecer um corpo especificamente apropriado a essa etapa evolutiva desse espírito: com as qualidades e deficiências requeridas pelo estado evolutivo do espírito.

Dizemos ATRAI, no mesmo sentido em que poderíamos afirmar que um aparelho de rádio, sintonizado nos 800 kilociclos, atrai as ondas hertzianas da Rádio Ministério da Educação e Cultura. Atrai, pois, tem o sentido preciso de .sintonizar e receber.

Mas o espermatozóide, .alimentado. por essas vibrações sintônicas, recebe as energias indispensáveis para progredir em sua viagem, até o óvulo, passando à frente de seus concorrentes.

Dizíamos que o espírito .se liga. ao óvulo e, desde esse momento, passa a relembrar, ou melhor, a .refazer. todas as fases evolutivas por que haja passado desde seu ingresso na fase animal.

Começa como célula simples (protozoário unicelular = óvulo) e se vai desenvolvendo na mesma ordem sucessiva que há seguido durante milhões e milhões de anos. Logicamente sua evolução foi aquática, e por isso ele a revive mergulhado no líquido amniótico.

Mas essa revivescência, embora nos pareça lenta, é relativamente relampejante: o espírito revive em cada segundo de vida intra-uterina, milênios de vidas remotas, enquanto atravessava as fases animais,sem fixar, no entanto, exatamente as diversas formas da espécie.

Na fase correspondente à sua entrada na família dos sáurios, surge no feto o .olho pineal., como fase inicial da futura glândula do mesmo nome, e que lhe assinala a caracterização como individualidade personificada.

Terminada a .revisão. de toda a sua evolução animal, a criança rompe as barreiras da animalidade pura e passa ao estado hominal: nesse ponto preciso ocorre o nascimento.

Surge o novo Adão (ADAM = homem) que é .expulso do paraíso. da irresponsabilidade animal (veja pág. 19, último parágrafo) e começa a ter que comer o pão com o suor de seu rosto: respiração e alimentação não são mais aproveitadas da mãe. A criança é que tem que esforçar-se por si mesma. Vimos que, quando no estágio animal, o espírito era ainda irresponsável, agindo em perfeita harmonia com a Mente Cósmica Universal, porque o intelecto não intervinha para atrapalhar. Na revisão dessa fase, o feto vive em perfeita simbiose com a mãe, da qual tira tudo.

Expulso desse paraíso. animal, o recém-nascido chega ao reino hominal. Mas ainda não ao estado atual de homo sapiens : vai antes reviver todo o desenvolvimento, desde o plano de homóide, ao homúnculo, ao pithecânthropus erectus. (quando passa do engatinhar ao caminhar erecto), até chegar ao homo sapiens  e às últimas vivências na Terra.

Quando atinge os sete anos, mais ou menos - a idade da razão - é que, então, recordada toda a escala evolutiva, o espírito penetra integralmente o novo corpo e inicia a nova jornada que se lhe abre ante o horizonte.   Até então, o espírito permanece fora do corpo, comandando através do cordão de prata todo o desenvolvimento de seu veículo físico. Por esse motivo é que a criança manifesta as características de primitivismo: egoísmo, destrutibilidade, etc.

Uma comprovação de tudo isso é o que se passa com espíritos mais evoluídos.

Realmente, quanto mais adiantado o espírito na escala, mais rapidamente percorre as etapas anteriores.

E se, em suas recentes vivências na Terra esses espíritos revelaram desenvolvimento de genialidade em qualquer ramo, aparecem as crianças-prodígio, revivescência clara da última ou das últimas encarnações.

Daí verificarmos que esses prodígios se revelam sempre antes do uso da razão.

Ao atingirem essa idade, em que se inicia a fase atual, pode o espírito fazer florescer e progredir suas qualidades, e até desenvolvê-las mais ainda. No entanto, pode dar-se que a atual existência não apresente possibilidades de evolução maior. E vemos que, com frequência, a criança prodígio não atinge, em sua vida posterior, o que dela se esperava: não conseguiu adiantar-se com o mesmo ritmo.

E na idade madura é pessoa comum.  Quebrou o ritmo ascensional, quer por cansaço, quer por falta de ambiente propício, quer por motivos cármicos. Não houve, porém, regresso, mas diminuição ou afrouxamento (rallentissement) na caminhada.

Compreendendo assim as coisas, descobrimos que a vida de Jesus em Sua última romagem terrena, foi o modelo que teremos que seguir, no estado posterior de Filhos do Homem, verdade que já foi revelada por Paulo ao Efésios (4:13) até que TODOS CHEGUEMOS à plenitude da estatura de Cristo.



quinta-feira, 5 de novembro de 2020

MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA

 

ELE É A DISCRIÇÃO EM PESSOA...MAS, COMO NÃO HOMENAGEAR?


Manoel Philomeno de Baptista de Miranda nasceu no dia 14 de novembro de 1876, em Jangada, Município do Conde, no Estado da Bahia. Foram seus pais Manoel Baptista de Miranda e Umbelina Maria da Conceição.


Mais conhecido como Philomeno de Miranda, diplomou-se pela Escola Municipal da Bahia (hoje Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia), colando grau na turma de 1910, como ‘Bacharel em Comércio e Fazenda’.  Exerceu sua profissão com muita probidade, sendo um exemplo de operosidade no campo profissional. Ajudava sempre aqueles que o procuravam, pudessem ou não retribuir os seus serviços. Foi tão grande em sua conduta, como na modéstia.

Em 1914, foi debilitado por uma enfermidade pertinaz, e tendo recorrido a diversos médicos, sem qualquer resultado positivo, foi curado pelo médium Saturnino Favila, na cidade de Alagoinhas, com passes e água fluidificada, complementando a cura com alguns remédios da Flora Medicinal.

Nessa época, indo a Salvador, conheceu José Petitinga, que o convidou a frequentar a União Espírita Baiana. A partir daí, Philomeno de Miranda interessou-se pelo estudo e prática do Espiritismo, tornando-se um dos mais firmes adeptos de seus ensinamentos. Fiel discípulo de Petitinga, foi autêntico diplomata no trato com o Movimento Espírita da Bahia, com capacidade para resolver todos os assuntos pertinentes às Casas Espíritas. A serviço da causa, visitava periodicamente as Sociedades Espíritas, da Capital e do Interior, procurando soluções para qualquer dificuldade.

Delicado, educado, porém decidido na luta, não dava trégua aos ataques descabidos, arremetidos por religiosos e cientistas que tentavam destruir o trabalho dos espíritas. Na União Espírita Baiana (hoje Federação Espírita do Estado da Bahia), exerceu os cargos de 2º Secretário, de 1921 a 1922, e de 1º Secretário, de 1922 a 1939, juntamente com José Petitinga e uma plêiade de grandes trabalhadores.


Dedicou-se com muito carinho às reuniões mediúnicas, especialmente, às de desobsessão.  Achava imprescindível que as instituições espíritas se preparassem convenientemente para o intercâmbio espiritual, sendo de bom alvitre que os trabalhadores das atividades desobsessivas se resguardassem ao máximo, na oração, na vigilância e no trabalho superior. Salientava a importância do trabalho da caridade, para se precaverem de sofrer ataques das entidades que se sentem frustradas nos planos nefastos de perseguições. É o caso de muitas Casas Espíritas que, a título de falta de preparo, se omitem dos trabalhos mediúnicos.

Mesmo modesto, não pôde impedir que suas atividades sobressaíssem nas diversas frentes de trabalho que empreendeu em favor da Doutrina. Na literatura escreveu Resenha do Espiritismo na Bahia e Excertos que justificam o Espiritismo, que publicou omitindo o próprio nome. Em resposta ao Padre Huberto Rohden, publicou um opúsculo intitulado Por que sou Espírita.

Philomeno de Miranda foi eleito Presidente da União Espírita Baiana, em substituição a José Petitinga, quando este desencarnou, em 25 de março de 1939, em Salvador. Por mais de vinte e quatro anos consecutivos, Miranda vinha trabalhando na Federativa, em especial, na administração, no socorro espiritual como grande doutrinador, e nos serviços da caridade, zelando sempre pelo bom nome da Doutrina, com todo o desvelo de que era possuído. Sofrendo do coração, subia as escadas a fim de não faltar às sessões, sempre animado e sorrindo. Queria extinguir-se no seu cumprimento.

Seu desencarne ocorreu no dia 14 de julho de 1942. Na antevéspera, o devotado trabalhador da Seara do Cristo, impossibilitado de comparecer fisicamente à lide na Federativa Espírita Baiana, assim o disse, segundo relata A. M. Cardoso e Silva: “Agora sim! Não vou porque não posso mais. Estou satisfeito porque cumpri o meu dever. Fiz o que pude... o que me foi possível. Tome conta dos trabalhos, conforme já determinei.”

Querido de quantos o conheceram , até o último instante demonstrou a firmeza da tranquilidade dos justos, proclamando e testemunhando a grandeza imortal da Doutrina Espírita.


TRABALHO COM DIVALDO FRANCO

O médium Divaldo Pereira Franco relata como conheceu e conviveu com o amoroso Benfeitor, Philomeno de Miranda:


“Numa das viagens a Pedro Leopoldo, no ano de 1950, Chico Xavier psicografou para mim uma mensagem ditada pelo Espírito José Petitinga, e no próximo encontro, uma outra ditada pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda. Eu era muito jovem e, como é compreensível, fiquei muito sensibilizado. Guardei as mensagens, bebi nelas a inspiração, permanecendo confiante em Deus.


“No ano de 1970, no mês de janeiro, apareceu-me o Espírito Manoel Philomeno de Miranda, dizendo que, na Terra, havia trabalhado na União Espírita Baiana, atual Federação, tendo exercido vários cargos, dedicando-se, especialmente à tarefa do estudo da mediunidade e da desobsessão.

“Quando chegou ao Mundo Espiritual, foi estudar em mais profundidade as alienações por obsessão e as técnicas correspondentes da desobsessão.

“Fora uma pessoa que, no mundo, se dedicava à escrituração mercantil, portanto afeito a uma área de informações de natureza geral sobre o comércio.

“Mas, tendo convivido muito com Petitinga, que foi um beletrista famoso, um grande latinista, amigo íntimo de Carneiro Ribeiro - que também se notabilizou pela réplica e tréplica com Ruy Barbosa - ele, Miranda, houvera aprimorado os conhecimentos linguísticos que levara da Terra, com vistas a uma programação de atividades para a Doutrina Espírita, pela mediunidade, no futuro.

“Convidado por Joanna de Ângelis, para trazer o seu contributo em torno da mediunidade, da obsessão e desobsessão, ele ficou quase trinta anos realizando estudos e pesquisas e elaborando trabalho que mais tarde iria enfeixar em livros.

“Ao me aparecer, então, pela primeira vez, disse-me que gostaria de escrever por meu intermédio.

“Levou-me a uma reunião, no Mundo Espiritual, onde reside, e ali mostrou-me como eram realizadas as experiências de prolongamento da vida física através de transfusão de energia utilizando-se do perispírito. Depois de uma convivência de mais de um mês, aparecendo-me diariamente para facilitar o intercâmbio psíquico entre ele e mim, começou a escrever ‘Nos Bastidores da Obsessão’, que são relatos, em torno da vida espiritual, das técnicas obsessivas e de desobsessão.”


A partir daí, seguiram-se outros livros sobre o problema obsessivo, classificado por Philomeno de Miranda como “tormentoso flagício social”. Nos seus livros, caracterizados e lidos como “romances”, encontra-se meticuloso exame da mediunidade atormentada e das patologias obsessivas, em páginas de profundo teor didático que permitem ao leitor melhor compreensão da narrativa central.

Além de Nos Bastidores da Obsessão, ditou ao médium Divaldo Pereira Franco as seguintes obras: Grilhões Partidos, Nas Fronteiras da Loucura, Loucura e Obsessão, Trilhas da Libertação, Painéis da Obsessão, Temas da Vida e da Morte, Tramas do Destino, Sexo e Obsessão, Tormentos da Obsessão e Entre os Dois Mundos.

* mais recentemente :

Transição Planetária

Amanhecer de Uma Nova Era

Perturbações Espirituais.

www.livrarialeal.com.br

Philomeno de Miranda foi amigo de Leopoldo Machado, patrocinando grandes conferências desse inesquecível trabalhador, que deixou um marco de luz em sua passagem pela Terra.

Fontes:

- Antônio Souza Lucena, in “Reformador”, nov/1990;

- Adilton Pugliese, in “A Obsessão: Instalação e Cura”, LEAL, 1998;

- “O Espírita Mineiro”, nº 288, nov./dez./2005.

sábado, 24 de outubro de 2020

A CRIOGENIA ( CONGELAMENTO DE CORPOS APÓS A MORTE FISICA)


A CRIOGENIA E OS ESPÍRITAS

O Jornal O Dia,publicou matéria com o título "Busca Gelada Pela Vida Eterna"

No Brasil o mais conhecido defensor da criogenia é o neurologista Diaulas Vidigal, que afirma: 
Enquanto houver atividade cerebral, a reanimação é possível. Diz que quer ser crio preservado.

Interessante como o homem, a criatura, almeja ser o criador. Igual imbróglio se dará com a clonagem de seres humanos.

Os homens da ciência pesquisam incessantemente, sabemos que a doutrina espírita se fundamenta na ciência, mas quanto aos cientistas, ao que parece, não são muito chegados a estudar e considerar as comunicações dos Espíritos para a humanidade.

No Livro dos Espíritos eles nos ensinam que: o nada não existe. O universo é todo preenchido pelo fluido cósmico universal, o elemento básico de tudo.

Nesta matéria publicada no jornal O Dia, tem o valor da aventura criogênica: o serviço é oferecido por valores que variam de 28.000 a 155.000 dólares.
 
Entendem que não se morre até que as células cerebrais sofram um determinado nível de danos e acreditam que no futuro pacientes possam voltar à vida.

E sabemos que não podem oferecer garantia de eficácia.

Livro dos Espíritos, capítulo III - Retorno da Vida Corporal à Vida Espiritual -

Questão 156.
A separação definitiva da alma e do corpo pode acontecer antes da cessação completa da vida orgânica?

"Na agonia, a alma, algumas vezes, já deixou o corpo. nada mais há senão a vida orgânica. O homem não tem mais consciência de si mesmo e, todavia, resta-lhe ainda um sopro de vida. O corpo é uma máquina que o coração faz funcionar; ele existe, enquanto o coração faz circular o sangue nas veias, e para isso, não necessita da alma."

Quando por ocasião do processo reencarnatório são preparadas as provas e as expiações e o indivíduo reencarna com uma carga de fluido vital que terá duração calculada para uma vida dentro da normalidade, sem exageros, vícios e por ai vai. Aumentar este tempo de prova fica a critério da Espiritualidade, naquilo que os espíritas entendem como “moratórias”.

Segundo a questão 155 do L.E:

Como se opera a separação da alma e do corpo?

"Sendo rompidos os elos que a retinham, ela se desprende"

O envoltório semimaterial ou perispírito está ligado à organização física e interfaceado pelo que conhecemos como duplo etérico. Há pouca literatura sobre o duplo etérico.

Os laços se desatam e partir daí, não podem ser religados.

Há toda uma preparação para o nascer da vida na matéria. Quem desejar se aprofundar um pouco mais, sugiro que leia o capítulo 13 do livro “Missionários da Luz”, de autoria espiritual de André Luiz e na psicografia de Chico Xavier. Estão lá informações muito esclarecedoras, mas advirto que dificilmente quem for consultar apenas este capítulo, deixará de ler todo este maravilhoso livro, que, quando era transmitido do plano espiritual para os encarnados, teve paralisação devido ao conteúdo das informações, porque sabemos que os esclarecimentos são feitos à medida que estejamos prontos para recebê-los.


E de uma publicação na Folha,em 14/11/2017 um trabalho de Reinaldo José Lopes

Serviços de criogenia já estão à venda, mesmo sem garantia de volta à vida
Science Photo Library

Há quatro instituições no mundo que realizam o serviço e alguns centenas de congelados

Para doentes terminais sem perspectiva de cura, milionários excêntricos que gostariam de viver para sempre ou sujeitos que sonham em conhecer o futuro distante, a chamada criogenia tem um apelo inegável.

Após ficar congelado por décadas ou séculos dentro de um sarcófago-freezer de alta tecnologia, o organismo dessas pessoas seria recauchutado em nível molecular, pronto para uma nova (e talvez perpétua) temporada de vida. Viagem pura?

A criogenia é o mote de "Zero K", novo romance do premiado escritor americano Don DeLillo que tem tido grande repercussão nas redes sociais mundo afora.

Como DeLillo salientou em entrevista à Folha, a prática, ao menos em parte, já deixou de ser ficção científica –já há algumas centenas de pessoas criopreservadas por aí. O que ainda está em aberto, no entanto, é se a segunda metade do conceito –a "ressurreição"– vai funcionar.

"O primeiro ponto a observar é a diferença entre a atual criogenia para humanos e possíveis tecnologias futuras baseadas em processos naturais de criobiologia, como a hibernação observada em diversos animais", explica o biólogo Tiago Campos Pereira, da USP de Ribeirão Preto.

"O primeiro caso ainda está no campo da especulação. Quanto ao segundo, com base nos eventos que acontecem na natureza, como aqueles em que animais retomam suas atividades sem danos após hibernarem, seria possível congelar estruturas biológicas e mantê-las viáveis após o descongelamento.

Como fazer isso? Eu não tenho a resposta", pondera o pesquisador.


RARA E CARA
Ao menos por enquanto, a criogenia está longe de ser um grande negócio. No mundo todo, existem apenas quatro instalações dedicadas especificamente à preservação de corpos (ou cabeças: as duas opções estão disponíveis) humanos para a posteridade: três nos Estados Unidos e uma na Rússia.

Na vida real, assim como acontece no romance "Zero K", uma das companhias mais famosas do ramo, a Alcor, tem sua sede em Scottsdale, no deserto do Arizona –a primeira pessoa a ser "preservada" na Alcor foi o pai de um dos fundadores, em 1976. Não há perspectiva de que essas iniciativas se instalem no Brasil tão cedo.

Em geral, as pessoas que optam pelo procedimento fazem uma espécie de seguro de vida (ou de pós-vida, talvez) que cobre os custos do congelamento inicial e da preservação do corpo por um período indefinido –na prática, é como se fosse criado um fundo de investimentos em favor da empresa que presta o serviço.

Dependendo da modalidade (cabeça ou corpo inteiro) e das técnicas empregadas, o custo pode variar de US$ 30 mil a US$ 200 mil nos EUA e de US$ 12 mil a US$ 36 mil na Rússia.

Em tese, o ideal é que uma equipe ligada à empresa de criogenia esteja pronta para iniciar o processo de preservação do corpo assim que o paciente tem sua morte declarada, porque isso minimiza os danos naturais que o organismo sofre logo que o coração para de bater, como a perda de oxigenação dos órgãos (veja infográfico).

Por outro lado, há adeptos da prática que defendem que, graças às tecnologias futuras quase milagrosas que permitirão reanimar os falecidos, até procedimentos atuais relativamente toscos seriam capazes de quebrar o galho.

Entre os principais riscos da preservação em baixíssimas temperaturas (da ordem de quase 200 graus Celsius negativos) estão a formação de cristais de gelo entre as células do corpo congelado, o encolhimento que as células sofrem e a concentração elevada de sais em seu interior.

Qualquer organismo colocado no freezer sem precauções especiais tende a sofrer danos severos e irreversíveis quando sua temperatura voltar ao normal.

Para evitar isso, é comum que se adote o uso de substâncias crioprotetoras, que evitam esses danos. Existe ainda o mecanismo de vitrificação, no qual a diminuição de temperatura acontece de forma extremamente rápida e, em vez de ocorrer a formação de cristais de gelo, o resultado é uma espécie de "líquido sólido", com estrutura microscópica semelhante ao vidro (daí o nome).

RÃS DO ÁRTICO

Como Pereira aponta, processos similares aos descritos acima já existem naturalmente no organismo de alguns vertebrados – embora eles sejam parentes distantes da nossa espécie. Rãs, lagartos e até tartarugas que habitam regiões temperadas e as vizinhanças do Ártico literalmente congelam durante o inverno.

No Alasca, por exemplo, a rã Lithobates sylvaticus chega a passar quase 200 dias consecutivos todos os anos numa situação em que a temperatura média de seu corpo é de 6 graus Celsius negativos, podendo chegar a 15 graus Celsius abaixo de zero.

Cada espécie tem uma estratégia ligeiramente diferente para lidar com esse desafio mas, de maneira geral, o que ocorre é que as substâncias crioprotetoras (no caso das rãs, a principal é a glicose, um tipo de açúcar) permitem que a maior parte da água do organismo seja exportada em segurança para fora das células. Até 70% dessa água acaba formando cristais de gelo, não afetando, desse modo, as delicadas estruturas celulares.

Será que mesmo esses cuidados seriam capazes de preservar a funcionalidade de um cérebro humano e, mais importante, a personalidade de uma pessoa pelos séculos dos séculos? "Acredito que poderíamos ter um indivíduo com plena saúde mental após o processo", diz o biólogo da USP.

"Considero essa possibilidade porque, na natureza, fenômenos semelhantes ocorrem, sem aparente dano ao cérebro do animal.

Não vejo obstáculos biológicos para que um evento que ocorre em outros seres vivos não possa ser modelado para o ser humano", explica.

Na prática, porém, não há como saber se coisas como memórias, emoções e associações, que dependem de conexões moleculares entre as células cerebrais, não seriam afetadas pelo congelamento. Há quem fale em "escanear a mente" do paciente antes do processo criogênico e restaurá-la mais tarde, embora ninguém ainda tenha ideia de como fazer esse tipo de coisa.
*

CONGELADOS PARA O FUTURO

Como funciona a criogenia
Ilustrações Luciano Veronezi/Editoria de Arte/Folhapress

O ideal é que, poucos minutos depois da morte, o corpo seja colocado numa banheira com água e gelo. Um aparelho especial faz com que a circulação do sangue e a respiração sejam reativadas artificialmente O corpo recebe injeções de diversas moléculas que, em tese, impedem ou minimizam os danos aos tecidos e ao cérebro causados pela morte

O sangue e os demais fluidos corporais são substituídos por substâncias crioprotetoras, que impedem a formação de cristais de gelo no organismo

Dois pequenos orifícios são abertos no crânio para monitorar o estado do cérebro
Já no complexo criogênico, a temperatura corporal é reduzida rapidamente a -125°C
Ao longo de mais de duas semanas, nova redução gradual de temperatura, agora até -196°C
O passo final é pendurar o corpo de cabeça para baixo num freezer resfriado com nitrogênio líquido, junto com três outros corpos .

Endereço da página:
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2017/11/1935194-servicos-de-criogenia-ja-estao-a-venda-mesmo-sem-garantia-de-volta-a-vida.shtml
Links no texto:
Como DeLillo salientou em entrevista à Folha
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/09/1919098-don-delillo-lanca-ficcao-cientifica-sobre-a-tentativa-de-prolongar-a-vida.shtml

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            Muito interessante tudo isto.  
 
            A criatura tentando dominar o criador. 
 
            Evidentemente existem outros motivos para estarmos aqui neste planeta de provas e de expiações, mas o orgulho, a vaidade, a soberba é um dos motivos que influenciam fortemente este estágio aqui. 
 
            Estou digitando aqui em outubro de 2020.  Estamos sendo assolados pela COVID-19.  
           
            As mentes brilhantes da ciência buscam encontrar um tratamento para este virus, lutam para desenvolver uma vacina em tempo recorde, de modo a evitar que muitos pereçam sem oportunidade de tratamento. 
 
            Só o que se pode concluir é que está sendo mostrado quem tem verdadeiramente o controle e de lambuja, quais dirigentes se preocupam com o bem estar da sociedade que estão incumbidos de dirigir.
 

terça-feira, 8 de setembro de 2020

O REINO DOS CÉUS É UMA CONQUISTA DA INDIVIDUALIDADE

O REINO DOS CÉUS É UMA CONQUISTA DA INDIVIDUALIDADE  

Meus irmãos, 

Nestes tempos de dificuldades adicionais  no dia-a- dia de cada um dos brasileiros, estamos acompanhando as notícias de desencarne de nossos irmãos, o que nos deixa entristecidos – é da natureza do estágio de evolução em que estamos. 

O Espírita e o Espiritualista acreditam na pluralidade das existências, na individualidade que vive múltiplas personalidades e TEM FÉ nas palavras que nosso Mestre Jesus nos deixou. 

O Mestre sabia perfeitamente a quem falava e que muitos poucos estavam preparados para entender completamente a verdade mas Ele dizia: Conhecereis a verdade e ela vos libertará. Ainda hoje temos dificuldade de perceber a verdade,  porque o plano material no qual estamos mergulhados é um plano relativo, muito afastado do absoluto.   

O MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO.
EU ME VOU PARA PREPARAR-VOS O LUGAR.
RECONCILIAI-VOS COM VOSSO IRMÃO ENQUANTO ESTÁS A CAMINHO. 

Então, quando SALOMÉ, esposa de Zebedeu e mãe de Tiago e João pede a Jesus que diga que seus dois filhos se sentem um à direita e outro à sua esquerda no Reino de Deus, o Mestre lhe respondeu que ela não sabia o que pedia e  nem conhecia a verdadeira posição de Jesus no Reino de Deus bem como funciona essa logística de desencarnar e assumir locais de glória na verdadeira vida.  Ainda hoje vemos com frequência, pessoas orando e desejando que o irmão que desencarnou descanse em paz.  Sabemos que na prática não é assim que funciona.

Morrer até que não é muito difícil, porém desencarnar pode se tornar complicado, dependendo de como o viajante  agiu enquanto “vivo”.  

Desencarnar, para o espírita ou espiritualista,  significa estar desligado da matéria e não é exatamente apenas do corpo físico; é de tudo que está ligado à matéria, incluindo aí as paixões terrenas e até mesmo os laços com amigos e parentes próximos ou afastados, que devem passar por uma revisão de como se dará esta aproximação.

Quando o irmão passa muitos anos encarnado, e logo que se desliga do corpo físico quase sempre ainda mantém vivos na mente os velhos hábitos, os desejos de sempre, os mesmos indesejáveis ímpetos de fazer julgamentos.  Aqui neste planeta todos que estamos encarnados somos Espíritos doentes, em tratamento. 
É necessário ter e manter isto em mente.
Passa pela evolução individual e coletiva o ajuste da individualidade que encarna neste planeta. Nos é concedido aquilo que necessitamos,  mas o véu do esquecimento dificulta bastante.

           DO LIVRO SABEDORIA DO EVANGELHO - Por Pastorino, Carlos Torres


DO LIVRO SABEDORIA DO EVANGELHO - Por Pastorino, Carlos Torres

Mateus 20:20-28
20. Então veio a ele a mãe dos filhos de Zebedeu, com os filhos dela, prostrando-se e rogando algo.

21. Ele disse-lhe, pois: "Que queres"? Respondeu-lhe: "Dize que estes meus dois filhos se sentem um à tua direita e outro à tua esquerda em teu reino”

22. Retrucando, Jesus disse: "Não sabeis o que
pedis. Podeis beber o cálice que estou para
beber"? Disseram-lhe: "Podemos"!

23. Disse-lhes: "Sem dúvida bebereis o meu
cálice; mas sentar à minha direita ou esquerda,
não me compete concedê-lo, mas àquele para quem foi preparado por meu Pai".

24. E ouvindo os dez, indignaram-se contra os
dois irmãos.

25. Chamando-os, porém, Jesus disse: "Sabeis que os governadores dos povos os tiranizam e os grandes os dominam.

26. Assim não será convosco; mas quem quiser
dentre vós tornar-se grande, será vosso servidor,

27. e quem quiser dentre vós ser o primeiro,
será vosso servo,

28. assim como o Filho do homem não veio
para ser servido, mas para servir e dar sua
alma como meio-de-libertação para muitos".


            ======================  

Marcos 10:35-45
35. E aproximaram-se dele Tiago e João os filhos
de Zebedeu, dizendo-lhe: "Mestre, queremos que, se te pedirmos, nos faças".

36. Ele disse-lhes: "Que quereis que vos faça"?

37. Responderam-lhe eles: "Dá-nos que nos
sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda
na tua glória".

38. Mas Jesus disse-lhes: "Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que eu bebo, ou ser mergulhados no mergulho em que sou mergulhado"?

39. Eles retrucaram-lhe: "Podemos"! Então
Jesus disse-lhes: "O cálice que eu bebo, bebereis, e sereis mergulhados no mergulho em que sou mergulhado,

40. mas o sentar à minha direita ou esquerda, não me cabe concedê-lo, mas a quem foi dado".

41. E ouvindo isso, os dez começaram a indignar-
se contra Tiago e João.

42. E chamando-os, disse-lhes Jesus: "Sabeis que os reconhecidos como governadores dos povos os tiranizam e seus grandes os dominam.

43. Não é assim, todavia, convosco: mas o que
quiser tornar-se grande dentre vós, será vosso servidor,

44. e o que quiser dentre vós ser o primeiro, será servo de todos.

45. Porque o Filho do Homem não veio para ser
servido, mas para servir e dar sua alma como meio de libertação para muitos”.

          ===========================   


COMENTÁRIOS.

Lucas (18:34) salientara que os discípulos "nada haviam entendido e as palavras de Jesus permaneciam ocultas para eles, que não tiveram a gnose do que lhes dizia". Mateus e Marcos trazem, logo depois, a prova concreta da verdade dessa assertiva.
Mateus apresenta o episódio como provocado pela mãe de Tiago e de João, com uma circunlocução
típica oriental, que designa a mãe pelos filhos: "veio a mãe dos filhos de Zebedeu com os filhos dela", ao invés do estilo direto: "veio a esposa de Zebedeu com seus filhos". Trata-se de Salomé, como sabemos por Marcos (15:40) confrontado com Mateus (27:56). Lagrange apresenta num artigo (cfr. "L’Ami du Clergé" de 1931, pág. 844) a hipótese de ser Salomé irmã de Maria mãe de Jesus, portanto sua tia.

Sendo seus primos, o sangue lhe dava o direito de primazia. Em nossa hipótese (vol. 3), demos Salomé como filha de Joana de Cuza, esta sim, irmã de Maria. Então Salomé seria sobrinha de Maria e prima em 1.º grau de Jesus (sua "irmã"), sendo Tiago e João "sobrinhos de Jesus", como filhos de sua "irmã" Salomé. Então, sendo seus sobrinhos, a razão da consanguinidade continuava valendo. Além disso, Salomé como sua irmã, tinha essa liberdade, e se achava no direito de pedir, pois dera a Jesus seus dois filhos e ainda subvencionava com seu dinheiro as necessidades de Jesus e do Colégio apostólico (cfr.Luc, 8:3 e Marc. 15:41).

Como na resposta Jesus se dirige frontalmente aos dois, Marcos suprimiu a intervenção materna: realmente eles estavam de pleno acordo com o pedido, tanto que, a seu lado, aguardavam ansiosos a palavra de Jesus. A interferência materna foi apenas o "pistolão" para algo que eles esperavam obter.
Como pescadores eram humildes; mas elevados à categoria de discípulos e emissários da Boa-Nova, acende-se neles o fogo da ambição, que era justa, segundo eles, pois gozavam da maior intimidade de Jesus, que sempre os distinguia, destacando-os, juntamente com Pedro, dos demais companheiros, nos momentos mais solenes (cfr. Mat, 9:1; 17:1; Marc. 1:29; 5:37; 9:12; 14:33; Luc. 8:51). Tinham sido, também, açulados pela promessa de se sentarem todos nos doze "tronos", julgando Israel (Mat. 19:28), então queriam, como todo ser humano, ocupar os primeiros lugares (Mat. 23:6 e Luc. 14:8-10).

A cena é descrita com pormenores. Embora parente de Jesus, Salomé lhe reconhece o valor intrínseco e a grandeza, e prostra-se a Seus pés, permanecendo silenciosa e aguardando que o Mestre lhe dirija a palavra em primeiro lugar: "que queres"?

Em Marcos a resposta é dos dois: "Queremos" (thélomen) o que exprime um pedido categórico, não havendo qualquer dúvida nem hesitação quanto à obtenção daquilo que se pede: não é admitida sequer a hipótese de recusa : "queremos"!
Jesus não os condena, não os expulsa da Escola, não os apresenta à execração pública, não os excomunga; estabelece um diálogo amigável, em que lhes mostra o absurdo espiritual do pedido, valendo-se do episódio para mais uma lição. Delicadamente, porém, é taxativo na recusa. Sabe dizer um NÃO  sem magoar, dando as razões da negativa, explicando o porquê é obrigado a não atender ao pedido:
não depende dele. Mas não titubeia nem engana nem deixa no ar uma esperança inane.
Pelas expressões de Jesus, sente-se nas entrelinhas a tristeza de quem percebe não estar sendo entendido:
"não sabeis o que pedis" Essa resposta lembra
muito aquela frase proferida mais tarde, em outras circunstâncias: "Não sabem o que fazem"!(Luc. 23:34).

Indaga então diretamente: "podeis beber o cálice que estou para beber ou ser mergulhado no mergulho em que sou mergulhado"? A resposta demonstra toda a presunção dos que não sabem, toda a pretensão dos que que ignoram: "podemos"!
Jesus deve ter sorrido complacente diante dessa mescla de amor e de ambição, de disposição ao sacrifício como meio de conquistar uma posição de relevo! Bem iguais a nós, esses privilegiados que seguiram Jesus: entusiasmo puro, apesar de nossa incapacidade!

Cálice (em grego potêrion, em hebraico kôs pode exprimir. no Antigo Testamento, por vezes, a alegria (cfr. Salmo 23:5; 116:13; Lament 4:21); mas quase sempre é figura de sofrimento (cfr. Salmo 75:8; 1s. 51:17,22; Ezeq. 23:31-33).
Baptízein é um verbo que precisa ser bem estudado; as traduções correntes insistem em transliterar a palavra grega, falando em batismo e batizar, que assume novo significado pela evolução semântica, no decorrer dos séculos por influência dos ritos eclesiásticos e da linguagem litúrgica. Batismo tomou um sentido todo especial, atribuído ao Novo Testamento, apesar de ignorado em toda a literatura anterior e contemporânea dos apóstolos. Temos que interpretar o texto segundo a semântica da época, e não pelo sentido que a palavra veio a assumir séculos depois, por influências externas.

Estudemos o vocábulo no mais autorizado e recente dicionário ("A Greek English Lexicon", de Liddell & Scott, revised by Henry Stuart Jones, Londres, 1966), in verbo (resumindo):
"Baptizô, mergulhar, imergir: xíphos eis sphagên, "espada mergulhada na garganta" (Josefo Rell. Jud. 2.18.4): snáthion eis tò émbryon “espátula no recém-nascido" Soranus, médico do 2.º séc. A.C. 2.63); na voz passiva: referindo-se à trepanação Galeno, 10, 447. Ainda: báptison seautòn eis thálassau e báptison Dionyson pros tên thálassan, "mergulhado no mar" (Plutarco 2.166 a e 914 d); na voz passiva com o sentido de "ser afogado”, Epicteto, Gnomologium 47. Baptízô tinà hypnôi, "mergulho alguém no sono" (Anthologia Graeca, Evenus elegíaco do 5.º séc. A.C.) e hynnôi bebantisméns “mergulhado
no sono letárgico" (Archígenes, 2.º séc., apud Aécio 63); baptízô eis anaisthesían kaì hypnon,
"mergulhado na anestesia e no sono" (Josefo, Ant. Jud. 10, 9, 4); psychê bebaptisménê lypêi
"alma mergulhada na angústia" (Libânio sofista, 4.º séc. A. D., Orationes, 64,115)".
Paulo (Rom , 6:3-4) fala de outra espécie de batismo: "porventura ignorais que todos os que fomos mergulhados em Cristo Jesus, fomos mergulhados em sua morte? Fomos sepultados com ele na morte pelo mergulho, para que, como Cristo despertou dentre os mortos pela substância do Pai, assim nós andemos em vida nova".

Até agora tem sido interpretado este trecho como referente aos sofrimentos físicos de Tiago, decapitado em Jerusalém por Herodes Agripa no ano 44 (cfr. Atos, 12:2) e de João, que morreu de morte natural, segundo a tradição, mas foi mergulhado numa caldeira de óleo fervente diante da Porta Latina (Tertuliano, De Praescriptione, 36 Patrol. Lat. vol. 2, col, 49) e foi exilado na ilha de Patmos (Jerônimo, Patrol. Lat. vol. 26, col. 143).

As discussões maiores, todavia, se prendem à continuação. Pois Jesus confirma que eles beberão seu cálice e mergulharão no mesmo mergulho, mas NÃO CABE a Ele conceder o lugar à sua direita ou esquerda! Só o Pai! Como? Sendo Jesus DEUS, segundo o credo romano, sendo UM com o Pai, NÃO PODE resolver? Só o Pai; E Ele NÃO SABE? Não tem o poder nem o conhecimento do que se passaria no futuro? Por que confirmaria mais uma vez aqui que o Pai era maior que Ele (João, 14:28)?
Como só o Pai conhecia "o último dia" (Mat. 24:36). Como só o Pai conhecia "os tempos e os momentos"
(At. 1:7). Como resolver essa dificuldade? Como uma "Pessoa" da Trindade poderá não ter conhecimento das coisas? Não são três "pessoas" mas UM SÓ DEUS?
Os comentadores discutem, porque estão certos de que o "lugar à direita e à esquerda" se situa NO
CÉU. Knabenbauer escreve: neque Messias in terra versans primas in caelo sedes nunc petentibus
quibusque assignare potest, ac si vellet Patris aeterni decretum mutare vel abrogare (Cursus Sacrae Scripturae, Paris, 1894, pág. 281), ou seja: "nem o Messias, estando na Terra, pode dar os primeiros lugares no Céu aos que agora pedem, como se pretendesse mudar ou ab-rogar o decreto do Pai eterno".
Outros seguem a mesma opinião, como Loisy, "Les Évangiles Synoptiques", 1908, tomo 2, página 238; Huby, "Êvangile selon Saint Marc", 1924, pág. 241; Lagrange, "L’Évangile selon Saint Marc", 1929, pág. 280, etc. etc.

Os séculos correram sobre as discussões infindáveis, sem que uma solução tivesse sido dada, até que no dia 5 de junho de 1918, após tão longa perplexidade, o "Santo Ofício" deu uma solução ao caso.
Disse que se tratava do que passaria a chamar-se, por uma "convenção teológica", uma APROPRIAÇÃO, ou seja: "além das operações estritamente trinitárias, todas as obras denominadas ad extra (isto é, "fora de Deus") são comuns às pessoas da Santíssima Trindade; mas a expressão corrente - fiel à iniciativa de Jesus - reserva e apropria a cada uma delas os atos exteriores que tem mais afinidade com  suas relações hipostáticas".
Em outras palavras: embora a Trindade seja UM SÓ DEUS, no entanto, ao agir "para fora", ao Pai
competem certos atos, outros ao Filho, e outros ao Espírito Santo. Não sabemos, todavia, como será possível a Deus agir "para fora", se Sua infinitude ocupa todo o infinito e mais além!
Os dois irmãos, portanto, pretendem apropriar-se dos dois primeiros lugares, sem pensar em André,
que foi o primeiro chamado, nem em Pedro, que recebeu diante de todos as "chaves do reino". 

Como verificamos, a terrível ambição encontrou terreno propício e tentou levar à ruína a união dos membros do colégio apostólico, e isso ainda na presença física de Jesus! Que não haveria depois da ausência Dele?

Swete anota que os dez se indignaram, mas "pelas costas" dos dois, e não diante deles; e isto porque foi empregada pelo narrador a preposição perí, e não katá, que exprimiria a discussão face a face.

Há aqui outra variante. Nas traduções vulgares diz-se: "não me pertence concedê-lo, mas será dado àqueles para quem está destinado por meu Pai". No entanto, o verbo hetoimózô significa mais rigorosamente  "preparar". Ora, aí encontramos hétoímastai, perfeito passivo, 3.ª pessoa singular; portanto, "foi preparado".
Jesus entra com a sublime lição da humildade e do serviço, que, infelizmente, ainda não aprendemos depois de dois mil anos: é a vitória através do serviço prestado aos semelhantes. O exemplo vivo e palpitante é o próprio caso Dele: "Vim" (êlthen) indica missão especial da encarnação (cfr. Marc. 1:38 e 2:17; e Is. 52:13 a 53:12). E essa vinda especial foi para SERVIR (diakonêsai), e não para ser servido  (diakonêthênai), fato que foi exaustivamente vivido pelo Mestre diante de Seus discípulos e em relação a eles.
O serviço é para libertação (lytron). Cabe-nos estudar o significado desse vocábulo. "Lytron" é, literalmente "meio-de-libertação", a que também se denomina "resgate". O resgate era a soma de dinheiro  dada ao templo, ao juiz ou ao "senhor" para, com ela, libertar o escravo. O termo é empregado vinte vezes na Septuaginta (cfr. Hatche and Redpath, "Concordance to the Septuagint", in verbo) e corresponde a quatro palavras do texto hebraico massorético: a kôfer, seis vezes; a pidion e outros derivados de pâdâh, sete vezes; a ga'al ou ge'ullah, cinco vezes, e a mehhir, uma vez; exprime sempre a compensação, em dinheiro, para resgatar um homicídio ou uma ofensa grave, ou o preço pago por um objeto, ou o resgate de um escravo para comprar-lhe a liberdade. E a vigésima vez aparece em Números (3:12) quando o termo lytron exprime a libertação por substituição: os levitas podiam servir de lytron, substituindo os primogênitos de Israel no serviço do Templo.
Temos, portanto, aí, a única vez em que lytron não é dinheiro, mas uma pessoa humana, que substitui outra, para libertá-la de uma obrigação imposta pela lei.

Em vista disso, a igreja romana interpretou a crucificação de Jesus como um resgate de sangue dado por Deus ao Diabo (!?), afim de comprar a liberdade dos homens! Confessemos que deve tratar-se de um deus mesquinho, pequenino, inferior ao "diabo", e de tal modo sujeito a seus caprichos, que foi constrangido
 a entregar seu próprio filho à morte para, com o derramamento de seu sangue, satisfazer-lhe
os instintos sanguinários; e o diabo então, ébrio de sangue, abriu a mão e permitiu (!) que Deus pudesse carregar para seu céu algumas das almas que lhe estavam sujeitas ... Como foi possível que tantas pessoas inteligentes aceitassem uma teoria tão absurda durante tantos séculos? ... Isso poderia ocorrer com espíritos inferiores em relação a homens encarnados, como ainda hoje vemos em certos "terreiros" de criaturas fanatizadas, e como lemos também em Eusébio (Patrol. Graeca, vol. 21, col.
85) que transcreve uma notícia de Philon de Byblos, segundo o qual os reis fenícios, em caso de calamidade, sacrificavam seus filhos mais queridos para aplacar seu "deus", algum "exu" atrasadíssimo.
Monsenhor Pirot (o.c. vol. 9, pág. 530) diz textualmente: "entregando-se aos sofrimentos e à morte, é que Jesus pagará o resgate de nossa pobre humanidade, e assim a livrará do pecado que a havia escravizado ao demônio"!

Uma palavra ainda a respeito de polloí que, literalmente, significa "’muitos". Pergunta-se: por que resgate "de muitos" e não "de todos"? Alguns aduzem que, em vários pontos do Novo Testamento, o termo grego polloí corresponde ao hebraico rabbim, isto é, "todos" (em grego pántes), como em Mat.20:28 e 26:28; em Marc. 14:24; em Rom. 5:12-19 e em Isaías, 53:11-12).
Sabemos que (Mat. 1:21) foi dado ao menino o nome de Jesus, que significa "Salvador" porque libertar á "seu povo de seus erros"; e Ele próprio dirá que traz a libertação para os homens (Luc. 4:18).

Esta lição abrange vários tópicos:

a) o exemplo a ser evitado, de aspirar, nem mesmo interior e subconscientemente, aos primeiros postos;

b) a necessidade das provas pelas quais devem passar os candidatos à iniciação: 
"beber o cálice" e "ser mergulhados";

c) a decisão, em última instância, cabe ao Pai, que é superior a Jesus (o qual, portanto, não é Deus no sentido absoluto, como pretendem os católicos romanos, ortodoxos e reformados);

d) a diferença, mais uma vez sublinhada, entre personagem e individualidade, sendo que esta só
evolui através da LEI DO SERVIÇO (5.º plano).

Vejamo-lo em ordem.

I - É próprio da personagem, com seu "eu" vaidoso e ambicioso, querer projetar-se acima dos outros, em emulação de orgulho e egoísmo. São estes os quatro vícios mais difíceis de desarraigar da personagem (cfr. Emmanuel, "Pensamento e Vida", cap. 24), e todos os quatro são produtos do intelecto separatista e antagonista da individualidade.

O pedido de Tiago (Jacó) e de João, utilizando-se do "pistolão" de sua mãe, é típico, e reflete o que se passa com todas as criaturas ainda hoje. Neste ponto, as seitas cristãs que se desligaram recentemente do catolicismo (reformados e espiritistas) fornecem exemplos frisantes.

Entre os primeiros, basta que alguém julgue descobrir nova interpretação de uma palavra da Bíblia, para criar mais uma ramificação, em que ele EVIDENTEMENTE será o primeiro, o "chefe".
O mesmo se dá entre os espiritistas. Pululam "centros" e "tendas" que nascem por impulso vaidoso de elementos que se desligam das sociedades a que pertenciam para fundar o SEU centro ou a SUA tenda:  ou foram preteridos dos "primeiros lugares à direita e à esquerda" do ex-chefe; ou se julgam mais  apazes de realização que aquele chefe que, segundo eles, não é dinâmico; ou discordam de alguma interpretação da doutrina; ou querem colocar em evidência o SEU "guia", que acham não estar sendo  bastante "prestigiado" (quando não é o próprio "guia" (!) que quer aparecer mais, e incita o seu "aparelho" a fundar outro centro PARA Ele!); ou a criatura quer simplesmente colocar-se numa posição de destaque de que não desfrutava (embora jamais confesse essa razão); ou qualquer outro motivo, geralmente fútil e produto da vaidade, do orgulho, do egoísmo e da ambição. Competência? Cultura?  Adiantamento espiritual? 
Ora, o essencial é conquistar a posição de "chefe"! Há ainda muitos Tiagos e Joões, e também muitas Salomés, que buscam para seus filhos ou companheiros os primeiros lugares, e tanto os atenazam com suas palavras e reclamações, que acabam vencendo. Que se abram os olhos e se examinem as consciências, e os exemplos aparecerão por si mesmos.

Tudo isso é provocado pela ânsia do "eu” personalístico, de destacar-se da multidão anônima; daí as "diretorias" dos centros e associações serem constituídas de uma porção de NOMES, só para satisfazer à vaidade de seus portadores, embora estes nada façam e até, por vezes, atrapalhem os que fazem.

O Anti-Sistema é essencialmente separatista e divisionista, e por isso o dizemos " satânico" (opositor).

II - As "provas" são indispensáveis para que as criaturas sejam aprovadas nos exames. E por isso
Jesus salienta a ignorância revelada pelo pedido de quem queria os primeiros postos, sem ter ainda superado a" dificuldades do caminho: "não sabeis o que pedis"!
O cálice que deve beber o candidato é amargo: são as dores físicas, os sofrimentos morais, as angústias provocadas pela aniquilação da personalidade e pela destruição total do "eu" pequeno, que precisa morrer para que a individualidade cresça (cfr. João 3:30); são as calúnias dos adversários e:,sobretudo, dos companheiros de ideal que o abandonam, com as desculpas mais absurdas, acusando-o  de culpas inexistentes, embora possam "parecer" verdadeiras: mas sempre falando pelas costas, sem dar oportunidade ao acusado de defender-se: são os martírios que vêm rijos: as prisões materiais (raramente) mas sobretudo as morais: por laços familiares; as torturas físicas (raras, hoje), mas principalmente as do próprio homem, criadas pelo "eu" personalístico, que o incita a largar tudo e a trocar os sacrifícios por uma vida fácil e tranquila, que lhe é tão simples de obter ...

Mas, além disso, há outra prova: o MERGULHO na "morte".

Conforme depreendemos do sentido de baptízô que estudamos, pode o vocábulo significar: mergulhar
ou imergir na água; mergulhar uma espada no corpo de alguém; mergulhar uma faca para operar
cirurgicamente; mergulhar alguém no sono letárgico, ou mergulhar na morte.
Podemos, pois, interpretar o mergulho a que Jesus se refere como sendo: o mergulho no "coração" para o encontro com o Cristo interno; o mergulho que Ele deu na atmosfera terrena, provindo de mundos muito superiores ao nosso; o mergulho no sono letárgico da "morte", para superação do quinto grau iniciático, do qual deveria regressar à vida, tal como ocorrera havia pouco com Lázaro; ou outro, que talvez ainda desconheçamos. Parece-nos que a referência se fez à iniciação.
Estariam os dois capacitados a realizar esse mergulho e voltar à vida, sem deixar que durante ele se rompesse o "cordão prateado"? Afoitamente responderam eles: "podemos"! Confiavam nas próprias forças. Mas era questão de tempo para preparar-se. João teve tempo, Tiago não ... Com efeito, apenas doze anos depois dessa conversa, (em 42 A. D.) Tiago foi decapitado, não conseguindo, pois, evitar o rompimento do "umbigo fluídico". Mas João o conseguiu bem mais tarde, quando pode sair com vida  (e Eusébio diz "rejuvenescido") da caldeira de óleo fervente, onde foi literalmente mergulhado.
A esse mergulho, então, parece-nos ter-se referido Jesus: mergulho na morte com regresso à vida, após o "sono letárgico" mais ou menos prolongado, que Ele realizaria pouco mais tarde.
Esse mergulho é essencial para dar ao iniciado o domínio sobre a morte (cfr. "a morte não dominará mais além dele", Rom. 6:9; "por último, porém, será destruída a morte", 1.ª Cor. 15:26; "a morte foi absorvida pela vitória; onde está, ó morte, tua vitória? onde está, ó morte, teu estímulo"? , 1.ª Cor.
15:54-55; "Feliz e santo é o que tem parte na primeira ressurreição: sobre estes a segunda morte não tem poder, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele durante os mil anos": Apoc.20:6). De fato, a superação do quinto grau faz a criatura passar ao sexto, que é o sacerdócio (cfr. vol.4).
Modernamente o sacerdócio é conferido por imposição das mãos, com rituais específicos, após longa preparação. No catolicismo, ainda hoje, percebemos muitos resquícios das iniciações antigas, como podemos verificar (e o experimentamos pessoalmente). Em outras organizações que "se" denominam "ordens iniciáticas", o sacerdócio é apenas um título pro forma, simples paródia para lisonjear a vaidade daqueles de quem os "Chefes" querem, em retribuição, receber também adulações, para se construírem fictício prestígio perante si mesmos.
O sacerdócio REAL só pode ser conferido após o mergulho REAL, efetivo e consciente, plenamente
vitorioso, no reino da morte. Transe doloroso e arriscado para quem não esteja à altura: "podeis ser mergulhados no mergulho em que sou mergulhado"?
A morte, realizada em seu simulacro, no sono cataléptico era rito insubstituível no Egito, onde se utilizava, por exemplo, a Câmara do Rei, na" pirâmide de Quéops, para o que lá havia (e ainda hoje lá está), o sarcófago vazio, onde se deitavam os candidatos. Modernamente, Paul Brunton narra ter vivido pessoalmente essa experiência (in "Egito Secreto"). Também na Grécia os candidatos passavam por essa prova, sob a proteção de Hades e Proserpina, nos mistérios dionisíacos; assim era realizado
em Roma (cfr. Vergílio, Eneida, canto VI e Plotino, Enéadas, sobretudo o canto V); assim se, fazia em todas as escolas antigas, como também, vimo-lo, ocorreu com Lázaro.
Superada essa morte, o vencedor recebia seu novo nome, o hierónymos (ou seja, hierós, "sagrado";
ónymos, "nome"), donde vem o nome "Jerônimo"; esse passava a ser seu nome sacerdotal, o qual, de modo geral, exprimia sua especialidade espiritual, intelectual ou artística; costume que ainda se conserva na igreja romana, sobretudo nas Ordens Monásticas (cfr. vol. 5, nota) (1). O catolicismo prepara para o sacerdócio com cerimônias que lembram e "imitam" a morte, da qual surge o candidato, após a “ordenação", como "homem novo" e muitas vezes com nome diferente.
(1) Veja-se, também, a esse respeito: Ephemerides Archeologicae, 1883, pág. 79; C.I.A., III, 900; Luciano, Lexiphanes, 10; Eunapio, In Maximo, pág. 52; Plutarco, De Sera Numinis Vindicta, 22.

III - Já vimos que Jesus, cônscio de Sua realidade, sempre se colocou em posição subalterna e submissa ao Pai, embora se afirmasse "unido a Ele e UNO com Ele" (João, 10:30, 38; 14:10, 11, 13; 16:15, etc. etc.).
Vejamos rapidamente alguns trechos: "esta é a vontade do Pai que me enviou" (João, 6:40), logo
vontade superior à Sua, e autoridade superior, pois só o superior pode "enviar" alguém; "falo como o Pai me ensinou" (João, 8:28), portanto, o inferior aprende com o superior, com quem sabe mais que ele; "o Pai me santificou" (João, 10.36), o mais santo santifica o menos santo; "O Pai que me enviou, me ordenou" (João, 12:49), só um inferior recebe ordens e delegações do superior; "falo como o Pai me disse" (João, 12:50), aprendizado de quem sabe menos com quem sabe mais; "o Pai, em mim, faz ele mesmo as obras" (João, 14:11), logo, a própria força de Jesus provém do Pai, e reconhecidamente não é sua pessoal; "o Pai é maior que eu" (João, 14:28), sem necessidade de esclarecimentos; "como o Pai me ordenou, assim faço" (João, 14:31); "não beberei o cálice que o Pai me deu”? (João, 18:11), qual o inferior que pode dar um sofrimento a um superior? "como o Pai me enviou, assim vos envio"
(João, 20:21); e mais: "Quem me julga é meu Pai" (João, 8:54); “meu Pai, que me deu, é maior que
tudo" (João, 10:29); "eu sou a videira, meu Pai é o viticultor" (João, 15:1), portanto, o agricultor é superior à planta da qual cuida; "Pai, agradeço-te porque me ouviste" (João, 11:41), jamais um superior ora a um inferior, e se este cumpre uma "ordem" não precisa agradecer-lhe; "Pai, salva-me desta hora" (João, 12:27), um menor não tem autoridade para “salvar" um maior: sempre recorremos a quem está acima de nós; e mais: "Pai, afasta de mim este cálice" (Marc. 14:36); "Pai, se queres, afasta de mim este cálice" (Luc. 22:42); "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem" (Luc.23:34), e porque, se fora Deus, não diria: "perdoo-lhes eu”? e o último ato de confiança e de entrega total: "Pai, em tuas mãos entrego meu espírito" (Luc. 23:46), etc.

Por tudo isso, vemos que Jesus sempre colocou o Pai acima Dele: "faça-se a tua vontade, e não a minha"
(Mat. 26:42, Luc. 22:42). Logo, não se acredita nem quer fazer crer que seja o Deus Absoluto, como pretendeu torná-Lo o Concílio de Nicéia (ano 325), contra os "arianos", que eram, na realidade, os verdadeiros cristãos, e dos quais foram assassinados, em uma semana, só em Roma, mais de 30.000, na perseguição que contra eles se levantou por parte dos "cristãos" romanos, que passaram a denominar-se "católicos".

Natural que, não sendo a autoridade suprema, nem devendo ocorrer as coisas com a simplicidade
suposta pelos discípulos, no restrito cenário palestinense, não podia Jesus garantir coisa alguma quanto ao futuro. Daí não poder NINGUÉM garantir “lugares determinados" no fabuloso "céu", como pretenderam os papas católicos ao vender esses lugares a peso de ouro (o que provocou o protesto veemente de Lutero); nem mesmo ter autoridade para afirmar que A ou B são "santos" no "céu”, como ainda hoje pretendem com as "canonizações". Julgam-se eles superiores ao próprio Jesus, que humilde e taxativamente asseverou: "não me compete, mas somente ao Pai"! A pretensão vaidosa dos homens não tem limites! ...

IV - A diferença entre a personagem dominadora e tirânica, representada pelo exemplo dos "governadores de povos" e dos "grandes", e a humildade serviçal da individualidade" é mais uma vez salientada.
Aqueles que seguem o Cristo, têm como essencial SERVIR ATRAVÉS DO AMOR e AMAR ATRAVÉS DO SERVIÇO.
Essa é a realidade profunda que precisa encarnar em nós. Sem isso, nenhuma evolução é possível.
O próprio Jesus desceu à Terra para servir por amor. E esse amor foi levado aos extremos imagináveis, pois além do serviço que prestou à humanidade, "deu sua alma para libertação de muitos".
Esta é uma das lições mais sublimes que recebemos do Mestre.
Quem não liquidou seu personalismo e passou a “servir", em lugar de "ser servido", está fora da Senda.
DAR SUA ALMA, que as edições vulgares traduzem como "dar sua vida", tem sentido especial. O fato de "dar sua vida" (deixar que matem o corpo físico) é muito comum, é corriqueiro, e não apresenta nenhum significado especial, desde o soldado que "dá sua vida" para defender, muitas vezes, a ambição de seus chefes, até a mãe que “dá sua vida" para colocar mundo mais um filho de Deus; desde o fanático que "dá sua vida" para favorecer a um grupo revolucionário, até o cientista que também "dá sua vida" em benefício do progresso da humanidade; desde o mantenedor da ordem pública que "dá sua vida" para defender os cidadãos dos malfeitores, até o nadador, que "dá sua vida" para salvar um quase náufrago; muitas centenas de pessoas, a cada mês, dão suas vidas pelos mais diversos motivos, reais ou imaginários, bons ou maus, filantrópicos ou egoístas, materiais ou espirituais.
Ora, Jesus não deu apenas sua vida, o que seria pouca coisa, pois com o renascimento pode obter-se outro corpo, até bem melhor que o anterior que foi sacrificado.

Jesus deu SUA ALMA, Sua psychê, toda a Sua sensibilidade amorosa, num sacrifício inaudito, trazendo-a de planos elevados, onde só encontrava a felicidade, para "mergulhar" na matéria grosseira de um planeta denso e atrasado, imergindo num oceano revolto de paixões agudas e descontroladas, tendo
que manter-se ligado aos planos superiores para não sucumbir aos ataques mortíferos que contra
Ele eram assacados. Sua aflição pode comparar-se, embora não dê ainda idéia perfeita, a um mergulhador que descesse até águas profundas do oceano, suportando a pressão incomensurável de muitas toneladas em cada centímetro quadrado do corpo. Pressão tão grande que sufoca, peso tão esmagador que oprime. Nem sempre o físico resiste. E quando essa pressão provém do plano astral, atingindo diretamente a psychê, a angústia é muito mais asfixiante, e só um ser excepcional poderá suportá-la sem fraquejar.
Jesus deu Sua psychê para libertação de muitos. Realmente, muitos aproveitaram o caminho que ele abriu. Todos, não. Quantos se extraviaram e se extraviam pelas estradas largas das ilusões, pelos campos abertos do prazer, aventurando-se no oceano amplo de mâyâ, sem sequer desconfiar que estão passeando às tontas, sem direção segura, e que não alcançarão a pleta neste eon; e quantos, também, despencam ladeira abaixo, aos trambolhões, arrastados pelas paixões que os enceguecem, pelos vícios que os ensurdecem, pela indiferença que os paralisa; e vão de roldão estatelar-se no fundo do abismo, devendo aguardar outras oportunidades: nesta, perderam a partida e não conseguiram a liberdade gloriosa dos Filhos de Deus.

Muitos, entretanto, já se libertaram. São os que se esquecem de si mesmos, os que deixam de existir e se transformam em pão, para alimentar a fome da humanidade: a fome física, a fome intelectual, a fome espiritual; e transubstanciam seu sangue em vinho de sabedoria, em vinho de santidade, em vinho
de amor, para inebriar as criaturas com o misticismo puro da plenitude crística, pois apresentam a todos, como Mestre, apenas o Cristo de Deus, e desaparecem do cenário: sua personalidade morre, para surgir o Cristo em seu lugar; seu intelecto cala, para erguer-se a voz diáfana do Cristo; suas emoções apagam-se, para que só brilhe o amor do Cristo. E através deles, os homens comem o Pão Vivo descido do céu, que é o Cristo, e bebem o sangue da Nova Aliança, que é o Cristo, e retemperam suas energias e se alçam às culminâncias da perfeição, porque mergulham nas profundezas da humildade  e do amor.
Essa é a libertação, que teve como lytron ("meio-de-libertação") a sublime psychê de Jesus. Para isso, Ele deu Sua psychê puríssima e santa; entregando-a à humanidade que O não entendeu ... e quis assassiná-Lo, porque Ele falava uma linguagem incompreensível de liberdade, a linguagem da liberdade, a linguagem da paz, a linguagem da sabedoria e do amor.
Deu sua psychê generosa e amoravelmente, para ajudar a libertar os que eram DELE: células de Seu prístino corpo, que Lhe foram dadas pelo Pai, ao Qual Ele pediu que, onde Ele estivesse, estivessem também aqueles que Lhe foram doados (João, 17:24), para que o Todo se completasse, a cabeça e os membros (cfr. 1.ª Cor. 12:27). 
A esse respeito já escrevemos (cfr. vol. 1 e vol. 5).

Textos de Pastorino.